sexta-feira, 2 de agosto de 2013

educação crista curso de teologia.

Pensa em Deus de um modo pessoal e consegue dar-Lhe verdadeiro louvor. Leve-a a ter um contato pessoal com o Senhor através da oração de agradecimento, de petição, e pelas histórias da Bíblia. Diga-lhe repetidas vezes que Deus odeia seus pecados mas a ama muito.
Ela pergunta com freqüência sobre a morte, porque tem dúvidas. Responda com simplicidade, sem mostrar mistério ou cinismo.
Acredita nos adultos e está pronta a ouvir de Cristo. Seja verdadeiro e fale de Cristo de maneira bem simples. Faça um apelo após contar a história, ou em qualquer ocasião propícia. Depois que ela tomar a decisão, verifique se entendeu e fale sobre a certeza da salvação, caso tenha mesmo se decidido.
O QUE E COMO ENSINAR AS CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS

Use recursos visuais simples mas significativos para ela. Faça-a participar da aula, dramatizando, recortando a história, respondendo perguntas, ou fazendo algum trabalho manual. Não use comparações nem palavras figuradas na história. Esta deve ter seqüência lógica e ser curta. Fale pouco e de maneira clara. Modifique o tom e a entonação da voz, dependendo dos personagens e circunstâncias. Toda palavra nova deve ser explicada para evitar que a criança memorize coisas sem sentido. Cada verdade básica deve ser repetida muitas vezes, de várias maneiras. Evite dar duas explicações a uma mesma lição, pois pode causar confusão. Faça perguntas que a ajude a expressar suas idéias naturalmente, sem forçá-la, também sem depreciá-la quando não conseguir explicar aquilo que quer falar.

Planos de salvação

1. Eu pequei - Rm 3.23 - Sabe que você é pecador? Você diz mentiras, tem raiva do irmãozinho e desobedece? Isto tudo é pecado. O pecado separa você de Deus.
2. Deus me ama - Jo 3.16 - Deus odeia o pecado que você comete, mas Ele o ama tanto que fez uma coisa para você não ficar longe dEle: deu Jesus.
3. Cristo morreu por mim - Rm 5.8 - Cristo morreu em seu lugar para que você não fique mais separado de Deus.
4. Eu O aceito - Jo 1.12 - Se você receber Cristo em seu coração, você se torna filho de Deus, e seus pecados são perdoados. Quer orar a Jesus e pedir-Lhe para vir morar com você para sempre e limpar seu coração?
5. Estou salvo - Jo 1.12 ou Jo 5.24 - O que você fez? Isto: abriu o coração para Jesus entrar. Onde Ele mora agora? A Bíblia diz que Jesus nunca mais vai abandoná-lo. Você está seguro nas mãos de Deus.

AS CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS

Na idade de 7 a 9 anos a criança tem uma personalidade vibrante e curiosa, mas que também oferece momentos de frustração para o professor. Cada uma dessas idades - 7, 8 e 9 - tem suas características, necessidades e habilidades próprias. Não há dois alunos iguais; no entanto, há traços comuns a todos eles. Um bom conhecimento desses pontos análogos dará ao professor mais base para enfrentar e solucionar os problemas e necessidades de cada um.
Nessa idade, as crianças descobriram um mundo novo e estão vivendo intensamente dentro dele: é a escola secular - aulas, horários, responsabilidades, concorrência em notas, brigas durante o recreio, disciplina, hostilidade sem a proteção dos pais, coleguismo, realizações, recompensa, etc. Gostam da escola, da professora, dos seus cadernos de tarefa, enfim, do seu novo mundo. Sabem fazer comparações e descobrir se uma coisa é boa ou não, organizada ou não. E a escola dominical pode ficar em segundo plano se você, professor(a) dessa faixa etária, não levar a sério o trabalho de ensino.

As crianças nessa idade são parecidas entre si, porém, se formos analisar com cuidado cada idade, perceberemos que há diferenças bem visíveis na maneira de agir, de pensar e de aprender de cada idade, como iremos ver agora:

Características mentais

Estão aprendendo a raciocinar. Não lhes dê tudo mastigado. Não solucione os problemas deles, mas ajude-os a achar as soluções por si mesmos.
O período de atenção é mais prolongado do que o dos alunos de 4 a 6 anos; varia mais ou menos de 10 a 15 minutos.
Sete anos: estão aprendendo a ler e escrever, pois entraram para o primeiro ano.
Gostam de fatos reais mas também de fantasias, e já conseguem distinguir um do outro. Use ambos, mas com mais freqüência os fatos reais, para evitar o pensamento de que o cristianismo é algo imaginado.
Sua capacidade de expressão é limitada, mas têm boa memória. Ajude-os a se expressar em grupo, mas nunca force ninguém a participar contra a vontade. Se prometer algo, cumpra, pois eles se lembram sempre e vão deduzir que você é mentiroso, se não cumprir.
Oito anos: gostam de ler, de aprender e de responder e de responder rapidamente. Leve-os a participar o máximo da aula.
Gostam de pesquisar, de perguntar sobre o passado e o futuro, sobre outros povos, etc.
Nove anos: gostam de expor suas idéias, de discutir, de perguntar, de ouvir histórias e de dizer coisas engraçadas. Saiba ouvi-los e dê respostas simples e claras. Saiba aceitar certas brincadeiras inofensivas.
Gostam de ser desafiados. Desafie-os a trabalhar para Cristo. Evite pensar que são muito pequenos e não entendem nada sobre consagração.
São pensadores, críticos e têm boa memória. Não se espante com certas perguntas profundas que venham a fazer. Ajude-os a ver a parte boa das coisas e das pessoas. Dê-lhes oportunidade para memorizar versículos da Bíblia e princípios gerais.

Características físicas

Os músculos menores estão se desenvolvendo vagarosamente, e eles se cansam muito quando têm que realizar algo com muitos detalhes; portanto, não exija deles perfeição.
Sete anos: estão aprendendo a escrever. Colabore em seu desenvolvimento físico dando-lhes oportunidade de escrever versículos fáceis, palavras importantes, pintar figuras, etc.
Oito anos: gostam de se mostrar, fazendo coisas perigosas, como: sentar apoiando a cadeira num pé só, andar sobre um muro coberto de cacos de vidro; pegar bichinhos venenosos com garrafas ou brincar com bombinhas ou espingardas. Não mostre aprovação, nem grite para que parem, e nem mostre cuidado excessivo: porém, seja enérgico e faça-os parar quando estiverem fazendo algo muito perigoso. Chegue mais cedo para que a classe não vire uma confusão.
Nove anos: sua coordenação motora já está quase perfeita, mas não é perfeita. Gostam muito de projetos de mesa: construir, armar, recompor uma cena, etc.
Características sociais

Necessitam de companhia; são comunicativos e gostam de ser considerados alguém. Respeitam autoridade e são cooperadores.
Sete anos: gostam de agradar a professora dando-lhe presentes, e com conversas ou piadas. Mostre que você realmente se agrada dos presentes, porém deixe claro que isso não vai lhes trazer benefícios especiais nem vantagem sobre os outros.
Não gostam do sexo oposto; são antagônicos. Evite colocar meninos e meninas juntos em qualquer atividade de grupo.
Ficam acanhados em ambientes novos. Crie na classe um ambiente familiar e afetuoso.
Oito anos: são egoístas e egocêntricos. Incentive-os a ajudar outras pessoas.
Nove anos: desejam amizades sólidas. Apresente-lhes Cristo como Aquele que nunca muda. Gostam de atividades competitivas ou cooperativas. Proporcione-lhes ambos os tipos de atividades.

Características emocionais

Imaturos. São imprevisíveis e se desanimam com a mesma facilidade com que se animam a fazer alguma coisa: fogo de palha.
Não se impressione com suas reações. Não espere demais deles só por já estarem mais desenvolvidos. Incentive-os a continuar o que começaram. Instrua-os dentro de sua própria capacidade de ação.
Rebelam-se contra exigências pessoais, quando se sentem magoados. Ensine a obediência através de sugestões e com amor, e nunca dando ordens. O ambiente os influencia muito e podem estourar com facilidade. Aja com calma, sorria sempre, mas nunca ria deles.
Sete anos: dependem muito do ambiente. O ambiente é que vai determinar o aprendizado. Proporcione um ambiente bem sugestivo que contribua para o aprendizado.
Oito anos: criam seu próprio ambiente e fazem com que outros dependam dele. Cuidado com as panelinhas, pois podem destruir a classe. Seja um guia bem sensível às reações dos alunos e procure perceber se certo grupo está reagindo contra você, contra a classe ou contra o ambiente. Quando descobrir a causa, faça tudo para solucionar o problema.
Nove anos: são capazes de cooperar para manter um ambiente muito agradável. Incentive-os a cooperarem para o bom funcionamento da classe. Vibram quando a classe toda se envolve num projeto ou quando há competição entre sua classe e outra. Tome cuidado para que a competição em si não seja mais importante do que o propósito dela. Ficam arrasados quando o seu grupo perde uma competição.

Características espirituais

Sete anos: são impacientes e querem saber tudo agora.
Gostam da escola dominical e têm fé em Deus. Nessa idade já podem entender que Cristo os comprou com o Seu sangue, e que já não pertencem a si mesmos, mas a Ele.
Oito anos: gostam de um cristianismo exclusivo. Ajude-os a conhecer a Cristo, e a andar com Ele em sua vida diária. Procure entender bem suas reações e mostre-se compreensivo.
Nove anos: estão saindo do seu exclusivismo e o mundo à sua volta os preocupa; querem trabalhar para Cristo.

O QUE E COMO ENSINAR AS CRIANÇAS DE 7 A 9 ANOS

Sete anos: Estimule-os a ler o livro do aluno e versículos simples, na própria Bíblia ou escritos no quadro-negro. Dê a eles versículos para copiarem na classe e em casa, como tarefa. Faça-os participar bastante da classe deixando que segurem cartazes com cânticos, recontem histórias, armem quebra-cabeças de versículos, etc. Evite contar histórias em capítulo por muito tempo, pois podem ficar desinteressados. Ensine-lhes a pedir a Deus a solução de qualquer problema.
Oito anos: Conte-lhes histórias interessantes, use ilustrações atuais, faça-os pesquisar sobre costumes e histórias dos tempos antigos. Dê a eles tarefas difíceis e desafie-os a realizá-las. Ensine-os a pensar nos outros, que Jesus é o melhor amigo que existe e está pronto a ajudá-los em qualquer situação.
Nove anos: Conte histórias bíblicas de uma forma atual, interessante, prática, relacionando as lições bíblicas com os fatos atuais. Como nesta idade eles desejam amizades sólidas, apresente Cristo como Aquele que nunca muda. Dê-lhes bastante trabalho prático: dobrar e distribuir folhetos, fazer evangelismo individual, dar o testemunho pessoal, participar de um conjunto musical, etc.

AS CARACTERÍSTICAS DOS PRÉ-ADOLESCENTES

O pré-adolescente não é mais uma criança, mas também não preenche plenamente as qualificações de um adolescente. Age como criança muitas vezes, porém fica zangado quando o consideram como tal. Ele vive as mais fantásticas aventuras e experiências, e sente necessidade de ser liderado por uma pessoa que o compreenda e o ajude a se conhecer a si mesmo. Por causa da atitude crítica, insinuosa e até marginalizadora, própria dos pré-adolescentes, muitos são chamados por alguns adultos de "moleques", "pestinhas" e "endiabrados". Contudo, vale a pena conhecê-los e ajudá-los nessa fase tão difícil e tão decisiva da vida.

Fisicamente

Estão ganhando força, apesar de haver um estacionamento no desenvolvimento físico. Gostam de lutar e de fazer bagunça. Chegue à classe antes dos alunos e distribua algo atrativo e útil para fazerem até o início da lição.
Há uma diferença muito grande entre o desenvolvimento físico das meninas e o dos meninos. Muitas garotas estão um ano na frente dos garotos. Algumas já entraram na fase menstrual e sentem que não são mais crianças, ao passo que os garotos agem e pensam como crianças. Enquanto os meninos se divertem com atividades brutas, as meninas são mais reservadas e preferem atividades mais calmas. Você deve levar em conta estas grandes diferenças, ao fazer o planejamento de quaisquer atividades.

Mentalmente

São vivos e gostam de fazer perguntas. Têm boa memória, porém não pensam em profundidade. Têm consciência de tempo e distância. Gostam de colecionar "coisas". Lêem muito. Têm grande interesse em conhecer pessoalmente ou ler e ouvir a respeito de heróis.

Socialmente

Sentem uma necessidade grande de pertencer a um grupo que lhes dê segurança. Preferem o seu grupo mais que a família. Lutam pelos direitos do grupo. Gostam de organizar grupos do mesmo sexo. As meninas pensam mais em namoro que os meninos. Ocasião propícia para aconselhamento; evite classes mistas. Adoram heróis e são perfeccionistas. Odeiam fraquezas pessoais. Gostam de ter responsabilidades. Rebelam-se contra a autoridade. Seja um guia, um líder e não um ditador. Sempre peça sugestão à classe, mas não de maneira que demonstre insegurança. Crie um ambiente de liberdade, mas controlado por você.

Emocionalmente

São instáveis emocionalmente. O desequilíbrio é demonstrado em todas as ocasiões: são alegres ou fechados demais; mostram amizade em excesso e, de repente, voltam-se contra o melhor amigo. Ora estão calmos; ora preocupados, e assim por diante. Seja amigo constante, sincero e que inspire confiança e segurança. Não gostam de manifestações de afeto. Evite abraçar ou colocar a mão nos seus ombros. Ame-os não com palavras e gestos, mas de verdade. São dados a valentias, pois gostam de participar de coisas empolgantes. Mostre que muitas vezes é melhor fugir de um perigo inútil do que enfrentá-lo e sofrer conseqüências graves. São sensíveis ao desprezo, à falta de amor e à hipocrisia. Fale de Cristo e leve-os a viver Cristo.

Espiritualmente

Eles possuem padrões elevados para si mesmos. Reconhecem o pecado como algo que desagrada a Deus e a si mesmos. Têm fome de Deus. Sua fé é simples e sua cabeça está cheia de dúvidas sobre a Bíblia. Gostam de encontrar resposta por si mesmos na Bíblia. Estão começando a compreender melhor os simbolismos. Querem a Cristo como Salvador e Senhor.

O QUE E COMO ENSINAR AOS PRÉ-ADOLESCENTES

Tenha um programa ativo, envolvendo-os ao máximo em alguma atividade onde possam usar as suas forças. Dê-lhes oportunidade de pensarem, perguntarem e se expressarem. Encoraje e motive a memorização de versículos, hinos e fatos bíblicos. Ensine-lhes cronologia e geografia bíblica. Use mapas e gráficos em seu ensino. Encoraje-os a ter passatempos úteis. Ensine-os a escolher boa literatura; ajude-os na formação de bons hábitos de leitura; apresente a Bíblia como sendo o melhor livro que existe. Apresente histórias de heróis bíblicos e também de outros como: Carey, Simonton, José Manoel da Conceição, Robert e Sarah Kalley, etc. Será bom, algumas vezes, levar à classe missionários que estão na obra e cujas experiências sirvam para despertá-los para o serviço do Senhor.

Promova reuniões sociais e passeios para a classe, com o intuito de preencher as necessidades sociais deles, dentro de um ambiente cristão. Aproveite para motivar a classe a estudar a lição da escola dominical, através de uma competição não individual, mas entre grupos. Deve tomar muito cuidado para que o espírito de "só os do meu grupo" não leve à marginalização de outros de fora do grupo. Ensine-lhes padrões bíblicos através de princípios bíblicos. Dê-lhes oportunidades de acordo com as suas capacidades e gostos. E como gostam de humorismo, ensine-os a cultivar o humorismo são e evitar o mal.

Explique-lhes o valor do sangue de Cristo (1 Jo 1.9). Proporcione oportunidades de conhecerem melhor a Deus. Desafie-os a orar, fazendo pedidos específicos e, pela resposta de Deus, vão saber da realidade de Deus e Sua atuação hoje na vida diária. Envolva-os em diversos ministérios e responda a todas as perguntas de maneira simples e objetiva. Ofereça-lhes as ferramentas próprias para descobrir soluções para seus problemas; por exemplo, um método de estudo bíblico. Use simbolismo, mas certifique-se de que estão entendendo. Leve-os aos pés do Salvador e ajude-os a entender a importância de colocar a Cristo como líder de suas vidas. Nessa fase o professor deve nutri-los, mais do que lançar desafio após desafio, pois, como disse alguém, "O que o indivíduo aprende na idade de 10 a 12 anos leva consigo até o túmulo".

AS CARACTERÍSTICAS DOS ADOLESCENTES

Queremos apresentar-lhe uns indivíduos suspeitos, desajeitados, problemáticos, rebeldes e inconstantes, que freqüentam a nossa escola dominical: são os adolescentes.

Creio que ninguém apresentaria uma pessoa dessa maneira, mas quantos já pensaram nestes termos, ao depararem com os alunos na faixa de idade entre 13 e 16 anos, que mal respondem ao seu tão cordial "bom dia"?

Por que agem dessa maneira? A causa é terem descoberto a existência de dois mundos: um, que é o seu, interior, e outro, exterior, o mundo dos adultos. Sentem o peso e a pressão vindos tanto de dentro de si quanto do mundo exterior. Na tentativa de se adaptarem a esses dois mundos tão conflitantes entre si é que surge a rebelião, que pode ser expressa de várias maneiras. Você terá mais condições de ajudá-los, conhecendo-os melhor.

Fisicamente
Estão se desenvolvendo rapidamente e tanto podem estar muito bem dispostos quanto não querendo fazer absolutamente nada. O adolescente é desajeitado por causa da súbita transformação física. Seja paciente e procure compreender seus atos abrutalhados. Sua voz está mudando. Principalmente a do rapaz. Não o embarace pedindo que declame ou cante diante da igreja, pois sua voz pode mudar de tom várias vezes e ele teme o vexame.
Freqüentemente, a razão pela qual um adolescente não quer ir à escola dominical são as espinhas que, para seu tormento, começam a surgir e enfear seu rosto.
Peça a Deus discernimento para descobrir as causas dos problemas do adolescente, pois estes algumas vezes parecem tolos aos olhos dos adultos, mas são terríveis para ele.

Mentalmente

Sua capacidade de raciocínio está se desenvolvendo e ele está em busca de novidades. Sua imaginação adquiriu mais vida e recebe sugestões até demais! Quer saber para que serve o que está fazendo. Por exemplo, a memorização de versículos.

Socialmente

Quer ser adulto e independente e pertencer a uma comunidade. Gosta de grupos fechados. Mostre-lhe a alegria que temos em poder pertencer a Cristo, pois Ele nos possibilita uma comunhão genuína com outros cristãos. Faça-o sentir que é querido pela sua classe, que você o considera importante e que sua ausência é sentida por todos. Pouco vai adiantar convencê-lo de que os crentes são melhores do que os seus amigos do mundo, ou explicar-lhe as vantagens de freqüentar a escola dominical. O que realmente o prenderá ao meio evangélico será a certeza de que é realmente querido e que a sua opinião é ouvida e valorizada.

Fica encabulado com facilidade e tem consciência de seus problemas. Mostre-lhe que outras pessoas têm os mesmos problemas, mas que a vitória é pessoal. Incentive-o a ter Cristo como o seu melhor amigo. Ele cultua heróis mais sofisticados. Às vezes sonha que é campeão de Fórmula 1 correndo nas pistas internacionais; em outras fala, anda e age como o galã que viu "naquele filme". Quando se sente frustrado por não poder comprar "aquela mota" ou qualquer outra coisa, tem desejo de ser rico, rico... riquíssimo. É profundamente leal ao seu grupo. Incentive-o a ser leal também à sua escola, igreja, grupo de amigos evangélicos, família, etc. Tem interesse pelo sexo oposto. Providencie reuniões sociais mistas. É sempre bom ter comes e bebes nessas reuniões, pois nessa fase de crescimento o adolescente sente muita necessidade de comer.

Emocionalmente

Seus sentimentos são inconstantes e suas emoções são intensas.

Espiritualmente
Está pronto para a salvação. Quer uma fé que seja prática. Está cheio de dúvidas sobre o cristianismo. Quer fazer algo e está procurando um ideal. Aproveite suas aptidões, após um bom treinamento.

O QUE E COMO ENSINAR AOS ADOLESCENTES

Varie os métodos de instrução para manter o nível de interesse. Faça com que participem ativamente da aula. Ajude seu aluno adolescente a descobrir verdades bíblicas por si próprio, deixando-o procurá-las na classe e em casa. Aproveite a imaginação deles para dar colorido aos textos bíblicos. Estimule-os a contribuir com idéias e sugestões. Recomende-lhes bons livros evangélicos e traga preletores cristãos para falar sobre sexo e drogas, pois a curiosidade é tamanha nessas áreas que muitos vão querer conhecer mais sobre o assunto através de livros ou colegas, caso a igreja não a satisfaça. Quando responder perguntas, explicar ou aconselhar sobre sexo, dê respostas corretas e sinceras, sem dar a impressão de que o sexo é algo sujo ou proibido. Esteja atento para descobrir por que seu aluno está fazendo aquela pergunta. Tenha sempre ilustrações práticas, claras e reais em mente, para que ele não venha a pensar que é a primeira pessoa a lhe fazer pergunta sobre o assunto e que você está embaraçado...

Nunca o mande fazer algo sem explicar-lhe o seu objetivo; inculca em sua mente o poder da Palavra de Deus na vida prática. Cristo venceu a tentação usando versos bíblicos. O Salmo 119.9 seria um bom versículo para memorizarem. Tenha o cuidado de não dar aulas em um nível inferior àquele em que o adolescente se encontra. Delegue responsabilidades, ensine-o a respeitar os pais e outros adultos em geral. Não indague insistentemente quando lhe delegar responsabilidades. Saiba perguntar sobre o andamento do projeto e, se for preciso, dê sugestões práticas, sem contudo fazer imposições. Ele detesta ser mandado por adultos.

Procure conduzir seus pensamentos em direção a Cristo. Tenha o cuidado para não dar a idéia de que o apóstolo Paulo foi melhor do que Cristo ou que Paulo era tão perfeito quanto Cristo. Apresente o evangelho de maneira positiva. Seja um professor equilibrado. Tenha calma quando for aconselhá-lo. Dirija seus pensamentos para Cristo. Explique-lhe a importância de se ter autocontrole.
Leve-o a Cristo. Caso seja crente, ajude-o no seu crescimento, ensinando-lhe as coisas básicas da vida cristã: oração, hora devocional, estudos bíblicos... Aplique as verdades bíblicas à vida de cada aluno. Faça sempre uma aplicação geral e outra específica, usando perguntas: como você pode aplicar isto à sua vida diária? Por que isto é importante? Esta verdade vai fazer alguma diferença em sua vida? Dê-lhes oportunidades de fazerem perguntas. Responda sempre apontando os princípios bíblicos. É importante que o adolescente saiba, com suas próprias palavras, dar a razão de sua fé em Cristo.

AS CARACTERÍSTICAS DOS JOVENS

Apesar de alguns adultos se preocuparem com a insensibilidade dos jovens para com as coisas espirituais existem muitos deles que estão ansiosos por conhecer a verdade. Não se pode mais ignorar o fato de que os jovens se despertaram para Jesus. Mais do que nunca, eles estão interessados não só em ouvir o que Deus tem a lhes dizer em Sua Palavra, como também em praticar o que ouvem. Será que a escola dominical os está ajudando positivamente? Está encorajando e sustentando esta onda de avivamento? Será que sua vida, professor, poderá motivar seus alunos a crescer? Certamente poderá, se você, em vez de levantar barreiras de preconceitos, incompreensão e indiferença, construir pontes de comunicação, compreensão e respeito. E o primeiro passo para isso é conhecer bem quem está do outro lado da ponte.

Fisicamente

Muitos jovens têm problemas sérios na questão da auto-aceitação. Cada um gostaria de mudar alguma coisa no modo como Deus o criou. Como líder, você deve enfatizar o fato de que a verdadeira beleza é a interior, que surge quando aprendemos a agradecer a Deus pela maneira como Ele nos fez. Deve também mostrar a diferença entre o julgamento de Deus e o dos homens (1 Sm 16.7).
Boa parte deles já são donos de sua vida, e por isso tem a tendência de se descuidar da saúde. Você deve alertá-los para o fato de que o corpo necessita de repouso, higiene e alimentação adequada.

Mentalmente

Sua capacidade de raciocínio já está bem desenvolvida. Querem ter liberdade para discutir assuntos que provoquem polêmica, e os mais preferidos são os de ordem mundial, filosófica e ideológica. Gostam também de conversar sobre pessoas do sexo oposto. Sentem necessidade de conversar sobre assuntos práticos que estejam relacionados com a sua vida e carreira. Pensam muito e fazem perguntas desejando obter respostas bem pensadas. Não aceitam nada sem explicação ou motivo justo ou lógico.

Socialmente

Sentem muita necessidade de ter comunhão fraternal com os irmãos em Cristo. Gostam de ter contato com o sexo oposto. Há perigo de o jovem ser descuidado e precipitado na escolha do cônjuge. A solidão e a necessidade de ser amado muitas vezes levam o jovem a tomar decisões que trazem conseqüências trágicas: casamento misto, gravidez prematura, amor livre, etc. Os jovens devem aprender a esperar em Deus, para experimentar a vontade de Deus em cada área da sua vida, vontade que é boa, agradável e perfeita. Devem se conscientizar do fato de que, se estiverem dentro do plano de Deus, nada sairá errado.

Emocionalmente

Geralmente são controlados emocionalmente. Já aprenderam a substituir as explosões de temperamento por demonstrações de cinismo e chacota. Muitos, porém, têm dificuldade em controlar as emoções.
Espiritualmente

Eles gostariam que a igreja, ao invés de ser uma organização com regrinhas para serem cumpridas, funcionasse como um organismo vivo e atendesse mais diretamente às suas necessidades pessoais. Almejam ver funcionando na prática muitos dos princípios bíblicos pregados do púlpito, tais como: amor, compreensão, respeito, etc. Estão interessados em dar uma resposta mais adequada e menos mística, quando questionados a respeito de sua fé.

O QUE E COMO ENSINAR AOS JOVENS

Geralmente os jovens têm problemas com a mente. O professor poderá ajudá-los nesta área recomendando a memorização de versículos (como por exemplo o Salmo 119.11) e a meditação neles durante o dia, a fim de se apropriarem do ensinamento aprendido. Em oração particular devem colocar diante do Senhor suas dificuldades nesta área e o desejo sincero de uma renovação mental (Rm 12.1,2).

Os jovens têm muitas dúvidas quanto à sua vocação, a escolha da cara metade e a vontade de Deus. O professor deve procurar relacionar Cristo aos problemas da vida usando tópicos como: "O que é serviço cristão?", "O que é consagração verdadeira?", "O casamento do ponto-de-vista de Deus", "Como Deus revela sua vontade", etc. Uma experiência pessoal do professor, contada com sinceridade e amor, vale muito mais do que muitos princípios de teoria.

O professor deve ensiná-los o que é verdadeiro e bíblico, para evitar a formação de conceitos falsos acerca do caráter cristão. É necessário gastar bastante tempo com eles estudando sobre o Corpo de Cristo e seus aspectos práticos: unidade da Igreja, diversidade dos membros através dos dons e a interdependência dos membros. O ideal seria que cada jovem pudesse descobrir seu dom específico, o seu ministério e como atuar nele. Assim evitaria gastar o resto da vida em atividades e lugar não determinados pelo Senhor.

A CLASSE DE ADULTOS

Os adultos também têm necessidades mentais, sociais, emocionais e espirituais. A Igreja, como Corpo de Cristo, tem a tarefa de suprir essas necessidades. A escola dominical, como agência da igreja local, pode e deve colaborar muito nesse sentido. Uma das maneiras é:
Estudo bíblico dinâmico

1. Desperte o interesse

Sem o interesse da pessoa não se conseguirá muita coisa. Como despertar o interesse? Apresente um desafio à pessoa, pois os adultos aceitam desafios e querem ser desafiados com coisas que realmente sejam importantes. A maneira mais prática é dar uma tarefa que eles tenham condições de executar.
2. Interaja

Na escola dominical deve-se dar aos alunos a chance de escolher alguns temas de maior necessidade pessoal. Exemplos: lar cristão, finanças, segunda vinda de Cristo, como estudar a Bíblia (métodos de estudo bíblico), etc.

Estudo bíblico prático

Uma característica marcante dos adultos: sabem mais do que fazem. São inimigos do trivial. Têm as preocupações do dia-a-dia, como, por exemplo, finanças e família. Desejam servir e ser úteis ao Senhor e desejam desenvolver uma filosofia cristã prática, para a vida. Falando em estudo bíblico, é bom ressaltar que o professor deve ensinar com seriedade, dando alimento espiritual sólido, pois os adultos não gostam de coisas superficiais.

Dê oportunidades para as pessoas contarem suas vitórias e derrotas
Entre outras coisas, isso ajuda a satisfazer certas necessidades sociais do adulto: o desejo de companheirismo, desejo de aprovação do grupo e o senso de valor pessoal. Muitos enfrentam problemas quanto às relações humanas e alguns experimentam solidão. Temos necessidade de falar e de ouvir.

Não adianta querer ministrar à pessoa, com matérias, se ela não externar aquelas coisas que estão lhe causando problemas. Mas cuidado para a aula não virar um bate-papo sem finalidade. O uso de certas perguntas ajuda a dirigir a conversa para um fim proveitoso. Por exemplo: "O que Deus fez por você nesta semana? Como Deus o usou para ajudar outras pessoas? Como você colocou em prática os princípios da Palavra de Deus, estudados na semana passada?".
Leve os participantes a se interessarem uns pelos outros

1. Oração mútua

Incentive cada aluno (ou participante) a orar diariamente pelos outros componentes do grupo, de maneira pessoal, citando seus nomes. Nunca devem se esquecer de orar pela obra missionária em geral e pelos missionários em particular.

2. Prestação de serviço e hospitalidade

O professor deve mostrar com exemplos bíblicos que quando alguém precisa de ajuda, o grupo todo tem a responsabilidade de se interessar e fazer alguma coisa por ele.
Estabeleça alvos em conjunto e desafie o grupo a alcançá-los
Quantas novas pessoas vão ser alcançadas nos próximos 6 meses? E no próximo ano? Quantas vão passar adiante o que estão recebendo? Para que os alunos possam edificar outros, eles precisam de uma edificação sólida. E se você é professor, então esta é sua tarefa.
(Uma adaptação de "O Bom Professor Conhece Os Seus Alunos" por Josivaldo de França Pereira)

Parte IV
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PROFESSOR
 As características do professor estão muito ligadas à sua personalidade e ao seu caráter.
Estas características são também individuais e dependem da situação e da matéria.
Sugerimos que você faça uma lista que contenha 5 (cinco) características de um bom e experiente professor.

Geralmente os educadores estão de acordo com respeito às qualidades necessárias.
Como resultado de um seminário, professores elaboram uma lista que contém as características (importantes) de um bom professor, a saber:

1. Conhece profundamente a matéria a ser ensinada.
2. Prepara cada aula de forma específica, identificando claramente o objetivo de cada lição e aula.
3. Explica aos alunos o objetivo da lição.
4. Explica o motivo da tarefa a ser realizada.
5. Cria um ambiente agradável para o aprendizado.
6. Gosta de trabalhar com os alunos.
7. Dá instruções claras e é bem organizado.
8. Apresenta o conteúdo da matéria com modelos ou exemplos.
9. Mantém-se dentro dos limites do objetivo.
10. Exige muito dos alunos, treina-os para que sejam responsáveis quanto ao estudo.
11. Atua de maneira constante.
12. É dedicado e responsável, exige muito de si mesmo.
13. É criativo, versátil na maneira de ensinar, possui novas idéias e novos materiais.
14. É entusiasta e enérgico, porém aceita idéias dos alunos.
15. Notifica o aluno quanto ao seu aproveitamento.
16. É flexível, está sempre disposto a dar e receber (aconselhar e escutar).
17. Provê oportunidades de aprendizagem para os alunos atrasados ou avançados sem causar embaraços, isto é, adapta o ensino segundo as necessidades individuais dos alunos.
18. Estimula a sala de aula para que haja respeito mútuo e cooperação (lições e pesquisas em grupo).
19. Trata os alunos como indivíduos.
20. Respeita as opiniões dos alunos, reagindo sempre de maneira construtiva.
21. Encoraja os alunos a melhorar e ter um bom conceito de si mesmos.
22. Tem senso de humor, expressa seus sentimentos e atitudes.
23. Tem um relacionamento amigável com os alunos, mantendo a disciplina.
24. Coopera com os outros professores.
25. Veste-se de forma adequada.
26. Usa métodos de ensino comprovados.
27. Continua seu desenvolvimento profissional.
28. Conhece a vida pessoal dos alunos.
29. Importa-se em conhecer a comunidade e os recursos locais.

Várias pesquisas indicam cinco pontos essenciais que descrevem um bom professor. São eles:

1) Conhecer bem a matéria.
2) Tratar os alunos como indivíduos e ser amigável.
3) Ser criativo, entusiasta e inovador no preparo das aulas.
4) Ser exigente e manter a disciplina.
5) Manter-se dentro dos limites do objetivo.

CARACTERÍSTICAS DOS ALUNOS DESSES PROFESSORES

1. Demonstram conhecimento da aula.
2. Têm uma atitude amigável uns para com os outros e para com o professor.
3. São responsáveis quanto ao aprendizado.
4. Respeitam o currículo e a escola.
5. Aprendem conceitos, habilidades e atitudes conforme o currículo, segundo os resultados dos testes correspondentes.
6. Demonstram um comportamento que indica uma atitude positiva para com os outros alunos e para consigo mesmos.
7. Geralmente não existe nenhum problema de comportamento em sala de aula.
8. Aprendem muito mais e melhor.

Parte V
EDUCAÇÃO RELIGIOSA
Refletindo sobre seus benefícios
Para a compreensão dos benefícios a serem obtidos da Educação Religiosa pela igreja local, é necessária uma compreensão das potencialidades do ser humano que está envolvido na sua docência e na sua discência. Não é demais repetir que vivemos num mundo secularizado, maquinizado e despersonalizador.

No entanto, a igreja vive, pensa e age noutra esfera: tem um objetivo espiritual, busca a vontade de Deus e o reconhecimento do ser individual. É grande inspiração para o servo de Deus ler na Sagrada Escritura: "... eu te chamo pelo teu nome; ponho-te o teu sobrenome", "não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu", e ainda, sobre Jesus Cristo: "as ovelhas ouvem a sua voz; e ele chama pelo nome as suas ovelhas" (Is 45.4b; 43.1b; Jo 10.3b). É a personalização do povo de Deus, coisa não muito acentuada no contexto secularizado em que trabalhamos, estudamos e vivemos, quando se é apenas o número do CIC, do RG, ou da Conta Bancária, e que há de ser ênfase na Igreja de Cristo.

A pessoa humana é imagem e semelhança do Criador, e confiado lhe foi gerenciar este mundo para revitalizá-lo e fazê-lo produzir sem agressões ao meio ambiente. É um ser de possibilidades: cresce, adapta-se, pensa, reflete, cria, transforma, molda, age e interage. A esse ser pleno de possibilidades, a igreja repassa os benefícios da Educação Religiosa.

O papel do educador religioso está em orientar este ser humano para a vida em Cristo, guiando-o à maturidade espiritual. A afirmação de Paulo, "para mim o viver é Cristo" (Fl 1.21), passa a ser programa de vida, verdade de conduta, vida de fé. Naturalmente, o principal agente da Educação Religiosa se torna a igreja local, já por ser um grupo de crescimento, já porque alguns crentes em Cristo não vêem nem têm seus lares na piedade cristã.

Talvez haja necessidade de despertar igrejas para essas oportunidades, possibilidades e reconhecimento de benefícios para não cairmos na triste análise feita pelo Dr. Elton Trueblood,

Houve um tempo em que uma igreja era uma comunidade corajosa e revolucionária, que estava mudando o curso da história pela introdução de idéias discordantes; hoje é um lugar aonde se vai e se senta em bancos confortáveis, esperando pacientemente a hora de ir para casa para o almoço do domingo.

Isso porque já se chegou à conclusão que tem havido pouco interesse no estudo bíblico, e assim são poucos os membros da igreja afeitos à leitura profunda ou ao estudo sistemático da Palavra de Deus.

Por outro lado, com exceção das Sociedades Femininas, possivelmente, em geral as organizações estão em crise, sendo, ainda um pouco difícil encontrar professores consagrados e dispostos a dedicar tempo ao preparo de suas aulas, e ao contato pessoal e extraclasse com os alunos. Isso, entretanto, há de ser feito, por amor do próprio universo abrangido pela Educação Religiosa (crianças, jovens, adultos, cf. 1Jo 2.12-14).

Ora, crentes em Cristo têm os pecados "perdoados por amor do seu nome" (v. 12), conhecem o Pai e "aquele que é desde o princípio"(vv. 14a, 13a), já venceram o Maligno (v. 13b), são fortes e retêm a palavra de Deus (v. 14b). Com vistas a esses, a recomendação expressa do Senhor,
"ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado" (Mt 28.20a), e é por isso que "perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2.42a).

PRIMEIROS BENEFÍCIOS

Na Igreja-dos-primeiros-dias, quatro atividades de Educação Religiosa se destacavam. É conferir no livro dos Atos (2.41-47; 5.42).


O Culto

A primeira delas o Culto (cf. 2.42a). Efésios 5.19-21 e Colossenses 3.16b são claros em apresentar os elementos que compõem o culto cristão: os hinos de louvor, as orações, a proclamação e ensino, e o serviço. A adoração há de ser pessoal (Rm 12.1) e coletiva (Ex 12.26). Na adoração reconhecemos nossa indignidade, e o sacrifício redentor de Jesus Cristo; buscamos conhecer a vontade de Deus para poder servi-Lo com todas as veras do nosso espírito. Na atividade de culto, o testemunho se faz atuante aos não-crentes, aos adversários, ao que têm impedimentos físicos, e isso por métodos os mais variados, pois o evangelho deve ser sempre atual falando às pessoas quando e onde elas estão e como estão num testemunho relevante e inteligível, tomando-se cuidado com o que já foi chamado jocosamente de "linguagem de Canaã", o jargão religioso que o descrente pode não entender, e não ter igualmente sentido para as crianças. Algo assim como: "entregue seu coração a Jesus" ("como é que eu faço para arrancar e dar a ele?" perguntou uma criança), "... você está perdido" (de quê?), "... você precisa ser salvo" (de quê?), e outros tantos.

Se o culto é o relacionamento consciente da congregação com Deus, quem o cria e o faz de modo consciente é a Educação Religiosa (cf. Ec. 12.26).

O Testemunho

Deve começar com o ser humano como imagem de Deus. Esse é um ensino repassado pela Escritura (Gn 1.26; Ef 4.24; 1Co 11.7). Deve falar da queda e do pecado, e enfatizar a libertação da vida de pecado e a nova vida em Cristo. Afinal, a Educação Religiosa ressalta que no culto estamos como uma coletividade de pecadores salvos que confessam seu pecado e o perdão trazido por Cristo. Ensina que culto é ação. Da parte de Deus que nos agracia com bênçãos escolhidas por causa de nosso ato de fé, e de nossa parte que lhe obedecemos porque nele confiamos.

A experiência de estar com a congregação em culto é pedagógica porque temos uma experiência viva do povo de Deus na história; crianças, jovens e adultos se vêm como membros da mesma comunidade que cultua. É preciso crer na família que adora a deus unida quando cada culto se torna uma experiência de adoração e educação.

A Comunhão

Cantamos dizendo uma verdade bíblica: que "benditos laços são os do fraterno amor" porque Jesus Cristo é o filtro de nossos relacionamentos. Assim, nas relações conjugais, familiares, de trabalho, sociais ou eclesiásticas é o que deve ocorrer. Em tudo, Cristo é o parâmetro, o meio de aferição e o elo de união. É atestar com declarações como as encontradas em Efésios 5.22, 25; 6.1,4,5,9, pois "tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus" (Fl 2.5), visto que nossa comunhão está marcada pelo seu sangue (1Jo 1.6,7).

No Novo Testamento, o sentido de comunhão não era café-com-bolinhos, e sim o de Atos 4.32,34,35. O senso de pertencer, de ser-um-com-os-outros, de amar e ser amado é uma das mais extraordinárias experiências da vida cristã (cf. 1Jo 4.19-21). Assim, a educação religiosa nos dá o reconhecimento do nivelamento que o evangelho dá a pessoas de classes sociais, raças ou idades diferentes. Através da comunhão, relacionamentos quebrados são curados e fortalecidos. E isso não é sociabilidade, mas o reconhecimento que pela graça somos salvos, alimentados pela educação na fé porque Cristo estabeleceu para a igreja o "ensinando a guardar".

A Capacitação

O próximo passo é o do ensino, a capacitação e treinamento do povo de Deus para a missão divina. São os novos crentes, a liderança da igreja, os grupos especiais. Afinal, a igreja não lida com coisas, mas com pessoas, o que significa que sua tarefa é produzir gente de boa qualidade. Há registro de que o poeta W.H. Davies conversava com um garotinho e lhe teria perguntado, "que é que você vai ser quando crescer?" Naturalmente esperava que dissesse "bombeiro", "médico", ou outra profissão fascinante. O menino respondeu, "Que eu vou ser quando crescer?" Pelo seu tom de voz, a pergunta de Davies parecia ter sido boba. E completou, "vou ser um homem grande!" É mesmo! O final do crescimento é ser adulto, e isso vale na vida cristã.

Nosso trabalho é produzir jovens que saibam o que crêem, e que possam declarar sua fé no espírito de 1Pedro 3.15. Para que isso aconteça, haveremos de enfatizar o estudo sistemático, dialógico da Palavra Santa, ou seja, não dizer o que se deve crer, mas ajudá-los a descobrir por eles mesmos; que sejam moças e rapazes de princípios justos e valores perfeitos; leais à Igreja de Jesus Cristo, à sua denominação, e à sua igreja local; jovens profundamente conscientes do seu papel no mundo, mostrando-lhe o que faz diferença na vida para eles expressa na simples expressão, "em Cristo".

O Serviço

A igreja de Jerusalém tinha uma expressão de Serviço. Que a igreja nunca seja condenada por sequer pensar, ".. sou eu o guarda do meu irmão ?" (Gn 4.9b), porque a resposta será "Sim", à luz das advertências bíblicas (cf. 1Co 12.25; Gl 6.2; 1Tm 5.8). Cada crente em Jesus Cristo tem recursos para cuidar, zelar, fazer crescer como participante do Corpo de Cristo com os dons que o Espírito Santo distribuiu soberanamente (cf. 1Co12.6-11). A Educação Religiosa, a educação na doutrina bíblica e na prática cristã, há de tornar compreendidos esses dons, ao tempo, que, abrindo os olhos espirituais, capacita com o treinamento o crente. É aí que compreendemos que "sim, somos o guarda do nosso irmão!"

Por aí se demonstra que o cuidado pastoral é responsabilidade de toda igreja como comunidade terapêutica liderada pelo seu pastor. Na profecia do Antigo Testamento está declarado que, "como pastor ele apascentará o seu rebanho" (Is 40.11a); na ordem aos apóstolos, "pastoreia as minhas ovelhas" (Jo 21.16); na palavra aos pastores, "apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós" (1Pe 5.2-4); e a todos os crentes, "... que os membros tenham igual cuidado uns dos outros" (1Co 12.25b). Cuidado pastoral é um encontro pessoal em amor, e uma possibilidade para cada crente, pois há muita coisa que se faz como crente e não se percebe que é puro cuidado pastoral, como a visita de um crente a outro que mais que social é pastoral.

MAIS BENEFÍCIOS

Os benefícios estão nos próprios objetivos da Educação Religiosa:

No que se promove uma consciência de Deus como uma realidade na experiência humana, e um sentido de relacionamento pessoal com Ele;
no que se procura desenvolver esse entendimento e apreciação da pessoa, da vida e dos ensinos de Jesus Cristo que leve o crente a ser leal ao Mestre e a sua causa, manifestando em seu dia-a-dia uma visão do mundo dominado pelo evangelho;
no que se interpreta a vida e o mundo do ponto de vista evangélico, vendo neles o propósito e plano de Deus;
no que se desenvolve uma apreciação do significado e importância da família cristã e se participa e contribui para a construção de famílias fortes que resultem em igrejas fortes;
no que se promovem as missões cujo espírito não pode ser transmitido a outros a não ser por aqueles que o possuem;
na educação para a liberdade, para o amor, para o senso cristão do acontecimento e para o amor pessoal de Jesus Cristo e por Jesus Cristo;
para o entendimento da chamada de Abraão, de Moisés, de Isaías, de André e Simão, mas também a de Carlinhos, de Rosa Maria, do irmão João de Sousa, da Profa Julieta Amaral, do Dr. Henrique Pessoa; da compreensão, até, dos fracassos como meio de aprofundar a dependência de Deus.

Naturalmente os objetivos pra surtir os benefícios esperados precisam ser graduados, e, ao dividirmos os grupos de acordo com a faixa etária, estamos dizendo que a compreensão cristã depende principalmente da idade da pessoa atendida. Compreende-se, no entanto, a possibilidade de alternativas, como a divisão de atividades por centros de interesse a partir dos adolescentes, quando estes, mais os jovens e os adultos se reuniriam em torno de um centro de atenção para um estudo ou prática inter-etária (evangelismo, música, capacitação da liderança, etc.). Os referidos centros de interesse devem funcionar concomitantemente. Daí, já se chega a mais um benefício que é a realimentação (feedback) do sistema eclesiástico pela interação de seus membros, visto que a igreja deve ser olhada e analisada através de uma visão sistêmica. Nessa comunidade de participação, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, mulheres e homens, ovelhas e pastores, solteiros e casados, cada um enriquece o outro, e aprende a participar da criação e manutenção de uma igreja mais humana, mais próxima ao Espírito de Jesus Cristo e mais libertadora.

Então, um benefício certo é a "opção pelo serviço", no qual a fé ativará a inteligência, a esperança animará a vida afetiva e o amor essencializará a vontade, pois não explicitou Paulo que "todas as vossas obras sejam feitas em amor" (1Co 16.14)? E "de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas" (2Co 12.15a)? Tudo isso num senso crescente do deus Vivo, do apoiar-se em Deus, do Deus-em-nosso-meio, do Emanuel!

E PARA CONCLUIR...

O que quer que aconteça na igreja é pedagógico, e essa ação pedagógica há de ajudar o crente a pensar, e guiá-lo a uma perspectiva diferente de si, dos outros, dos horizontes. Embora a fé se tenha tornado difícil neste mundo de pensamento lógico e materializado, nosso povo anseia pela vida de fé com Deus, e aí reside o propósito central da educação religiosa: ser um fator de participação e de liderança de mudanças nos envolvimentos do ser humano em suas interrelações. A igreja, por isso, deve se tornar um centro de convivência, ou no dizer de Miller, "a igreja local é onde nos tornamos conscientes do começo de nosso sustento na vida cristã" (p. 194).

Para benefícios ainda maiores, deve-se dar ênfase plena à lealdade à igreja onde se é membro, onde havemos de crescer com ela, de com ela nos alegrar, chorar, e nessa era de ignorância da Palavra de Deus, de incerteza do dia seguinte, de pessimismo diante das coisas, de temor do futuro, o crente em Cristo continuará a receber os vitalizadores benefícios da orientação segura, existencialmente correta da Escritura Sagrada na Educação Religiosa.

FONTES PRIMÁRIAS
BARCLAY, William. Fishers of Men. Philadelphia, Westminster, 1966.
KHOOBYAR, Helen. Facing Adult Problems in Christian Education. Philadelphia, Westminster, 1963.
MELY, Rafael García. Filosofia de la Tarea Educadora de la Iglesia. Em: Educación Cristiana. Ano XXIII, no 93 (1968), pp. 23-28.
MILLER, Randolph Crump. Christian Nurture and the Church. NY, Charles Scribner’s Sons, 1961.
PAGURA, Federico J. Elaborando un Programa Completo para la Iglesia Local. Em: Educación Cristiana Ano XXIII, no 93 (1968), pp. 19-21.
WIENCKE, Gustav K. (Org.). Christian Education in a Secular Society. Philadelphia, Fortress, 1970.
WIENER, Norbert. Cibernética e Sociedade, 3ª ed. São Paulo, Cultrix,. 1970. Trad. J. P. Paes.

Parte VI
ERRO RELIGIOSO
 "Jesus, porém, lhes respondeu: Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mt 22.29)

Um típico caso de erro em assunto de vida espiritual é o narrado em Mateus 22.23-33. Os saduceus, membros de um grupo religioso de alta influência política entre os antigos israelitas, não criam na ressurreição. A capciosa pergunta feita a Jesus tinha como propósito testá-Lo, desacreditá-Lo ou brincar com Ele.

O erro dos saduceus foi pensar na vida do Além em termos terrenos, e na eternidade em termos de plenitude e de novas e superiores relações que vão transcender numa intensidade infinita as relações físcas do tempo.

Não vamos comentar o fato de ressurreição dos corpos, mas a declaração de Jesus Cristo, que é de atualidade e pertinência sem igual, "Jesus, porém, lhes respondeu: Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mt 22. 29), e que nos aponta a fonte de descrença, ceticismo, desconfiança e erro religioso: a falta de conhecimento das escrituras e a falta de experiência espiritual.

O DESCONHECIMENTO DAS ESCRITURAS

Sem a Palavra de Deus, as pessoas humanas estão nas trevas: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho" ( Sl 119.105, cf. Jr 10.23). O teólogo suiço Karl Barth afirmou com muita propriedade:

"Na Bíblia sempre encontramos aquilo que procuramos: coisas grandiosas e divina, se coisas divinas e grandiosas queremos encontrar; aspectos importantes e históricos, se o que nos interessa é o que é histórico e importante... Os que têm fome nela encontrarão com que se saciar... Existe na Bíblia um mundo novo: o de Deus".

Sem entendimento das Escrituras, cai-se na apostasia nas suas mais variadas manifestações:

· Religião Formalista. "Agora, porém que já conheceis a Deus, ou, melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?" (Gl 4.9).

No caso dos gálatas, era o formalismo da religião judaica. É o caso do Cristianismo superficial de tanta gente:

· Pecado e Indiferença. "E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará" (Mt 24.12).

Por que haveria alguém de abrir a Bíblia e lê-la? Simples curiosidade, curiosidade intelectual, interesse de saber em que consiste a fé evangélica, interesse no significado do ser humano são respostas possíveis. Nós buscamos a Bíblia para que Deus nos fale;

· Perda de Entusiasmo Espiritual. "Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor" (Ap 2.4).

O Livro de Apocalipse fala "no primeiro amor". Que é? A esperança e a segurança da fé, a comunhão dos salvos na Igreja de Cristo, o espírito de evangelismo que deve caracterizar o testemunho. A perda de entusiasmo espiritual leva à queda na fé. É até possível que se seja leitor regular da Bíblia e falhe em ver as novas lições que Deus quer ensinar através dela.

Um psicanalista evangélico suiço, Oskar Pfister, acentua, "dize-me o que encontras na Bíblia e eu te direi quem és". Afinal, a Escritura Sagrada tem por objetivo iluminar o espírito (Sl 119.130), produzir a fé (Jo 20.30, 31), e alimentar a vida espiritual (Mt 4.4). O caráter único da Bíblia está resumido em João 20.31: "Estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome".

Sim; "Errais não conhecendo as Escrituras". É interessante o ensino prático da Bíblia e como influi na vida de uma nação. Pimentel de Carvalho nos assegura que o Livro Santo:

(1) ensina os pais a instruirem seus filhos (Pr 22.6); (2) ensina os empregados a trabalhar honestamente (1Tm 6.1); (3) ensina os industriais e comerciantes a pagar devidamente os impostos exigidos pela lei ( Rm 13.1,4,6,7); (4) ensina o povo em geral a honrar e obedecer às autoridades (Rm 13.1,2); (5) ensina a todos a colaborar com o governo, orando pelos governantes a fim de que Deus lhes dê uma administração sábia e segura (1Tm 2.1-3).

O DESCONHECIMENTO DO PODER DE DEUS

Quem não conhece o poder de Deus sempre limita as Suas promessas. Abraão recebeu de Deus a promessa de ser pai de uma grande nação e ser abençoado e engrandecido. No entanto, ao ir para o Egito, temeu pela vida e disse que Sara, sua mulher, era tão somente sua irmã (Gn 12.12, 13). Sara, incluida na mesma promessa, depois de dez anos de espera pelo cumprimento da promessa de ter um filho, tomou uma providência humana demais de ter um filho através de Agar (Gn 16.3). Moisés, ao ser convocado para a missão de capitão do povo hebreu, começou a colocar desculpas diante do Senhor: "Quem sou eu, para que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?" (Ex 3.11). O Senhor assegura Sua proteção, a Moisés: "Não me crerão, nem ouvirão a minha voz, pois dirão: O Senhor não te apareceu"( Ex 4.1); e ainda: "Ah, Senhor! Eu não sou eloqüente, nem o fui dantes, nem ainda depois que falaste ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua" (Ex 4.10); e pela quarta vez: "Ah, Senhor! Envia, peço-te, por mão daquele a quem tu hás de enviar" ( Ex 4.13).

"Errais não conhecendo o poder de Deus!" A criação do universo é manifestação do poder de Deus (Jo 38.4-10); é poder de Deus Sua providência e domínio sobre todas as coisas (1Cr 29. 11, 12); é poder divino a salvação do ser humano; é poder de Deus a disciplina e o castigo (Dt 11.2); os milagres e sinais realizados por Jesus Cristo são expressão do poder divino (Lc 5.17); a ressurreição de Cristo é poder de Deus (At 2.24); o evangelho é poder de Deus:

"Porque não me envergonho do evangelho, pois, é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego". (Rm 1.16).

Se é preciso conhecer o poder de Deus, e o evangelho é o poder de Deus, logo, é preciso conhecer o evangelho, que é a mensagem de que Jesus Cristo pode responder aos mais profundos anseios de nossa alma.

Parte VII
A ESCOLA CRIATIVA
Dicas práticas para sua escola dominical
Eis aqui algumas dicas das professoras Cristina Mellin e Damaris Scotuzzi para dinamizar um pouco mais a sua escola dominical. Mas queremos ressaltar que são apenas dicas. Importantes e práticas, mas ainda assim são dicas. Meios e não fim. Nada substitui um professor bem preparado e o ensino consistente da Palavra de Deus. Veja meu artigo O PROFESSOR CRIATIVO neste mesmo site.

COMO MOTIVAR SEUS ALUNOS POR CRISTINA MELLIN

Motivação é interesse e vigor físico para alcançar um objetivo ou para fazer alguma coisa. Para estudar e entender a motivação dos alunos, devemos descobrir o que os motiva. Exemplos:
A promessa de um dia de folga após passar no exame foi a motivação que fez com que todos estudassem e passassem (neste caso, pode-se entender motivação como incentivo).
Fala-se também que aquilo que o professor fala, o que faz, como apresenta a aula, pode e deve ser motivador ou causar motivação.

MOTIVAÇÃO = vigor físico + interesse + objetivo ou enfoque

O aluno motivado é o aluno que presta atenção, faz o trabalho, participa nas atividades da classe, quer saber mais e, geralmente, não causa problemas. O contrário de motivação é apatia, preguiça ou falta de interesse.
A motivação é importante no ensino porque leva o aluno a responder. Ela desperta curiosidade e provoca respostas, as quais darão oportunidade para serem premiadas e mudar o comportamento do aluno, seja nos estudos ou em outras atividades. O aluno motivado começa a participar, envolver-se e aprender mais.

Gostaríamos de enfatizar a importância da motivação com respeito à disciplina. Uma classe onde os alunos estão motivados a aprender e a participar é uma classe de poucos problemas de disciplina. A motivação é uma chave importante para um ensino melhor e para manter a disciplina.

FATORES DA MOTIVAÇÃO
Distinguem-se seis fatores essenciais de Motivação:
Nível de antecipação ou tensão: o aluno bem sucedido geralmente é aquele que se preocupa. O professor deve planejar dar responsabilidade aos alunos, dar oportunidades e desafiá-los a mudarem de comportamento e aprenderem melhor.
Interesse individual pelos alunos: o professor demonstra seu interesse no aprendizado e nas necessidades de cada aluno. Ele se comunica com cada um deles para conhecê-los e ajudá-los.
Tom afetivo: o professor cria um ambiente de aceitação e boa comunicação para que todos os alunos possam crescer e aprender.
Sucesso pessoal do aluno: o professor planeja possibilitar o sucesso de cada aluno, tanto para aqueles que precisam de mais desafio quanto para aqueles que precisam de atenção especial.
Conhecimento de resultados: é dever do professor comunicar os resultados dos esforços (ou falta de esforço) do aluno. Somente assim ele será motivado a melhorar.
Relação entre o reforço e a motivação para produzir e participar: reforço é um instrumento potente para mudar o comportamento. O professor deve saber como e quando aplicá-lo no ensino e em todo o contato com os alunos.

NÍVEL DE ANTECIPAÇÃO OU TENSÃO

Refere-se ao nível de ansiedade ou preocupação do aluno. É fato comprovado que um aluno obterá melhores resultados numa prova ao sentir-se pressionado (tensão nervosa) do que se não sentir pressão alguma. Exemplo:

Se o professor disser: "Depois desta lição vou dar um teste que vai valer nota", a maioria dos alunos irá prestar mais atenção e irá memorizar melhor a matéria do que se o professor não disser nada.

Certa quantidade de pressão ou preocupação é necessária para haver motivação para aprender. A pessoa preguiçosa não será um bom cristão, nem pastor ou professor.
A ânsia sentida deve ser moderada ou poderá tomar a energia necessária para estudar e aprender.
Existem também casos em que os alunos estão sob tanta pressão que não podem trabalhar direito. Nesse caso o professor deve diminuir a tensão ou acalmar o aluno.
O professor deve conhecer seus alunos para saber em que nível de tensão está cada um deles. Deve também incentivar os alunos a estudarem mais, especialmente a Bíblia:

Exemplo 1:
(Matéria - Introdução à Bíblia):
Um professor entra e fala: "A semana passada falamos de forma geral sobre as profecias que se cumpriram. Hoje vamos verificar biblicamente que Jesus Cristo era (é) o verdadeiro Messias".
O professor explica como isto é importante: "Vamos nos dividir em grupos de cinco e cada grupo terá como objetivo procurar no mínimo cinco profecias no Velho Testamento que, cumpridas por Jesus, comprovam sua identidade. Após isso, cada grupo preparará um resumo para ser compartilhado com a classe na segunda hora do ensino".
O professor distribui uma folha de instrução juntamente com livros e com outros recursos para realizar a pesquisa. Ele deve fazer exigências aos alunos, impor-lhes responsabilidades. Isto causa pressão. Também exige de si mesmo.

Exemplo 2:
O professor entra e fala: "Prestem atenção: na próxima semana vocês farão um teste sobre tudo o que vou falar hoje. Darei dicas indicando os pontos mais importantes, mas anotem tudo o que for possível".
Em ambos os exemplos os alunos percebem a necessidade de se envolverem e prepararem-se para obter uma boa nota.

INTERESSE INDIVIDUAL

O professor deve demonstrar seu interesse por cada aluno; interesse em cada um deles como um indivíduo diferente. Deve demonstrar interesse em seu sucesso, compartilhando sua fé na capacidade de cada um. Ele faz com que eles percebam que se sua atenção é sincera, convencendo-os que está à espera de que todos aprendam e passem. Isto somente é possível se o professor tiver boa vontade de dar seu tempo e se comunicar eficientemente. Esse respeito pelos alunos será correspondido.

Outras maneiras de expressar interesse pessoal através do ensino:
* Mantenha contato individual através dos olhos.
* Mude de posição e mova-se (não fique em um só lugar).
* Use um tom de voz agradável, expressivo e que possa ser facilmente ouvido.
* Utilize ilustrações e audiovisuais com cores e desenhos.
* Varie sua maneira de ensinar.
* Faça planos para aplicar as modalidades visual, auditiva e tátil de ensino.
* Dê oportunidade para os alunos usarem todas as modalidades ao se expressarem.
* Faça provisão para alunos que tenham provisão necessidades especiais, lembrando que todos somos diferentes.
Dê oportunidade para todos responderem.
Dê oportunidade para todos expressarem sucesso.
Dê oportunidade para discussão, debate e trabalhos em grupo.
Estas formas de incentivo ou motivação mantém o interesse dos alunos, mas, além disso, o conteúdo da lição tem que ser apropriado para as suas idades. Por natureza, o conteúdo da lição nem sempre é interessante para os alunos, porém é dever do professor criar uma aula interessante. Para cumprir com este dever o professor precisa conhecer muito bem seus alunos e diversificar suas estratégias de ensino.
Freqüentemente considera-se que interesse e motivação sejam similares. Se uma pessoa se interessar por um trabalho, vai estar mais motivada a completá-lo. No entanto, somente interesse não é suficiente, é preciso realizar o objetivo.
Todos os aspectos de motivação influem no desenvolvimento do interesse. Outras variáveis incluídas são a personalidade do aluno e o conteúdo apresentado.

TOM AFETIVO OU SENSIBILIDADE DO PROFESSOR PARA COM OS ALUNOS (clima da sala de aula)

O afeto do professor, a sua sensibilidade e a maneira de se comunicar vão influenciar o modo de agir dos alunos. Se o professor se expressa de forma agradável ou de forma dura, criará mais motivação no aluno do que um ambiente neutro. Contudo, tal expressão deve ser moderada; nem amigável demais, nem exageradamente dura. O afeto refere-se a atitudes e sentimentos expressados ou presentes no ambiente.
Sua maneira de ser, atuar e falar é muito significativa. O professor pode ser frio, distante, desinteressado ou pode ser alegre, amável e se interessar pessoal e individualmente pelos alunos. Também a sala pode ser fria, sem nenhuma decoração, ou pode ter avisos, quadros, plantas, animais e trabalhos artísticos. Isto vai afetar os sentimentos e atitudes dos alunos.
Um ambiente frio e triste não produz motivação para aprender. A sala deve ter cores e decorações para criar um ambiente de aceitação. Em uma classe cristã há muitas oportunidades de ilustrar a vida de Jesus e a vida de um cristão.

Por "tom afetivo" não devemos entender que o professor deva se comportar como um aluno, ou que não exija respeito. Você pode ser muito amável e até amigável, sem se pôr a brincar com eles.

SUCESSO (êxito)

O aluno deve sentir e saber que está obtendo sucesso para querer continuar. O professor tem a responsabilidade de ensinar. Isso significa mudar a condição do aluno para que ele melhore o seu nível de conhecimento.
O aluno tem que se esforçar de acordo com o grau de dificuldade. Na realidade, o grau de esforço individual do aluno está muito ligado à motivação que ele experimenta na aula.
O ensino não deve ser difícil demais nem fácil demais. Deve ser de valor para o aluno. Deve-se ensinar alguma coisa nova e que seja fácil de entender.
Alguns alunos não aprendem por causa de suas atitudes. Geralmente isso reflete um problema pessoal que, por sua vez, tende a refletir um problema familiar. É responsabilidade do professor mudar a atitude negativa (não produtiva) dando muitas oportunidades para que este aluno tenha êxito no que faz. Pode designar trabalhos mais curtos e em seu nível de compreensão. Deve premiá-lo pelas coisas que pode fazer bem. É importante que ele aprenda a gostar de aprender e da escola, senão não terá motivação para aprender. A atitude do estudante para consigo mesmo é muito importante, ele tem que saber que pode aprender (com a ajuda de Jesus). Muitas das atitudes negativas, como a falta de motivação e outros problemas, simplesmente desaparecem quando o aluno recebe a Jesus.

CONHECIMENTO DE RESULTADOS
É importante para o aluno saber que os seus esforços são recompensados. O professor deve corrigir e devolver os trabalhos com comentários, sempre que possível. O aluno também precisa saber em que precisa melhorar para passar. Só saber se passou ou não após terminar o curso não dá motivação nem oportunidade para melhorar a nota durante o curso.
O aluno precisa saber se as suas respostas estão corretas ou não.
O conhecimento deve ser claro.
A informação deve ser dada imediatamente após cada trabalho ou teste, ou o mais rápido possível.
O professor deve se comunicar com os alunos depois da aula com regularidade. Pode falar com quatro ou cinco deles após cada aula, mostrando suas respectivas notas, falando a respeito dos trabalhos e como eles poderão melhorar.
Deve também dar testes regularmente para ampliar o conhecimento deles e abrir oportunidade para ajudar, começando na primeira parte do curso.

RELAÇÃO ENTRE REFORÇO E MOTIVAÇÃO

O reforço deve vir imediatamente após uma atividade. Para criar motivação reforce a ação certa. Logo a pessoa vai repeti-la. Exemplo:
Se João bate o pênalti e faz gol e todos os seus companheiros o abraçam e gritam de felicidade, João certamente vai tentar fazer outros gols. Porém, se todos continuam sem dar atenção a João, certamente ele não vai se esforçar muito na próxima vez.
O professor deve premiar ou recompensar o aluno quando ele fizer alguma coisa boa. O aluno, pouco a pouco, descobre que quando sua atitude é boa (faz bom trabalho ou esforça-se para aprender) acaba recebendo a aprovação de outros alunos e do professor. O uso de reforço cria motivação no aluno.

MOTIVAÇÃO TEM DINÂMICA

Cada ação do professor causa uma reação no aluno.
* O professor deve decidir qual ação irá usar para obter a reação que ele quer do aluno.
* O professor muda os reforços do ambiente para motivar os alunos (deve criar grupos, mudar de atividades, etc.).
* O professor deve criar e trazer materiais para motivar.
* O professor conhece seus alunos e os reforços aos quais eles respondem, por isso, usará reforço individualmente e em grupo.
* O entusiasmo do professor faz parte do ensino.
Podemos definir motivação de muitas maneiras, embora nunca esteja ausente a dinâmica: a motivação é criada pela maneira de ser e agir do professor. A motivação vem do ambiente, dos livros, dos materiais e de outros alunos. Também cada aluno traz uma motivação própria que precisa ser dirigida e nutrida. A motivação é uma chave importante para ter disciplina na classe. (O significado de disciplina é ordem ou comportamento ordenado e correto. Não estamos falando de castigo.)
* O professor deve motivar seus alunos conforme temos indicado. Quando o aluno está incentivado para aprender uma coisa específica, seu comportamento é correto. Ele se concentra no ensino ou no trabalho, sua atenção é dirigida e ele não se interessa mais por atrapalhar a aula ou comportar-se mal.
Nem sempre todo aluno vai responder ao reforço do professor e nem sempre vai ser fácil motivar todos os alunos. Às vezes, embora o professor faça tudo que está ao seu alcance para motivar os alunos, alguns deles não têm vontade nem curiosidade para aprender. Esperamos que isso nunca aconteça em uma escola cristã ou num Instituto Teológico, pois presume-se que os alunos ali estão por livre vontade e chamado de Deus.

SUGESTÃO: Anote as idéias sobre como pode fazer com que sua próxima aula seja mais interessante, mais motivadora. Escreva!

SUGESTÕES CRIATIVAS POR DAMARIS SCOTUZZI

Uma boa fixação do aprendizado se obtém não só com repetição, leitura, exposição sistemática, mas com métodos que estimulem a criatividade e o construtivismo. Isso é real na escola secular e na escola dominical.
Quanto mais o aluno se envolve no processo de criação e construção, maior será o seu aproveitamento. Tem de ser algo íntimo e pessoal, que envolva de dentro para fora (fixação maior do aprendizado) e não só de fora para dentro (bases doutrinárias).
Fazendo um paralelo, devemos transformar carboidratos (doutrina) em energia (ação).
Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. O pecado nos logrou grande parte das características que herdamos de Deus.

Deus é criativo. Quando observamos a criação ainda hoje, vemos o poder de Deus e sua indescritível criatividade e construção perfeita e equilibrada. Observando as invenções humanas, as famosas, domésticas e sonhadoras artes e o poder de solucionar, criar e construir, sentimos os sinais do que já foi uma semelhança plena com Deus. Buscar assimilação e fixação do ensino através do criar e construir é no mínimo um caminho certo.

OBJETIVO DA ESCOLA CRIATIVA

Criar ícones de ligação. O período que ficamos na escola dominical é pequeno e os objetivos enormes. Seus objetivos não param em memorização de uma avalanche de conhecimento bíblico, mas visam mudança de hábitos, idéias e comportamentos através da atuação do Espírito Santo e atos de observação, repetição, construção e criação.
Temos que criar ligações que vão além do horário dominical.
Ícones são imagens fortes que se conseguem quando há total envolvimento e necessidade do objeto que o ícone simboliza. Ex.: McDonald's.
Ampliar o tempo da escola dominical. Podemos conseguir isto patrocinando eventos numa gama enorme de variedades: palestras, confraternizações, campeonatos, feiras, etc.

SUGESTÕES CRIATIVAS

A sugestões a seguir são para reforçar algo que está sendo estudado de maneira sistemática na escola dominical. Em havendo premiações, elas serão feitas na escola dominical. Enfatize o patrocínio da escola dominical.
Fora do horário da escola dominical
Feira bíblica:
Envolvimento: todos os alunos.
Horário: sábado (manhã e tarde).
Local: igreja, escola pública.
Professores desenvolvem junto à classe determinado tema bíblico ou secular: drogas, arca de Noé, instrumentos musicais, a criação, etc. O período de preparação pode ser de um mês.
Envolve: enfeitar a classe, confeccionar roupas adequadas ao tema com TNT (tecido não tecido), maquetes (material reciclável), lembranças para os visitantes, balinhas e, conforme o tema, algum alimento. Ex.: Bodas de Caná.
Programação: devocional de abertura, soltura de balões (por ex.), sorteios durante a feira, encerramento com um culto.
Obs.: Caso a feira seja feita fora das dependências da igreja poderá haver uma praça de alimentação.
Campeonato de pipas "gospel":
Envolvimento: infanto-juvenil.
Horário: sábado pela amanhã ou tarde.
Local: chácara, EMEI, CEAR.
Especial cuidado com autorização dos pais e acidentes com fios elétricos.
Distribui-se os participantes em categoria por idade etc., que trarão pipas confeccionadas por eles próprios com temas bíblicos. A premiação deve seguir critérios como: tamanho da pipa, beleza, melhor mensagem e a mais criativa.
Servir um lanche no final e caso haja tempo e espaço físico preparar uma oficina de pipas.
A premiação deve ser feita na escola dominical para haver o "ícone de ligação". Lembre-se: uma cerimônia de premiação bem preparada é marcante e nem sempre é dispendiosa.
Concurso de culinária:
Envolvimento: adolescentes e jovens.
Horário: sexta ou sábado à noite.
Local: salão social ou casa de algum aluno.
Prepare o convite. Enfatize a ligação entre o estudo bíblico dominical e a reunião. Enfeite o local, escolha os juizes e o tipo de premiação.
Os pratos preparados serão provados pelos juizes e concorrerão em categorias.
Serenata:
Envolvimento: todos os alunos.
Horário: madrugada do domingo.
Ocasião: Dia das mães, dos pais, do professor, etc.
Reunir um grupo limitado de pessoas munidas de mini-cestas de café da manhã (confeccionadas pelo próprio grupo), às 23h do sábado, e sair fazendo serenata de louvores nas casas pré-determinadas e entregando cestas. Com certeza o grupo homenageado terá uma escola dominical cheia de boas recordações para contar.
Gincana total:
Envolvimento: infanto-juvenil ou adolescentes e jovens ou todos. (Dosar atividades conforme grupo envolvido)
Horário: sábado ou feriado.
Local: igreja, emei, parque.
Início com devocional, apresentação das regras, pontuação e premiação. Especificar horário de entrega das tarefas (ex.: 10h do sábado até escola dominical).
Exemplos de tarefas: A classe que 1) trouxer a foto mais antiga da igreja ganha "x" pontos 2) a maior quantidade de peças de roupas ou alimentos para doação vale "x" pontos ou 3) alguém com mais de 70 anos caracterizado de Abraão.
Possíveis prêmios: um almoço para a classe vencedora, um passeio, uma reforma na sala de aula ou apenas uma lembrança simbólica.
Sopão:
Envolvimento: adolescentes, jovens e adultos.
Local: logradouros públicos.
Material: sopão (pense em doações), literatura, agasalhos, brinquedos.
Reunir o grupo, fazer devocional e partir distribuindo o sopão.
Na escola dominical permitir que dois ou três dêem testemunho a respeito.
Feira das nações:
Envolvimento: todos.
Horário: sábado das 10h às 16h.
Ocasião: Dia do missionário.
Montar stands (carteiras) das nações.
Cada stand abrigará: comida típica, participantes devidamente paramentados, informações sobre o país e missionários nele (cartazes e alunos instruídos anteriormente), lembrancinha típica.
Comece com devocional, sorteie prêmios durante a feira, encerre com um culto.
Boa ocasião para se levantar ofertas específicas.
Lembre-se: toda atividade deve ter o aval de seu pastor e conselho.
Pode-se montar stand de livros e CDs.
Mini escola bíblica:
Envolvimento: todos.
Horário: um sábado por bimestre (tarde).
Uma tarde de evangelismo infantil, incentivando novas crianças a freqüentar a escola dominical.
Outros: passeios diversos, teatro, almoços após a escola dominical.
Dentro do horário comum
Concurso de maquetes:
Envolvimento: infanto-juvenil.
Os alunos trarão maquetes com temas bíblicos feitas em casa. Prepare um júri, um local de exposição e uma bonita cerimônia de premiação.
Concurso de poesias e acrósticos:
Envolvimento: todos (cuidado com os critérios e categorias de julgamento).
Entrevista:
Entreviste alguém de surpresa sobre algum tema que seja importante para a igreja naquele momento. Prepare um repórter (poder ser uma criança). Monte um ambiente de entrevistas, crie o "clima", inclusive com trilha sonora.
Escolha bem o entrevistado para alcançar objetivos.
Cafés da manhã ou almoços:
Eventos que necessariamente ligam horários são excelentes para a comunhão.
Pode ser mais simples apenas café e leite com chocolate, por vezes, algumas bolachas.
Podem homenagear alguém, algum departamento da igreja ou aniversariantes do mês.
Envolva o maior número de pessoas possível.
Bilhetes para serem entregues na entrada:
Devem conter a pergunta bíblica por fora e o dizer "Só abra se souber a resposta - seja fiel". Dentro haverá um pequeno prêmio: lixa de unha, pente, bala. Lojas de atacado fornecem uma linha imensa a preço baixo.
Integração:
Pegue uma foto bem antiga ou objeto de uso pessoal ou profissional de um aluno. Coloque no painel de avisos por um período determinado antes da escola dominical. Deixe uma caixa ao lado para que sejam depositados os votos. Ao final, sorteie um e acertado o nome do aluno em questão, dê um pequeno brinde a quem acertou. Exponha pequena biografia daquele aluno e sua família (procure usar recursos audiovisuais).
Como prêmio quem acertou pode almoçar na casa do "aluno do dia".
TEMA: Gente que faz a escola dominical.
Bandeiras:
Cada classe confeccionará sua bandeira. No encerramento da escola dominical terá o direito de hastear a sua a classe que obtiver 80% de presença. A classe que obtiver 100% ganha uma estrela (botão), a que trouxer mais visitantes outra "condecoração". Depois de um certo período (um mês ou dois), a classe que teve maior índice de apresentação da bandeira será homenageada. Valorize a cerimônia de premiação.
Tele-teatro:
Solicite a um grupo de irmãos que prepare uma peça com um tema da vida secular e a filme passando para a escola dominical. Pode ser feito em transparência também. Use locações interessantes.
Mini escola:
Se você é superintendente ou diretor da EBD, permita que a abertura e encerramento da escola dominical sejam dirigidos pelas crianças, pré-adolescentes ou adolescentes. Verifique o material a ser usado.
Inverno:
10 domingo: tirar foto da família na entrada da escola dominical.
20 domingo: expor as fotos no mural de avisos (valorize).
30 domingo: entregar fotos (valorize esse momento).
Idéias inter-classes
Fazer um bolo (infantil).
Uma salada de frutas.
Esporadicamente permitir que uma classe faça sua aula em outro lugar (ar livre, piquenique).

Parte VIII
ESTABELECENDO LIMITES NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS
(Provérbios 29.15)
 Introdução
"Crianças-problema não surgem do nada. Geralmente, toda criança-problema tem um ambiente problemático; não se consegue limites saudáveis quando o ambiente não é propício. Como naturalmente lutamos contra os limites desde o nascimento, é preciso muita ajuda para desenvolvê-los."

Na verdade, cabe aos pais estabelecer os limites que influenciaram a formação educacional, moral e espiritual da criança, devendo-se iniciar logo nos primeiros seis anos de vida.

Os primeiros seis anos de vida são os mais importantes porque a criança está mais aberta e, com certeza, há de inculcar melhor os parâmetros que lhe são ensinados, podendo também aproveitar melhor as experiências espirituais a que são submetidas.

Logo, é nossa responsabilidade estabelecer os limites que nortearão a conduta de nossos filhos por toda a vida. É certo que não há garantias de que não se desviarão. Mas imagine se não tiverem limite nenhum? Com certeza, neste caso, não temos garantia nenhuma sobre nada.

1. O que nos diz Provérbios 29.15?

O livro de Provérbios se destaca pela valorização da disciplina, entre outras questões. Disciplina, que na visão do escritor bíblico, não é panacéia, mas também não ser exercida com rigorismo castrador.

O recurso principal para que os pais exerçam a disciplina é a instrução a partir da Lei, para que de forma construtiva se estabeleça limites claros e benfazejos para que as crianças se desenvolvam em um ambiente propício ao equilíbrio emocional e espiritual.
A Lei, que em Provérbios se refere ao Decálago Sinaítico, deveria ser ensinado com persistência amorosa a fim de que as crianças definam seus direcionamentos existenciais, desenvolvendo hábitos sábios de pensamento e de ação que, ao invés de escravizar o indivíduo, capacita-o para que encontre de modo certeiro os caminhos de sua conduta e a honradez que o distinguirá na sociedade.

O verso em questão é claro e especifica que quando a criança não tem nenhum limite para se orientar terminará, com certeza, envergonhando a sua mãe.

O termo envergonhar tem o sentido de "cair em desgraça", ou de ter sido lançado em situação de desgraça extremada, normalmente gerada por um fracasso, quer de si mesmo ou de algo em que se confiava ou em que investira recursos.

Neste caso, conforme o Texto Sagrado, mais especificamente em Provérbios, a vergonha é o resultado de uma atitude imprudente ou imoral, mas também pode ser devido a culpa de se ter feito algo de errado.

Em última análise, percebemos que a responsabilidade pela conduta fracassada, imprudente ou imoral dos nossos filhos recai sobre nós, que deveríamos ter estabelecido limites bem definidos e baseados na Palavra de Deus para que eles desenvolvessem habilidades existenciais, decidindo pautar as suas vidas na honestidade, verdade, respeitabilidade, humildade e espiritualidade sadia.

Somos os responsáveis pelos limites que nortearão os nossos filhos por toda a vida e não devemos renunciar a este compromisso que nos é delegado pelo próprio Deus, que nos abençoa com os filhos, Salmo 127.3.

2. Conselhos práticos para o estabelecimento de limites para os nossos filhos:

Neste tópico poderíamos desenvolver algo tipo um tratado teológico sobre o tema, mas creio que conselhos práticos serão de muito mais valia.

Na verdade, não estou inventando nada e nem mesmo, para escândalo de alguns, tomando por base qualquer literatura evangélica. Estou apenas transmitindo algo que a Bíblia preceitua há séculos, que a igreja tem negligenciado, que as escolas têm percebido a falta que faz e que a sociedade está redescobrindo, que foi publicado na revista Veja dias atrás. Vejamos.

a) As atitudes do dia-a-dia são mais importantes do que os conselhos - Os nossos filhos aprendem muito mais observando o nosso comportando do que nos ouvindo.

b) Demonstre afeto incondicional, porém, sem mimar seus filhos - É extremamente saudável abraçar e beijar os nossos filhos, independente da idade deles.

c) Envolva-se com a vida de seu filho - A falta de monitoramento aumenta os riscos de eles se envolverem com drogas, álcool e delinqüência, bem como de uma gravidez extemporânea.

d) Trate seus filhos de acordo com as etapas de crescimento dele - A técnica que funciona em uma idade pode ser um desastre em outra.

e) Estabeleça regras e limites desde cedo - Com o tempo, tais regras e limites ajudarão os nossos filhos na administração do próprio comportamento.

f) Encoraje seu filho a se tornar independente - Busca de independência não é rebeldia, desobediência ou desrespeito, se bem direcionada pelos pais e se os limites estão bem definidos.

g) Seja coerente - Não mude as regras todos os dias ou apenas para atender a uma situação específica, pois serão esquecidas ou negligenciadas e a culpa pelo mau comportamento dos filhos é toda dos pais, neste caso.

h) Evite castigos físicos violentos ou agressões verbais - A punição é necessária, mas a violência e os xingamentos sempre têm efeitos nocivos. Sempre que punir, explique claramente as razões e seja cauteloso no método e com as palavras.

i) Explique bem as regras e decisões, mas ouça o ponto de vista de seu filho - Eles aceitarão e acatarão as ordens com mais facilidade se perceberem que são lúcidas e bem embasadas e que estão sendo valorizados como pessoa e em suas opiniões.

j) Respeite seu filho - A criança aprende a lidar com os outros e a tratar as pessoas observando a maneira como os seus pais a tratam e se tratam entre si.

Não há novidade, nem segredo e muito menos uma fórmula mágica para a educações dos filhos. Porém, é preciso coragem, firmeza e participação ativa, que deverão estar associadas ao tempo dedicado e aos bons conselhos oferecidos, a fim de que as regras estabelecidas sejam bem definidas e bem entendidas. Só assim temos autoridade suficiente para aplicar a punição ou o corretivo necessário nas ocasiões em que nossos filhos nos confrontarem.

Conclusão:

Uma pergunta importante que os pais fazem sobre os limites na educação dos filhos é a seguinte: "será que já não é tarde para demais pensar nisso?". Os pais que lutam contra problemas graves de conduta em filhos adolescentes ou já adultos às vezes ficam desesperados e desanimados. Porém, nunca é tarde demais para começar a fazer o que é certo.

Porém, quanto mais nova a criança, mais fácil será para estabelecermos os limites como normas. Quanto mais tempo a criança passar na ilusão de que é Deus, mais difícil será para ela desistir desse mundo maravilhoso e irreal que existe em sua cabeça.

Uma parte de seu filho precisa de que você se envolva, ignore todos os seus protestos e assuma o controle. Não raro, ele próprio fica assustado com suas próprias atitudes e comportamentos inconseqüentes e precisa de alguém mais forte que o ajude a se conter e a estruturar a sua vida. Lidar com a resistência e a insolência dos filhos faz parte do processo educacional e, de certa forma, os nossos filhos sabem disso.

É possível que tenhamos de nos contentar com um resultado abaixo do esperado. Um adolescente de dezesseis anos que demonstra uma falha de comportamento a vida inteira dificilmente mudará da noite para o dia. Mas ele pode aprender lições muito importantes que irão ajudá-lo a crescer nos últimos anos antes de entrar para a vida adulta.

O problema é que às vezes os pais são desorientados e necessitam de tratamento, de alguém que lhes imponha limites. Quem não aprendeu a obedecer jamais será capaz de orientar objetivamente os limites necessários para os seus filhos. Mas mesmo assim, inicie o processo de reversão em sua vida e família, à luz da Palavra de Deus. Muitas vezes os nossos filhos, percebendo a nossa luta interior para nos tornarmos melhores, passam a fazer exatamente o que lhes ensinamos nos últimos anos antes de saírem de casa e começam a aplicar os limites indicados em suas vidas.

Não desista de seu filho. Aproveite cada oportunidade. Nós pais somos os únicos pais que ele têm; ninguém mais no mundo tem tanto poder de influência sobre eles quanto nós.

O PROFESSOR CRIATIVO
 O Dicionário Universal On Line da Língua Portuguesa define criatividade como "capacidade criadora; aptidão para formular idéias criadas; originalidade; engenho". O adjetivo criativo, por sua vez, é definido como "que tem capacidade para criar; que tem originalidade inventiva; criador".

São definições boas e interessantes. Mas não podemos entender todas as palavras que definem criativo e criatividade como absolutas. Por exemplo: originalidade ou originalidade inventiva não pode significar criatividade ou originalidade no sentido absoluto do termo, como significando criar do nada, sui-gêneris. O único ser original, no verdadeiro sentido do termo, é Deus. Deus é tão original que criou todas as coisas do nada. A criatividade humana é, portanto, no mínimo relativa. Nesse sentido pode-se entender porque alguém disse que a originalidade em escrever é a arte de copiar sem citar a fonte. Ou, como disse outro, copiar de um livro é plágio, mas copiar de vários livros é pesquisa. É claro que não é correto copiar ipsis litteris ou dizer o que alguém disse ipsis verbis sem citar a quem de direito. O ponto em questão é: Ninguém anda só.

Portanto, amigo professor, se você mencionar alguém ou copiar alguma coisa literalmente, cite a fonte. Mesmo que você não saiba ou não lembre de pronto o nome do autor. É de alguém? Então diga "alguém", ou algo parecido; apenas para ficar claro que você não é o autor. Isso não é demérito para você. Um Doutor (PhD), por exemplo, não é menos criativo por fazer citações diretas ou indiretas em sua obra, ou mesmo por citar uma relação infindável de autores na bibliografia. Sua criatividade não está, propriamente, no ajuntamento das variadas informações, e sim, na habilidade de interpretar com suas próprias palavras conceitos que nem sempre são dele mesmos. O que ele irá relatar talvez não seja tão novo assim; porém, o modo como vai escrever ou falar somente ele saberá como fazê-lo. É uma questão de personalidade.
Com isso em mente gostaria de compartilhar com você, professor e professora da escola bíblica dominical, sobre a sua criatividade na sala de aula, mas não sem antes verificarmos as possíveis fontes dessa criatividade e a preparação de uma aula criativa. E depois que eu acabar de falar ao seu coração (assim esperamos), por favor, entre em contato comigo, para dar sua opinião sobre este artigo, além de sugestões e criticas construtivas. Com certeza este artigo não deverá terminar no fim da leitura com um simples ponto final. Ele não ficará completo agora. Então, vamos terminá-lo juntos? Estou esperando por você.

O PROFESSOR CRIATIVO E AS FONTES DE SUA CRIATIVIDADE

Quais seriam as possíveis fontes da criatividade do professor? Podemos relacionar como principais as seguintes:

Deus

Deus é a fonte de tudo que é bom (cf Tg 1.17). Ele é a bondade em essência. Quando Deus criou todas as coisas não apenas aprovou como bom tudo que fez, mas também expressou o reconhecimento da glória de Sua criatividade.

Além disso, Deus é a fonte da sabedoria. Salomão pediu sabedoria ao único que realmente poderia lhe dar. A Bíblia nos exorta a buscarmos com fé a sabedoria lá do alto para a realização da obra de Deus (Tg 1.3-5). É Deus quem nos capacita com a Sua graça para que sejamos verdadeiros instrumentos nas Suas mãos (1 Co 15.10; 2 Co 3.5; Ef 3.7,8).

Professor, busque a excelência da sabedoria. Conte com Aquele que poderá revesti-lo com a graça do saber. Tenha uma vida de verdadeira comunhão e oração com o seu Deus. Ande com Deus. Busque a Deus, prepare-se em oração e meditação na Palavra para você desfrutar o quanto antes da colheita do seu trabalho.

A excelência do ensino começa aí. Ensinar é muito mais que os poucos minutos dentro de uma sala de aula. Ensino é vida, e essa vida você adquire andando com Deus.

Mas cuidado, não confunda a fé com negligência. Quando Deus dá sabedoria não a dá como se fosse um raio que de repente cai sobre a nossa cabeça e passamos a conhecer, de agora em diante, todas as coisas. O que Deus faz é primeiramente aguçar a fome e sede da Palavra e da oração e nos burilar em nosso dom.

Você não pode falar da Palavra se não tiver prazer na Lei do Senhor. Você não deve falar de oração se não possui uma vida de oração. Nós não podemos dar o que não temos. O professor precisa viver o que fala. Certamente isso falará mais alto do que o próprio ensino. Além disso, o aperfeiçoamento do seu dom ocorrerá mediante erros e acertos. Não foi bem hoje, não desista. A perfeição na arte de ensinar se adquire com a prática.

A Bíblia

A Bíblia é outra fonte inesgotável de criatividade. É impressionante como uma leitura bíblica bem feita aguça consideravelmente o nosso intelecto. Não há como preparar uma boa aula sem a Bíblia. Afinal, ela é o nosso principal instrumento de trabalho.

As histórias da Bíblia são as melhores ilustrações que um professor pode ter para incrementar suas aulas. Há outros recursos? é evidente que sim. Mas a Bíblia é insubstituível. O que os seus alunos querem e precisam ouvir é a Bíblia. Esta é a sua missão: Ensinar a Bíblia aos seus alunos.

Tudo na Bíblia tem uma aplicação prática para a nossa vida. Paulo disse que tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito (Rm 15.4). Devemos, portanto, imitar os bons exemplos que temos na Bíblia, e evitar os erros daqueles que erraram antes de nós.

Sendo assim, dentre todas as suas leituras, dê prioridade à Bíblia, pois é ela que realmente edifica, além de ser a sua principal ferramenta de trabalho. Ensine a Palavra e viva o que a Palavra ensina.

A literatura eclesiástica e secular

Entre tantas coisas que nos influenciam nesta vida, poucas são tão eficazes quanto os livros. Através dos livros somos capazes de viajar a lugares longínquos e até inimagináveis, pois eles invadem a nossa cabeça e mudam, muitas vezes, a nossa maneira de pensar; nossas atitudes; hábitos, etc. Daí a importância de lermos bons livros, porque, sendo bom ou não, um livro sempre nos influenciará em alguma coisa. Como disse um velho professor de literatura que eu tive, "somos o que lemos". Nesse caso, o importante não é tanto a preferência literária que se tem, mas sim, o conteúdo do que se lê.

Talvez possamos dividir os livros em técnicos e comuns; religiosos e seculares. De um e de outro lado pode-se encontrar bons e maus livros. Você, amigo professor, quer fazer o melhor? É claro que quer. Todos nós devemos almejar a excelência do ministério que Deus nos deu. Então, seja amigo dos livros. Leia muito. Leia bons livros.

Recomendo a você a leitura de livros como As Sete Leis do Ensino; Igreja Ensinadora; Ensinando Professores a Ensinar; Aprimorando a Escola Dominical; A Pedagogia de Jesus; Didática para a Escola Dominical; O Bom Professor Conhece Seus Alunos e Socorro! Meus Alunos Sumiram. Esses livros poderão ajudá-lo. Alguns deles podem estar esgotados, mas você encontrará, se não esses, outros iguais ou até melhores nas principais livrarias evangélicas de sua cidade. Você notará que nem todo livro didático é tão pratico como deveria ser. Alguns livros didáticos que li não me ajudaram muito, porém, a maioria deles foi enriquecedora.

Além dos livros de pedagogia evangélica também temos bons livros na literatura secular. Recomendo pelo menos três deles: Didactica Magna; Planejamento de Ensino e Avaliação, e Ensino: As Abordagens do Processo. Minha professora de psicologia da educação da faculdade de filosofia dizia que este último é a bíblia da educação. Ele é um pouco enfadonho, mas é muito bom.

Mas não pare aí meu caro professor. Leia todo tipo de literatura. Leia revistas e jornais, enfim, leia de tudo. Mas leia sempre com senso crítico. Até mesmo os livros evangélicos! Qualquer literatura fora da Bíblia é passiva de desconfiança. O único livro para o qual você deve abrir totalmente seu coração é a Bíblia. Fora dela leia de tudo um pouco e retenha o que é bom.

Outras fontes de criatividade

A natureza é uma outra fonte inspiradora da criatividade. Mesmo para quem mora nos grandes centros das cidades é possível perceber um pouco da glória de Deus em Sua criação. Contemple a perfeição de Deus. Veja como Ele foi criativo ao criar o sol, a lua, as estrelas, as árvores, os pássaros, a formiga e você. A criação de Deus emana a criatividade do seu Criador.

Além disso, nesses tempos de pós-modernidade podemos tirar proveito de toda esta tecnologia que faz parte do nosso cotidiano. A televisão é uma boa fonte de informação que ajudará o professor criativo a estar por dentro dos acontecimentos. Os telejornais ajudam bastante.

Outra bênção da modernidade, quando bem utilizada, diga-se de passagem, é a internet. Os recursos da internet são incalculáveis. Com ela você fica muito bem informado, além de poder ajudar outras pessoas que possuam a mesma tecnologia. Eu esperei dez anos para ter meu computador, e valeu a pena, pois eu o adquiri no auge da internet. Hoje, além de ter nas mãos informações variadas, posso dar minha humilde contribuição ao compartilhar com outras pessoas alguns de meus artigos e estudos bíblicos.

O PROFESSOR CRIATIVO E A PREPARAÇÃO DA AULA

Não é preciso dizer que uma boa aula é aquela que se prepara com calma, antecedência e nunca na última hora às pressas. Como deve ser, portanto, a elaboração de uma lição, a fim de que ela seja bem apresentada na sala de aula?

A preparação de uma boa aula consiste da preparação do professor. Por mais óbvio que isso para ser, não podemos fugir dessa verdade. A lição pode estar até bem preparada, mas se o professor não estiver preparado para o dia de sua apresentação, certamente ele não vai render.

O antes do professor criativo

Antes da preparação da aula propriamente dita, é preciso que o professor faça das fontes de criatividade uma prática natural do seu ministério. Eu entendo aquelas palavras de Paulo, "o que ensina, esmere-se no fazê-lo", como facilmente aplicável nesse quadro.

Se você não tem tempo para se dedicar ao ensino, então não cometa o pecado do despreparo. Não subestime a inteligência do Espírito Santo de Deus assumindo um cargo do qual você não está devidamente qualificado, apenas porque não tem outra pessoa para fazê-lo. A obra de Deus deve ser feita com brio, zelo e dedicação, jamais de qualquer maneira e relaxadamente.

Professor, a apresentação de sua aula deve representar uma pequena parcela daquilo que você fez antes. Professor criativo e dedicado não é aquele que apenas ensina, mas é aquele que se prepara e se empenha com afinco e antecipadamente para o ensino. A diferença básica entre o professor e o aluno é que aquele estudou antes deste. Portanto, "o que ensina, esmere-se no fazê-lo".

O durante do professor criativo

Durante a preparação da aula organize, em espírito de oração, é claro, tudo que você conseguiu através do preparo prévio. Faça um esquema dos pontos principais de sua lição. Se você se sente à vontade em levar suas anotações para a sala de aula, deixe tudo bem arranjado para que você não se perca durante a apresentação. Nunca leve seus rascunhos para a sala de aula, mas sempre seus apontamentos finais, bem elaborados e definidos.

Deixe-me esclarecer uma coisa: quando eu digo se você se sente à vontade em levar anotações para a sala de aula, não estou de modo algum condenando essa prática. É melhor ter em mãos uma pró-memória do que ir para a aula sem nada e fazer feio. Uma anotação bem feita geralmente é vista com bons olhos pelo povo. Quando um professor não se sai bem na exposição da aula, a falta de um esboço ou algo semelhante torna mais evidente sua negligência. Eu particularmente procuro não levar anotações para a aula, porém, é preciso dominar muito bem o assunto que se vai abordar.

Na verdade, com ou sem papel nas mãos precisamos conhecer muito bem a matéria que vamos ministrar. Suas anotações devem passar tão despercebidas aos olhos das pessoas quanto aos seus. Use seu papel, mas não se detenha demasiadamente a ele. Mesmo que precise usar anotações ou esboço, domine o tema.

Muito bem, você esquematizou sua lição, organizou todos os tópicos e sub-tópicos. Agora vamos para o passo seguinte.

O depois do professor criativo

Depois que você se preparou para preparar sua aula e então deixou tudo esquematizado, faça uma revisão de cada ponto. Planeje a ministração de suas aulas, relacionando entre si seus temas para que haja coerência e se evite a antecipação da matéria quando chegar a apresentação da aula propriamente dita. A partir daí inicie um levantamento das possíveis perguntas que sua classe faria. Um trecho de poesia popular nos diz quais são essas perguntas:

Tinha seis amigos fiéis,
Ensinaram-me tudo quanto sei,
Chamam-se Como e Que e Por que,
Onde e Quando e Quem.

Use o mesmo princípio para estabelecer as perguntas que você faria a sua classe. Terminando isso, com certeza estará preparado para dar sua aula, porque agora você sabe exatamente o que pretende dizer. E saber o que se vai dizer é extremamente significativo, pois a maioria das pessoas não tem dificuldade em perceber quando o professor está enrolando. Só fale quando realmente tiver algo a dizer.

O PROFESSOR CRIATIVO E A AULA PROPRIAMENTE DITA
Chegamos na sala de aula. Qual deve ser nosso procedimento agora? Ensinar? É claro, mas vamos com calma. A aula é o resultado natural do que fizemos antes. Se não nos preparamos, ou não nos preparamos adequadamente, isso ficará evidente no ensino. O princípio é o mesmo para uma boa preparação prévia. Estando bem preparado ficamos seguros e transmitimos segurança também. Contudo, existe um fator que aumenta ainda mais essa segurança e que eu acho importante compartilhar com você.

Vamos nos ambientar?

Este fator é a ambientação. O que isso significa? Bem, você orou em casa, estudou, está preparado e agora entra na sala de aula, dá um bom dia a todos, faz mais uma oração, canta um hino talvez e começa a aula, certo? Não! Faltou ainda o aquecimento. Você é um atleta de Jesus, também precisa se aquecer.

Por ambientação entenda-se chegar cedo, vinte, trinta minutos ou mais antes do início da aula, a fim de entrar no espírito da aula com a classe ainda vazia. Medite, ore mais uma vez. O bom professor não é aquele que chega deliberadamente atrasado, muito menos aquele que chega em cima da hora. O bom professor chega cedo na sala de aula. Eu mesmo tenho uma dificuldade tremenda em ensinar ou pregar se não estiver ambientado. Já passei por isso por força da circunstância e não gostei. De modo que, com dez anos de ministério, dá para contar nos dedos de uma única mão quantas vezes cheguei atrasado em um compromisso. Você está me entendendo professor? É mais ou menos como aquela corrida em que o atleta chega antes para fazer aquecimento e se concentrar para a prova.

Interagir: a melhor maneira de ensinar
Costumo dizer para a minha classe bíblica dominical e de estudo bíblico semanal que a minha aula é feita 50% por mim e 50% por eles. Isto não quer dizer que eu me preparo pela metade, e sim, que na elaboração de minhas aulas há espaço para os meus alunos. Eles ficam felizes em saber que são importantes por terem participação direta no meu ensino. Eles perguntam e eu respondo, sem que eu ofereça respostas prontas. Além disso, procuramos fazer de cada aula um momento bem descontraído sem perder a reverência.

Geralmente apresentamos uma série de lições semanais, relacionadas umas às outras, com estudos diretamente da Bíblia. Não uso revista ou apostila. Só a Bíblia. Não distribuo material para evitar a distração e o adiantamento do que estou falando. Mas isso não quer dizer que meus alunos ficam sem o que fazer durante a semana. Peço que a classe leia, na semana, textos bíblicos referentes ao tema que estamos estudando ou iremos estudar, responda algumas perguntas relacionadas ao tema e traga suas dúvidas para a próxima aula. Além disso, os alunos são constantemente incentivados a lerem a Bíblia como um todo. Todos devem trazer papel e caneta para anotações.

Relacionamos as lições ao cotidiano deles, desafiando-os a praticar as verdades aprendidas. Avaliamos o êxito do trabalho verificando semanalmente a transformação em suas vidas, o que é deveras gratificante e compensador. Os alunos também participam sugerindo temas de estudos. Não existe monopólio em nosso grupo.

A maioria dos meus alunos faz pergunta naturalmente, isto é, geralmente não preciso instigá-los. Quando um assunto é interessante aos ouvintes, eles se manifestarão sem maiores dificuldades. Mas quando eu percebo que após cinco minutos a classe permanece quieta, então começo a lançar algumas perguntas trazidas de casa e, daí em diante, tudo transcorre bem. E quando alguém quer falar além da conta, muitas vezes tentando sair do tema proposto (intencionalmente ou não), com habilidade procuramos cortar, aproveitando uma pausa na fala dele, e assim retomamos o bom andamento da aula.

Onze lembretes importantes:

1) Professor, evite dar as respostas de suas próprias perguntas imediatamente. Se a classe sabe que você irá responder logo em seguida, sem que ela tenha tempo de responder, com certeza não se entusiasmará em respondê-las. Na verdade ela ficará com a impressão de que você realmente não está tão interessado assim no que eles pensam.

2) Evite também aquelas perguntas incompletas como, por exemplo, "Deus amou o...". Isso aborrece. Pode ajudar numa classe de crianças pequeninas, mas é terrível no caso dos maiores.

3) Nunca desdenhe uma pergunta por mais óbvia que ela pareça ser.

4) Não ria jamais com a pergunta de seu aluno. Geralmente ele receberá isso como desprezo, não da pergunta, mas da própria pessoa dele.

5) Faça elogios sinceros aos seus alunos por mais simples que sejam as perguntas ou respostas.

6) Quando tiver dificuldade com alguma pergunta, valorize seu aluno ou aluna, agradeça a pergunta e peça-lhe permissão para saber o que a classe pensa a respeito.

7) Jamais manipule a palavra. Você não é o dono da verdade. O bom professor aprende juntamente com seus alunos.

8) Seja humilde e sincero; não tenha vergonha de dizer "não sei" ou "vou pesquisar e trago a resposta semana que vem". Mas traga mesmo! A igreja saberá que além de humano você é uma pessoa de palavra.

9) Evite o distanciamento do assunto proposto na classe. Tenha o controle da situação.

10) Seja dinâmico e dê sua aula com gosto e entusiasmo. Isso compensará o fato de, por exemplo, o aluno levantar cedo e ir à escola dominical, pois certamente ele irá à aula com o mesmo entusiasmo seu.

11) Sua aula precisa ter começo, meio e fim. E se porventura não teve tempo de terminar a lição, deixe bem claro que ela terá um fim. Seus alunos precisam saber para onde você e eles estão indo.

O professor também pode enriquecer sua aula com recursos audiovisuais. Estes recursos são fundamentais na classe de crianças porque elas dependem dessa percepção. Na classe de adultos também ajuda. Visualizar, através de uma lousa ou retroprojetor o que está sendo ensinado, ajuda bastante. Contudo, vale aqui uma ressalva. Nenhum recurso audiovisual substitui a pessoa do professor. Já vi professor dando um show de aula sem recurso algum, como também presenciei professores com todos os recursos se expressando de maneira apática. O bom é unir o útil ao agradável, porém, nada substitui a figura do professor.

Com água na boca

Para a glória de Deus, faça o melhor em classe. Deixe o povo com água na boca. Primeiro pela aula em si; segundo pela curiosidade. O ser humano é por natureza curioso. Aguce essa curiosidade. Não fale tudo numa única aula. Deixe um pouco para a semana que vem.

Na igreja onde sou pastor costumamos, no final de cada aula, despertar os alunos quanto ao próximo assunto a ser estudado, mostrando-lhes a possibilidade de aprenderem coisas novas e como poderão solucionar algumas questões em casa e resolver outras em classe. Este é um dos motivos pelos quais eu não adoto revistas. Já usei muito, mas hoje não. Isso não é uma crítica para quem as usa. Temos boas revistas que podem e devem ser usadas com o máximo proveito. Porém, as revistas geralmente costumam ter lições diferentes umas das outras, a pesar de estarem todas sob um mesmo tema. Sem contar que muitas vezes acomoda aquele professor que ao invés de usá-las apenas como roteiro, não faz novas pesquisas, lê toda revista na sala de aula, não acrescenta nada de novo e, como resultado, torna a aula cansativa e enfadonha.

Eu prefiro uma seqüência bíblica. Quando fui pastor em Santa Catarina a igreja que pastoreei não usava revistas. Eu sempre as usei nas poucas igrejas onde fui pastor. Assim que cheguei no Sul disse ao conselho que gostaria de adotar uma revista. Foi quando eles me sugeriram que eu fizesse um teste por alguns meses. Caso não me adaptasse, a igreja adquiriria as revistas. Para minha surpresa peguei gosto pela coisa, visto que o aproveitamento da classe foi bem maior. Além de acabar de uma vez com aquela velha briga, "gente leia a revista!", "vocês precisam ler a revista!", "quem leu a revista em casa?", e economizar um bom dinheiro.

Ao retornar a São Paulo assumi uma igreja que adotava revistas. Propus um teste de três meses sem as revistas. Aí foi a igreja que pegou gosto. A minha classe, por exemplo, cresceu em todos os sentidos porque ninguém perdeu o interesse pela escola bíblica dominical. Em nossa igreja o professor tem liberdade de adotar ou não uma revista (desde que seja de uma editora idônea) e também escolher, juntamente com a sua classe, o tema que quiser.

Nossa escola dominical está crescendo bastante e todos são unânimes em afirmar que isso é o resultado de uma escola dinâmica e criativa. Os professores partem do princípio de que ninguém é uma tabula rasa, na qual são impressas, progressivamente, imagens e informações, e sim, que todos, professores e alunos, têm potencial para fazer uma escola dominical cada vez melhor.

Vale a pena investir na escola bíblica dominical!

Parte X
OS ESTUDOS BÍBLICOS E A PALAVRA DE DEUS
Há estudos que chegam a receber, na média, nota bem próxima de dez. Outros, sem esse tipo de aferição, são lidos por centenas de usuários. Ás vezes, em poucos dias, o número de leitores ultrapassa duas centenas.

Essa corrida aos estudos demonstra grande interesse pela leitura da Palavra e serve para preencher a lacuna deixada por escolas bíblicas dominicais. Todavia, devemos ter o cuidado de não substituir a Bíblia pelos estudos. A Bíblia será sempre o padrão. Não raro, principalmente em assuntos polêmicos, o autor do estudo emite opinião pessoal, seja em assuntos controvertidos, seja na interpretação de textos. Entendo que o tempo dispensado à leitura da Bíblia não deve ser menor do que o dedicado à leitura dos estudos bíblicos. Convém seguirmos o exemplo dos bereanos, que examinavam cuidadosamente se o que Paulo e Silas pregavam estava de acordo com as Escrituras. Então, não se deve fazer ou deixar de fazer alguma coisa em razão do que algum escritor, seja pastor ou não, ensina. Antes de qualquer atitude, medite e tire suas próprias conclusões. A fonte de qualquer estudo bíblico, como o próprio nome indica, é a Bíblia, mas, em razão de nossas imperfeições, é possível haver desencontros. Passar a praticar determinados atos apenas porque determinado escritor diz que pode ser praticado não é aconselhável. Os estudos não podem ser traduzidos como infalível jurisprudência bíblica. As experiências pessoais nele contidas não podem ser consideradas doutrinas bíblicas, pelas quais devamos nos orientar.

Somente a Bíblia é “proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra”.

Parte XI
A PROPÓSITO DE "OUSADIA E DESAFIO DA EDUCAÇÃO TEOLÓGICA"
Ousadia e Desafios da Educação Teológica - 100 anos do STBNB (1902-2002) (Recife, STBNB Edições, 2002), é um pequeno grande livro escrito pelo Dr. Zaqueu Moreira de Oliveira, Diretor-geral do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (Recife, PE), para comemorar o centenário dessa respeitada instituição de ensino. Após sua leitura, algumas idéias foram anotadas.

A Educação Teológica é tão antiga quanto a própria história sagrada; quanto os dias do Novo Testamento. Da Idade Média ao século 19, houve acentuadas mudanças. Na história do pensamento, tudo girava em torno da Educação Teológica. Havia quatro disciplinas básicas: o Direito (Leis), a Teologia, a Medicina e as Artes. Mais adiante, a Teologia se separa das outras disciplinas, organizando-se nas universidades as Escolas de Divindades (Divinity Schools ou Divinity Colleges), oferecendo o grau de Doutor em Divindades (D.D.), que na Europa é grau acadêmico compatível com o Doutor em Teologia (Th.D.), e nos Estados Unidos um grau honorífico (Honoris Causa). O grau de Mestre em Divindades (M.Div.), um mestrado profissional, de cunho nitidamente pastoral, em contraposição ao Mestre em Teologia (Th.M.), voltado para a pesquisa e ensino. A partir do século 19, o modelo alemão de pesquisa se tornou dominante no campo da teologia.

Existem valores que são intrínsecos e valores que são instrumentais na Educação Teológica tanto quanto em qualquer outra qualidade de educação. O valor intrínseco é ajudar o seminarista a se tornar uma pessoa de qualidade mais do que ensiná-lo a fazer determinadas coisas.

O valor instrumental é capacitá-lo a atacar os problemas do mundo em que atua, e não apenas os problemas acadêmicos, o seu dia a dia, a prova, os trabalhos escritos. É uma visão maior, global do mundo.

Devemos refletir igualmente sobre certas razões práticas e pedagógicas e teológicas. No caso do motivo prático, o ministro deve ser como Cristo, ter a mente de Cristo; deve conhecer a Palavra de Deus, pois o mesmo Jesus Cristo exorta que "Errais não conhecendo as Escrituras...", e ele deve fazer a obra do ministério, e completando-se, então, com "Errais não conhecendo... o poder de Deus". O ministério, o serviço do evangelho, é o poder de Deus em ação.

Razões pedagógicas são o comprometimento com Deus, que deve ser uma ênfase levada muito a sério; uma sólida educação teológica, e ousamos dizer que algo importante em que o Seminário pode ajudar o seu ministro (uso a palavra "ministro" para abranger os ministérios que são objeto de atenção e ensino por parte deste Seminário) é a questão dos relacionamentos, tanto na sua comunidade eclesiástica quanto na sociedade. O Seminário é um laboratório, é uma amostragem do que será a igreja de Cristo que o ministro há de liderar, e quem consegue passar, especialmente pelo internato do Seminário, está habilitado a assumir qualquer igreja depois, por ser uma amostra dos variados comportamentos dos que fazem a igreja.

Outro fenômeno que ocorre nos seminários é a presença de idosos e de mulheres, que fiéis ao seu chamado buscam melhor preparo para o exercício dos seus ministérios. Isso é mais uma amostra da vida da igreja onde somos servos. Mencione-se, outrossim, o aprofundamento da compreensão pessoal da fé.

Quanto às razões teológicas, lembramos que David Tracy escreve que a Educação Teológica deve olhar para três públicos: a escola, a igreja e a sociedade. Ele alia à escola a theoria; à igreja, a poiesis; e quanto à sociedade, faz uma aliança com a praxis. A Profª Areli Perruci, que nos precedeu, mencionou em suas observações que era preciso tirar da tarefa para o processo.. É, em outras palavras, o que foi explicitado por Tracy ao dizer que precisamos tratar com a teoria, o pastoreio e a prática, em referência, respectivamente, à academia, a comunidade de fé e a sociedade.

Sempre se tem discutido o papel, a função e a tarefa da Igreja. O Pr. Martin Luther King, Jr. entendia ser a Igreja a sociedade perfeita, tendo usado a expressão "abençoada comunidade" para a ela se referir. Disse ele que "é nessa abençoada comunidade que o racismo é denunciado, a justiça social proclamada, o pecador considerado bem-vindo a voltar para casa, e o perdido e ferido encontram refúgio, e onde todos são incluídos na graça de Deus". Essa é a igreja onde vamos exercer a nossa poiesis, onde vamos utilizar a função de cura-d'almas.

E então vem a ousadia. Jim Mannoia enfatizou que a Educação Teológica é um "negócio de risco". E, lendo o livro do Dr. Zaqueu de Oliveira, descobrimos que o STBNB sempre foi um "negócio de risco".

Por que dizemos "educação teológica" e não "educação ministerial"? Talvez porque se faça ligação do primeiro termo à educação fornecida pelos seminários, quando, na verdade, Educação Teológica é todo repasse da linguagem sobre Deus, dos conceitos acerca de Deus. Quer dizer que quando ensinamos a uma criança um conceito sobre a Pessoa Divina, estamos fazendo educação teológica. Há quem pense que Educação Teológica é privilégio de quem vai dar tempo integral no ministério da Palavra, nas equipes ou organizações para-eclesiásticas ou missionárias.

Para outros, vai restar a Educação Religiosa (ou Cristã, como alguns a chamam) como algo separado da Educação Teológica. Lembremos: é uma linguagem acerca de Deus e um aprendizado dos Seus atributos porque toda Educação Cristã é Educação Teológica, e não apenas o que é discutido e ensinado nos seminários.

Robert Pazmiño, autor do livro Deus, nosso Mestre - fundamentos teológicos na educação religiosa (God, Our Master - theological basics in religious education), publicado em 2001 pela Baker (EUA), afirma que a Trindade é um tema teológico perfeito, podendo servir como excelente referencial para a nossa educação. Essa não é uma idéia nova, pois James Stewart já a havia apresentado, bem como Nells Theré.

A idéia é que Deus-Pai é o Supremo Educador. É o Mestre. Dele procede todo o conteúdo da educação que repassamos. Jesus Cristo, o Filho, é o Mentor, o modelo em Cuja Pessoa está exemplificado tudo o que o Mestre deve ser em termos de relacionamento com os seus educandos e com os outros. Toda a fome de amor e de cuidado encontram satisfação em Jesus Cristo e na pessoa daquele que O segue no ministério do ensino, os pastores, os educadores religiosos e os educadores musicais. O Espírito Santo é o Tutor, o Conselheiro, Que sustém a vida da sociedade cristã e da sociedade mais ampla de modo a cumprir os propósitos divinos para o contexto em que estamos inseridos.

Há outros desafios: ministros e suas esposas são parceiros no ministério. A esposa deste comentarista é seu braço direito e braço esquerdo no ministério. Por esse motivo, há necessidade de preparo da esposa do ministro. E lembramos a iniciativa pioneira do STBNB, no final dos anos 70, quando foram criadas classes especiais para as esposas dos alunos que não tinham preparo acadêmico formal para ingressar nos cursos regulares do seminário. Com isso, seriam capacitadas num referencial de linguagem e de prática no ministério dos esposos. O preparo do cônjuge, do marido da ministra, constitui-se igualmente num desafio.

A magnífica biblioteca do STBNB com acima de 50.000 volumes deve levar à leitura. Não entendemos como pode alguém passar quatro anos no Seminário e não ler, no mínimo, três livros por mês. David Mein, por muitos anos reitor desta Casa de Profetas, sempre disse que "a biblioteca são os pulmões do seminário".

Algumas vocações só funcionam com muita leitura, muito olho no olho e coração ouvindo o outro coração. É o caso dos psicólogos, dos psicanalistas, dos terapeutas de um modo geral. Uma dessas vocações é a ministerial. Por essa razão, mormente, o trabalho de aconselhamento, de cura-d'almas, do preparo do casal para o futuro casamento, é o que chamamos de "vocação de escuta": tanto quanto o psicólogo, o pastor precisa do exercício da leitura e muita interação com a ovelha.

Podemos partir para outras alternativas em educação, como a educação on line e a educação à distância, que o STBNB, aliás, já está realizando. Há quem não tenha recursos, tempo, ou não possa deixar o trabalho para vir passar quatro anos aqui. Seria o caso de ser mentoreado ou supervisionado via web ou por outros meios. A International School of Theology, em San Bernardino, Califórnia (EUA) é uma ministério da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo oferecendo cursos de Bacharelado e Mestrado, tendo extensões em Nairobi, Manila e Cingapura. É um seminário reconhecido pela correspondente norte-americana da ASTE, e utiliza cursos via internet.

O SeminárioTeológico Presbiteriano do Rio de Janeiro desde 1997 tem atuado nesta direção, e foi iniciado em forma experimental em 1998. Definiram os professores encarregados o formato do curso, sendo que quatro professores são do seminário do Rio, dois do seminário de Campinas, dois do Recife, e um reside na Holanda. 48 horas após o lançamento do curso na rede, vinte pessoas já estavam inscritas. Hoje tem acima de 190 alunos.

A seriedade com que as Denominações históricas tratam o tema da Educação teológica, e as regulações do Ministério da Educação vêm minimizar os chamados "Cursos Intensivos de Preparação de Obreiros", os famosos "C.I.P.Ós". Uma legislação competente e um reconhecimento pelos órgãos interdenominacionais e denominacionais (ASTE, ABIBET, AETAL) diminui essa nefasta influência. Em Salvador, havia quatorze escolas ditas de teologia no começo de 2001, desde as confessionais, as ecumênicos e os "CIPÓs".

Precisamos repensar uma Educação Teológica que seja relevante tanto para nossa pátria quanto para o mundo em geral. A questão de fundos é importante. Em outros países, pessoas e organizações fazem maciças doações aos seminários. Esse dinheiro é abatido do Imposto de Renda e financia uma cátedra. O professor recebe seu salário dos rendimentos deste fundo. No Brasil, tal fato é impensável. Mas sempre há soluções, como os Fundos Memoriais.

Como nós repousamos em Jesus Cristo, Ele nos assegurou que "Eis que faço novas todas as coisas", o que inclui uma nova visão ou re-visão do ensino acerca de Si mesmo. E estando Ele conosco, chegaremos lá.

[Esta reflexão foi apresentada no Painel sobre Educação Teológica patrocinado pela Associação dos Ex-alunos do STBNB, Recife, janeiro de 2002.




Parte XII
Introdução:
Nosso estudo tem como objetivo a reflexão sobre o que é aprender e o que é ensinar. Como o próprio nome sugere "ensino-aprendizagem", trata-se de um binômio inseparável. Estes dois termos "aprender"e "ensinar" não podem se separar. Eles estão intimamente relacionados e um depende do outro para existir.

Em Dt 4:1 vemos o termo "ensinar" e em 5:1 o termo "aprender". Na língua Hebraica tirando o sufixo e o prefixo das duas palavras vamos notar que trata-se da mesma raiz. Isto mostra que trata-se de dois vocábulos que são independentes. Não existe ensino sem aprendizagem e também não existe aprendizagem sem ensino. O que o professor faz e o que aluno faz estão ligados entre si .

I. ENTENDENDO O CONCEITO ENSINO-APRENDIZAGEM


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