sábado, 3 de agosto de 2013

A interpretação pessoal Ne 8.8; 2 Tm 2.15; 2 Tm 3.14-17; Hb1.1-4; 2 Pe 1.20,21

Dois dos grandes legados que recebemos da Reforma foram o princípio da interpretação pessoal da Bíblia e a sua tradução a língua do povo. O próprio Lutero colocou em foco essas questões. Quando se apresentou diante da Dieta de Worms (um concílio no qual foi acusado de heresia por causa de seus ensinamentos), ele declarou:
"A menos que eu seja convencido pela Escritura, minha consciência continuará cativa da Palavra de Deus - não aceito a autoridade de papas e concílios, porque se têm contraditado. Não posso nem quero retratar-me, porque ir contra a consciência não é certo nem seguro. Que Deus me ajude. Amém."
A declaração de Lutero, e sua subseqüente tradução da Bíblia para sua língua vernácula (do próprio País), tiveram dois efeitos. Primeiro, tirou da Igreja Católica Romana o direito  exclusivo de interpretação. O povo não mais ficaria à mercê das doutrinas da igreja, tendo de aceitar as tradições ou ensinos eclesiásticos como tendo autoridade igual à da Palavra de deus. Segundo, colocou a interpretação nas mãos do povo. Essa mudança foi mais problemática. Levou aos mesmos excessos sobre os quais a Igreja Romana estava envolvida - interpretações *subjetivas do texto que levam ao afastamento da fé cristã histórica.
O *subjetivismo tem sido o grande perigo da interpretação pessoal. O princípio da interpretação pessoal não significa que o povo de Deus tenha o direito de interpretar a Bíblia da maneira que bem entender. Juntamente com o "direito" de interpretar as Escrituras vem também a responsabilidade de interpretá-la corretamente. Os crentes têm liberdade de descobrir as verdades da Escrituras, mas não são livres para fabricar suas próprias verdades. São chamados para entender os sólidos princípios de interpretação e evitar os perigos do subjetivismo.
Portanto, buscar um entendimento objetivo das Escrituras de maneira nenhuma reduz a Bíblia a algo frio, abstrato e sem vida. O que estamos fazendo é buscar entender o que a Palavra diz em sus contexto antes de prosseguirmos para a tarefa igualmente necessária de aplicá-la à nossa vida. Uma declaração em particular pode ter numerosas aplicações pessoais possíveis, mas só pode ter um único significado correto. O direito de interpretar a Bíblia leva junto consigo a obrigação de interpretá-la com exatidão. A Bíblia não é um "nariz de cera" que pode ser moldado e assumir a forma desejada pelo intérprete.
Sumário
1. A Reforma deu à Igreja uma tradução da Bíblia na língua comum e a cada crente o direito e a responsabilidade de interpretar a Bíblia pessoalmente.
2. A tradição da igreja, embora seja instrutiva como um guia, não tem autoridade igual à da Bíblia.
3. A interpretação pessoal não equivale a uma licença para o subjetivismo.
4. O princípio da interpretação pessoal leva consigo a obrigação de buscar a interpretação correta da Bíblia.
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5. Embora cada texto bíblico tenha múltiplas aplicações, ele tem um único significado correto.
* Interpretação subjetiva é há interpretação individual, pessoal, particular. Não se baseia unicamente nos textos das Escrituras Sagradas, mas na própria mente do indivíduo.
Autor:  R. C. Sproul Fonte: 1º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã. Compre este livro em http://www.cep.org.br .

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