sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Auto-existência e existência Autônoma de Deus

"Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus ." Salmo 90.2
As crianças, às vezes, perguntam: "Quem fez Deus ? " A resposta mais clara é que Deus nunca precisou ser feito, porque sempre existiu. Ele existe de um modo diferente do nosso: nós existimos de uma forma derivada, finita e frágil, mas nosso Criador existe como eterno, auto-sustentado e necessário. Sua existência é necessária no sentido de que não há possibilidade de ele cessar de existir.
A Auto-existência de Deus é uma verdade básica. Na apresentação que faz do "Deus Desconhecido" aos atenienses, Paulo explica que o Criador do mundo "nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais"(Atos 17.23-25).
O Criador tem vida em si mesmo e tira de si mesmo a energia infindável e de nada necessita. A independente auto-existência de Deus é uma verdade claramente afirmada na Bíblia(Ver Salmos 90. 1-4, 102.25-27; Isaías 40.28-31; João 5.26; Apocalipse 4.10).
Na teologia, muitos erros são resultados da suposição de que as condições e limites de nossa própria existência finita se aplicam a Deus. Na vida de fé, podemos também facilmente empobrecer-nos, se alimentarmos uma idéia limitada e pequena a respeito de Deus. A doutrina da auto-existência de Deus é um anteparo e defesa contra esses erros. O princípio de que só Deus existe por si mesmo o distingue de toda criatura e é o fundamento daquilo que pensamos a respeito dele.
Saber que a existência de Deus é independente protege a nossa compreensão a respeito da grandeza dele e, portanto, tem claro valor prático para a nossa saúde espiritual. ( Bíblia de Estudo de Genebra)
Deus é auto-existente, isto é, ele tem em Si mesmo a base da Sua existência. às vezes esta idéia é expressa dizendo-se que Ele é a causa sui (a Sua própria causa), mas não se pode considerar exata esta expressão, desde que Deus é o não causado, que existe pela necessidade do Seu próprio Ser e, portanto, necessariamente. O homem, por outro lado, não existe necessariamente, e tem a causa da sua existência fora dele próprio. A idéia da auto-existência de Deus era geralmente expressa pelo termo aseitas(asseidade), significando auto-originado, mas os teólogos reformados em geral o substituíram pela palavra independentia (independência), expressando com ela somente que é independente em  Seu Ser, mas também que é independente em tudo mais: em Sua virtudes, decretos, obras, e assim por diante. Pode-se dizer que há um tênue vestígio desta perfeição na criatura, mas isto só pode significar que a criatura, conquanto absolutamente depende, tem sua existência própria e distinta. Mas, naturalmente, longe está de ser auto-existente.
Este atributo de Deus é reconhecido geralmente, e está implícito nas religiões pagãs e no Absoluto da filosofia. Quando se concebe o Absoluto como a base última e auto- existente de todas as coisas, que entra voluntariamente em várias relações com outros seres, pode ser  identificado com o Deus da teologia. Como o Deus auto-existente, Ele não só é independente, como também faz tudo depender dele. Esta auto-existência de Deus acha expressão no nome Jeová. É somente como o Ser auto-existente e
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independente que Deus  pode dar a certeza de que permanecerá eternamente o mesmo, com relação ao Seu povo.
Encontram-se indicações adicionais disso na afirmação presente em Jo 5.26, " Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo ;"; na declaração de que Ele é independente de todas as coisas e que todas as coisas só existem por meio dele, Sl 94.8s; Is 40.18S; At 7.25; e nas afirmações que implicam que Ele é independente em Seu pensamento, Rm 11.33,34, em Sua vontade, Dn 4.35; Rm 9.19; Ef 1.5; Ap 4.11; e em Seu conselho, Sl 33.11. ( Louis Berkhof,  Teologia Sistemática , pg. 61, Ed. Cep)

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