terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Charles Thomas Studd

Charles Thomas Studd (1860-1931) poderia ter sido mais um atleta que gastou seus dias em árduas competições e apenas isso. Entretanto, sua biografia demonstra que quando Deus toca o coração de alguém, seus rumos e planos são mudados dramaticamente, de uma maneira maravilhosa.
O inglês Charles Studd era considerado um dos maiores desportistas do final do século 19. Milionário, ele herdara da família a importância de 29 mil libras esterlinas, uma fortuna naquela época, mas se recusara a tirar proveito dela, temendo que o dinheiro pudesse atrapalhar seus nobres ideais. Determinado a investir na obra de Deus, enviou cinco mil libras esterlinas para o missionário James Hudson Taylor, que se tomou uma lenda ao ser o primeiro a levar a Palavra ao interior da China; outras cinco mil libras para um pastor, William Booth, fundador do Exército da Salvação; cinco mil para Dwight L. Moody, para que este iniciasse o estabelecimento do Instituto Bíblico Moody.
Studd doou ainda outras importâncias, sobrando-lhe apenas 3.400 libras, as quais ele, no dia do seu casamento, deu à esposa. Esta também doou o presente e comentou, na época: Jesus pediu ao jovem rico que desse tudo aos pobres. E Studd completou: Agora nos achamos na situação de poder dizer que não possuímos nem prata nem ouro, referindo-se ao texto de Atos 3.6. Loucura? Não. Charles Thomas Studd tinha a certeza de que o Senhor era o dono de todas as coisas. Essa demonstração de entrega total foi apenas o começo. Todavia, foi o suficiente para que o Senhor desse a Charles um novo rumo. Mais tarde, Ele o chamaria para o ministério.
Studd viajou para a China, onde trabalhou como missionário. Posteriormente, foi para a Índia e para o continente africano. Seu pensamento era: "Se Jesus é Deus e Ele morreu por mim, então nenhum sacrifício pode ser muito grande para nós". Como resultado de seus esforços, foi fundada, um pouco antes de sua morte, a Cruzada de Evangelização Mundial, que hoje conta com mais de mil missionários em todo o mundo. A mensagem deixada por Studd foi simples: enquanto a maioria investe em bens materiais, outros investem no Reino de Deus.
Família - Essas lições de Charles Studd foram aprendidas desde muito cedo. Ele era filho de um fazendeiro de origem indiana, Edward Studd, que se havia aposentado na Índia e mudado para uma casa rural no município de Tidworth, em Wiltshire, Inglaterra.
O pai de Studd, curiosamente, tinha-se convertido em 1877, quando um amigo o levou para ouvir uma pregação de Moody, o mesmo pastor que seria ajudado por seu filho, Charles Studd, anos mais tarde. Após a conversão, Edward, imediatamente, deixou as atividades seculares e passou a usar sua casa para reuniões evangelísticas até o dia de sua morte, em 1879.
Charles Studd e seus dois irmãos, Kynaston e George, estudavam longe de casa. Curiosamente, os três converteram-se a Cristo em um culto doméstico, e terminaram apaixonados pelo Evangelho. Os três irmãos eram campeões de críquete, um dos esportes mais tradicionais da Inglaterra. As habilidades excepcionais mostradas por Charles Studd naquele esporte fizeram com que ele ganhasse um lugar na seleção inglesa, em 1882, época em que a equipe havia perdido uma partida para a Austrália e estava desacreditada. Sob a liderança de Charles Studd, os ingleses jogaram na Austrália, no ano seguinte, e recuperaram o troféu.
Tempo de confrontação - Dois anos após a conquista do campeonato, no entanto, com a doença e morte de George, Charles Studd sentiu-se confrontado pela seguinte pergunta: De que adiantam toda a fama e valor de lisonja quando um homem tem de enfrentar a eternidade? Ele percebeu, então, que sua conversão, ocorrida seis anos antes, não havia produzido frutos. Resoluto, ele declarou: O críquete não vai durar; a honra também não, bem como nada neste mundo. Mas tenho que viver para o mundo que há de vir.
A partir de então, Charles começou a testemunhar de Jesus aos amigos e jogadores da mesma equipe. Sua intenção era captar recursos para o ministério de seu irmão, Kynaston, que tinha fundado uma organização missionária entre estudantes. Logo, ele teve a alegria de conduzir outros a Deus.
Até aquele momento, Studd testemunhara entre os próprios sócios e amigos. Contudo, depois de ouvir, na China, uma pregação na qual um missionário falara da necessidade de os servos de Deus agirem como pescadores de almas, tudo mudou. Ele sentiu que Deus o estava chamando. Embora seus amigos e parentes tentassem dissuadi-lo, Charles começou a considerar a pregação que ouvira e marcou uma reunião com o Pr. James Hudson Taylor, o diretor da missão no interior da China.
Rumo à China - A decisão de Studd foi seguida por mais seis amigos dele. Ao mesmo tempo em que o grupo se preparava, uma onda de conversões ocorria entre os estudantes das maiores Universidades da Grã-Bretanha, graças à missão fundada por Kynaston, anos antes. Alunos de Edimburgo, Londres, Oxford e Cambridge entregavam-se ao Senhor como jamais ocorrera antes. Eles se transformariam, anos depois, nos missionários que difundiriam a Palavra de Deus pelo mundo. Em pouco menos de dois meses, Studd e alguns amigos já estavam prontos para a viagem à China.
Lá, Charles Studd passou dez anos. Quando, finalmente, retomou à Inglaterra, ele foi convidado a visitar a América, onde Kynaston havia organizado um movimento evangelístico entre os estudantes locais. Durante aquela excursão, ele testemunhou o derramar de bênçãos poderosas em muitas faculdades e igrejas. Aquilo mexeu tanto com Studd, que ele iniciaria uma seqüência de viagens missionárias impressionante.
Missões na Índia e na África - De 1900 a 1906, Studd pastoreou uma igreja em Ootacamund, no Sul da Índia. Naquela região, diversos funcionários britânicos se converteram a Cristo. Depois de um rápido retomo à Inglaterra, ele partiu, em 1910, para o Sudão, na África. Studd ficara impressionado com o fato de a Palavra ser quase totalmente desconhecida na África Central, e lá fundou uma missão, a Heart of Africa Mission (Missão Coração da África).
Em sua primeira viagem ao Congo Belga*, em 1913, ele estabeleceu quatro missões em uma área habitada por oito tribos diferentes. A partir dali, Charles começaria a viajar sozinho — sua esposa ficara doente. Entretanto, o trabalho do Senhor e o chamado da família não mudaram. De sua casa, na Inglaterra, ela e as quatro filhas do casal coordenavam o ministério de Studd. Sua esposa era a responsável por missões em diversos países da África, do Oriente Médio e da China.
Ela fez uma última visita ao Congo em 1928, reviu o marido e faleceu pouco tempo depois. Em 1931, aos 70 anos, Charles Thomas Studd morreu, entretanto, até os seus últimos dias, ele pregou a salvação pela fé em Jesus Cristo, no campo missionário, em Málaga, na África. Foi, de fato, um gigante. Um herói da fé.

* (Até 1971, este país tinha o nome de Congo Belga. Depois, Mobuto Sese Seko o batizou com o nome de Zaire. Em 1997, passou a se chamar República Democrática do congo)

Charles Finney

Charles Finney
Marcelo Dutra
A Bíblia relata uma infinidade de situações usadas por Deus para manifestar Sua vontade e Sua presença. A conversão de um dos maiores pregadores avivalistas de todos os tempos, o americano Charles Grandison Finney (1792 -1875), não chega a ser "estarrecedora" se comparada, por exemplo, ao episódio narrado nas Escrituras, no qual Deus fez falar a mula de Balaão. No entanto, não se pode dizer que seja "natural" alguém entregar-se a Jesus após a leitura exaustiva de livros de Direito, contendo citações bíblicas. Foi exatamente isso que aconteceu com o então advogado Charles Finney.
Daquele momento em diante, tudo em sua vida seria incomum. Conta-se que, após uma de suas pregações em Governeur, no estado de Nova Iorque, não houve baile ou representações teatrais por quase seis anos, tamanha a força das palavras proferidas pelo chamado apóstolo do avivamento. Ao longo de todo seu ministério pela América, calcula-se que cerca de 500 mil pessoas aceitaram ao Senhor.
História - Finney nasceu em Warren, estado de Connecticut, no dia 29 de agosto de 1792. Dois anos depois, sua família foi para a cidade de Hanover, em Nova Iorque. Seus pais não eram convertidos ao Evangelho, e a única imagem religiosa que tinha na adolescência era a de uma igreja conservadora e fria. Em 1821, após ler muitos livros de Direito, cujas leis eram fundamentadas na Bíblia, ele decidiu conhecer as Escrituras. Em uma tarde fria, Finney saiu para dar um passeio nos bosques. Lembrando-se dos exemplos do Livro Sagrado, procurou estar a sós com Deus. Ajoelhado em oração, Finney entregou-se a Jesus após travar uma batalha interior: Achei-me tomado por uma fraqueza e não consegui ficar em pé. Tive vergonha de que alguém me encontrasse ali, de joelhos, e logo em desespero percebi o que me impedia de entregar meu coração ao Senhor: meu orgulho. Fui vencido pela convicção do pecado. E me arrependi. Durante todo seu processo de aprendizado e mais tarde em seu ministério, Finney manteve os princípios que aprendeu nos anos em que esteve na advocacia.
Ele queria entender a profundidade dos problemas da. humanidade, usar sua fantástica oratória para falar de Jesus e estudar a Bíblia com uma visão racional e prática. Por causa disso, Finney teve dificuldades para compreender por que as bênçãos não chegavam ao povo de Deus: Ao ler a Bíblia, ao assistir as reuniões de oração, e ouvir os sermões do pregador,. percebi que não me achava pronto a entrar nos céus. Fiquei impressionado especialmente com o ato das orações dos cristãos, semana após semana, não serem respondidas. Li na Bíblia: Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Li também, que Deus está mais pronto a dar o Espírito Santo aos que Lho pedirem, do que os pais terrestres a darem boas coisas aos filhos. Mas, ao ler mais a Bíblia, vi que as orações dos cristãos não eram respondidas porque não tinham fé, isto é, não esperavam que Deus lhes desse o que pediram. Entretanto, com isso senti um alívio a cerca da. veracidade do Evangelho, contou ele anos mais tarde em sua autobiografia.
Ministro do Evangelho - Em 1823, Finney se tornou ministro do Evangelho na Igreja Presbiteriana de Saint Lawrence, e iniciou, no ano seguinte, o processo conhecido nos livros de história como "o fogo dos nove anos", entre 1824 e 1832. Naquele período, ele administrou reuniões de reavivamento ao longo das chamadas cidades orientais: Gouverneur, Roma, Utica, Ruivo, Troy, Wilmington, Filadélfia, Boston e Nova Iorque. Durante as reuniões, advogados, médicos e homens de negócios se arrependiam de seus pecados e se entregavam a Jesus com lágrimas. Em Rochester, diz-se que o lugar foi estremecido até as suas fundações, e cerca de 1.200 pessoas converteram-se a Cristo. Boa parte delas tornou-se membro da Igreja Presbiteriana daquela cidade. Finney abriu o caminho para evangelistas de massa como Dwight L. Moody, Billy Sunday entre outros.
Finney ficou viúvo duas vezes e teve três esposas. Casou-se com Lydia Raiz Andrews, com quem teve seis filhos. Ela morreu em 1847. Depois, casou-se com Elizabeth Ford Atkinson, que também faleceu, e, por último, Rebecca Allen Rayl. As três compartilharam do trabalho de reavivamento, acompanhando-o nas viagens e nos ministérios paralelos.

Obra teológica - Em 1832, Finney começou a pastorear uma igreja presbiteriana em Nova Iorque, ao mesmo tempo em que era evangelista em cidades mais distantes. Três anos depois, um comerciante de seda, rico e benfeitor, Arthur Tappan, ofereceu apoio financeiro ao recém fundado Instituto Colegial Oberlin naquela cidade, desde que Finney fosse convidado a montar um departamento teológico. Por influência do abolicionista Theodore Dwight Solda, o pregador aceitou o convite, mas com duas exigências: a de continuar pregando a Palavra de Deus em Nova Iorque e a de que a escola admitisse negros. Assim foi feito.
Mais tarde, o colégio passou a chamar-se Seminário Teológico Oberlin. Naquele estabelecimento, Finney foi professor de teologia sistemática e teologia pastoral. Durante os 40 anos em que atuou como evangelista, escreveu 17 livros, quatro deles impressos ate hoje. O mais significativo deles foi, sem dúvida, Teologia Sistemática,* considerado por muitos a maior obra sobre Teologia escrita após as Escrituras. Vítima de um problema cardíaco, o professor e apóstolo apaixonado por Jesus faleceu em l875.

Charles Haddon Spurgeon

Charles Haddon Spurgeon
Um dos maiores pregadores de todos os tempos
Houve época em que o simples fato de optar pela religião evangélica equivalia a colocar a cabeça a prêmio. No século 15, Carlos V, o imperador espanhol, queimou milhares de evangélicos em praça pública. Seu filho, Filipe II, vangloriava-se de ter eliminado dos países baixos da Europa cerca de 18 mil "hereges protestantes". Para fugir da perseguição implacável, outros milhares de cristãos foram para a Inglaterra. Dentre eles, estava a família de Charles Haddon Spurgeon (1834-1892), o homem que se tornaria um dos maiores pregadores de todo o Reino Unido. Charles obteve tão bom resultado em seu ministério evangelístico que, além de influenciar gerações de pastores e missionários com seus sermões e livros, até hoje é chamado de Príncipe dos pregadores.
O maior dos pecadores - Spurgeon era filho e neto de pastores que haviam fugido da perseguição. No entanto, somente aos 15 anos, ocorreu seu verdadeiro encontro com Jesus. Segundo os livros que contam a história de sua vida, Spurgeon orou, durante seis meses, para que, "se houvesse um Deus", Este pudesse falar-lhe ao coração, uma vez que se sentia o maior dos pecadores. Spurgeon visitou diversas igrejas sem, contudo, tomar uma decisão por Cristo.
Certa noite, porém, uma tempestade de neve impediu que o pastor de uma igreja local pudesse assumir o púlpito. Um dos membros da congregação - um humilde sapateiro - tomou a palavra e pregou de maneira bem simples uma mensagem com base em Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra. Desprovido de qualquer experiência, o pregador repetiu o versículo várias vezes antes de direcionar o apelo final. Spurgeon não conteve as lágrimas, tamanho o impacto causado pela Palavra de Deus.
Início de uma nova caminhada - Após a conversão, Spurgeon começou a distribuir folhetos nas ruas e a ensinar a Bíblia na escola dominical para crianças em Newmarkete Cambridge. Embora fosse jovem, Spurgeon tinha rara habilidade no manejo da Palavra e demonstrava possuir algumas características fundamentais para um pregador do Evangelho. Suas pregações eram tão eletrizantes e intensas que, dois anos depois de seu primeiro sermão, Spurgeon, então aos 20 anos, foi convidado a assumir o púlpito da Igreja Batista de Park Street Chapel, em Londres, antes pastoreada pelo teólogo John Gill. O desafio, entretanto, era imenso. Afinal, que chance de sucesso teria um menino criado no campo (Anteriormente, Spurgeon pastoreava uma pequena igreja em Waterbeach, distante da capital inglesa), diante do púlpito de uma igreja enorme que agonizava?
Localizada em uma área metropolitana, Park Street Chapel havia sido uma das maiores igrejas da Inglaterra. No entanto, naquele momento, o edifício, com 1.200 lugares, contava com uma platéia de pouco mais de cem pessoas. A última metade do século 19 foi um período muito difícil para as igrejas inglesas. Londres fora industrializada rapidamente, e as pessoas trabalhavam durante muitas horas. Não havia tempo para as pessoas se dedicarem ao Senhor. No entanto, Spurgeon aceitou sem temor aquele desafio.
Tamanha audiência - O sermão inaugural de Spurgeon, naquela enorme igreja, ocorreu em 18 de dezembro de 1853. Havia ali um grupo de fiéis que nunca cessou de rogar a Deus por um glorioso avivamento. No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da insistência das suas orações. As vezes, parecia que eles rogavam até verem a presença de Jesus ali para abençoá-los. Assim desceu a bênção, a casa começou a se encher de ouvintes e foram salvas dezenas de almas, lembrou Spurgeon alguns anos depois.
Nos anos que se seguiram, o templo, antes vazio, não suportava a audiência, que chegou a dez mil pessoas, somada a assistência de todos os cultos da semana. O número de pessoas era tão grande que as ruas próximas à igreja se tomaram intransitáveis. Logo, as instalações do templo ficaram inadequadas, e, por isso, foi construído o grande Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 12 mil ouvintes. Mesmo assim, de três em três meses, Spurgeon pedia às pessoas, que tivessem assistido aos cultos naquele período, que se ausentassem a fim de que outros pudessem estar no templo para conhecer a Palavra.
Muitas congregações, um seminário e um orfanato foram estabelecidos. Com o passar do tempo, Charles Spurgeon se tornou uma celebridade mundial. Recebia convites para pregar em outras cidades da Inglaterra, bem como em outros países como França, Escócia, Irlanda, País de Gales e Holanda. Spurgeon levava as Boas Novas não só para as reuniões ao ar livre, mas também aos maiores edifícios de 8 a 12 vezes por semana.
Segundo uma de suas biografias, o maior auditório em que pregou continha, exatamente, 23.654 pessoas: este imenso público lotou o Crystal Palace, de Londres, no dia 7 de outubro de 1857, para ouvi-lo pregar por mais de duas horas.
Sucesso - Mais de cem anos depois de sua morte, muitos teólogos ainda tentam descobrir como Spurgeon obtinha tamanho sucesso. Uns o atribuem às suas ilustrações notáveis, a habilidade que possuía para surpreender a platéia e à forma com que encarava o sofrimento das pessoas. Entretanto, para o famoso teólogo americano Ernest W. Toucinho, autor de uma biografia sobre Spurgeon, os fatores que atraíam as multidões eram estritamente espirituais: O poder do Espírito Santo, a pregação da doutrina sã, uma experiência de religioso de primeira-mão, paixão pelas almas, devoção para a Bíblia e oração a Cristo, muita oração. Além disso, vale lembrar que todas as biografias, mesmo as mais conservadoras, narram as curas milagrosas feitas por Jesus nos cultos dirigidos pelo pregador inglês.
As pessoas que ouviam Spurgeon, naquela época, faziam considerações sobre ele que deixariam qualquer evangélico orgulhoso. O jornal The Times publicou, certa ocasião, a respeito do pastor inglês: Ele pôs velha verdade em vestido novo. Já o Daily Telegraph declarou que os segredos de Spurgeon eram o zelo, a seriedade e a coragem. Para o Daily Chronicle, Charles Spurgeon era indiferente à popularidade; um gênio, por comandar com maestria, uma audiência. O Pictorial World registrou o amor de Spurgeon pelas pessoas.
Importância - O amor de Spurgeon tinha raízes. Casou-se em 20 de setembro de 1856 com Susannah Thompson e teve dois filhos, os gêmeos não-idênticos Thomas e Charles. Fazíamos cultos domésticos sempre; quer hospedados em um rancho nas serras, quer em um suntuoso quarto de hotel na cidade. E a bendita presença do Espírito Santo, que muitos crentes dizem ser impossível alcançar, era para nós a atmosfera natural. Vivíamos e respirávamos nEle, relatou, certa vez, Susannah.

A importância de Charles Haddon Spurgeon como pregador só encontra parâmetros em seus trabalhos impressos. Spurgeon escreveu 135 livros durante 27 anos (1865-1892) e editou uma revista mensal denominada A Espada e a Espátula. Seus vários comentários bíblicos ainda são muito lidos, dentre eles: O Tesouro de Davi (sobre o livro de Salmos), Manhã e Noite (devocional) e Mateus - O Evangelho do Reino. Até o último dia de pastorado, Spurgeon batizou 14.692 pessoas. Na ocasião em que ele morreu - 11 de fevereiro de 1892 -, seis mil pessoas leram diante de seu caixão o texto de Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Cinco Solas: O livre-arbítrio é bíblico?

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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

ABEL E SETE

Gênesis 4:1-8; Gênesis 4:25-5:8
Versículo para memorização - Gênesis 4:4
Temos os nomes de apenas três dos filhos de Adão e Eva, embora saibamos que tiveram muitos outros. Os nomes que conhecemos são Caim, Abel e Sete. Como já aprendemos, Caim era ímpio. Abel e Sete eram diferentes. Obviamente eram pecadores como todos os homens, desde Adão. Porém, eles eram uma semente de espiritualidade. Eram como os homens que nascem de novo, homens de fé. Isso se confirma com a oferta de Abel (Gênesis 4:4; Hebreus 11:4).
Quando Caim matou Abel, fez isso porque tinha sua própria justiça e odiava a fé ou qualquer um que a possuísse. Porém, Deus não deixará a semente de espiritualidade ser destruída, por isso deu a Adão e Eva um filho especial para substituir Abel. Chamaram-no Sete. Assim como Caim era pai de uma civilização impiedosa, Sete seria pai de filhos de fé.
O primeiro filho de Sete chamava-se Enos. Houve oito gerações a partir de Sete até Noé. Em cada uma dessas gerações houve um homem piedoso que passou para seus filhos as verdades acerca de Deus e manteve seu casamento puro. Esses homens, assim como Adão, viveram por muitos anos. Três deles chegaram a ser mais velho do que Adão. Ao todo houve sete homens que viveram mais de novecentos anos. Metusalém – 969, Jares – 962, Noé – 950, Adão – 930, Sete – 912, Cainã – 910, Enos – 905.
Em um sentido, a vida de todos esses homens foram resultados da fé de Abel. Em Hebreus 11:4, Paulo diz que Abel sendo morto ainda fala, e, nos versos seguintes, segue mostrando como a geração de Sete fizeram tudo as coisas certas que fizeram pela fé. Então, assim como a vida de Caim fala dos filhos da carne, cheios de autojustiça e rebelião, Abel e Sete estabeleceram um modelo para os filhos de arrependimento diante de Deus e fé em Jesus Cristo.
Cada pessoa nessa categoria teria que dizer: "eu sou quem sou pela graça de Deus", pois são os sujeitos eternos da graça de Deus.
Perguntas – ABEL E SETE

1.  Quem foi Abel e como morreu?
2.  Por que nasceu Sete?
3.  Qual era a diferença entre Caim e Abel?
4.  Abel foi esquecido depois da sua morte?
5.  Os filhos de Sete eram como seus primos, os filhos de Caim?
6.  Quantos anos tinha Adão quando Sete nasceu?
7.  Qual é o nome do primeiro filho de Sete?
8.  Sete teve irmãs?
9.  Com quem você acha que Sete se casou?
10. Quantos anos tinha Sete quando morreu?
11. O que teve início com Enos, o primeiro filho de Sete?
12. Qual foi a idade de Adão quando morreu?
13. Aonde o Abel é mencionado no Novo Testamento?
14. O que causou Abel ter a capacidade de falar depois de morto?
15. Há quantas gerações de Sete até Noé?
16. Enos teve irmãs?
17. Quantos nomes de mulheres são mencionados nesta lição?
18. Qual foi a idade de Sete quando Enos nasceu?
19. Abel era casado?
20. Qual era a ocupação de Abel? 

A VIDA DE CRISTO

I.                  Os primeiros anos


A.   Introduções aos evangelhos

1.     MATEUS ( 1: 1 – 27 )
a.     A introdução de Mateus é genealógica.
b.     Voltando para Abraão, pai da nação israelita, esta genealogia corresponde bem a natureza judaica do livro.
c.      Se arranja a genealogia em três seções de 14 nomes cada provavelmente interessado em manter o dobro do número 7.
d.     Nota – se o testemunho claro a respeito do nascimento virginal de Jesus.

2.     MARCOS ( 1: 1 )
a.     Marcos não tem introdução formal.
b.     Inicia seu evangelho com o título, “O Princípio do evangelho de Jesus Cristo”

3.     LUCAS ( 1: 1 – 4 )
a.     Pode – se dizer que Lucas tem uma introdução histórica.
b.     Demonstra o método histórico de Lucas que é de pesquisar e evangelizar seu material.
c.      A evidência indica que Lucas é muito preciso nas suas referências históricas.

4.     JOÃO ( 1: 1 – 18 )
a.     A  introdução de João é teológica.
b.     Abrange mais tempo que os outros voltando até antes da criação e descreve a relação entre o Pai e Filho.
c.      O pano de fundo do vocábulo LOGOS ( 1: 1.14 ).
1)    Paralela à sabedoria em Pv. 8.
2)    O uso da palavra por parte de Filo – Para João é pessoal e encarnado.
3)    O conceito de logos entre os Estóicos.
d.     Conteúdo de Jo 1: 1 – 18.
1.     A existência pré – encarnada de Jesus Cristo.
2.     O precursor de Cristo ( 1:6 – 9. 15 ).
3.     A encarnação ( 10 – 14 )
4.     Conseqüências da encarnação ( 1: 16 – 18 )


B.   Anúncios de Nascimentos de João e Jesus.
1.     O anúncio concedido para Zacarias  ( Lc. 1: 5 – 25 ).
a.     Zacarias era um entre a minoria sincera justa que esperava a vinda do Messias.
b.     Ganhou o raríssimo privilégio de queimar incenso no tempo do sacrifício diário no templo.
c.      O anúncio pelo anjo indicou que o filho de Zacarias e Elizabet seria:
1)    Nomeado João “Jehová é misericordioso”  v. 13
2)    Seria um nazireu ( 1: 15 ).
3)    Traria um grande avivamento ( 1: 16 – 17 ).
4)    Seria um segundo Elias ( 1: 17 ).
d.     A incredulidade de Zacarias foi punida com a incapacidade de falar.

2.     O anúncio a Maria; ( Lc 1: 26 – 38 ).
a.     Foi seis meses após o anúncio feito a Zacarias ( Lc. 1: 36 ).
b.     O anúncio enfatiza a natureza messiânica do Filho ( 1: 31 – 33 ).

3.     O anúncio feito a José ( Mt 1: 18 – 25 ).
a.     O tempo deste acontecimento era após a verificação que Maria estava com filho.
b.     O anúncio para José é redentivo ( 1: 21 ); Jesus significa, “Jeová é Salvação.”

4.     O Nascimento de João (  Lc.  1: 57 – 80 ).
a.     Cumpriu – se acuradamente a predição – nasceu um filho.
b.     A circuncisão do menino se deu no oitavo dia como devia segundo a Lei.
c.      Os pais obedeceram o mandamento do Senhor nomeando o filho, “João”.
d.     Pela inspiração do Espírito Santo, Zacarias falou profeticamente acerca do ministério e caráter do seu filho ( Lc. 1: 67 – 79 ).
1.     Esta  mensagem  tem  o  título de “Benedictus”  ( cf. v. 68 ).
2.     A primeira parte se refere ao Messias ( Lc. 1: 68 – 75 ).
3.     O ministério de João se prediz em vv. 76 – 79 ( df. Mal. 3: 1  e 4: 2 ).
e.      Os primeiros anos da vida de João se passaram no deserto talvez tendo contacto com os Ensinos de Qumran.

5. O Nascimento de Jesus ( Lc. 2:1 – 20 )
a.     Detalhes significantes aparecem no relatório.
1.     “Mundo”  ( v. 1 ), refere – se ao mundo habitado ou o Império Romano.
2.     “Manjedoura”  ( v. 7 )  –  Justino Martir  ( c 150 ) diz  que  Cristo  nasceu  numa  caverna ( agora pela igreja da natividade ).
b.     A data do Seu Nascimento.
1.     Não se conhece essa data.
2.     Inicialmente foi celebrada no dia 6 de janeiro; mais tarde essa data cedeu para 25 de dezembro no ocidente.
3.     O dia 25 de Dezembro era dia festivo em honra do deus sol, o sol invictus, i.e. não conquistada.
4.     Sendo que o Mitraismo foi grande rival do Cristianismo foi natural que os pais da igreja favoreceram uma festa cristã nesse dia.
5.     O ano do nascimento de Cristo.
1.     Sabemos que nasceu antes do ano 4 a.C.
a.     Herodes o Grande morreu nesse ano pouco antes da Páscoa.
b.     Jesus nasceu antes da morte de Herodes ( Mt 2:1 )
2.     Os anos em que Quirino foi governador ( Lc 2:2 )
a.     Segundo Sir Wn Ramsay Também demonstra que o primeiro recenseamento ocorreu em 8 – 7 a.C. na Síria e no ano 6 ( possivelmente 5 ) a.C. na Palestina.
3) Calculando do ministério de João Batista.
a.  ( Lc 3: 1 – 2 )  coloca o início do ministério de João no ano 15 de Tibério César, provavelmente  o ano 26 a.D.
b.     Pilatos também foi apontado governador da Judéia no ano 26 d.C.
c.      Segundo Lucas 3:23 Jesus tinha mais ou menos 30 anos.
d.     Calculando o ano 26 uns 30 anos chegamos a 5, ou 6 a.C.

4. A data do início da construção do Templo de Herodes.
a.     O Templo foi iniciado no ano 20/19 a.C.
b.     Jó 20:19,20 indica que durante a primeira parte do ministério de Cristo essa construção tinha durado 46  anos.
c.      Isto  daria  m/m  26/ 7 d.C. para  o início do Seu  ministério  e os anos 5/4 a.C. para seu nascimento.

6.     A circuncisão de Jesus e a purificação de Maria ( Lc 2: 21 – 38 ).

7.     A visita dos magos ( Mt 2: 1 – 12 ).
a.     Estes homens não eram reis, mas sábios, astrólogos estudantes da religião       ( compare. Dn 1:20; 2: 27 ).
b.     Parece certo que os magos não visitaram a Jesus até depois dos pastores.
1.     Os pastores vieram para a manjedoura ( Lc 2: 16 ) os magos para a casa           ( Mt 2: 11 )
2.     Podem Ter vindo até dois anos depois do nascimento de Jesus ( mt 2: 7, 16 )
3.     Nota – se que as crianças foram mortas antes de Herodes morrer no ano 4 a.C.
4.     Dois anos antes, seriam 6 a.C. ou possivelmente 7 a.C.
5.     E provável que passaram um ou até um ano e meio entre o nascimento de Cristo e a vinda dos magos.

8.     A fuga para o Egito e a volta para Nazaré ( Mt 2: 13 – 15, 19 – 23 ).
a.     Herodes morreu logo antes da Páscoa do ano 4 a.C.
b.     A fuga para o Egito então se deu antes e a volta depois da Páscoa desse ano.
c.      A volta do Egito era  uma espécie de tipo do êxodo (confira Mt 2:15             com Os. 11:1 ).
d.     Após a morte de Herodes, Judéia e Samaria foram governadas por Arquelau, filho de Herodes.
1.     Galiléia sendo governada pelo menos cruel Herodes Antipas, José e Maria Voltaram para a Galiléia, i.e. Nazaré.
2.     Arquelau governou até o ano 6 d.C. quando foi banido para Gaulia.
3.     Os governadores que seguiram foram romanos chamados procuradores.
a.     Copinio, 6 – 10 d.C.
b.     Marco Ambivio, 10 – 13 d.C.
c.      Anio Rufo, 13 – 15  d.C.
d.     Valério Grato, 15 – 26  d.C.
e.      Poncio Pilatos, 26 – 36  d.C.
f.       Felix e Feste dos caps. 24,25 de Atos forma procuradores depois daqueles alistados acima.

9.     Visita ao templo com 12 anos de idade ( Lc. 2: 41 – 52 ).
a.     Ex. 23:14 – 17 relata o mandamento de subir para a festa da Páscoa anualmente.
1.     Machos  foram  obrigados  a  assistir  três  festas   cada   ano   –   Páscoa,   Pentecostes, e Tabernáculos.
2.     A Lei nada fala da necessidade das mulheres assistirem as festas mas foi a opinião de Hilel que deviam ir pelo menos uma vez cada ano.
3.     Com a idade de 12 anos os rapazes judeus assumiram as responsabilidades e privilégios espirituais do adulto.
a)     Ele se tornou um “Bar Mitzvah” – “filho da Lei”.
b)    Talvez fosse tal ocasião que levou Jesus a subir para o templo neste caso.
c)     Neste único episódio na vida de Cristo relatado entre os primeiros meses de sua vida e o começo do seu ministério vemos sua “consciência Messiânica”. Cf. Lc 2:49 onde Jesus distingue entre José e Seu Pai, Deus.

10.           O ministério e carreira de João Batista ( Mt 3: 1 – 12; Lc 3: 1 – 20 ).
a.     João era último dos profetas do A.T.
1.     Não foi o fundador da Igreja Batista.
2.     Ele ministrou no estilo e padrão de Elias.
a)     Veio No Espírito e poder de Elias ( Lc.  1: 17; Mt 11: 14; 17:10 – 13 )
b)    Vestiu – se como Elias.
c)     Foi profeta de Julgamento como foi Elias.
d)    Como Elias não escreveu nada que saibamos.
3.     Durante o período interbíblico não apareceu nenhum profeta.
a)     Imagine o efeito manifestando – se o profeta João !
b)    Significantemente veio cumprindo as Escrituras ( Mt 3: 1 ).
c)     Ainda que muitos negaram sua mensagem, ele proclamou que judeus não se salvariam automaticamente ( Mt 3: 7 – 9 ).
d)    João proclamou que a vinda do Messias seria um tempo de julgamento e, contraste com a opinião popular.
e)     Chamou o povo ao arrependimento que não concordou com a opinião dos soberbos filhos de Abraão.

b.    É evidente que João era um Nazireu desde seu nascimento ( Lucas: 1:15 e Números: 6:1–8).

c.      João cumpriu o cargo do arauto que precedia um rei oriental ( Is. 40: 3 – 5 ; Mal. 3: 1 ).
a)     Seu propósito foi de criar uma antecipação diante da vinda do Messias.
b)    Devia suscitar um sentimento de pecaminosidade, anunciar a vinda do Messias e depois retirar – se para a obscuridade comparativa ( cf Mc. 1: 14 ).

d.    João foi o “batizador.
1)    A palavra “batizar” significa “colocar debaixo da água e tirar.”
2)    Parece que este rito não originou com João.
a)     Sabe – se que os Judeus batizaram os prosélitos pela imersão.
b)    Era humilhante para um judeu se submeter ao batismo prosélito.
3)    O batismo de João era um batismo de arrependimento ( Atos 19: 4 ).
a)     Seria um batismo caracterizado pelo arrependimento  ( Mt 3: 11; At. 2: 38 ).
b)    É evidente que João só batizou aqueles que tinham arrependido.

11.           O batismo de Jesus ( Mt. 3: 13 – 17 ).

a)     Este acontecimento quebrou o silêncio que perdurou desde Jesus Ter 12 anos.
b)    Sendo o batismo de João o de arrependimento por que seria importante Jesus se batizar ?
1.     Jesus se identificou com aqueles que veio para salvar tomando sobre si os pecados dos arrependimentos.
2.     Deste modo estabeleceu o rito iniciador do N.T. com o significado de morte, sepultamento e ressurreição.

12.           A Tentação de Jesus.  ( Mt. 4: 1 – 11; Lc. 4: 1 – 3 ).

a)     O propósito da Tentação
1.     Foi ordenado por Deus ( cf. Mc. 1:12 ) porque Jesus foi levado pelo Espírito para ser tentado.
2.     Tinha as seguintes previsões:
a)     Foi teste de caráter, uma disciplina do Filho ( Hb 5: 7 – 9 )
b)    Foi necessário para qualificar Jesus como nosso sumo Sacerdote fiel e compassivo ( Hb. 4: 15, 16 )
c)     Foi  para nosso exemplo, ensinando – nos como enfrentar a tentação.

b)    A Natureza da Tentação
1.     a solicitação para o pecado foi inteiramente externa.
a)     Em Cristo não existiu depravação ou desejo pecaminoso.
2)   O aspecto interno da tentação foi o desejo para comida que não é pecado.
3)   A Tentação foi real.
a)   Isto levanta a questão da pecabilidade de Cristo.
b)    Historicamente houve duas posições.
_ Não foi capaz de pecar ( non potuit peccare ).
_ Ele foi capaz de não pecar ( potuit non peccare ).
c)     Segundo ambas as opiniões Jesus era absolutamente sem pecado.
d)    No lugar do Segundo Adão foi uma tentação real em que pela Sua onipotente vontade, Ele voluntariamente negou  o pecado.

II.               Vista de Relance do Ministério de Jesus Cristo.
A.   O início do ministério.

1.     Do inicio do batismo de Jesus até a primeira Páscoa.
2.     O preparo para o aparecimento de Jesus se encontra no ministério de João Batista.
3.     Os eventos deste período.
a.     O batismo de Jesus ( Mt. 3: 13 – 17 )
1)    Lugar: Betânia, além do Jordão.
2)    Tempo: tarde do ano 26 ou início de 27 d.C.
3)    Foi o primeiro passo no seu ministério publico.
4)    Foi a ocasião em que João revelou a pessoa de Cristo para Israel.

b.     A Tentação de Jesus ( Mt. 4: 1 – 11 )
1)    Antes do Messias começar o seu ministério, o Espírito o conduziu para o deserto para o testar.
2)    Foi o local da luta do Segundo Adão.

c.      Os primeiros discípulos de Cristo ( Jo 1:29 – 51 )
1)    João levou vários dos seus discípulos transferir para Jesus ( Jo 1: 35 – 37 ).
2)    Nessa ocasião João, André,  Pedro, Filipe, Natanael, João e Tiago tornaram seguidores mas não discípulos seguindo o tempo todo.

d.     O primeiro milagre em Canã de Galiléia ( Jo 2:1 – 11 ).
1)    É descrito por João como um “sinal” revelando Sua deidade e sua morte.
2)    Jesus aqui marca o padrão do seu ministério, não ascético, como João, mas social, misturando – se com os Homens.

Rápida viagem para Cafarnaum ( Jo 2: 12 ).

B.   O Primitivo Ministério na Judéia ( Jo 2: 13 – 4: 42 )
1.     Localidade – Jerusalém e Judéia.
2.     Época foi a primeira páscoa no ministério de Jesus.
a.     Notamos quatro páscoas ( prováveis )
b.     Jo 2: 13; 5: 1 ( não indicada por nome ); 6: 4; 12: 1 ( a crucificação ).
c.      Estas seriam então as páscoas dos anos sucessivos 27, 28, 29 e 30.

3.     Os eventos deste período.
a.     A primeira purificação do Templo ( Jo 2: 13 – 22 )
1)    Não se deve confundir esta purificação com aquela que se deu durante a semana santa ( Mc 11: 15 – 18  e passagens paralelas ).
2)    Cristo neste ato se manifestou como Senhor do Templo, que só podia ser purificado pelo Sinédrio, um profeta ou o Messias ( Ml 3: 1 ).
3)    Nessa ocasião Jesus predisse Sua ressurreição.
b.    A entrevista com o fariseu Nicodemos ( Jo 3: 1 – 29 ).
1)    Nessa ocasião Jesus promulgou claramente a doutrina da regeneração que Escrituras posteriores desenvolveriam.
2)    Percebemos que alguns no sinédrio estavam abertos para com Cristo.
c.      O ministério paralelo de Jesus a João ( Jo 3: 22 – 30 ).
d.    A viagem através da Samaria ( Jo 4: 5 – 42 ).
1)    O acontecimento principal foi a entrevista com a mulher de Samaria.
2)    Esse encontro contém uma declaração clara da parte de Jesus que Ele era o Messias – a primeira declaração aberta.

C.   O grande Ministério na Galiléia.
1.     Localidade – a região ao norte da Palestina conhecida como Galiléia.
2.     Época – do outono, d.C. 27 até a primavera de 29 d.C. ( um ano e meio ) Cf. Jo 6:40.
3.     Os acontecimentos desta época foram:
a.     Uma manifestação progressiva de si mesmo.
b.     O treinamento progressivo dos doze discípulos para continuarem seu trabalho após a ascensão.
c.      A hostilidade crescente dos líderes de Israel contra Jesus.
* Estes três fatores conduzem diretamente Jesus para a cruz.
4.     Vista de relance do período.
a.     O primeiro período do ministério Galiléia ( Mc. 1: 14 – 3: 12 )
       da chegada na Galiléia até a escolha dos doze.
       Desde o outono 27 d.C. até a cedo no verão de 28 d.C.  ( c  6 meses ).

1)    A rejeição em Nazaré e novo quartel geral em Cafarnaum ( Lc. 4: 14 – 30 ).
2)    A primeira viagem pela Galiléia com os quatro pescadores e a chamada de Mateus na volta ( Mc 1: 35 – 2: 22 ).
3)    A controvérsia a respeito do Sábado em Jerusalém e Galiléia (Jo 5:1–18;                 Mc 2:23–3:5 ).
b.     O segundo período do ministério galiléio ( Mc 3: 13 – 6: 31 ).
-         Desde a escolha dos Doze até o primeiro afastamento.
-         Desde cedo no verão, 28 d.C. até a páscoa de 29 d.C. ( c 10 meses ).

1)    A escolha dos Doze e o sermão da Montanha ( Mc. 3: 13 – 19; Mt 5 – 7 )
a)     Foi a época em que a popularidade de Cristo estava no auge.
b)    Muitos vieram de todas as regiões da Palestina, muitos foram curados.

2)    A Segunda viagem pela Galiléia ( Lc. 7: 11 – 8: 3 )
a)     Acompanhado pelos discípulos, esta viagem se marca pela oposição marcada dos fariseus.
b)    Durante esta viagem João Batista mandou dois discípulos para pedir mais informações acerca de Jesus.

3)    O primeiro grande grupo de parábolas (Mt 13 e paralelos ).
a)     Foram apresentados em Cafarnaum perto do Mar da Galiléia.
b)    Depois fez sua última visita para Nazaré ( Mc. 6: 1 – 6 )

4)    A terceira viagem pela Galiléia ( Mc 6: 7 – 31 ).
a)     Nesta viagem Jesus seguiu os Doze que tinha previamente mandado.
b)    Herodes ficou preocupado que a possível volta de João dos mortos.

D.   Afastamento da Galiléia e Treinamento Especial dos Doze

1.     O ambiente.
a.     Localidade: Distritos por volta da Galiléia.
b.     Época – desde a primavera de 29 d.C. até o outono de 29 ( 6 meses - conferir  Jo 6: 4 – 7: 2 ).
-         Desde a alimentação dos 5.000 até a última partida para Jerusalém.
-         Este período começou um ano antes da crucificação.
2.     O motivo para os afastamentos.
a.     Quis evitar as astúcias de Herodes Antipas ( Mc 6: 14 – 29 ).
b.     Quis se separar dos fanáticos que queriam faze – lo Rei ( Jo 6: 15 ).
c.      Quis evitar a hostilidade dos líderes judaicos ( Mc. 7:1 – 23 ).
d.     Quis instruir seus discípulos.

3.     Os quatro afastamentos
a.     O afastamento para o lado leste do mar da Galiléia ( Mc. 6: 32 – 52 ).
1)    Aí Ele alimentou os 5.000 ( Jo 6 ).
2)    Provocou um movimento popular de fazer Jesus Rei pela força ( J0 6:15 ).
3)    Voltou para Cafarnaum, Jesus pronunciou o discurso sobre o Pão da Vida renunciando assim o interesse num messianismo político.
4)    Em conseqüência muitos deixaram de segui – lo ( Jo 6: 60 – 71 ).

b.     Afastamento para a região de Tiro e Sidônia ( Mc 7:24 – 30 ).
1)    Ficou assim fora do território de Herodes Antipas.
2)    Nesta área Jesus curou o filho à mulher siro – fenícia.

c.      Afastamento passando pelo norte da fenícia e depois sul para Decápolis            ( Mc. 7: 31–8: 9 ).
1)    Nota – se como Jesus evitou cuidadosamente o território de Herodes.
2)    Nesta viagem Jesus alimentou os 4.000 na região de Decápolis ( Mc.8:1–9).

d.     Afastamento passando pelo norte da fenícia e depois sul para Decápolis.
1)    Aqui Pedro fez sua grande confissão ( Mc. 8: 27 – 38; Mt. 16: 13 – 20 ).
2)    Aqui Jesus prediz Sua Morte.
3)    Aqui, provavelmente no Monte Hermon perto de Cesaréia, Filipos Jesus foi transfigurado ( Mc. 9:1 – 29 ).
4)    Depois voltou para a galiléia ( Mc. 9: 30 – 50 ).

E.   O Ministério Posterior na Judéia.
1.     O ambiente.
a.     Localidade: Jerusalém e a região da Judéia.
b.     Época – outono de 29 d.C. até dezembro de 29 d.C.
-         desde a festa de Tabernáculos ( Jo 7:1  e 8: 59 ) até a festa de Dedicação         ( Jo 10: 22 – 39 ).
c.      somente relatado por João e Lucas.
1) João relata o ministério em Jerusalém em Judéia ( Lc 10: 1 e 13: 21 ).
2) Lucas relata o ministério fora de Jerusalém em Judéia ( Lc. 10: 1 – 13: 21 ).

2.     Eventos deste período
a.     Em Jerusalém
1)    Ministério durante a festa de Tabernáculos ( Jo 7: 11 – 52 ).
2)    Controvérsia com os fariseus ( Jo 8: 12 – 58 ).
3)    Cura do homem nascido cego ( Jo 9 ).
4)    Parábola do Bom Pastor ( Jo: 1 – 21 )

b.     No território de Judéia.
1)    A missão dos 70 discípulos ( Lc 10: 1 – 24 ).
2)    Incidentes e ensinamentos em Judéia ( Lc 10: 25 – 13: 21 ).

c.      Em Jerusalém de novo: na festa de Dedicação ( Jo 10: 22 – 39 )

F.    O Ministério na Peréia

1.     O ambiente
a.     Localidade – a região além do Jordão governada por Herodes Antipas.
b.     Época – desde a festa de Dedicação, dezembro de 29 d.C. até a última viagem para Jerusalém, várias semanas  antes da última páscoa do ano 30.
c. Propósito – cobrir a Peréia da mesma maneira que fez em Galiléia e Judéia deste modo completando a evangelização de toda a Palestina.
d. Fontes – João nos dá um sumário ( Jo 10:40 – 42 ).
_  Lucas relata extensivamente este ministério ( 13: 22  - 19: 28 ).

2.     Os  movimentos de Jesus durante este período.
a.     Afastou – se de Judéia para a Peréia onde  evangelizou ( Jo 10: 40 – 42 ).
b.     Daí atendeu o pedido de Maria e Marta que voltasse até Betânia para ressuscitar a Lázaro ( Jo 11: 1 – 46 ).
c.      Em seguida afastou – se para o norte até Efraim ( Jo 11: 46 – 54 ).
d.     Sua última viagem foi pela Samaria e Galiléia e novamente por Peréia até Betânia ( Lc. 17: 11  e 19: 27  e Jo 12 :1).

G.  A Semana da Paixão


1.     O ambiente
a.     Localidade: Betânia e Jerusalém.
b.     Época: Domigo de entrega Triunfal até Domingo da Páscoa ( ano 30 d.C. )

2.     Os eventos da semana.
a.     A entrada triunfal – Domingo ( Mc. 11: 1 – 11 ).
b.     A Segunda purificação do Templo – Segunda-feira (Mc 11: 15 – 26 ).
c.      A última controvérsia com os líderes judaicos – Terça-feira – o último dia do ministério público de Jesus ( Mc 11: 27 –12: 40 ).
d.     O discurso profético do Monte das Oliveiras ( Mt 24: 25 ) Terça-feira à tardinha.O segundo ungimento dos pés de Jesus ( veja Lc. 7: 36 – 50 )  Terça-feira `a tardinha ( Mc 14: 3 – 9 ).
e.      Judas faz seus planos com os judeus – Terça-feira à noite ( Mc 14: 10: 11 ).
f.       Um dia de descanso em Betania – Quarta-feira.
g.     Preparos para a páscoa – Quinta-feira à tarde ( Mc 14: 12 – 31).
h.     Jesus é preso em Getsêmani ( Quinta-feira à noite Mc 14: 32 – 52 ).
i.       O julgamento diante de Anás, sumo - sacerdote aposentado, madrugada de Sexta-feira ( Jo 18: 12 – 13 ).
j.       O julgamento diante de Caifás o sumo – sacerdote – madrugada de Sexta ( Mc.  14: 53 – 72 ).
k.     O julgamento diante do Sinédrio – Sexta de manhã ( Lc. 22: 66 – 71 ).
l.       Primeiro aparecimento diante de Pilatos – Sexta-feira de manhã ( Lc.23:1–5).
m.  Aparecimento diante de Herodes Antipas – Sexta-feira de manhã                     (Lc.23:6–12 ).
n.     Segundo aparecimento diante de Pilatos – Sexta-feira de manhã                            ( Lc.23: 13 – 25 ).
o.     Crucificação – Sexta-feira entre 9 e 15 horas ( Mc 15: 16 – 41 ).
p.    Sepultamento – Sexta-feira à tarde ( antes das 18 horas quando começava o Sábado ( Mc :15: 42 – 47 ).
q.     Um dia no túmulo – Sábado
r.      Ressurreição – Domingo de manhã, muito cedo ( Mc 16: 1 - 8 ).

H.  Os aparecimentos após a ressurreição.

1.     Ambiente.
a.     Localidades: Jerusalém, Emaús, Galiléia e Betânia.
b.     Tempo: 40 dias entre a ressurreição e a ascensão, ano 30 d.C.
2.     Aparecimentos do Cristo ressurreto.
a.     No Domingo da páscoa.
1)    Maria Madalena perto do túmulo ( Jo 20: 11 – 18 ).
2)    Outras mulheres que voltavam do túmulo ( Mt 28: 8 – 10 ).
3)    Pedro ( Lc. 24: 34).
4)    Dois discípulos a caminho de Emaús ( Lc. 24; 13 – 32 ).
5)    Aos 10 ( Tomé ausente ) em Jerusalém ( Jo 20: 19 – 25 ).

b.     Em tempos posteriores.
1)    Aos onze ( Tomé presente ) provavelmente em Jerusalém ( Jo 20: 26 – 29 ).
2)    Aos sete discípulos no Mar da Galiléia ( Jo 21 ).
3)    Aos 500 irmão na Galiléia ( I Cor. 15:6  e Mt 28: 16 – 20 ).
4)    À Tiago,  irmão do Senhor ( I Cor. 15:7 ).
5)    Aos onze em Jerusalém ( Lc. 24: 50 – 53 ) ocasião em que Jesus ascendeu.



OS ENSINAMENTOS DE CRISTO



I.      Cristo como Mestre

A.   Características do Seu  ensino.

1.     Simplicidade.
a.     Tratou de profundas verdades mas as apresentou em terminologia acessível ao povo comum.
b.     Há muitos casos em que Seu ensino não pode ser entendido sem ser crente – cf. as parábolas de Mt 13.

2.     Informalidade.
a.     Não se encontra indicações que Cristo preparou lições ou discursos.
b.     Jesus ensinou em toda e qualquer localidade ( cf. Mt. 5:1; Lc. 4: 16 – 27;             Mc. 4:1 ).
c.      Houve interrupções, perguntas e respostas.
d.     Em todas as situações Jesus ensinou naturalmente.

3.     Concreteza.
a.     Jesus ensinou verdades abstratas usando exemplos concretos.
b.     Usou de parábolas e ilustrações abundantes.
c.      Mesmo no Sermão da Montanha princípios de conduta vêm sendo ilustrados com exemplos concretos (cf. Mt. 5:13 – 16, 23, 29, 30, 38 – 42 etc. )

4.     Autoridade
a.     O ensinamento dos escribas dependeu dos seus professores e tradições humanas.
b.     Jesus ensinou com Sua própria autoridade ( Mc 1: 22 ).
5.     Progresso.
a.     Jesus começou com verdades velhas e conduziu para verdades novas;  progrediu do conhecido para o desconhecido ( Mt 5: 21 ).
b. Olhando para Seu ministério como um todo, percebemos que Jesus desenvolveu Seu ensinamento numa maneira progressiva.
1) Primeiro notamos uma proclamação do evangelho em termos semelhantes aos 
de João Batista ( Mc 1: 14,15 ).
2) Daí encontramos um desenvolvimento progressivo do conceito do Reino.
3)    Depois encontramos uma revelação de Sua deidade.
4)    Logo começa a ensinar os discípulos acerca de Sua morte ( Mt. 16: 21 )
5)    Em último lugar trata de escatologia ( Mt 24: 25 ).
6.     Personalidade.
a.     Seu ensinamento é sempre sustentado pela Sua pessoa e caráter.
b.     Ele é sempre a personificação de Seu ensino.
c.      Ele mesmo é a melhor prova de autenticidade.

7.     Fundamental.
a.     Percebe-se esta realidade em comparação com as epístolas.
b.     Cristo apresenta a verdade básica deixando o desenvolvimento para os escritores das epístolas.
c.      Veja, por exemplo, regeneração, a Igreja, justificação etc.

8.     Métodos Pedagógicos.
1.     Uso de figuras de linguagem
a.     Símile ( Mt 23: 27 )
b.     Metáfora ( Mt 10: 6 )
c.      Hipérbole ( Mt 23: 24 )
d.     Paradoxo ( Lc 14: 11 )

2.     Parábolas.
a.     Parábola é um símile extenso.
b.     As parábolas de Jesus usam muitas imagens ( Mt 13: 3 ).
c.      Serviram para revelar a verdade para os indicados mas para encobrir a verdade para os rebeldes.
d.     Deve – se distinguir parábolas de alegorias.

3.     Jesus usou de objetos concretos para descrever verdade espirituais.
a.     Água ( Jo 4: 7 ss; 7: 37, 38 ).
b.     Uma moeda ( Mc 12: 14 – 17 ).
c.      Pão ( Jo 6: 26, 27, 35 ).

4.     Usou de perguntas.
a.     Para provocar pensamento mais profundo ( Jo 3: 12 ).
b.     Para atrair a atenção ( Mc. 4: 30 ).
c.      Para incentivar convicção ( Jo 21: 15 – 17 ).
d.     Para ganhar um ponto num debate ( Mt. 22: 42 ).

5.     Usou ditados.
a.     Tais ditados sumarizam a verdade.
b.     Servem de auxiliar à memória.
c.      Cf. Mt. 18: 3; 18: 11; 15: 11; 12; 33, 34; 10: 39.

6.     Usou o Antigo Testamento.
a.     Era terreno bem familiar para os ouvintes de Jesus.
b.     Jesus utilizou o A.T. demonstrando que estava completamente familiar com seu ensinamento; cf. Mt. 5: 17 s, 21, 27; Mc. 2: 25; 4: 12; Jo 10: 34.




II. O Tema Central do Ensino de Jesus.

A. Fica claro que esse tema foi o Reino de Deus.
1.     Mateus usa a expressão, “reino do céu.”
2.     Contrário à opinião de alguns, o “reino de Deus” e o “reino dos céus” são sinônimos.
3.     O termo “céus” substitui “Deus” para judeus piedosos que temiam blasfemar o nome sagrado.

B.   Que o Reino de Deus seja o tema do ensino de Jesus se verifica os seguintes fatos:
1.     É o tema do ensino primitivo de Cristo como também de Sua pregação. ( Mt 4: 17, 23; Mc. 1: 14, 15; Jo 3: 3, 5 ).
2.     É um dos temas principais do Sermão da Montanha (Mt. 5:3,10,19, 20; 6:10, 33; 7: 21).
3.     É a chave do ensinamento de Jesus nas parábolas de Mt. 13 ( cf vv 11, 19, 24, 31, 33, 38, 44 ).
4.     É tema o tema de instrução dos discípulos ( Mt 13; 16: 19; 18: 3, 4, 23; Mc 9: 43; 22: 2 ).
5.     É um dos temas principais das controvérsias que Jesus teve com os líderes judaicos ( Mt.12: 28; 21: 31; 43; 22: 22; 23: 13 ).
6.     Aparece no Julgamento de Jesus ( Jo 18: 36, 37 ).
7.     Foi um dos temas de ensino depois da ressurreição ( At.  1: 3 ).

III. Um Sumário do Ensinamento de Jesus Concernente ao Reino de Deus.
A.   Nos evangelhos há evidência que o Reino tem três aspectos.
1.     Existe o reino presente que é espiritual de natureza.
2.     No futuro, haverá o reino material combinado com características dum reino social, político e espiritual.
3.     Futuro eterno.

B.   O presente reino espiritual.
1.     Cristo proclamou um reino que estava chegando logo ( Mc. 1: 15; Lc 10: 9,11; Mt.12:28 ).
a.     Era  um  reinado divino  que foi apresentado aos homens como boas novas.         ( Mt. 4: 23; Lc 8: 1 ).
b.     Foi inicialmente proclamado por João Batista ( Mt 3: 2 ).
c.      Depois foi a mensagem de Jesus. ( Mc. 1: 14, 15 ).
d.     Depois Jesus entregou esta mensagem para Seus discípulos. ( Lc. 9: 1,2, 60;  10: 9, 11 ).
e.      Esta proclamação deve continuar até a volta de Cristo. ( Mt.13: 3–8, 18, 19; Mt. 24: 14 ).

2.     Era um reinado ao qual os homens podiam se aproximar.
a.     O escriba por meio de sua compreensão espiritual aproximou – se do reino. ( Mc 12: 34 ).
b.     Os homens entram presentemente no reino violentamente. ( Mt. 11: 12;  Lc 16: 16 ).

3.     Era um reino ao qual os homens eram chamados a se submeterem.
a.     Devem se arrepender. ( Mt. 4: 17 )
b.     Devem crer. ( Mc 1: 15 )
c.      Devem ser regenerados ( Jo 3: 3, 5 )
d.     Devem ser discípulos  do reino ( Mt 13: 52 )
e.      Devem dar lealdade total ( Lc 9: 60, 62 )
f.       Devem demonstrar um alto nível de justiça ( Mt 5: 20 )

4.     Era um reino que podia ser aberto ou fechado aos homens.
a.     Os fariseus fecharam-no. ( Mt 23: 13 )
b.     Pedro recebeu chaves para abri – lo. ( Mt 16: 19 )

5.     Foi oferecido aos judeus e depois para os gentios.
a.     Veja ( Mt 21: 43; 22: 2 – 14 )
b.     Cf. romanos 11 e a ilustração da oliveira.

6.     E um reino que cresce e expande.
a.     O grão de mostarda. ( Mt 13: 31, 32 )
b.     A levedura. ( Mt 3: 33 )
c.      Crescimento espontâneo. ( Mc 4: 26 – 29 ).

7.     Contém no sentido mais amplo, tanto elementos genuínos e não genuínos.              ( Mt 13: 24 , 38 – 42, 47 – 50 ).

8.     O reino começa com a vinda de Cristo e continuará até o fim da época. ( Mt 13: 30, 39, 49 e 50 ).

9.     Os seus súditos devem ser caracterizados por qualidades tais como:
a.     Justiça. ( Mt 5: 20 )
b.     Humildade e docilidade ( Mt 18: 3, 4 )
c.      Pobreza de espírito ( Mt 5: 3 )
d.     Prontidão para sofrer perseguição por causa de Cristo. ( Mt 5: 10 )
e.      Amor por outros. ( Mt 25: 34; Mt 5: 43 – 48 )
f.       Perdão ( Mt 18: 21 – 23 ss;  Mt 6: 14, 15 )

C.   O Futuro Reino Visível.
1.     Neste sentido o reino é ainda futuro. ( Mt 26: 29; Lc 22: 18; At.  1: 6, 7 )
2.     Terá aspectos políticos. ( Mt 10: 28; 20: 21, 23; Lc 22, 29, 30;  At. 1: 6, 7 )
3.     Terá aspectos sociais. ( Mt 8: 11, 12 Lc 22: 16, 18, 30; Mt 26: 29 )
4.     Chegará após certos sinais. ( Lc 21: 31 )

D.   O Reino Futuro Eterno

1.     Este seria o estágio final perfeito do Reino.
2.     Neste sentido se  identificam com a vida eterna e o estado eterno final ( Mt 25: 34, 46 ).

IV.           O Ensinamento Ético de Cristo no Sermão da Montanha.


A.   Introdução ( Mt 5: 1, 2 )
1.     Compare Lc 6: 17 – 20.
2.     Segundo Mateus o S/M foi endereçado principalmente aos discípulos, ainda que a multidão se aproximou  para escutar ( cf. Mt 7: 28 ).

B.   O caráter do súdito do Reino ( Mt 5: 3 – 12 )

1 Descrição                                                Galardão                                                          
a. Pobre em espírito                          a. Possui o reino
b. Choram ( cf Is 61: 2 )                    b. Conforto ( cf Is 40: 1, 2; Lc 2: 25)
c. São mansos                                    c. Herdam a terra
d. Têm fome e sede de justiça           d. Têm satisfação espiritual
e. São misericordiosos                       e.  Recebem misericórdia
f. Puros de coração                             f.  Visão de Deus
g. Pacificadores                                  g.  Declarados filhos de Deus
h. Perseguidos                                    h. Possuem o reino e prêmio celestial
2. Notas gerais acerca das bem aventuranças.
a.     Não descreve oito pessoas diferentes, mas uma só.
b.     Não se refere a um ideal futuro mas presente.
c.      Os galardões são presentes e futuros sendo possuídos na totalidade após a vinda de Cristo.
d.     Descrevem a ética da “graça”.
1)    Não são um ética que legalísticamente pode ser cumprida para alcançar favor divino e ganhar entrada no céu.
2)    São qualidades dadas aos que reconhecem sua carência destas qualidades e dependem totalmente de Deus  para receber Sua graça.
3)    A real prática desta ética se manifesta no Fruto do Espírito.( Gal. 5: 22, 23.)

C.   A influência do Reino. ( Mt 5: 13 – 16 ).
1.     Só podem Ter sido endereçadas estas palavras à discípulos genuínos de Cristo.
2.     Jesus explica aqui como o Reino como se estende.
3.     O mesmo assunto se apresenta nas parábolas do grão de mostarda e da levedura. ( Mt.  13: 31 – 33 )

D.   A relação do reino a Lei ( Mt 5: 17 – 48 ).
1.     Uma declaração positiva de Cristo a respeito ( 5: 17 – 19 )
a.     Jesus veio para cumprir a Lei. ( 17 )
1)    Dando a verdadeira interpretação da Lei.
2)    Guardando perfeitamente a Lei.
3)    Morrendo para cumprir as exigências justas da Lei.

b.     O Reino não anula a Lei ( 19 )
c.      O discípulo deve cumprir a essência da Lei ( Rm  8: 4 )

2. Uma série de contrastes.
a.     O principio geral. ( v. 20 )
b.     Concernente a homicídio. ( 21 – 26 )
c.      Concernente ao adultério. ( 27 – 30 )
d.     Concernente ao divórcio. ( 31, 32 )
e.      Concernente a juramento. ( 33 - 37 )
f.       Concernente a vingança. ( 38 – 42 )
g.     Concernente ao amor. ( 43 – 48 )
h.     Pela interpretação padrão judaica nos casos acima, a interpretação foi exteriorizada e tornada superficial.
i.       Jesus restaura as leis para sua perspectiva a intenção divina original.

E.   O culto do Reino. ( Mt 6: 1 – 18 )
1.     Esmolas ( 6: 1 – 18 )
2.     Oração ( 6: 5 – 15 )
3.     Jejum ( 6: 16 – 18 )
4.     Nestas  três  áreas  de  culto  prático,  Jesus  combate  a  tendência  natural  do  homem  de ser   hipócrita  –  demonstrando seu culto para ser bem visto.
5. Em contraste com as práticas comuns Jesus apela para uma espiritualidade genuína, piedade interna, não externa. 

F.    A Lealdade do Reino. ( Mt 6: 19 – 34 )
1.     Devoção sem divisão e distração. ( 6: 19 – 24 )
2.     Preocupação sem divisão e distração. ( 6: 25 – 34 )
a.     O discípulo não se deve preocupar sobre necessidades  materiais ( 25,31, 34)
b.     Deve buscar em primeiro lugar o reino de Deus. ( v. 33 )

G.  Relações com outros membros do Reino. ( Mt 7: 1 – 6, 12 )
1.     O princípio em geral ( 7: 1 )
2.     Ilustrações do princípio. ( 7: 2  - 5 )
3.     Aviso contra o extremo oposto. ( 7: 6 )
4.     Afirmação geral da ética cristã.

H.  Oração. ( Mt 7: 7 – 11 )
H.1.Tríplice aplicação e apelo. ( Mt 7: 13 – 27 )
1.     A chamada para entrar no reino ( 7: 13, 14 )
2.     A chamada para discernimento. ( 7: 15 – 23 )
3.     A chamada para praticar os padrões do reino. ( 7: 24 – 27 ).

J. Últimas palavras de conclusão. ( Mt 7: 28, 29 )

V. Parábolas Descrevendo a Natureza do Reino Presente ( Mt 13 )
A.   Os quatro solos. ( Mt 13: 3 – 9; 18 – 23 )
1.     Trata-se da proclamação da mensagem do reino. ( V. 19 )
2.     Descreve a variedade da recepção da mensagem durante esta época.

B.   O Joio ( Mt 13: 24 – 30, 36 – 43 )
1.     Esta parábola explica a mistura do genuíno crente com o não genuíno.
2.     Trata-se da área de profissão de fé.
3.     Nota-se que esta característica de mistura continuará até ao fim da época.               ( V. 39 )

C.   A semente que cresce sozinha. ( Mc 4: 26 – 29 )
1.     Jesus explica a reação à mensagem do reino quando semeada em terra boa.
2.     Mostra como o evangelho produz espontaneamente quando está misturado com fé.

D.   O grão de mostarda. ( Mt 13: 31, 32 )
1.     Deparamos com o crescimento do reino de um começo insignificante.
2.     A ênfase cai sobre o aspecto externo do crescimento.

E.    O fermento. ( Mt 13: 33 )