sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Educação Crista

Estudo da Educação Crista
Parte I
A BÍBLIA E A DISCIPLINA DOS FILHOS
 "A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe. Corrige a teu filho, e ele te dará descanso; sim, deleitará o teu coração. O homem iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões. Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”.(Pv 29.15, 17; 22.6).

"Nada mais fácil que ter um filho. Nada mais imperativo que fazer dele um homem. Nada mais difícil que fazer dele um homem realizado em todos os planos". São palavras de Maria Junqueira Schmidt. Na Bíblia, o versículo chave com relação à atitude dos pais para com os filhos é, sem dúvida, Provérbios 22.6:

"Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele."

Que significa "instruir, ensinar" ? Para nós ocidentais, ensinar pode conter a idéia de disciplina, de treinamento, por isso, ensinamos o cachorro a sentar, a rolar, e a estender a patinha (aliás, um destes dias um cachorro me deu bom dia: ele estendeu a pata para eu apertar; o dono mandou e ele estendeu a patinha porque foi ensinado a fazê-lo. Isso não tem sentido racional para o cão, a não ser receber em seguida um biscoito. É o caso do pai exigente que insiste e obriga o filho a fazer tudo certinho. Acontece que lemos em Provérbios um texto que vem de outro mundo, do mundo oriental, semita. No mundo hebreu, em particular, "ensinar" se descreve como a ação, por incrível que possa parecer, de uma parteira que molha a ponta do dedo em azeite, e fricciona o céu da boca do nenem recém-nascido para provocar o desejo de sugar o seio da mãe. O versículo quer dizer exatamente isso. Quando fala: "instrui o menino no caminho em que deve andar" está dizendo, "põe no paladar do nenem"; "dê de comer ao nenem", ou seja,

"provoque no coração da criança o gosto pelas coisas de Deus, e quando for uma pessoa idosa, nada mais vai satisfazer seus desejos e anseios".

Interessante esse "dar-de-comer-ao-bebê" porque não se dá de comer de qualquer jeito. Quando a mãe prepara a mamadeira, ela vê como está o leite, e percebe se está quente demais, ou frio demais, se está sem gosto, ou se o leite estragou. Isso tudo está na palavrinha "instruir".
"Educar" é igualmente uma excelente palavra porque significa "dirigir alguém por um caminho específico", ou seja, disciplinar. Tem a ver, então, com a vida do mestre, daquele que está ensinando. Se queremos, então, Provérbios 23.17: "Não tenhas inveja dos pecadores; antes conserva-te no temor do Senhor todo o dia", temos que viver de acordo.
Então [fale a verdade, meu irmão, minha irmã, com você mesmo (a)]: você pode ficar vigiando seu filho adolescente? Pode ficar olhando todo o tempo a sua filha mocinha? A resposta é "não", naturalmente. Mas, você pode criar o seu filho, a sua filha, e instruí-los numa atmosfera onde as coisas de Deus sejam estimadas, e os valores evangélicos sejam ressaltados.

ENTENDENDO AS IDADES

Nunca é cedo demais para instruir e praticar a higiene do corpo. O nenem nasceu, e logo vem a higiene; dá-se o primeiro banho porque os bons hábitos são logo passados.. Nunca é cedo demais para praticar e ensinar, a higiene do espírito! A um garotinho de três ou quatro anos, não podemos ensinar os conceitos da Trindade ou da Escatologia,. Mas podemos amar essa criança, e ela pode sentir que foi criada de um modo muito especial, carinhosamente especial. E assim, em cada etapa de crescimento, conceitos diferentes podem ser aprendidos. Aquilo que Erik Erikson fala a respeito da formação da personalidade dos como uma série de crises. Crise não é desastre: quer dizer "oportunidade para alguma coisa ser realizada".

Quando a criança está na faixa de 0 a 2 anos, forma-se nela um senso básico de confiança. Essa criança de 0 a 2 anos se não for criada num ambiente natural de confiança, carinho e cuidado, vai arrastar pelo resto da vida mazelas íntimas, situações interiores terríveis, tremendas, desastrosas. Aí, sim, a crise vira desastre. É confiança natural na mãe (não vai cair do seu colo, dos seus braços); é confiança pelo sustento (sabe que na hora certa a comidinha vai chegar); é o carinho, é o calor, é a atenção. É carregada no colo com tanto carinho, com o máximo de conforto, e o mínimo de temor. Quando a criancinha vai ser apresentada por mim, está tão confortável no regaço da mãe, mas na hora em que este pastor sem jeito pega, ela fica incomodada, e algumas choram. Porque eu peguei sem jeito, mas no colo da mamãe se sente tão bem, porque a mãe tem um jeito natural, e o Senhor a fez com curvas para que a criança se acomode com tanto jeitinho... Se ela aprende a confiança desde pequenina, vai ser fácil confiar em Deus. Mas os maus tratos, o abandono são traumas permanentes ou quase permanentes.

Na faixa dos três anos, já existe certa autonomia, uma leve independência. Afinal, o nenem no santuário não sai do seu lado, e vai pelo corredor e todos querem pegá-lo? É essa leve independência que torna os três anos uma época difícil para a mamãe que sempre teve o bebê junto a si. Mas, no plano de Deus, a criança cresce e deve constituir um indivíduo à parte; não é extensão dos pais: é outro ser humano. Daí resistência, daí desafio, e, às vezes discussão ("Venha cá!" E o nenem pequenininho: "Não vou, não!"), egocentrismo. Tudo isso, porém, é parte do desenvolvimento da consciência de si mesmo. Não esqueçamos: a criança não é parte de nós, é outro ser humano que aprende mais pelo que vê que pelo que lhe dizem.

Vamos à faixa dos quatro a cinco anos, e compare com quem você tem em casa. Forma-se nessa fase o senso de iniciativa, e ela começa a invadir o espaço dos outros, a socializar, inicia o aprendizado do que irá fazer por toda a vida, que é sobreviver neste mundo cheio de gente. A criança experimenta os objetos ao seu redor. Mas faz, com freqüência, coisas que desagradam os pais. Não é mesmo? A criancinha de quatro, cinco anos começa a fazer umas certas coisas, e essas certas coisas vão desagradar porque ela não compreende o sistema de valores dos pais. Compreende outras coisas. O que ela quer mesmo é agradar os pais, e aí, porque fez algo para agradar, e no final desagrada, começa o sentimento de culpa. Ela quer aprender coisas novas, quer saber os limites. E é por essa razão que o menino de quatro, a menina de cinco perguntam tanto: "Posso fazer isso?"

E de seis a doze anos? Aí vem o senso de aplicação ao trabalho, competência, diligência. É a luta que começa contra os sentimentos de inferioridade. O contato com a escola, integrando-se cada vez mais no mundo dos adultos. Maiores responsabilidades que lhe são colocadas. Mas também começa a rivalidade, a cortesia, o respeito, começam as boas relações. E os pais são comparados com outros adultos, o senso crítico se inicia, e agora a criança passa a ver: "Meu pai é assim, mamãe é assim, mas o pai de Fulaninho é assim, e a mãe de Fulaninho é deste jeito". Qual o pai ou a mãe que nunca passou pela experiência de ouvir o filho dizer: "Eu queria ser filho de Fulano..."É a comparação, e o pai, ou a mãe, foi achado em falta em alguma coisa.
Dos doze aos quatorze anos: identidade própria. Aí sim: agora vêm as mudanças psicológicas, nem sempre compreendidas pelos pais ("Pastor, me ajude Fulaninha está tão diferente : só pensa em namorar"). Preocupação com o corpo e a aparência. Quais os objetos mais queridos da menina adolescente? O espelho, a escova e o pente. ("Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?"). Procura alguém em quem possa acreditar e a quem dê afeição.
E dos quinze aos dezoitos anos? Agora vem o senso de intimidade própria. Prepara-se para exercer sua função na vida. Se não adquiriu a consciência de identidade, vai haver muita frustração, muito impulso físico.
O período em que a família exerce sua influência mais marcante, mais forte sobre a criança é o dos primeiros três anos. Depois, são os amigos e a comunidade que passam a ter mais importância para ela. Pais e filhos, na verdade, aprendem na prática o que é crescimento, o que não é fácil para nenhum dos dois. O chamado "conflito de gerações" é a tensão entre o jovem que quer ser independente e os pais que relutam em dar a sua autonomia.

A DISCIPLINA

A disciplina é um processo que leva vinte anos e envolve pais, escola, igreja, e outros elementos. A tarefa dos pais é guias para uma vida de responsabilidade e amadurecida. E isso demanda tempo, e exige muita atenção, Aliás, atenção dobrada, se queremos preparar os filhos para uma vida de respeito, uma vida reta, decente para seu bem e o dos outros. Parece missão tão pesada e díficil, mas a disciplina se torna fácil quando a criança se sente amada. Quando se sente rejeitada, a disciplina fica muito pesada. E a reação com ira, com hostilidade, com ressentimento somente surge quando não existe um elo de amor forte.
E que diz a Palavra de Deus? Colossenses 3.21 diz: "Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados"1. Lembremos que a criança é um feixe de energias e emoções que precisam ser ordenadas. A criança, então, é o cartão de visita dos pais. Não se esqueçam disso. Terapeutas de família, psicólogos já têm um resumo da história da família e dos relacionamentos internos, das alianças dentro daquela casa somente pela conduta da criança quando entra no consultório ou quando está com os pais. Esses profissionais lêem a criança, e percebem como é a vida em casa. Isso quer dizer que para a criança ser disciplinada, necessário é que os pais se disciplinem.

Há uma diferença entre "castigar"e "disciplinar". São coisas diferentes. Não estamos falando de castigo, mas, de disciplina. Porque castigar é vingar-se, disciplinar é colocar em ordem. E esses textos de Provérbios 13.24:

"Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga". "Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Seol".2

Não constituem, como pode parecer, uma apologia do maltrato infantil. Mas da disciplina, justa, e que olha para o futuro.3 Não vai adiantar muito querer disciplinar aos dezesseis anos, quando o irmão deveria tê-lo feito quando a criança tinha três anos.
Mas vamos lembrar que a vara era usada pelo pastor no Oriente (como ainda o é). Era usada para guiar, e não para bater ou espancar a ovelha; o lobo sim, era espancado. A vara era usada para consolar, é como diz o Salmo 23.4,

"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam".

Já imaginaram como seria: "A tua vara e o teu cajado me espancam? Nenhum rapaz tenta obter o amor de uma jovem no tapa: "Quero que você me ame" (e dá um tapa no rosto da moça), "Não, você precisa entender que não posso viver sem você" (e dá-lhe um empurrão). Ninguém exige, ou reclama, mas sendo calmo, considerado, cortejador, agradável. É assim que um coração de moça é conquistado.

Não se esqueça de que a criança também deve ser agradada, e cortejada, e não educada na base do tapa. Agora, ela se comunica pelo comportamento. Já dissemos que a cabecinha da criança pensa ao contrário da nossa; se a nossa cabeça vai no sentido do relógio, a da criança vai ao contrário porque ela quer conquistar o nosso amor, e, assim, ela testa o nosso comportamento. Sabiam disso? Aí a criança faz o seguinte: às vezes tem um sentimento de culpa, aí chamamos de mau comportamento. A criança passou todo o tempo na rua, ou fora de casa (como temos visto por aí mães arrastando criancinhas pequenas no supermercado, a criança chorando, cansadinha coitada, ou visitando adultos numa visita sem interesse para a criança), depois ela começa a se comportar como não devia, e achamos que a criança é mal-educada, mal-comportada?! Não é nada disso, e vai adiantar espancar uma criança cansada porque está fora do que é seu interesse de vida? Fora das suas motivações? A Escritura fala em criar "na disciplina e admoestação do Senhor"". O Senhor não andava espancando seus discípulos, mas andava com os discípulos, e estava com os discípulos e ficava com os discípulos. Agora, pais que só vão em casa para comer, para dormir já colocaram os filhos em prejuízo. Finalmente, deve-se bater numa criança Algumas respostas já foram dadas sobre isso. Alguém já disse, até, que o castigo físico foi invenção do Diabo, que a criança deve ser deixada em plena liberdade. Há uma linha pedagógica que adota a prática da "Liberdade para Aprender". É a chamada "Democracia Permissiva". Há o outro extremo: o dos que usam o cinto (de preferência o lado da fivela) como quase forma exclusiva de disciplinar os filhos, ou como primeira medida de correção. E nós, como ficamos? Os antigos romanos diziam que "in medio virtus", ou seja, "no meio (está) a virtude"; os da linha da Democracia Permissiva enfatizam que o amor é primordial na criação dos filhos, o que não deixa de ser verdade: a disciplina deve ser motivada por profundo amor. Mas o amor que não se preocupa em corrigir é tudo, menos amor.4 O Dr. James Dobson, especialista em doutrinar sobre a criação de filhos, ensina que o castigo não deve ser algo que fazemos na criança, mas para a criança. É como se disséssemos: "Meu filho, eu te amo muito para permitir que te comportes assim". O problema do castigo corporal é a possibilidade de criar traumas e rebelião na aplicação com hostilidade e violência.

O CASTIGO

A Bíblia fala em castigos físicos.5 E diz que é uma das formas de disciplinar (mas não é a forma, não é a única forma, e não é a melhor forma de disciplinar em certas ocasiões). Em quais circunstâncias deve ser aplicado? Vou para o Dr. Dobson que propõe que deve existir para corrigir rebeldes e desafios; quando a criança se recusa a obedecer, ou faz pouco caso da ordem dada. Nesse caso, diz ele, o castigo físico tem sua plena aplicação. Mas tem a questão da idade: entre os dois e os dez anos. Não é para adolescentes porque os rebaixa a criança, e não se sentem o que dever ser: um ser em formação, em crescimento, quase adulto. Nesse caso, para o adolescente é a perda de privilégios: "Não sai! Quer ir Sábado para a praia? Não vai!"

Até propomos para os irmãos uma ordem de disciplina:

* ordem; não cumpriu?
* privação; ainda não?
* castigo físico.
Lembre-se de que Deus o colocou como responsável pela disciplina dos seus filhos. E se isso acontecer de acordo com a Sua Palavra, você vai ter a Sua aprovação, e a bênção dos céus.6 E a obediência do filho não é opcional nemé desejável. A Bíblia diz que a obediência é exigida. Lembre-se de que você é uma autoridade na sua casa, é autoridade para os seus filhos porque Deus o fez assim, e se ele não aprender autoridade que é o irmão, a irmã , lá fora ele também não vai dar muito valor à autoridade. Mas ela vai buscá-lo onde ele estiver.
Pais foram feitos para dar. Há uma história contada por Jesus na qual o pai deu tudo o que tinha: deu ao Filho Perdulário que retornou para casa: um abraço, novas vestes, um banquete, uma nova dignidade. E diz a Bíblia que também Deus nos deu:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".

Procure na sua Concordância Bíblica a palavra "dar". Veja que enorme lista do verbo "dar" na Bíblia, porque a Bíblia é o livro da doação, é o livro do grande amor de Deus, do Grande Amor todo o tempo. A paternidade e a maternidade têm um preço, um alto preço, um elevado custo. A Deus, a paternidade custou o próprio Filho, Jesus; e a nós, a paternidade ou a maternidade custa tudo! Mas sabe o que a Bíblia diz a esse propósito? Diz:

"Eis que pela terceira vez estou pronto a ir ter convosco, e não vos serei pesado, porque não busco o que é vosso, mas sim a vós; pois não são os filhos que devem entesourar para os pais, mas os pais para os filhos".7

A nós nos custa tudo! E quando um casal resolve ter um filho, deve estar disposto a dar tudo de si. Menos que isso é pouco demais, e, naturalmente, todos compreendem que não é dar tudo o que o filho deseja! Há horas em que nós negamos. Mesmo assim, estamos dando um "não", mas estamos dando. É aflitivo criar filhos, é uma consumição criar filhos, mas, ainda assim, o filho é um tesouro que Deus nos confiou; é um solo a ser preparado, a ser cultivado, e que vai render seus frutos.8
Pois é. Ensine desde cedo o seu filho a temer a Deus,9 a respeitar a autoridade delegada por Deus,10 e tenha certeza de que suas ordens são expressões da vontade de Deus. E isso porque ensinar a vontade de Deus sem conhecer a Sua Palavra é ensinar a sua própria vontade e não a de Deus. Estabeleça limites: poucas regras (os fariseus colocavam seiscentas e tantas regras para os judeus, e Jesus o denunciou11). Afinal, os mandamentos são dez. Mantenha a boa comunicação. E aqui está um poema lindo e tocante e que se aplica a esta reflexão:

FILHOS NÃO PODEM ESPERAR
Helen M. Young

Há um tempo de se esperar a chegada do bebê,
tempo de consultar o médico;
Um tempo de planejar dieta e exercício,
tempo de preparar o enxoval.
Há um tempo de se maravilhar com os caminhos de Deus,
na certeza de que este é o destino para o qual eu fui forjada:
Um tempo de sonhar com o que esta criança poderá ser:
Um tempo de me preparar para que possa alimentar sua alma.
Mas eis que logo chega o tempo de nascer,
Pois os bebês não podem esperar.
Há o tempo de amamentar à noite,
tempo de cólicas e leite em pó.
Há o tempo da cadeira de balanço
e o tempo de andar pela casa toda,
O tempo para paciência e auto-sacrifício,
O tempo de mostrar ao filho que seu novo mundo
é um mundo de amor, bondade e fidedignidade.
Há um tempo de meditar no que ele é
- não um bichinho de estimação ou um brinquedo,
mas uma pessoa, um indivíduo -
uma alma feita à imagem de Deus.
Há um tempo de considerar minha mordomia.
Não me cabe possuí-lo.
Ele não é meu. Fui escolhido para cuidar dele, para amá-lo,
para alegrar-me nele, para criá-lo,
e para responder por ele perante Deus.
Estou decidida a dar o melhor de mim por ele,
pois os bebês não esperam.

Há um tempo de abraçá-lo bem forte
e contar-lhe a mais bela de todas as histórias;
Um tempo para mostrar-lhe Deus, na terra, céu e flor,
para ensinar-lhe admiração e reverência..
Há o tempo de deixar os pratos na pia
e levá-lo para balançar no parque,
De apostar corrida, fazer um desenho, apanhar uma borboleta,
e de lhe dar uma amizade alegre.
Há o tempo de lhe mostrar o caminho,
de ensinar seus lábios infantis a orar.
De ensinar seu coração a amar a Palavra de Deus e o dia do Senhor,
Pois os filhos não podem esperar.

Há um tempo de cantar em vez de resmungar,
de sorrir em vez de franzir a testa,
De enxugar as lágrimas com um beijo e rir dos pratos quebrados
Um tempo de compartilhar com ele o melhor de mim nas minhas atitudes
- amor pela vida, amor a Deus, amor à família.
Há um tempo de responder suas perguntas, todas as suas perguntas,
Porque pode vir um tempo em que ele não queira minhas respostas.
Há um tempo de ensiná-lo pacientemente a obedecer, a guardar seus brinquedos
Há um tempo de ensinar-lhe a beleza do dever, o hábito do estudo bíblico,
a alegria do culto no lar, a paz da oração.
Pois os filhos não podem esperar.

Há tempo de assisti-lo a sair bravamente para a escola,
de sentir falta de alguém a quem controlar
E de saber que outras mentes recebem sua atenção,
mas que eu estarei ali para atender o seu chamado
quando ele voltar para casa,
E irei ouvir ansiosa a história do seu dia..
Há um tempo de lhe ensinar independência, responsabilidade e autoconfiança,
Tempo de ser firme mas amigável, de disciplinar com amor,
Pois cedo, bem cedo, haverá o tempo de deixá-lo partir.
pois os filhos não podem esperar.

Há um tempo de guardar como tesouro
cada efêmero minuto de sua infância.
Apenas dezoito preciosos anos para inspirá-lo e treiná-lo.
Não trocarei esta primogenitura por um ensopado qualquer,
seja ele posição social, negócios, reputação profissional,
ou um cheque de pagamento.
Uma hora de cuidado hoje pode evitar anos de sofrimento amanhã,
A casa há de esperar, a louça há de esperar,
a reforma da casa pode esperar,
Mas filhos não podem esperar.

Haverá um tempo em que já não se ouvirão portas batendo
nem haverá brinquedos na escada, ou brigas de infância,
ou marcas de dedos na parede.
Então olharei para trás com alegria em vez de remorso.
Haverá o tempo de me concentrar no ministério fora do lar;
Em visitar os doentes, os enlutados, os desanimados, os que nunca foram ensinados;
Tempo de me entregar até mesmo aos mais insignificantes .
Haverá um tempo de olhar para trás
e saber que estes anos em que fui mãe não foram desperdiçados.
Oro para que haja um tempo de vê-lo como um homem justo e honesto,
amando a Deus e servindo a todos.
Deus, dá-me sabedoria para perceber que hoje é o meu dia com meus filhos.
Que não há momento em suas vidas que não seja importante.
Que eu possa saber que nenhuma outra carreira é tão preciosa,
Que nenhum outro trabalho é tão recompensador,
Que nenhuma outra tarefa é tão urgente.
Que eu não a protele nem negligencie,
Mas que por Teu Espírito a aceiite alegremente,
jubilosamente, e pela Tua graça compreenda,
Que o tempo é curto e meu tempo é agora,
Pois os filhos não podem esperar

1 Ef 6.4.
2 Cf. Pv 23.13,14.
3 Cf. Pv 29.15,17.
4 Cf. Pv 13.24.
5 Cf. Pv 19.18; 23.13,14; 29.15,17; Hb 12.6.
6 Cf. Pv 4.1,3,4.
7 2Co 12.14.
8 Cf. Mt 13.23; Lc 8.15.
9 Cl 1.16,17.
10 Rm 13.1.
11 Lc 11.46; Mt 23.4; At 15.10.

Parte II
A ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
Benção de Deus, responsabilidade nossa.
 O objetivo deste artigo é chamar a atenção para o valor e importância que devemos dar à escola dominical.

Fundada na Inglaterra pelo jornalista evangélico Robert Raikes, em 1780, a escola dominical foi uma criação que deu certo. Tão certo que os primeiros missionários que aqui chegaram procuraram organizá-la imediatamente. O casal Robert e Sarah P. Kalley fundou a primeira escola dominical no Brasil em 19 de agosto de 1855. E a escola dominical existe até hoje!

Não é por acaso que a escola dominical existe até hoje. Ela é parte integrante da Igreja do Senhor Jesus Cristo, de quem temos a promessa de que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16.18). A escola dominical é uma bênção de Deus com características próprias, isto é, por mais que uma pessoa participe dos cultos e das atividades da semana de sua igreja, tem coisa que só será aprendida na escola dominical.

Infelizmente não são poucas as pessoas que fazem opções em detrimento da escola dominical. Será que essas pessoas sabem o quanto estão perdendo? Pense bem: Ausentando-se da escola dominical quem perde as bênçãos de Deus é você.

A ESCOLA DOMINICAL E A RESPONSABILIDADE DO ALUNO

O segredo de uma escola dominical dinâmica e eficaz depende, e muito, do aluno. E como deve ser o aluno da escola dominical? Qual o perfil do aluno ideal? Antes de respondermos essas perguntas, é importante dizer que por aluno ideal não nos referimos, propriamente, a um ser extraordinário: brilhante, gênio, super intelectual. Não, o aluno ideal é antes de tudo uma pessoa bem intencionada. Como assim? Ele é dedicado: Assíduo, pontual, responsável. Vai à escola dominical com prazer e não para dizer simplesmente "estou aqui", "cheguei" ou "agora o superintendente não vai pegar no meu pé". O verdadeiro aluno da escola dominical não pensa assim. Ele faz a lição de casa. Lê a Bíblia e sua revista; anota suas dúvidas e vem disposto a colaborar seriamente na sala de aula.

É lamentável quando o aluno vai à escola dominical sem ter estudado durante a semana; sem sua Bíblia e/ou sem revista. E olha que eu não estou falando dos pequeninos, e sim, de gente grande mesmo! Pode parecer grosseiro de minha parte, mas muitas vezes eu me ponho a pensar: "O que alguém que não leva Bíblia, revista (ou algo semelhante), e que não estuda em casa vai fazer na escola dominical?". Aprender? Duvido! Não se pode aprender quando o básico é menosprezado.

De uma coisa precisamos estar cientes: 50% ou mais do bom desempenho do professor numa sala de aula depende de seus alunos. É o que eu costumo dizer aos meus alunos, sem querer jogar sobre eles a responsabilidade que cabe a mim.

Quando o aluno não se prepara em casa, conforme já mencionamos acima, ele perde a oportunidade de contribuir com algo mais. Contribuindo ganha a classe e o professor também. Muitos dos alunos que ficam calados durante a exposição do professor cometem o erro (para não dizer "pecado") da negligência semanal. É preciso que você aluno reverta esse quadro se porventura está sendo negligente; pois quantas vezes a culpa de uma aula má dada recai sobre o professor quando na realidade o culpado é outro. É claro que o professor tem suas responsabilidades, como veremos adiante, mas nenhum professor, a menos que esteja doido, teria coragem de se colocar diante de uma classe sem que estivesse adequadamente preparado.

Seja professor, ou seja aluno, ambos devem fazer tudo para a glória de Deus.

A ESCOLA DOMINICAL E A RESPONSABILIDADE DO PROFESSOR
O bom professor é aquele que almeja a excelência do ensino e se empenha em alcançá-la. Tem que ser como o apóstolo Paulo exortou: "...o que ensina, esmere-se no fazê-lo" (Rm 12.7). Paulo recomenda àquele que ensina a dedicação total desse ministério. Dedicação que resultará num progresso constante do professor, quer seja em relação à habilidade no ensino e crescimento espiritual de seus alunos; quer seja em relação a sua própria vida cristã.

O professor da escola dominical deve ser o primeiro a viver o que ensina. A classe nunca deve ser subestimada (muito menos a dos pequeninos). Ela saberá se o professor está sendo sincero no que diz. Como também saberá se o professor se preparou adequadamente para a aula. Fazer pesquisas de última hora e preparar a aula às pressas nunca dá certo. Quando o professor não se esforça para fazer o melhor, ele não apenas desrespeita seus alunos como peca contra Deus.

Além de viver o que ensina, o bom professor conhece seus alunos. Ele nunca deve acreditar que basta, por exemplo, pegar a revista e ensinar o que está ali, por melhor que seja o seu trabalho de pesquisa. O professor da escola dominical deve conhecer a sua classe, cada um de seus alunos. É importante que o professor conheça seus alunos, até mesmo para uma transmissão mais natural e eficaz de sua aula.

Quanto ao preparo e a exposição da aula propriamente dito, os editores dos Estudos Bíblicos Didaquê apresentam sugestões preciosas que ajudarão em muito os professores da escola dominical. Com ligeiras adaptações passo a transcrevê-las:

Utilizar sempre a Bíblia como referencial absoluto.
Elaborar pesquisas e anotações, buscando noutras fontes subsídios para a complementação das lições.
Planejar a ministração das aulas, relacionando-as entre si para que haja coerência e se evite a antecipação da matéria.
Evitar o distanciamento do assunto proposto na lição.
Dinamizar a aula sem monopolizar a palavra oferecendo respostas prontas.
Relacionar as mensagens ao cotidiano dos alunos, desafiando-os a praticar as verdades aprendidas.
No final da aula, despertar os alunos quanto ao próximo assunto a ser estudado, mostrando-lhes a possibilidade de aprenderem coisas novas e incentivando-os a estudar durante a semana.
Depender sempre da iluminação do Espírito Santo, orando, estudando e colocando-se diante de Deus como instrumento para a instrução de outros.
Verificar a transformação na vida dos alunos, a fim de avaliar o êxito de seu trabalho.
Duas coisas, pelo menos, têm levado muita gente a perder o interesse pela escola dominical hoje em dia, ou seja, a falta de criatividade do professor e dinâmica das aulas. Professor: Faça de sua aula algo interessante; seja criativo, gaste tempo nisso. Criatividade e dinamismo são, em boa parte, o segredo do sucesso do professor eficaz.

É necessário que o professor da escola dominical veja seu trabalho como o ministério que Deus lhe deu e que, por isso mesmo, precisa ser realizado da melhor maneira possível. "... o que ensina, esmere-se no fazê-lo" (Rm 12.7).

A ESCOLA DOMINICAL E A RESPONSABILIDADE DOS PAIS

A responsabilidade dos pais crentes com a escola dominical é dupla. Em primeiro lugar, os pais precisam ser assíduos e freqüentes na escola dominical. Os pais que vão somente ao culto vespertino, achando que faltar na escola dominical não tem tanto problema, certamente deixarão de progredir como deveriam na vida cristã. A presença dos pais na escola dominical é imprescindível, pois, afinal de contas, nós pais somos (bem ou mal) modelos para os nossos filhos.

Em segundo lugar, os pais precisam levar seus filhos à escola dominical. Gostaria de dar a esse segundo ponto uma atenção especial, visto que está diretamente relacionado ao anterior. Portanto, vamos entender a coisa da seguinte maneira: por que os pais precisam estar na escola dominical? De um lado, porque todos precisam aprender mais e mais das verdades do Senhor; por outro lado, por causa dos filhos. Perdoe-me a batida na mesma tecla mas isso é importante. Os filhos desejam e precisam ver nos pais a seriedade no trato com a escola dominical. E isso, por si só, deve ser motivo de reflexão para os pais , pois os pais precisam, pela vida e pela palavra, mostrar aos filhos que a escola dominical é um importante veículo de crescimento espiritual.

Geralmente as crianças não apreciam levantar cedo para ir à escola dominical. Boa parte delas já faz isso durante a semana. Porém, os pais devem passar para os filhos que a escola de domingo também é especial por uma série de razões. Erra o pai ou a mãe que acha que não deve levar sua criança à escola dominical, apenas porque ela está cansada por estudar durante a semana, ou porque brincou demais no sábado ou foi dormir tarde por causa daquela festa na igreja. Esse é um tipo de compaixão que não procede. É nessa hora que os pais, amigavelmente, devem mostrar aos filhos que a escola dominical é especial para toda a família.

Lembro-me de um fato ocorrido em uma igreja da qual fui pastor. Quando perguntei a uma irmã porque não trouxe o filho, que na época devia ter cinco anos de idade, ela me respondeu: "Ele não quis vir". Eu não sei como está ou por onde anda aquele que agora é um rapaz. Receio que ele tenha seguido o caminho de seus irmãos mais velhos que abandonaram a igreja porque a mãe comodamente aceitava o fato de que eles não quiseram vir.

Papai e mamãe, levem seus filhos à escola dominical, tenham eles vontade ou não. Cumpram as suas responsabilidades como um dia prometeram a Deus quando levaram seus filhos para serem batizados ou apresentados. Pois, como no caso daquela mãe, amanhã poderá ser tarde de mais para chorar o que podia ser evitado ontem.

A ESCOLA DOMINICAL E A RESPONSABILIDADE DO SUPERINTENDENTE

O superintendente da escola bíblica dominical é muito mais que uma simples pessoa que faz a abertura e encerramento da escola dominical e promove a comemoração de algumas datas importantes e eventos especiais. O superintendente ou diretor(a) da EBD é o irmão ou irmã em Cristo designado(a) pela igreja para administrar a escola dominical com competência e seriedade, visando a edificação e a maturidade do corpo de Cristo.

Antes de tudo, o superintendente deve ser alguém verdadeiramente compromissado com Deus e a igreja. Deve ser exemplo dos fiéis, não neófito, mas pessoa qualificada para comandar o corpo de Cristo. Deve ser assíduo e pontual no cumprimento de seus deveres, irrepreensível na moral, são na fé, prudente no agir, discreto no falar e exemplo de santidade de vida. Qualidades que devem acompanhar, no mínimo, todo crente, e principalmente aquele que recebeu a graça da liderança; a saber: pastor, presbítero, diácono, professor, etc.

Além disso, o superintendente deve ser uma pessoa preparada academicamente. Destaco a palavra "academicamente" de propósito. O que isso quer dizer? Quer dizer que o superintendente não precisa necessariamente ser um expert em educação cristã, mas precisa ter noção do que ela significa e representa. Afinal de contas, é com professores que o superintendente está lidando e é a qualidade do bom ensino que ele estará supervisionando. Pensando nisso, um experiente diretor de escola dominical escreveu aos superintendentes: "Os seus professores ensinam com qualidade? Ou estão se repetindo diante da classe? Preparam devidamente a lição, ou já se acostumaram aos improvisos?". E continua: "Que os seu professores não se contentem com o preparo já conseguido. Incentive-os a ler, a estudar, a pesquisar, a descobrir novas metodologias, a se tornarem especialistas não apenas no currículo e na aula a ser ministrada, como também na pedagogia e na didática".

Como eu disse, o superintendente não precisa ser um especialista, mas é necessário que tenha algum conhecimento pedagógico. Se tiver experiência como professor, melhor ainda.

Some-se a isto a visão do superintendente. Se o superintendente pensar administrativa e pedagogicamente, o que é ideal, ele não apenas saberá conduzir a igreja bem, no sentido de unidade de propósitos, mas também zelará pelo aperfeiçoamento de seus professores. Promoverá encontros, congressos e uma série de eventos que ajudarão na formação e reciclagem dos professores.

O superintendente é o carro-chefe da escola dominical que, em comum acordo com o pastor, melhorará toda a escola dominical quando melhorar seus professores. Quando se investe na liderança da escola dominical todo mundo sai ganhando.

Finalmente, mas não menos importante, o superintendente precisa ser dinâmico a fim de dinamizar sua escola dominical. Para isso precisa se atualizar e se inteirar do trabalho de outros superintendentes. Deve ser uma pessoa inovadora, com idéias saudáveis que revigoram a escola dominical. Eu acredito na escola dominical porque, como dissemos no início deste artigo, é uma bênção de Deus e por isso deu certo. Entretanto, a escola dominical precisa passar por um processo constante de revitalização. Meu irmão superintendente: torne a sua escola dominical dinâmica, criativa, bíblica e funcional. Algo que dá gosto de se vê e participar. Promova, juntamente com seu pastor e professores, o vigor e a saúde da escola dominical através da motivação de seus alunos. Evite a rotina, a monotonia e aquela mesmice insuportável. As aulas da escola dominical devem ser prazerosas. Da criança ao adulto que levantam cedo para ir à igreja, a escola dominical deve ser algo que valha a pena por causa do conteúdo e didática do ensino e (por que não?) por causa do agradável local de estudo. Olhe com carinho para tudo isso e Deus, com certeza, o recompensará.

A ESCOLA DOMINICAL E A RESPONSABILIDADE DO PASTOR
Como ministro do evangelho, sei que não são poucas e nem pequenas as responsabilidades do pastor. Comecemos com algumas de suas atribuições. Compete ao pastor: orar com o rebanho e por este; apascentá-lo na doutrina cristã; exercer as suas funções com zelo; orientar e superintender as atividades da igreja, a fim de tornar eficiente a vida espiritual do povo de Deus; prestar assistência pastoral; instruir os neófitos, dedicar atenção à infância e à mocidade, bem como aos necessitados, aflitos, enfermos e desviados; governar.

Escrevendo aos efésios, diz o grande pastor e apóstolo Paulo: "E ele mesmo (Jesus) concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Ef 4.11-15).

Pelo que podemos perceber das atribuições e vocação do pastor, o ensino (no mais amplo sentido do termo) é a característica prioritária do ministério pastoral. O zelo e a responsabilidade doutrinária do pastor o tornam necessariamente ligado à escola dominical. Ele é o superintendente ex-officio da escola dominical. Por isso mesmo, ao pastor nunca jamais deve faltar a informação necessária acerca do que está sendo ensinado na escola dominical. Para isso, o superintendente deve ser seu maior aliado. Um verdadeiro braço direito na condução da igreja. O superintendente que não estiver disposto a andar com o seu pastor não conseguirá promover a paz e a unidade no corpo de Cristo. Enfim, o pastor precisa saber o que os professores ensinam ao seu rebanho, quem ensina e como se ensina. Esta informação ele adquirirá primeiramente com o superintendente e através das constantes reuniões com o conselho de ensino.

O pastor deve ser um verdadeiro conselheiro no meio de seus auxiliadores. Diálogo é fundamental. É imprescindível que o pastor e a liderança da escola dominical falem uma só língua e se ajudem mutuamente, conforme recomenda Paulo em 1 Coríntios 1.10: "Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma cousa, e que não haja entre vós divisões; antes sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no parecer". A escola dominical agradece!

Ademais, pela experiência e formação pastoral que tem, o pastor precisa estar atento às carências de seus professores e superintendente. Ele deve zelar pelo aprimoramento de sua escola dominical investindo pesado em sua liderança. Precisa indicar e sugerir bons livros, mostrando a importância e valor da leitura. Também, é necessário que o pastor incentive a sua liderança a participar de e a promover eventos educacionais. Acredite: O pastor é a chave que abre a porta do sucesso da escola dominical. Se você, pastor, tiver visão pedagógica, além de administrativa é claro, ninguém segurará sua escola dominical. O Espírito Santo gosta de pessoas assim e quer usar pessoas assim.

Além disso, é necessário que o pastor tenha propósitos permanentes e bem definidos para a escola dominical. Quais devem ser os objetivos do pastor para a escola bíblica dominical? São basicamente estes: 1) promover a edificação da igreja na Palavra para o serviço, 2) ganhar vidas para Cristo e discipulá-las e 3) formar líderes capacitadores.

Parte III
A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
As características físicas, mentais, sociais, emocionais e espirituais dos alunos; o que ensinar e como ensiná-los
 Minha professora de psicologia da educação da faculdade de filosofia costumava dizer que "de médico, louco e psicólogo todo mundo tem um pouco". Menciono esse fato somente para salientar que a psicologia apresentada neste artigo (uma adaptação nossa do livreto O Bom Professor Conhece Os Seus Alunos) não é a psicologia no sentido técnico do termo (apesar de reconhecermos a importância da ciência psicológica). Trata-se apenas da psicologia da sala de aula. Daquela aprendida, principalmente, na convivência com os alunos.
Neste artigo tentaremos ajudar você a conhecer melhor os alunos de sua classe de escola dominical. Possuir um conhecimento profundo das características e necessidades de seus alunos é imprescindível para um ensino eficaz e bem sucedido.

AS CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS DE 1 A 3 ANOS

A construção começa pelo alicerce. Como nosso alvo é construir Cristo na vida das pessoas, começamos pelo alicerce, que são as crianças de 1 a 3 anos. Neste artigo, gostaríamos de ver suas características, e as maneiras como conseguiremos alcançá-las, usando a Palavra de Deus.
Isto talvez soa estranho aos ouvidos de alguns, porém a verdade é que a criança nesta idade pode captar muitas verdades acerca de Deus, por causa do instinto de busca de Deus que existe em todo ser humano. Damos muita importância a esta idade porque dela Deus pode receber muito louvor.

Fisicamente

Estão crescendo rapidamente. Seus músculos exigem ação, por isso são turbulentas. Elas se cansam com facilidade e necessitam de longos períodos de descanso.

1 a 2 anos: a criança age impulsionada pelos músculos maiores mas cai quando tenta andar rapidamente. Quebra tudo que tenta alcançar porque os músculos menores não se desenvolveram e não há uma perfeita coordenação motora. Por isso, todos os brinquedos devem ser fortes, grandes e leves.
Aos dois anos gosta de enfileirar objetos: cadeiras, brinquedos, etc. É hora de ensiná-la a usar o vasinho para suas necessidades físicas. Paciência e calma são essenciais nessa fase.

3 anos: os músculos menores estão mais desenvolvidos. Tem uma coordenação motora mais equilibrada. Consegue equilibrar-se e controlar o próprio corpo. Por isso, com freqüência, ela pula de um lugar mais alto; pendura-se na mesa, na maçaneta e até no seu braço. Não fique bravo por isso. Sob sua supervisão, deixe-a dependurar-se e balançar-se, pois isto faz parte de seu crescimento normal. Não seja um empecilho para o seu crescimento.
Gosta de brincar com argolas de plástico, latinhas, etc., mas além de enfileirar já consegue também empilhar os brinquedos.
As crianças de um a três anos adoecem com facilidade - o ambiente da sala deve ser o mais sadio possível para evitar contágios.

Mentalmente

São curiosas e investigadoras, por estarem começando a conhecer as maravilhas que Deus criou.

1 a 2 anos: sua atenção é limitada - um minuto a dois, no máximo; a mente cansa-se logo; fala pouco, mas entende quase tudo. Não tem a habilidade de fazer perguntas, nem observações engenhosas. Devemos nos lembrar de variar as atividades, contar histórias ou falar rapidamente sem entrar em detalhes, e não esperar que ela participe ativamente da aula, respondendo a todas as perguntas e nem perguntando. Ela entende mais do que fala.

3 anos: "O que é isso?". É a pergunta mais comum entre elas. Não tem noção dos dias da semana; gosta de repetições; falam mais palavras. Gosta de explorar o desconhecido - quebra a asa do avião para ver o que tem dentro. Arranca a perninha dos bichinhos para ver de que é feita. Para aproveitar essa curiosidade aguçada, prepare uma mesa com as coisas que Deus fez e vá sempre acrescentando mais objetos. Deixe a mesa sempre coberta com plástico para evitar estragos.
A criança fala através de frases, mas sua mente está, geralmente, adiante do que diz. Não a ajude nem a apresse para encontrar palavras. Ouça pacientemente, custe o que custar. Por causa da infiltração da TV e sua maneira marcante de comunicar, as crianças dessa idade, hoje, falam muito mais que no passado. MESMO ASSIM NUNCA SE ESQUEÇA DE QUE ELA TEM APENAS TRÊS ANOS E É UMA CRIANÇA.

Social e emocionalmente

São sensíveis. Gostam de falar, de agradar e de serem agradadas. Precisam da atenção de todo mundo. Chamam a atenção de todos, sendo ou muito boas ou rebeldes de mais: gritam, choram, são egoístas ao extremo, etc. Conseguem perceber o humor do professor pelo timbre de voz, sorriso e contato corporal.

1 a 2 anos: certos incidentes ficam gravados na memória da criança para sempre. Ela pode não querer ir à escola dominical porque um coleguinha bateu nela na saída, ou porque teve uma impressão má da professora. Todas às vezes que sabe que terá de ir à igreja começa a chorar. Demora muito para se ambientar em uma nova situação. Ela se retrai e torna-se agressiva. Ex.: quando se separa da mãe, pela primeira vez, para ir à sua classe, chora porque pensa que vai perdê-la ou que ela vai embora. Leve-a até à classe da mãe e mostre-lhe que ela ainda está lá. Após várias tentativas, se não se acostumar com a idéia de separar-se da mãe, traga um guarda-chuva ou capa ou bolsa da mãe e deixe-a na sua classe. Assim a criança vai sentir que ela não foi embora. Nunca diga: "Você é um menino grande e ainda está chorando? Veja todas as crianças ao seu redor olhando. Você não tem vergonha?". Antes, abrace a criança que tem o nariz escorrendo e os olhos cheios de lágrimas, limpe-os com um lenço, mostre a ela um brinquedo, figura ou livro. Ela precisa de segurança. Ela se sente mais segura e ajustada na escola dominical quando é saudada todos os domingos pela mesma ou mesmas professoras.
Não consegue ainda brincar com o grupo. Ela brinca sozinha no meio do grupo. Nunca espere que todos brinquem com ela. Ela não sabe brincar em conjunto.

3 anos: gosta de estar entre outras pessoas. Não tem muito problema para ficar longe da mãe, se conseguir se ajustar ao meio ambiente. Também gosta de brincar sozinha no meio de todos, mas já consegue brincar com os outros. É egoísta - pode derrubar os blocos empilhados por outro menino, para aumentar sua própria construção. Pode pegar as bolachas e colocar a maioria na boca, só para não dar para os outros. Por outro lado, gosta de ajudar os outros e sente alegria em fazê-lo. Ex.: dá sua boneca para a menina que está chorando e diz palavras de consolo.
Não gosta de ser mandada, mas fará muitas coisa se você as sugerir de maneira clara e diretiva. Ex.: "Olhem o relógio; está na hora de guardar as bonecas na cama, os blocos dentro das caixas. Tique-taque, tique-taque, vamos todos trabalhar. Tique-taque, tique-taque, um pouco mais, um pouco mais e descansar. Tique-taque, tique-taque, um pouco ali, um pouco aqui, e terminar. Obrigada, obrigada, e até outro dia começar".
Espiritualmente
Por causa do instinto de busca que existe no ser humano ela deseja e tem sede de conhecer o Deus vivo e atuante. Ela aprende a conhecer a Deus através das palavras e ações das pessoas que a cercam.

1 a 2 anos: tem capacidade para entender e experimentar o amor de Deus. A criança aprende essa verdade ouvindo, vendo e experimentando. Leva tempo para ela ganhar noção de uma verdade, mas um pouco aqui, um pouco ali, e ela consegue aprender. (Is 28.10,13). Aos dois anos de idade gosta de orar e dizer palavras simples para Deus; aprende a agradecer a Deus quando as pessoas ao seu redor assim o fazem, dando graças a Deus por todas as coisas. (Ef 5.20). Ex.: "Vamos agradecer a Deus porque João está só resfriado e não precisou ir para o hospital, e porque no próximo ele já estará aqui para aprender das coisas de Deus". A prova de que ela aprende é que, durante a semana, ela tenta cantarolar os cânticos aprendidos. Desafina e inventa palavras, mas canta com alegria.

3 anos: seu interesse por Deus continua crescendo. Gosta de ouvir contar que Deus criou tudo: flores, frutos, sol, chuva, noite e dia, e os animais. Nessa época, comece a ensinar que Deus criou o corpo. Ex.: "Deus não foi bom de nos dar mãos fortes para podermos colocar os blocos dentro da caixa? Deus nos deu ouvidos e por isso podemos ouvir esta bonita música que fala de Jesus, não é?". Mesmo olhar pela janela num domingo chuvoso pode dar ocasião para uma conversa: "Deus é bom de dar esta chuva tão boa que ajuda as plantas a crescerem. Vamos agradecer a Deus por esta chuva".

O QUE E COMO ENSINAR AS CRIANÇAS DE 1 A 3 ANOS

1 a 2 anos: a melhor maneira de ensinar uma criança nesta idade é usar a conversação dirigida, isto é, conduzir cuidadosamente a conversa e o pensamento da criança na direção de uma verdade bíblica ou do objetivo da lição. Ex.: quando ela conseguir virar a página de um livro, diga que Deus fez suas mãos e é por isso que ela consegue mexer naquele livro. Quando uma criança aparecer com uma blusa bonita diga: "Como Deus é bom de ter feito um pano tão macio e quentinho. Vamos agradecer a Deus por esta blusa". Se ela desejar tirar a blusa porque ficou com calor, aproveite para dizer: "Você já imaginou se Deus não tivesse feito o sol? Morreríamos de frio".
A Bíblia se tornará um livro especial para ela se a professora e os pais assim lhe ensinarem, falando-lhe sobre a Bíblia ou deixando que ela a carregue com cuidado e respeito. Ex.: diga: "Eu vou segurar seu dedinho e colocá-lo sobre a Bíblia no lugar que diz: 'Deus me fez'. - Jó 33.4". Assim ela vai aprendendo as coisas de Deus.

3 anos: use cânticos com gestos que ela possa participar livremente. Ex.: história da criação: Deus fez a lua - as crianças fazem um círculo com as mãos. Deus fez as estrelas - mexer com os dedinhos. Deus fez tudo isso e colocou no céu - apontar o dedinho indicador para o céu. Deus fez o sol - fazer o círculo com as mãos; as árvores - erguer as duas mãos para cima; as flores - abaixar até o chão. Os passarinhos voam no céu que Deus fez - usando as mãos, fazer de conta que estão voando.

AS CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS

É nessa fase, entre 4 e 6 anos, que as impressões mais profundas, provindas do ambiente em que a criança vive, estão se interiorizando nela, para depois serem externadas através de ações e reações, inclusive na fase adulta. É uma idade propícia para se entender a realidade de Cristo e Sua atuação na vida diária. A criança poderá entender, sentir e viver Cristo se isso lhe for ensinado através de palavras e atitude. Procuremos então conhecê-la para ajudá-la a se encontrar com Cristo e ter uma vida que agrade a Deus.

Fisicamente

Crescimento muito rápido. Os músculos estão se desenvolvendo, dando-lhe assim um melhor controle motor. Consiga equipamentos adequados como, por exemplo: cadeiras baixas, para que os pezinhos não fiquem balançando, mesas de altura apropriada para que a criança não tenha que ficar pendurada ou de pé para escrever, desenhar ou brincar. Materiais como figuras ilustrativas e objetos de borracha devem ser grandes. As tesouras pequenas e sem ponta são mais aconselháveis.
É ativa e, como conseqüência disso, cansa-se facilmente. Seus olhos ficam ardendo e os ouvidos cansados quando ouve ou vê algo por muito tempo. Apesar de ser tão ativa e aparentar saúde inabalável, é sensível e sujeita a doenças. Deve-se providenciar atividades variadas e incluir um período de descanso ou de atividades que exijam menos esforço. Mantenha a sala sempre bem iluminada, fale pouco e de maneira clara; modifique o tom e a entonação da voz, dependendo dos personagens e circunstâncias. Para evitar que a criança transmita ou contraia alguma doença, esteja sempre alerta e verifique se algum aluno está com alguma doença contagiosa como catapora, sarampo, rubéola ou com qualquer outro sintoma que revele possível doença.

Mentalmente

Responda a todas as perguntas de maneira simples e verdadeira pois a criança dessa idade é indagadora, curiosa e está pronta a aprender.
Como sua atenção é limitada, variando de 5 a 10 minutos, diversifique as atividades: jogos, descanso, cânticos, lanche, limpeza da sala, guardar os brinquedos na caixa, etc.
Tem boa memória mas não tem noção exata de tempo nem de distância. Sua mente é ativa e quer expressar o que pensa, mas não sabe como.

Socialmente

Gosta de estar com os outros e é capaz de brincar em conjunto. Promova então atividades nas quais todos brinquem juntos. Não utilize atividades de grupo, em que seja preciso construir algo definido. Raramente dará resultado pois ela não consegue continuar o que o outro já começou. A tendência é de destruir.
Nesta idade muitos já estão demonstrando qualidades de liderança, enquanto outros só agem baseados em sugestões. Encoraje os líderes a tomarem a liderança, mas não egoisticamente, e proporcione oportunidades para que outros liderem também.
É egoísta e pensa que tudo lhe pertence. Procure ensinar-lhe a importância de ser cordial e amável com os outros, e também os princípios bíblicos de posse. Deixe claro que Deus se agrada quando dividimos nossas coisas com os outros. (Exemplo do menino que deu os pães e peixes a Jesus). Proporcione oportunidades de dar e receber.
Deseja a aprovação do grupo e dos adultos. Elogie-a sinceramente quando fizer coisas certas. Se fizer algo errado ou mal feito, em vez de dizer: "Eu sabia que você iria fazer isso...", diga: "Não está tão bom como os que você costuma fazer, mas sei que consegue fazer melhor. Gostei muito do verde da grama", ou "Gostei de ver como você caprichou no telhado".

Gosta de palavras e piadas tolas. Ria se forem inocentes ou sem afetação pessoal. Discipline, se não forem, mas sem alterar a voz nem o gesto. Se acontecer de se divertirem às custas de defeitos físicos de outras pessoas, ou da dificuldade de alguém aprender a língua do país, chame-as, uma a uma, à parte e explique-lhes, com amor, sem tom de recriminação que aquilo fere a outra pessoa. Pode dar uma explicação, dependendo do caso, de como aquele menino ficou daquele jeito. Converse com uma criança de cada vez. Em casos de disciplina, isso dá mais resultado do que falar ao grupo.

Emocionalmente

Proporcione um ambiente calmo. Não grite, nem crie uma atmosfera carregada, com imposições e antagonismo (resultado de uma disciplina muito rígida), pois a criança é sensível e suas emoções são intensas.
É capaz de controlar o choro. Encoraje-a, quando esfolar o joelho em conseqüência de uma queda, simplesmente colocando a mão na cabeça dela e dizendo: "Puxa! Como você cresceu!".
Muitas de suas ações são permeadas de uma atitude egoísta, invejosa e ciumenta. Evite mostrar favoritismo, elogiando sempre o trabalho de uma criança só, ou dando oportunidades apenas para algumas fazerem determinadas coisas.
É explosiva. Nunca lhe peça algo que esteja além de sua capacidade, pois quando não consegue realizar a tarefa, ou chora ou fica desanimada, e fica com um gostinho amargo de derrota.
É bondosa. Gosta de ajudar os outros, desde que isto não traga ameaça para si. Ensine-a a repartir as coisas e a mostrar amor e simpatia pelos outros, orando, dando ou fazendo algo.
É teimosa, e bate o pé quando as coisas não saem como ela quer, ou quando é obrigada a fazer algo que não quer fazer. Aprenda a boa arte de sugerir as coisas firmemente, mas sem rispidez. Ex.: Em vez de dizer: "Guarde os brinquedos, porque já vamos ouvir a história", diga: "Chegou a hora de ouvirmos mais uma parte da história de Jesus. Quem gosta de ouvir a história de Jesus? Então vamos todos guardar os brinquedos na caixa, antes de ouvir a história".
É medrosa demais. Evite dizer: "Se você não ficar quieto, vou falar com sua mãe". Evite histórias que causem medo: "... então veio um homem baixinho, de bigode, com um chapéu preto na cabeça. Ele veio devagarzinho... e zup! Agarrou o missionário, e ele gritou: "Ahhh!". Além de ficar com medo, ela vai pensar que todo homem baixinho é um bandido que agarra as pessoas.

Espiritualmente

Pensa em Deus de um modo pessoal e consegue dar-Lhe verdadeiro louvor. Leve-a a ter um contato pessoal com o Senhor através da oração de agradecimento, de petição, e pelas histórias da Bíblia. Diga-lhe repetidas vezes que Deus odeia seus pecados mas a ama muito.
Ela pergunta com freqüência sobre a morte, porque tem dúvidas. Responda com simplicidade, sem mostrar mistério ou cinismo.
Acredita nos adultos e está pronta a ouvir de Cristo. Seja verdadeiro e fale de Cristo de maneira bem simples. Faça um apelo após contar a história, ou em qualquer ocasião propícia. Depois que ela tomar a decisão, verifique se entendeu e fale sobre a certeza da salvação, caso tenha mesmo se decidido.
O QUE E COMO ENSINAR AS CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS

Use recursos visuais simples mas significativos para ela. Faça-a participar da aula, dramatizando, recortando a história, respondendo perguntas, ou fazendo algum trabalho manual. Não use comparações nem palavras figuradas na história. Esta deve ter seqüência lógica e ser curta. Fale pouco e de maneira clara. Modifique o tom e a entonação da voz, dependendo dos personagens e circunstâncias. Toda palavra nova deve ser explicada para evitar que a criança memorize coisas sem sentido. Cada verdade básica deve ser repetida muitas vezes, de várias maneiras. Evite dar duas explicações a uma mesma lição, pois pode causar confusão. Faça perguntas que a ajude a expressar suas idéias naturalmente, sem forçá-la, também sem depreciá-la quando não conseguir explicar aquilo que quer falar.

Planos de salvação

1. Eu pequei - Rm 3.23 - Sabe que você é pecador? Você diz mentiras, tem raiva do irmãozinho e desobedece? Isto tudo é pecado. O pecado separa você de Deus.
2. Deus me ama - Jo 3.16 - Deus odeia o pecado que você comete, mas Ele o ama tanto que fez uma coisa para você não ficar longe dEle: deu Jesus.
3. Cristo morreu por mim - Rm 5.8 - Cristo morreu em seu lugar para que você não fique mais separado de Deus.
4. Eu O aceito - Jo 1.12 - Se você receber Cristo em seu coração, você se torna filho de Deus, e seus pecados são perdoados. Quer orar a Jesus e pedir-Lhe para vir morar com você para sempre e limpar seu coração?
5. Estou salvo - Jo 1.12 ou Jo 5.24 - O que você fez? Isto: abriu o coração para Jesus entrar. Onde Ele mora agora? A Bíblia diz que Jesus nunca mais vai abandoná-lo. Você está seguro nas mãos de Deus.

AS CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS

Na idade de 7 a 9 anos a criança tem uma personalidade vibrante e curiosa, mas que também oferece momentos de frustração para o professor. Cada uma dessas idades - 7, 8 e 9 - tem suas características, necessidades e habilidades próprias. Não há dois alunos iguais; no entanto, há traços comuns a todos eles. Um bom conhecimento desses pontos análogos dará ao professor mais base para enfrentar e solucionar os problemas e necessidades de cada um.
Nessa idade, as crianças descobriram um mundo novo e estão vivendo intensamente dentro dele: é a escola secular - aulas, horários, responsabilidades, concorrência em notas, brigas durante o recreio, disciplina, hostilidade sem a proteção dos pais, coleguismo, realizações, recompensa, etc. Gostam da escola, da professora, dos seus cadernos de tarefa, enfim, do seu novo mundo. Sabem fazer comparações e descobrir se uma coisa é boa ou não, organizada ou não. E a escola dominical pode ficar em segundo plano se você, professor(a) dessa faixa etária, não levar a sério o trabalho de ensino.

As crianças nessa idade são parecidas entre si, porém, se formos analisar com cuidado cada idade, perceberemos que há diferenças bem visíveis na maneira de agir, de pensar e de aprender de cada idade, como iremos ver agora:

Características mentais

Estão aprendendo a raciocinar. Não lhes dê tudo mastigado. Não solucione os problemas deles, mas ajude-os a achar as soluções por si mesmos.
O período de atenção é mais prolongado do que o dos alunos de 4 a 6 anos; varia mais ou menos de 10 a 15 minutos.
Sete anos: estão aprendendo a ler e escrever, pois entraram para o primeiro ano.
Gostam de fatos reais mas também de fantasias, e já conseguem distinguir um do outro. Use ambos, mas com mais freqüência os fatos reais, para evitar o pensamento de que o cristianismo é algo imaginado.
Sua capacidade de expressão é limitada, mas têm boa memória. Ajude-os a se expressar em grupo, mas nunca force ninguém a participar contra a vontade. Se prometer algo, cumpra, pois eles se lembram sempre e vão deduzir que você é mentiroso, se não cumprir.
Oito anos: gostam de ler, de aprender e de responder e de responder rapidamente. Leve-os a participar o máximo da aula.
Gostam de pesquisar, de perguntar sobre o passado e o futuro, sobre outros povos, etc.
Nove anos: gostam de expor suas idéias, de discutir, de perguntar, de ouvir histórias e de dizer coisas engraçadas. Saiba ouvi-los e dê respostas simples e claras. Saiba aceitar certas brincadeiras inofensivas.
Gostam de ser desafiados. Desafie-os a trabalhar para Cristo. Evite pensar que são muito pequenos e não entendem nada sobre consagração.
São pensadores, críticos e têm boa memória. Não se espante com certas perguntas profundas que venham a fazer. Ajude-os a ver a parte boa das coisas e das pessoas. Dê-lhes oportunidade para memorizar versículos da Bíblia e princípios gerais.

Características físicas

Os músculos menores estão se desenvolvendo vagarosamente, e eles se cansam muito quando têm que realizar algo com muitos detalhes; portanto, não exija deles perfeição.
Sete anos: estão aprendendo a escrever. Colabore em seu desenvolvimento físico dando-lhes oportunidade de escrever versículos fáceis, palavras importantes, pintar figuras, etc.
Oito anos: gostam de se mostrar, fazendo coisas perigosas, como: sentar apoiando a cadeira num pé só, andar sobre um muro coberto de cacos de vidro; pegar bichinhos venenosos com garrafas ou brincar com bombinhas ou espingardas. Não mostre aprovação, nem grite para que parem, e nem mostre cuidado excessivo: porém, seja enérgico e faça-os parar quando estiverem fazendo algo muito perigoso. Chegue mais cedo para que a classe não vire uma confusão.
Nove anos: sua coordenação motora já está quase perfeita, mas não é perfeita. Gostam muito de projetos de mesa: construir, armar, recompor uma cena, etc.
Características sociais

Necessitam de companhia; são comunicativos e gostam de ser considerados alguém. Respeitam autoridade e são cooperadores.
Sete anos: gostam de agradar a professora dando-lhe presentes, e com conversas ou piadas. Mostre que você realmente se agrada dos presentes, porém deixe claro que isso não vai lhes trazer benefícios especiais nem vantagem sobre os outros.
Não gostam do sexo oposto; são antagônicos. Evite colocar meninos e meninas juntos em qualquer atividade de grupo.
Ficam acanhados em ambientes novos. Crie na classe um ambiente familiar e afetuoso.
Oito anos: são egoístas e egocêntricos. Incentive-os a ajudar outras pessoas.
Nove anos: desejam amizades sólidas. Apresente-lhes Cristo como Aquele que nunca muda. Gostam de atividades competitivas ou cooperativas. Proporcione-lhes ambos os tipos de atividades.

Características emocionais

Imaturos. São imprevisíveis e se desanimam com a mesma facilidade com que se animam a fazer alguma coisa: fogo de palha.
Não se impressione com suas reações. Não espere demais deles só por já estarem mais desenvolvidos. Incentive-os a continuar o que começaram. Instrua-os dentro de sua própria capacidade de ação.
Rebelam-se contra exigências pessoais, quando se sentem magoados. Ensine a obediência através de sugestões e com amor, e nunca dando ordens. O ambiente os influencia muito e podem estourar com facilidade. Aja com calma, sorria sempre, mas nunca ria deles.
Sete anos: dependem muito do ambiente. O ambiente é que vai determinar o aprendizado. Proporcione um ambiente bem sugestivo que contribua para o aprendizado.
Oito anos: criam seu próprio ambiente e fazem com que outros dependam dele. Cuidado com as panelinhas, pois podem destruir a classe. Seja um guia bem sensível às reações dos alunos e procure perceber se certo grupo está reagindo contra você, contra a classe ou contra o ambiente. Quando descobrir a causa, faça tudo para solucionar o problema.

Nove anos: são capazes de cooperar para manter um ambiente muito agradável. Incentive-os a cooperarem para o bom funcionamento da classe. Vibram quando a classe toda se envolve num projeto ou quando há competição entre sua classe e outra. Tome cuidado para que a competição em si não seja mais importante do que o propósito dela. Ficam arrasados quando o seu grupo perde uma competição. 

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