terça-feira, 1 de outubro de 2013

Os seres Humanos como Corpo e Alma Gn 1.1-2.5; Ec. 12.7; Mt 10.28; Rm 8.18-23; 1 Co 15.35-55


Três vezes por semana sofro uma tortura sob a direção do meu preparador físico pessoal, na Academia que freqüento. Ele é meu Faraó particular. Exercícios cardiovasculares, levantamento de peso e as desagradáveis contorções dos exercícios abdominais são parte da minha rotina. Tudo isso, a despeito do conhecimento do texto bíblico: "o exercícios físico para pouco é proveitoso"! (1 Tm 4.8)

Enquanto me preocupo com meu corpo, com meu peso, aparência e saúde geral, lembro-me das palavras de Jesus: "Não temas os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aqueles que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo." (Mt 10.28)

Os seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus, são criaturas feitas de um corpo material e uma alma não-material. A alma ás vezes é referida como espírito.

Tanto o corpo quanto a alma são criados por Deus e são aspectos distintos da nossa composição pessoal. A visão bíblica do seres humanos difere radicalmente da visão dos gregos antigos. Nosso corpo e nossa alma compõem uma dualidade, não um dualismo. Na teoria dualística dos gregos, o corpo e a alma são visto como substâncias incompatíveis que coexistem em constante tensão. São fundamentalmente incompatíveis. Geralmente o dualismo afirma que existe algo inerentemente mau ou imperfeito sobre qualquer objeto físico, e, portanto vê o corpo como um recipiente mau para a alma pura. Para os gregos, a salvação significa libertar a alma do corpo, quando a alma é finalmente liberta da prisão domiciliar da carne.

A visão bíblica do corpo é que ele foi criado bom e não há nenhum mal inerente em sua substância física. Mesmo assim, ele sofre de corrupção moral, da mesma maneira que a alma. O ser humano é pecador no corpo e na alma. O Cristianismo, longe de ensinar a redenção da prisão do corpo, ensina a redenção do corpo.

Como uma dualidade, o ser humano é uma entidade com duas partes distintas unidas pelo ato da criação divina. Não há necessidade - nem filosófica, nem exegética - de acrescentar uma terceira parte ou substância (como o espírito) para ser o elo na tensão dualística. A teologia ortodoxa rejeita a visão tricotomista do ser humano, segundo a qual é concebido com três partes distintas: corpo, alma e espírito.

Embora muitos teólogos tenham defendido a imortalidade natural ou essencial da alma humana, é importante lembrar que a alma humana: (1) é criada por Deus é não é inerentemente eterna; (2) embora não seja composta de matéria e sujeita à dissolução por forças físicas, contudo pode ser destruída por Deus. A alma não pode existir nem por um momento à parte do poder sustentador de Deus. "Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (At 17.28).

Na morte, apesar de o corpo morrer, a alma - tanto do crente como do não-crente - continua viva. Os crentes ficam aguardando a consumação de sua redenção e a glorificação de seus corpos. O impenitente fica aguardando o julgamento eterno de Deus. Deus preserva a alma da morte, e por isso o ser humano tem uma continuidade de existência pessoal consciente além do túmulo. Toda pessoa está caída; tanto o corpo quanto a alma são objetos da graça salvadora de Deus.

Sumário

1. Os seres humanos têm um corpo material e uma alma imaterial.

2. Os seres humanos formam um unidade-na-dualidade. O Cristianismo rejeita a noção grega de dualismo.
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3.  O corpo humano é parte da boa criação de Deus. Embora esteja caído, assim como alma, nenhum dos dois é inerentemente mau.

4. A alma humana não é naturalmente eterna. Tem de criada e sustentada por Deus.

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