Sumário
Deuteronômio
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Introdução
Elas
sempre batem à nossa porta nas piores horas possíveis ‑ quando você ainda está
deitado numa manhã de sábado, quando a família acabou de assentar‑se para o
almoço de domingo, quando você está dando banho no bebê ‑ e continuam voltando
com uma persistência comparável apenas à de uma mosca faminta em um dia quente
de verão. Se você as recebe, elas o deixam frustrado e confuso. Manipulam suas
Bíblias com surpreendente velocidade citando capítulo e versículo para
"provar" que Jesus Cristo é apenas um anjo, que morreu em uma estaca
e não numa cruz, que a aceitação de uma transfusão de sangue é um ato tão
pecaminoso quanto o adultério, e que a Sociedade Torre de Vigia no Brooklyn, em
Nova York, é o "profeta de Deus dos tempos modernos", seu,
"canal de comunicação".
E tão fácil pensar nas Testemunhas de Jeová como a
encarnação do mal e expulsá‑las de nossa porta com uma áspera repreensão. Ocasionalmente,
é exatamente isto o que acontece. Minha esposa Penni, que foi criada como
Testemunha de Jeová, certa vez bateu à porta de um senhor que se identificou
como cristão (ela estava acompanhada de um jovem estudante das Testemunhas de
Jeová). Tão logo este senhor descobriu quem eles eram, os expulsou de sua
propriedade gritando: "enganadores", "mentirosos", o mais
alto que podia, condenando‑os ao inferno no seu mais
alto volume.
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(Penni usou este episódio para demonstrar ao seu jovem acompanhante como realmente são os membros de igrejas cristãs.)
(Penni usou este episódio para demonstrar ao seu jovem acompanhante como realmente são os membros de igrejas cristãs.)
No entanto, é a apatia e não a raiva o que mais
freqüentemente recebe as Testemunhas de Jeová à porta. "Sinto muito. Não
estou interessado", é a resposta que mais ouvem. 0utra evasiva comum é:
"sinto muito, estou ocupado". Talvez com menos freqüência, ouçam:
"Sinto muito. Sou metodista" (ou outra designação denominacional
qualquer). A este último a testemunha‑de‑Jeová responderá ocasionalmente:
"eu também sinto muito que você seja metodista". Mas geralmente ele
ou ela dirá simplesmente: "tenha um bom‑dia" e prosseguirá em sua
visitação domiciliar.
Por que continuam insistindo? Por uma razão, acreditam que
você será destruído na iminente batalha do Armagedom, a menos que "venha
para a organização de Jeová, para a salvação" (A Sentinela, edição
norte‑americana, 15/11/81, p. 21). Eles estão tentando salvar sua vida. Além
disso, a motivação que os impele é a convicção de que não sobreviverão ao
Armagedom a menos que se empenhem nesse trabalho de pregação de porta em porta
sob a direção da "organização de Deus".
A maior parte das Testemunhas de Jeová está, com toda a
sinceridade, fazendo o melhor que pode para servir a Deus. São como os judeus
incrédulos a respeito de quem Paulo escreveu: "... de que têm zelo por
Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e
procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus"
(Rom.10:2,3).
A vasta maioria das Testemunhas de Jeová são vítimas de
vítimas ‑ seguidores cegos de líderes cegos. Elas precisam escapar da doutrina
de salvação por obras que as transforma em servos obedientes de um império
religioso multibilionário. Precisam ser libertas do jugo opressivo que lhes
pesa sobre os ombros; ainda que sejam levadas a crer que o suportar este jugo
as salvará ‑ e que qualquer um que procura dissuadi‑las é um enganador enviado
por Satanás.
Se você já tentou alguma vez, sabe o quanto é difícil
conversar com as testemunhas de Jeová. Elas vão testar a sua paciência, seus
conhecimentos bíblicos. Não perder o "fio da meada" numa dessas
discussões pode sertão difícil quanto acompanhar a bolinha em
um
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jogo
de conchas de um camelô, pois elas pulam rapidamente de um versículo para
outro. Mas o esforço é válido. Essas pessoas precisam ouvir o evangelho através
de você.
A maioria das testemunhas de Jeová tem um
passado desprovido de espiritualidade. Um grande número delas já foi católico
romano que quase nunca freqüentava a igreja. Alguns foram educados em igrejas
protestantes, mas nunca receberam a mensagem. Muitos não tiveram nenhuma base
religiosa e estavam vivendo uma vida de materialismo ou pecado ‑ ou
simplesmente sentiram‑se presos a uma rotina enfadonha que não os levava a
lugar algum ‑ e então as testemunhas de Jeová bateram à porta. O convite ao
"estudo da Bíblia" pareceu atraente: Deus era o que estavam
precisando em suas vidas. Mas, rapidamente, as testemunhas de Jeová trocam o
estudo da Bíblia pelo estudo do livro Torre de Vigia e levam seus novos
discípulos a uma idolatrada organização, e não a Deus.
Quem ajudará as testemunhas de Jeová a
ouvir o verdadeiro evangelho de Cristo? A cada semana elas batem a muitas
portas e encontram muitas pessoas, inclusive muitos cristãos. Mas raramente
encontram alguém que domina a "espada do Espírito" (Ef. 6:17) de
forma a poder penetrar sua fortaleza mental ‑ aquelas paredes quase
impenetráveis de raciocínios torcidos, que a Sociedade Torre de Vigia erigiu em
seus cérebros. Nós cristãos enviamos missionários às mais distantes partes da
terra e os treinamos nos mais difíceis idiomas, para alcançar o perdido para
Cristo. Não deveríamos fazer, no mínimo, algum esforço para falar
eficientemente a estas almas perdidas que vêm bater às nossas próprias portas?
Mas um cristão que tenta conversar com
uma testemunha de Jeová precisará de ajuda. As testemunhas de Jeová estudam e
praticam várias horas por semana para tais encontros. Portanto, mesmo um leitor
da Bíblia que tenha um conhecimento geral das Escrituras pode ser pego de surpresa
por algum de seus estranhos argumentos. Se isso acontecer, onde você poderá
procurar ajuda? É com este fim que o presente volume foi preparado.
Eu procurei examinar profundamente os
versículos bíblicos favoritos das testemunhas de Jeová ‑ os textos que usam
como pretexto para ensinar as doutrinas da Torre de Vigia. Cada ver-
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sículo
é considerado sob vários ângulos. Como as testemunhas de Jeová interpretam o
versículo? Como se encaixa na sua estrutura doutrinária? O versículo é mal
traduzido em sua versão bíblica? Elas o tiram do contexto? O que o versículo
realmente diz? Qual a melhor forma de argumentar com uma testemunha de Jeová a
respeito daquela passagem bíblica?
Outros versículos selecionados para
discussão incluem aqueles que são ignorados pelas testemunhas de Jeová - os
textos que os seus líderes cuidadosamente evitam quando dirigem seus seguidores
em um exame orientado da Bíblia. (Embora eu tenha sido um ancião das
testemunhas de Jeová por oito anos, responsável por ensinar a minha própria
congregação e freqüentemente servindo como orador em outras, existiam inúmeras
passagens bíblicas que eu desconhecia - até que me foram tiradas as vendas dos
olhos.) Este volume discute os mais significativos destes versículos e mostra a
maneira pela qual você pode usá-los efetivamente ao compartilhar o evangelho de
Cristo com uma testemunha- de Jeová.
Para facilitar a sua referência, os
textos aparecem em sua ordem bíblica. Este livro lhe será mais proveitoso se o
ler em sua totalidade antes de usá-lo durante um encontro real com uma
testemunha de Jeová.
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1
Em Que
Crêem as Testemunhas de Jeová
É claro que, em algumas áreas, as testemunhas de Jeová
acreditam no mesmo que os cristãos ortodoxos. Por exemplo, rejeitam corno
pecado o sexo fora do casamento; aceitam o criacionismo bíblico que se opõe à
teoria da evolução; e acreditam que a Bíblia é a palavra inspirada de Deus.
Mas, em muitas outras áreas, suas doutrinas as colocam à parte e as marcam como
praticantes de um culto pseudocristão ‑ particularmente os ensinamentos da
seita sobre as seguintes questões (para mais detalhes e textos bíblicos
relacionados consulte o Índice de Assuntos):
Armagedom: Deus vai em breve
travar guerra contra a humanidade, destruindo todos sobre a terra, exceto as
testemunhas de Jeová. As igrejas cristãs, dizem, serão as primeiras a sofrer
destruição.
Aniversários: Celebrar o dia do
nascimento, de qualquer forma, é expressamente proibido. Até mesmo enviar um
cartão de aniversário pode provocar uma ação imediata contra o ofensor
determinada por um "Comitê Judicial" oficial. A punição é a
"desassociação" (veja abaixo).
Transfusão de sangue: Na prática,
do ponto de vista das testemunhas de Jeová, aceitar transfusão de sangue é um
pecado mais sério do que o roubo ou o adultério. Ladrões e adúlteros são mais
rapidamente perdoados pelos comitês judiciais da Torre de Vigia do
que aqueles culpados de aceitar sangue. Uma
testemunha de
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Jeová deve recusar sangue em toda e qualquer circunstância,
mesmo quando esteja certa de que esta recusa resultará na morte. A organização
também requer que os adultos recusem transfusões para seus filhos menores.
Cristianismo: Exceto por poucos e
esparsos indivíduos que mantiveram a fé, o verdadeiro cristianismo desapareceu
da terra logo após a morte dos doze apóstolos ‑ de acordo com as testemunhas de
Jeová. E não foi restaurado até que Charles Taze Russell fundou a sociedade
Torre de Vigia no final da década de 1870. Quando Cristo voltou invisivelmente
em 1914, encontrou o grupo de Russell fazendo o trabalho dos "servos
sábios e fiéis" (Mat. 24:45) e os nomeou sobre todas as suas posses. Todas
as outras igrejas e cristãos professos são, na verdade, instrumentos do diabo.
A Volta de Cristo: 0 Senhor voltou
invisivelmente no ano de 1914 e tem estado presente desde então, governando
como Rei através da Sociedade Torre de Vigia. Referências à segunda
"volta" são traduzidas como "presença" na Bíblia das
Testemunhas de Jeová. A geração daqueles que testemunharam a volta invisível de
Cristo em 1914 não vai morrer antes que venha o Armagedom (veja Mat. 24:34).
Cronologia: As testemunhas de
Jeová acreditam que Deus tem um preciso cronograma para todos os acontecimentos
passados e futuros, que estão unidos por simples fórmula matemática e são
revelados à humanidade através da Sociedade Torre de Vigia. Os sete
"dias" da criação em Gênesis tiveram a extensão de sete mil anos cada
um, totalizando uma semana de quarenta e nove mil anos. Deus criou Adão no ano
4026 a.C. A criação de Eva pouco tempo depois marcou o fim do sexto dia da
criação e o início do sétimo. Dessa forma, nós estamos agora aproximadamente no
ano seis mil de um período de sete mil anos ‑ o que significa que o Armagedom
logo colocará um fim no governo humano que durou seis mil anos, abrindo o
caminho para uma espécie de sábado - um período de mil anos de reinado de
Cristo. Baseados nessa cronologia a organização das Testemunhas de Jeová
promulgou um número de profecias específicas do final dos tempos.
Cruz: Segundo as testemunhas de
Jeová, a cruz é um símbolo religioso pagão adotado pela igreja
quando Satanás, o demônio,
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assumiu
o controle da autoridade eclesiástica. A cruz não teve nada a ver com a morte
de Jesus, já que as testemunhas de Jeová sustentam que ele foi pregado em um
poste ereto e sem trave horizontal. As testemunhas de Jeová abominam a cruz e
espera‑se que os novos convertidos destruam quaisquer cruzes que possam ter, ao
invés de simplesmente se disporem delas.
Deidade: Somente o Pai é Deus, e
seus verdadeiros adoradores devem chamá‑lo pelo nome de Jeová. As
testemunhas de Jeová aprendem que Jesus Cristo foi meramente a manifestação do
arcanjo Miguel em forma humana ‑ não Deus, mas um mero ser criado. O Espírito
Santo é apresentado não como Deus nem como uma pessoa, mas como uma "força
ativa".
Desassociação: Esta é a punição
para qualquer infração aos regulamentos da Sociedade Torre de Vigia. Ela
consiste num decreto público, anunciado em audiência em um Salão do Reino e
proibindo toda associação ou comunhão com o ofensor. As outras testemunhas de
Jeová são proibidas até mesmo de cumprimentá‑lo caso se encontrem com o ofensor
na rua. As únicas exceções dizem respeito aos membros da família do ofensor.
Eles podem conduzir "negócios necessários" com a pessoa desassociada,
e aos anciãos que podem falar com ela, caso esta os aborde penitentemente em
busca de reconciliação.
Céu: Apenas 144 mil indivíduos vão
para o céu. Esse "pequeno rebanho" começou com os doze apóstolos, o
número foi completado no ano de 1935. Aproximadamente nove mil anciãos das
Testemunhas de Jeová são o remanescente na terra hoje, dos que irão para o céu.
O restante das testemunhas de Jeová espera viver na terra para sempre.
Inferno: Segundo a diretriz de seu
fundador, Charles T. Russell, a Sociedade Torre de Vigia ainda ensina que o hades
é meramente a sepultura, que o fogo do Geena desintegra
instantaneamente suas vítimas, transformando‑as em nada, e que não há
existência consciente para os mortos até o tempo de sua ressurreição corpórea.
Dias Santos: A celebração de
qualquer "dia santo mundano" é expressamente proibida para as
testemunhas de Jeová. Essa proibição se aplica aos dias patrióticos, Dia dos
Namorados, Dia dos Mortos, Natal, Páscoa, Ano‑Novo, Dia de
Ação de Graças, Sexta-
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Feira Santa e assim por diante ‑ até mesmo o Dia das
Mães e o Dia dos Pais são proibidos! Mesmo que uma "origem pagã" não
possa ser descoberta como base para banir a observância de certa data
comemorativa, o simples fato de que as "pessoas do mundo" celebram
essas datas é razão suficiente para que as testemunhas de Jeová não as
celebrem.
Espírito Santo: O Espírito
Santo não é nem Deus nem uma pessoa, segundo os ensinamentos da Torre de Vigia.
É simplesmente uma "força atuante" impessoal que Deus usa para fazer
a sua vontade.
Esperança: As testemunhas de Jeová
acreditam que Deus parou de chamar cristãos para a esperança celestial em 1935.
Desde então, ele tem oferecido às pessoas a oportunidade de viver eternamente
na terra. ("Milhões que agora vivem jamais morrerão" ‑ é um slogan
familiar das testemunhas de Jeová.) Deus vai destruir todas as outras
pessoas no planeta, deixando apenas as testemunhas de Jeová, e ele vai
restaurar o paraíso do Jardim do Éden em todo o mundo.
Jesus Cristo: Na teologia da Torre
de Vigia, Jesus Cristo é um mero anjo ‑ o primeiro criado por Deus, quando
começou a criar os anjos. As testemunhas de Jeová identificam Cristo
como Miguel, o arcanjo, embora elas chamem Jesus "o Filho do Homem" -
"porque a primeira pessoa espiritual criada por Deus era para ele como um
filho primogênito". (Livrete da Torre de Vigia, Enjoy Life on Earth
Forever! [Goze a Vida na Terra Para Sempre!], p. 14, 1982). Elas também o
chamam de "o deus", e traduzem João 1:1 de acordo com essa idéia em
suas Bíblias.
A Organização: As testemunhas de
Jeová acreditam que Deus estabeleceu a sociedade Torre de Vigia como seu canal
de comunicação para reunir aqueles, dentre toda a humanidade, que serão salvos.
Como agência visível do reino de Deus na terra, essa organização exerce plena
autoridade governamental sobre seus seguidores ‑ ela promulga leis, julga os
violadores, dirige as escolas do reino e assim por diante ‑ paralelamente ao
governo secular. Se existir qualquer conflito entre a organização e o
governo secular, é a organização
que deve ser obedecida. (Na mente das
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testemunhas de Jeová, "Importa antes obedecer a Deus
que aos homens" At.5:29.)
Ressurreição: A respeito de
Cristo, as testemunhas de Jeová acreditam que ele se tornou não existente
quando morreu, e que foi levantado três dias depois como um
"espírito" ‑ um anjo. Elas negam a sua ressurreição carnal. Segundo
seus ensinamentos de que Cristo retornou invisivelmente em 1914, as testemunhas
de Jeová acreditam que ele levantou os cristãos já mortos para a vida
espiritual logo após, e que o resto dos mortos vai ressuscitar corporeamente
durante o milênio ‑ período de mil anos de reinado de Deus.
Salvação: Embora da boca para fora
elas preguem a salvação pela fé em Cristo, as testemunhas de Jeová, na verdade,
acreditam que a salvação é impossível de ser conseguida sem a completa
obediência à Sociedade Torre de Vigia e a participação vigorosa em seus
programas de trabalho. Cada testemunha de Jeová que não é suficientemente zelosa
pela organização pode não sobreviver ao Armagedom, e aqueles que não abrem seu
próprio caminho para o paraíso terrestre devem manter as boas obras durante
todo o reinado milenar de Cristo antes que sejam selados para a vida.
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A Bíblia Que as Testemunhas de Jeová Usam
Os cristãos que se envolvem em discussões
com as testemunhas de Jeová devem estar cientes de que a assim chamada
"Bíblia" que as testemunhas de Jeová usam contém uma série de
modificações introduzidas ao texto com o único propósito de sustentar as
doutrinas da Torre de Vigia.
O apóstolo Pedro disse a respeito das
cartas inspiradas de Paulo que "nas quais há pontos difíceis de entender,
que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras
Escrituras..." (II Ped. 3:16). Freqüentemente, tal torcer das Escrituras é
limitado à sua interpretação e isso foi feito pela Sociedade Torre de Vigia por
três quartos de século. Ela publicou cópias das versões da Bíblia, que
mencionam o nome "Jeová" no Antigo Testamento, junto com instruções
detalhadas sobre como fazer com que as Escrituras parecessem ensinar que Deus
condenou a vacinação, que Abraão e os profetas fiéis seriam ressuscitados para
a terra em 1925, que Deus inspirou a Grande Pirâmide do Egito, e assim por
diante. Mas havia doutrinas que eram muito difíceis de ser fundamentadas nas
versões clássicas da Bíblia, não importando quanta distorção pudesse ser
aplicada ao texto.
Assim, durante os anos da década de 50,
os líderes da Torre de Vigia foram além da interpretação,
produzindo sua própria versão da
Bíblia, com centenas de versos modificados para se
ajustarem
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18 ..
às
doutrinas da Torre de Vigia. E a sua Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Sagradas continua a ser modificada com o passar dos anos, com as mudanças
feitas para trazer a palavra de Deus a uma conformidade maior com o que a
organização ensina.
Por exemplo, ao invés de
"cruz", a Tradução do Novo Mundo usa a expressão "estaca
de tortura" ‑ para apoiar o ensinamento das testemunhas de Jeová de que
Jesus foi pregado em um poste ereto sem trave horizontal. Ao invés de
"Espírito Santo", nós achamos referências ao "espírito
santo" ou "força ativa", reforçando a negação da deidade e
personalidade do Espírito Santo feita pelas testemunhas de Jeová. Cristo fala
não da sua segunda volta, mas de sua "presença" (que as testemunhas
de Jeová acreditam ser invisível).
A Tradução do Novo Mundo sistematicamente
se dispõe a eliminar a evidência da divindade de Cristo. Ao invés de "cair
aos pés de Jesus para o adorar" as pessoas faziam "reverência" a
ele. João 1:1 não mais afirma que "o Verbo era Deus", mas que "o
verbo era deus". Jesus não disse: "Antes que Abraão existisse, eu
sou". Mas, para evitar a associação com "EU SOU" de Êxodo 3:14,
a declaração de Jesus se torna: "Antes de Abraão vir à existência, eu
tenho sido".
Mas a mudança mais difundida na Bíblia da
Torre de Vigia é a inserção do nome Jeová 237 vezes no Novo Testamento.
É claro que é apropriado um tradutor escolher o nome Jeová ou Yahweh no
Antigo Testamento onde o tetragrama YHWH realmente aparece no texto
hebraico. Mas a Torre de Vigia foi além inserindo o nome Jeová no Novo
Testamento, onde ele não consta nos manuscritos gregos. Basta verificar uma
tradução do original dos textos gregos da Bíblia para notar que o nome Jeová
não aparece ali.
Para achar exemplos específicos das
distorções mencionadas acima, consulte o Índice de Assuntos. Dois casos que se
destacam na demonstração da linha doutrinária das Testemunhas de Jeová estão em
Romanos 14:8,9 (onde a inserção do nome "Jeová" produz um lógico non
sequitur no texto inglês) e Hebreus 1:6 (onde as edições anteriores diziam
"E todos os anjos de Deus o adorem", mas em edições mais recentes ‑
especialmente em língua inglesa a palavra "adorem" foi substituída
por "reverenciem").
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19 ..
(Para considerações mais detalhadas, veja O Novo
Testamento das Testemunhas de Jeová, Robert H. Countess [1982, Presbyterian
and Reformed Publishing Co., 136 páginas, editado em inglês]).
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As
Testemunhas de Jeová Refutadas Versículo Por Versículo ‑ Antigo Testamento
Gênesis
Gênesis 1:1,2
No
princípio criou Deus os céus e a terra. Ora, a terra mostrava ser sem forma e
vazia; e havia escuridão sobre a superfície da água de profundeza; e a força
ativa de Deus movia‑se por cima da superfície das águas. (Tradução do
Novo Mundo, grifo acrescentado.)
As testemunhas de Jeová usam este
versículo para atacar a fé cristã na questão da personalidade do Espírito
Santo. A maioria das traduções do versículo 2 dizem que "o Espírito de
Deus pairava sobre as águas". Mas a sociedade Torre de Vigia tem ensinado
a seus seguidores que o Espírito Santo é meramente uma força impessoal a
serviço de Deus. Para provar isto a seus ouvintes as testemunhas de Jeová citam
este versículo segundo a Tradução do Novo Mundo. Esta é uma situação na
qual uma testemunha de Jeová não precisa distorcer as Escrituras para encaixar
as doutrinas que aprendeu. O versículo vem pré‑distorcido em sua própria Tradução
do Novo Mundo. (Veja o capítulo 2.) Em outros textos, a tradução da Torre
de Vigia fala do "espírito santo", escrito em minúsculas.
Para responder à alegação da testemunha
de Jeová de que o Espírito Santo é uma mera força impessoal,
enfatize que a Bíblia repetidamente se refere
ao Espírito Santo como tendo atributos
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pessoais. Por exemplo, mesmo a Tradução do Novo Mundo revela
que o Espírito Santo fala (At. 13:2), dá testemunho (João 15:26), fala
as coisas que ouve (João 16:13), sente‑se magoado (Is. 63:10) e
assim por diante.
Para mais considerações sobre o Espírito,
veja: João 16:13; Atos 5:3,4; Romanos 8:26,27; 1 Coríntios 6:19;
e o Índice de Assuntos.
Gênesis 9:4
Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue,
não comereis (Imprensa Bíblica Braseira).
Este versículo é
o primeiro de muitos versículos das Escrituras que as testemunhas de Jeová usam
para advogar a proibição feita a transfusões de sangue. A organização ensina
que a transfusão de sangue é o mesmo que comer sangue, porque assemelha‑se à
alimentação intravenosa. De acordo com isso a sociedade Torre de Vigia proíbe
transfusões de sangue para os seus seguidores. Uma testemunha de Jeová que
aceite transfusão de sangue pode aguardar uma intimação para comparecer perante
um Comitê Judicial para ser julgada, a portas fechadas, pela violação "da
lei de Deus". A punição, se a pessoa for considerada culpada, é a
"desassociação", por meio da qual o indivíduo é evitado pela própria
família e amigos, que são proibidos até mesmo de cumprimentar o ofensor.
As testemunhas de Jeová são muito
radicais neste assunto. Elas preferem morrer a aceitar uma transfusão para
repor o sangue perdido em uma operação ou acidente. E fazem o mesmo com
respeito a seus filhos menores. A maioria das testemunhas de Jeová carrega uma
plaqueta em suas bolsas ou no pulso, afirmando a sua recusa em receber sangue e
instruindo o pessoal médico de emergência a não administrar uma transfusão de
sangue se a testemunha de Jeová estiver inconsciente. Esta plaqueta é um
documento legal, assinado pela testemunha de Jeová que a carrega e por duas
outras pessoas.
As testemunhas de Jeová reconhecem que a
sua é a única religião que se posiciona contra a transfusão de sangue, embora
não ocorra a elas que este fato é, em si mesmo, a demonstração que a sua
.. 23 ..
doutrina não se baseia realmente na Bíblia. Ninguém mais,
que tenta seguir a Bíblia como um guia para sua vida, proíbe a transfusão de
sangue ‑ e mesmo a sociedade Torre de Vigia não havia promulgado esta doutrina
até 1944.
A maioria das testemunhas de Jeová ignora
que a sua liderança, no passado, introduziu outras proibições médicas, mudando
de idéia mais tarde. Em 1967, por exemplo, eles proibiram o transplante de
órgãos. Os seguidores deveriam preferir a cegueira a aceitar um transplante de
córnea, ou morrer a se submeter a um transplante de rim. Mas, depois, em 1980,
os líderes reverteram este ensinamento permitindo os transplantes novamente (A Sentinela
15/11/67, p. 702‑704; Despertai! 08/06/68, p. 21; e A Sentinela 15/03/80,
p.31, edições norte‑americanas). Além disso, entre os anos 1931 e 1952 as
testemunhas de Jeová recusaram aceitar a vacinação para si mesmas e para seus
filhos porque a organização ensinava que: "A vacinação é uma violação
direta da aliança eterna estabelecida por Deus..." (The Golden Age, 04/ 02/31, p.293).
Embora as testemunhas de Jeová tentem
citar as Escrituras para apoiar a sua posição contra a transfusão de sangue, a
razão real desta posição é a obediência cega à Sociedade Torre de Vigia. Se a
organização suspender esta proibição amanhã, as testemunhas de Jeová aceitarão
livremente as transfusões, da mesma forma que fizeram vista grossa quando foi
liberada a vacinação em 1952 e permitido o transplante de órgão em 1980.
(Veja também os comentários sobre
Levítico 7: 26,27 e Atos 12:28,29.)
Gênesis 18:1,2
Yahweh lhe apareceu . ...Tendo levantado os olhos, eis
que viu três homens de pé... (A Bíblia de Jerusalém).
As testemunhas de Jeová acreditam que é
impossível para o único Deus verdadeiro existir como três pessoas: Pai, Filho e
Espírito Santo. Mas a Bíblia, em Gênesis 18 e 19, mostra Deus aparecendo a
Abraão como três homens. Esta narração pode ser usada para ajudar as
testemunhas de Jeová a ver que mesmo o
.. 24 ..
impossível (do ponto de vista humano) é possível para Deus.
Discuta isto com elas como sugerimos aqui:
Na Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Sagradas da So-ciedade Torre de Vigia, em Gênesis 18:1,2, Deus
aparece a Abraão como três homens (os anjos). Abraão se dirige a eles como
"Jeová" (v. 3). Quando os três homens respondem, o episódio é
descrito alternativamente como "eles" falando (v. 9) e
"Jeová" falando (v.13). Quando dois dos três homens se despedem para
visitar Ló em Sodoma, Abraão continua a chamar aquele que permaneceu de
"Jeová", mas Ló se dirige aos outros dois como "Jeová"
(Gên. 18:22‑28, 19:1‑18).
Por si mesma, esta consideração não prova
a doutrina da Trindade. Mas, pelo menos, demonstra que é possível para Deus
se manifestar como três‑em‑um. O fato de que este conceito está além do alcance
total do intelecto humano não deve fazer com que as testemunhas de Jeová o
anulem. Como escreveu o apóstolo Paulo "... agora só podemos ver e
compreender um pouquinho a respeito de Deus, como se estivéssemos observando
seu reflexo num espelho muito ruim; mas o dia chegará quando o veremos
integralmente, face a face. Tudo quanto sei agora é obscuro e confuso, mas
depois verei tudo com clareza, tão claramente como Deus está vendo agora mesmo
o interior do meu coração" (I Cor. 13:12, Novo Testamento Vivo).
A argumentação acima pode ajudar a
testemunha de Jeová a reconsiderar o conceito de um único Deus em três pessoas.
(Veja também Isaías 9:6; João 1:1, 16:13; 1 Coríntios 6:19, 8:6; Colossenses
2:9;e Apocalipse 1:7,8.)
Gênesis 40:20‑22
Ao terceiro dia, o dia
natalício de Faraó, que este deu um banquete a todos os seus servos. ...Mas ao
padeiro‑mor enforcou...
A Sociedade Torre de Vigia proibiu a
celebração de aniversários entre seus membros, usando Gênesis 40:20‑22 como um
ponto -chave de sua "base bíblica" para esta determinação. Sua
idéia é que a palavra aniversário aparece
na Bíblia apenas em referência
.. 25 ..
a Faraó do Egito (como mencionado acima) e ao rei
Herodes da Galiléia (Mat. 14:6 e Mar. 6:21). Ambos eram pagãos e decretaram a
morte de alguém em conexão com as celebrações. Já que nenhum homem de fé foi
mencionado na Bíblia como tendo celebrado seu aniversário, mas apenas homens
iníquos, as testemunhas de Jeová dos nossos dias não devem ter permissão para
celebrar aniversários ‑ esta é a argumentação usada pela Torre de Vigia.
Vale a pena notar que, como em outros
ensinamentos, não se deixa que uma testemunha de Jeová leia individualmente a
Bíblia e chegue a esta conclusão. Ao invés disso, a liderança da seita promulga
esta interpretação oficial e usa procedimentos discipli-nares para impor essa
política a todas as testemunhas de Jeová. Por exemplo, um ancião das
testemunhas de Jeová de nosso relacionamento em Massachusetts, Estados Unidos,
decidiu enviar um cartão de aniversário ao seu filho (que não era testemunha de
Jeová), mas a sua esposa relatou o fato aos anciãos locais. Eles, então, o
intimaram a comparecer perante um Comitê Judicial a portas fechadas e o
submeteram a julgamento por sua ofensa. Este senhor, de 70 anos de idade, os
desafiou a mostrarem‑lhe um versículo bíblico que proibisse o envio de cartões
de aniversário. Mas o Comitê prosseguiu com o julgamento e o desassociou
baseando‑se nas leis da Sociedade Torre de Vigia. Agora, os seus parentes que
são testemunhas de Jeová se recusam a recebê-lo em suas casas e as testemunhas
de Jeová que o encontram na rua se desviam dele, sem nem mesmo cumprimentá-lo.
Ao refutar a assim chamada base bíblica
das Testemunhas de Jeová para proibir a celebração de aniversários, você pode
destacar que Faraó e o rei Herodes eram juízes arbitrários e homens violentos;
tais monarcas eram acostumados a executar as pessoas em qualquer ocasião e não
apenas durante a celebração de seus aniversários. Além disso, uma pessoa que
envia um cartão de aniversário, ou pais que fazem um bolo com velas para uma
festa infantil dificilmente podem ser acusados de seguir o exemplo daqueles
homens assassinos.
Embora
a expressão aniversário natalício, propriamente dita,
apareça apenas em conexão com Faraó e Herodes na maioria
..
26 ..
das traduções, a Bíblia contém referência a tais
celebrações em famílias devotas a Deus:
Em Jó 1:4, se diz do patriarca da
família: "E seus filhos foram e realizaram um banquete na casa de cada um
deles no seu próprio dia; e mandavam convidar as suas três irmãs para
comerem e beberem com eles" (Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Sagradas, grifo acrescentado). Este "seu próprio dia" refere‑se
ao aniversário de cada um, o que se torna claro quando lemos mais adiante:
"Foi depois disso que Jó abriu a boca e começou a invocar o mal sobre o
seu dia. Jó respondeu então e disse: pereça o dia em que vim a
nascer..." (Jó 3:1‑3, Tradução do Novo Mundo, grifo
acrescentado). A paráfrase feita pela Bíblia Viva de Jó 1:4,5, expressa
esta idéia: "A cada ano, quando os filhos de Jó faziam aniversário, eles
convidavam seus irmãos e irmãs para a celebração em suas casas. Nestas
ocasiões, eles comiam e bebiam com grande alegria. Quando essas festas de
aniversário terminaram..." (Tradução livre).
Até mesmo a tradução da Torre de Vigia
revela que o nascimento de João Batista foi celebrado, quando registra sua
anunciação feita por um anjo: "E terás alegria e grande regozijo, e muitos
se alegrarão com o seu nascimento" (Luc. 1:14, Tradução do Novo Mundo).
Se o nascimento de João Batista foi uma
ocasião de regozijo e se os filhos do fiel Jó celebravam seus aniversários, o
fato de que Faraó e Herodes também celebraram seus aniversários não pode ser
logicamente usado como base para proibir festas de aniversário entre aqueles
que crêem na Bíblia hoje.
Êxodo
Ëxodo 3:14
Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais:
Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.
Os cristãos
universalmente reconhecem que Jesus Cristo estava afirmando ser a Divindade
quando ele refere‑se a si mesmo com EU SOU: "Disseram‑lhe, pois, os
judeus: Ainda não tens cinqüenta
.. 27 ..
anos, e viste Abraão? Respondeu‑lhes Jesus: Em verdade, em
verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou" (João 8:57,58).
Mesmo os inimigos de Jesus compreendiam o que ele estava dizendo. O versículo
seguinte nos diz que quando eles ouviram isto, "então pegaram em pedras
para lhe atirarem..." (v. 59). Os judeus incrédulos viam esta declaração
de Jesus (de ser o EU SOU) como uma blasfêmia, um crime pelo qual eles queriam
apedrejá-lo até, a morte.
No entanto, as Testemunhas de Jeová
ensinam que Jesus Cristo é, realmente, apenas o arcanjo Miguel e que Cristo
nunca declarou ser Deus. Assim, para fazer com que as Escrituras estejam de
acordo com sua doutrina, elas mudaram o texto de ambos os versículos em sua
Bíblia. A Tradução da Torre de Vigia diz: "Isto é o que deve dizer aos
filhos de Israel: MOSTRAREI SER enviou- me a vós" (Êx.3:14), Tradução
do Novo Mundo, e "Digo‑vos em toda a verdade: Antes de Abraão vir à
existência, eu tenho sido" (João 8:58, Tradução do Novo Mundo). Assim,
na Bíblia das Testemunhas de Jeová, as palavras de Jesus aparecem sem nenhuma
conexão com Êxodo 3:14.
Mas você não precisa ser um erudito em
grego ou hebraico para provar que a Sociedade Torre de Vigia distorceu estes
versículos. A própria Bíblia de estudo das Testemunhas de Jeová prova que Jesus
estava declarando ser o EU SOU. Sua grande edição da Tradução do Novo Mundo
das Escrituras Sagradas com Referências, de 1984, tem uma nota de rodapé em
Êxodo 3:14, admitindo que o hebraico seria traduzido em grego como "Ego
eimi" ‑ "EU SOU". E a sua Tradução Interlinear do Reino
das Escrituras Gregas de 1985 (Kingdom Interlinear Translation of the
Greek Scriptures) revela que as palavras de Jesus em João 8:58 são as
mesmas: "égo eimi" (nota de rodapé), "eu sou" (texto
inter-linear).
Êxodo 3:15
Deus
disse então mais uma vez a Moisés: Isto é o que deves dizer aos filhos de
lsrael: Jeová,o Deus de vossos antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque
e o Deus de Jacó enviou‑me a vós. Este é o meu nome por tempo inde-
.. 28
..
finido
e este é o meu memorial por geração após geração (Tradução do Novo Mundo).
As
testemunhas de Jeová usam este versículo para argumentar que eles são os únicos
adoradores verdadeiros de Deus, porque são os únicos que ainda chamam a Deus
pelo seu nome ‑ Jeová. O versículo acima, eles insistem, é o mandamento de Deus
para chamá-lo pelo nome sagrado "por tempo indefinido", ou para sempre.
Aos olhos das testemunhas de Jeová, os cristãos que oram a "Deus" ou
ao "Senhor" estão na verdade orando a um falso deus, Satanás; o
verdadeiro Deus, Jeová, não ouve as orações a menos que elas sejam dirigidas a
ele pelo seu nome. Dessa forma, as testemunhas de Jeová sempre usam o nome Jeová
em suas orações. De fato, elas freqüentemente repetem o nome Jeová muitas
vezes durante a oração, como se Deus pudesse se esquecer de que ele é aquele a
quem as orações estão sendo dirigidas, ou como se as testemunhas de Jeová
pudessem se esquecer a que Deus estão orando.
Embora suas próprias publicações admitam
que "Jeová" é um anglicismo e um erro de tradução e não a correta
pronúncia do tetragrama hebraico YHWH, elas insistem em usar a pronúncia
"Jeová", ao invés do nome que seria mais correto Yahweh. As
testemunhas de Jeová nunca oram a "Yahweh".
A comparação de Êxodo 3:15 com o
versículo 14 mostra que o nome Yahweh, ou Jeová, significa: Deus é auto‑existente
e eterno. Ele é muito mais que um nome, e conhecê‑lo envolve muito mais do que
usar este nome. Jesus mostrou que mais do que um simples nome está envolvido
quando disse: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não
profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos
demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi
claramente: Nunca vos conheci; apartai--vos de mim, vós que praticais a
iniqüidade (Mat. 7:22,23, [grifo acrescentado]).
Convide uma testemunha de Jeová a
examinar com você as orações de Jesus Cristo. Enfatize que Jesus nunca começou
suas orações dizendo "Deus Jeová" como fazem as testemunhas de Jeová.
Antes, Jesus começava suas orações dizendo, "Pai..." (Ver
..
29 ..
Mat. 11:25, 26:39‑42; Mar. 14:36; Luc. 10:21,
22:42, 23:34‑46; João 11:41, 12:27,28, 17:1‑26.) E quando ensinava
seus discípulos a orar, Jesus os instruiu a orar dizendo: "Pai
nosso..." (Mat. 6:9; Luc. 11:2). Os cristãos, então, devem
ter um relacionamento íntimo com Deus na qualidade de seus filhos que clamam a
ele "Aba, Pai!" (Rom. 8:15; Gál. 4:6).
A respeito da importância de nomes, o
Espírito Santo instruiu Pedro a enfatizar "...em nome de Jesus... porque
debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser
salvos" (At. 4:10‑12). Além disso, Jesus é "...o nome que é
sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Fil. 2:9‑11).
(Veja também as considerações sobre o
Salmo 83:18 e Isaías 43:10 neste capítulo.)
Levítico 7:26,27
E
não deveis comer nenhum sangue em qualquer dos lugares em que morardes, quer
seja de ave, quer de animal. Toda alma que comer qualquer sangue, esta alma
terá de ser decepada do seu povo (Tradução do Novo Mundo).
Este texto é
freqüentemente citado para apoiar a proibição da Sociedade Torre de Vigia a
transfusões de sangue. Embora o versículo proíba especificamente os israelitas
de comer sangue de ave ou de animal, as Testemunhas de Jeová ampliam o
seu significado para incluir a ministração médica de sangue humano para salvar
a vida ‑ um sentido, obviamente, não imaginado por Moisés quando registrou as
palavras de Deus. Levítico discorre por muito tempo sobre as ordenanças divinas
quanto ao sacrifício de animais pelos sacerdotes judeus, e o sangue era parte
importante nestes sacrificios como um prenúncio do precioso sangue do nosso
Salvador, o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Qualquer tentativa de ler estes
versos como uma legislação profética sobre os prós e contras dos procedimentos
médicos modernos ignora totalmente o contexto da passagem.
.. 30 ..
Quando discutir Levítico 7:26,27 com uma
testemunha de Jeová, você pode abordar o fato de que os judeus ortodoxos de
hoje, que ainda observam com muito escrúpulo as regras sobre a preparação de
alimentos de acordo com as leis judaicas e sobre carne com sangue e como matar
os animais que servirão de alimento, não têm nenhuma objeção à transfusão de
sangue. Portanto, o texto hebraico original não dá o menor indício da
interpretação que a Torre de Vigia lhe atribui.
Se a testemunha de Jeová ainda insistir que deve recusar a
trans-fusão de sangue com base em Levítico 7:26,27, o próximo passo seria
mostrar‑lhe Levítico 3:17 que diz "... não deveis comer nenhuma gordura nem
sangue algum " (Tradução do Novo Mundo). Peça à testemunha de Jeová
para lhe explicar por que os líderes da Torre de Vigia ordenam que ela recuse
transfusão de sangue, mas permitem que coma gordura. Não estariam simplesmente
tirando as palavras do contexto das leis sobre a dieta dos judeus? (Veja também
as considerações sobre Gênesis 9:4 e Atos 15:28, 29.)
Deuteronômio 18:20‑22
No entanto, o profeta
que presumir de falar em meu nome alguma palavra que não lhe mandei falar ou
que falar em nome de outros deuses, tal profeta terá de morrer. E caso digas no
teu coração: 'Como saberemos qual a palavra que Jeová não falou?' quando o
profeta falarem nome de Jeová e a palavra não suceder nem se cumprir, esta é a
palavra que Jeová não falou. O profeta proferiu‑a presunçosamente. Não deves
ficar amedrontado por causa dele (Tradução do Novo Mundo).
A Sociedade
Torre de Vigia se auto‑identifica como "O Profeta", dizendo:
"Este ‘profeta’ não era um homem, mas um grupo de homens e mulheres. Era o
pequeno grupo de seguidores dos passos de Jesus Cristo, conhecidos naquele
tempo como Estudantes Internacionais da Bíblia. Hoje são conhecidos como
Testemunhas de Jeová. Eles ainda estão proclamando um aviso..." (A
Sentinela 01/04/72, p. 197, edição norte‑americana). E acrescentam: "A
menos que nós estejamos em contato com este canal de comunicação que Deus está
usando, não vamos progredir através da estrada
.. 31 ..
para a vida, não importa o quanto leiamos a Bíblia" (A
Sentinela 01/12/81, p.27, edição norte‑americana).
Estas declarações pretensiosas são
verdadeiras? A Sociedade Torre de Vigia é realmente o Profeta, o canal de
comunicação de Deus? Ou é um falso profeta, que se encaixa na descrição de
Deuteronômio 18:20‑22? O teste é simples: 1° passo ‑ sabemos que a organização
"falou em nome de Jeová"; 2° passo ‑ precisamos determinar se as
profecias realmente ocorreram ou se cumpriram. Vamos examinar os fatos:
Durante a metade de seus cem anos de
história, a Sociedade Torre de Vigia ensinou a convicção de seu fundador e primeiro-
presidente, Charles Taze Russell, de que a Grande Pirâmide do Egito foi
"inspirada" por Deus ‑ tal como a Bíblia (consulte o livro da Torre
de Vigia Thy Kingdom Come [Venha o Teu Reino], edição 1903, p. 362). As
publicações da Sociedade traduziram polegadas das medidas das pirâmides em anos
de calendário, numa tentativa de prever acontecimentos futuros. Dessa forma,
predisseram que a Batalha do Armagedom "vai terminar no ano 1914 com a
completa destruição do atual governo da terra" (The Time Is at Hand [É Chegada
a Hora], edição 1904, p. 101). Obviamente, isto não aconteceu ou se cumpriu.
Ainda determinada a agir como profeta, a
Sociedade Torre de Vigia prosseguiu predizendo uma ressurreição terrena no ano
de 1925: "Eles serão ressuscitados como homens perfeitos e constituirão os
príncipes e governadores da terra segundo a sua promessa... Assim nós podemos
confiantemente esperar que 1925 vai marcar o retorno de Abraão, Isaque e Jacó e
os fiéis profetas do passado" (Livro da Torre de Vigia Millions Now
Living Will Never Die [Mi-Ihões que Agora Vivem Jamais Morrerão], edição
1920, p. 89‑90). Isso aconteceu ou se cumpriu? Não! Mais recentemente a
organização levou milhões a acreditarem que "o fim" chegaria em 1975.
Ela perguntava: "Por Que Espera Ansioso 1975? ["Why Are You Looking
Forward to 1975?"] (título do artigo publicado por A Sentinela, 15/08/68,p.494):
Devemos presumir com
base neste estudo que a batalha do Armagedom terminaria completamente no outono
de 1975, e o tão esperado reinado milenar de Cristo começaria então?
Possivelmente, mas nós esperamos para ver o
.. 32 ..
quanto o sétimo
período de mil anos da existência do homem
coincide com o milênio, que será como um sábado. Se estes
dois períodos ocorrerem paralelamente um ao outro quanto ao calendário, não
será por mera chance ou acidente, mas segundo os propósitos amorosos e
cronológicos de Jeová... Pode ser que ocorra alguma diferença de semanas ou
meses, mas não de anos (p. 499).
Certamente agora, semanas, meses e anos
suficientes já se passaram para provar que esta profecia a respeito do ano de 1975
não aconteceu ou se confirmou.
As testemunhas de Jeová podem tentar
defender a Sociedade Torre de Vigia dizendo que essas profecias eram todas
"erros" e que a organização aprendeu com esses erros e não faz mais
declarações proféticas sobre quando o fim do mundo vai chegar. Neste caso, peça
à testemunha de Jeová que tome nas mãos uma cópia de sua revista Despertai! mais
recente. Na parte interior da capa, onde o índice de assuntos é listado, há uma
declaração de propósito explicando porque Despertai! É publicada. Peça à
testemunha de Jeová para que leia isso. Na data da publicação deste livro (1986),
cada edição dizia que: "Mais importante, esta revista edifica a fé na
promessa do Criador de uma Nova Ordem pacífica e serena antes que a geração que
viu os eventos de 1914 pereça". (Tradução livre.) Outra profecia!
(Veja nossas considerações sobre Mat. 24:34 no próximo capítulo).
Os fatos são irrefutáveis: A Sociedade
Torre de Vigia falou como um profeta, em nome de Deus, e o que foi profetizado
não se cumpriu. O que isso significa para uma testemunha de Jeová
individualmente? Convide uma delas a ler o que a Palavra de Deus fala sobre os
falsos profetas ‑ e então pergunte o que Deus quer que ele ou ela faça. A
Bíblia contém estas advertências feitas por Jesus Cristo: "Guardai‑vos dos
falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são
lobos devoradores". "Porque hão de surgir falsos cristos e falsos
profetas..." (Mat. 7:15, 24:24). E as severas palavras citadas de
Deuteronômio 18:20‑22, além de expressar o juízo de Deus de que o falso profeta
"deve morrer" também diz aos ouvintes "não temerás". Ao
invés de permanecer fielmente obediente aos líderes da Torre de Vigia, a
testemunha de Jeová que reconhece a organização como um falso
.. 33 ..
profeta deveria deixar de segui-la e começar a seguir o
verdadeiro Profeta, Jesus Cristo.
Salmos
Salmo 37:9,11,29
Pois os próprios malfeitores serão decepados, mas os
que esperam em Jeová são os que possuirão a terra. ...Mas os próprios mansos
possuirão a terra... Os próprios justos possuirão a terra (Tradução do Novo
Mundo).
Comumente as
testemunhas de Jeová usam estes versículos em sua pregação de porta em porta
para apresentar aos ouvintes a esperança de uma vida no paraíso terrestre, ao
invés de ir para o céu.
De acordo com a Sociedade Torre de Vigia,
a oportunidade de ir para o céu terminou no ano de 1935. Ao invés de ir
para os céus, as testemunhas de Jeová esperam sobreviver à destruição do resto
da humanidade no Armagedom e viver para sempre na terra.
No entanto, quando os versículos citados
são lidos dentro do seu próprio contexto, o Salmo 37 apresenta um quadro
diferente. O salmo não está predizendo um tempo futuro quando Deus removerá o
iníquo e passará o controle da terra para as pessoas boas. O salmista foi,
antes, inspirado a contar a seus semelhantes israelitas o que eles poderiam
esperar ver durante o seu tempo de vida na terra ‑ os homens prosperariam sob a
bênção de Deus, enquanto o iníquo pagaria um alto preço. Por exemplo, no
versículo 25, Davi escreve "Eu fui moço, também fiquei velho, e, no
entanto, não vi nenhum justo completamente abandonado, nem a sua descendência
procurando pão" (Tradução do Novo Mundo). Ele está falando aqui de
eventos que aconteceram durante a sua vida. E no versículo 37, acrescenta:
"Vigia o inculpe e mantém a vista no reto, porque o futuro (deste) homem
será pacífico" (Tradução do Novo Mundo). Mais uma vez o contexto
diz respeito aos benefícios imediatos da boa conduta. O salmo não contém
nenhuma indicação de que ele deveria ser tomado como uma declaração profética
sobre o fim do mundo.
Outros versículos usados pelas
testemunhas de Jeová para ensinar sobre uma esperança terrena, em oposição
à esperança do céu,
.. 34 ..
incluem o Salmo 115:16; João 10:16; e
Apocalipse 7:9. (Veja as considerações em outras partes deste livro.)
Salmo
83:18
Para que saibam
que só tu, cujo nome é o Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra (Imprensa
Bíblica Braseira).
Este
é um dos poucos versículos que as testemunhas de Jeová gostam de citar de
outras Bíblias que não a sua própria Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Sagradas. Em particular elas gostam de citar o Salmo 83:18 da tradução mais
tradicional, porque o nome de JEOVÁ aparece em letras maiúsculas.
Muitas testemunhas de Jeová têm anotado
no final de suas Bíblias a lista dos quatro lugares onde a palavra JEOVÁ pode
ser encontrada nas Bíblias de tradução mais tradicional como as da Imprensa Bíblica
Brasileira, por exemplo. São eles: Êxodo 6:3; Salmo 83:18; Isaías 12:2, 26:4. E
m sua pregação elas perguntarão de forma insuspeita aos donos da casa:
"Você tem uma Bíblia à mão?" Então, dirigirão sua atenção a um destes
versículos. Apanhados desprevenidos e achando a palavra JEOVÁ escrita em
sua própria Bíblia, onde as testemunhas de Jeová disseram que estaria, algumas
pessoas se impressionam com o conhecimento que elas têm da Bíblia e permitem
que entrem em suas casas e lhes ensinem mais.
É claro que o uso que as Testemunhas de
Jeová fazem da Bíblia ‑ para demonstrar o seu conhecimento superior e sua
pretensão de "conhecer a Deus pelo seu nome" ‑ é apenas um truque
esperto. Existem muitos outros grupos religiosos ou místicos que usam
transliterações de nomes hebraicos de Deus com efeitos similares naqueles que
ainda não conhecem sua doutrina. Mas o fato importante aqui é que usar um certo
nome para Deus não garante que as pessoas que usam este nome conhecem a Deus e
são aprovadas por ele.
Por exemplo, quando a pecadora Eva deu à
luz o seu primeiro filho depois de ter sido expulsa do Jardim do Éden exclamou:
"Adquiri um homem com o auxílio de Jeová" (Tradução do Novo
Mundo). O uso que ela fez do nome de Deus não prova, de maneira
alguma, que ela tinha sua aprovação.
.. 35 ..
Para demonstrar às testemunhas de Jeová
que o uso que elas fazem do nome Jeová não garante que pertençam a ele,
você pode citar as palavras de Jesus em Mateus 7: 22,23: "Muitos me dirão
naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome ? e em teu nome
não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres ? Então lhes
direi claramente: Nunca vos conheci; apartai‑vos de mim, vós que praticais a
iniqüidade."
(Veja também as considerações sobre
Êxodo 3:15 e Isaías 43:10).
Salmo
110:1
Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta‑te à minha direita, até que eu
ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
As
testemunhas de Jeová que chamam à porta podem convidar o dono da casa a pegar a
sua Bíblia e abri-la no Salmo 110:1. Então elas podem pedir a ele que leia o
versículo. O dono da casa lê que: "Disse o Senhor ao meu Senhor..." e
fica confuso imediatamente. Então a testemunha de Jeová abre a sua Tradução
do Novo Mundo das Escrituras Sagradas e lê o mesmo versículo "A
pronunciação de Jeová meu Senhor é...". Neste ponto, elas argumentam que
(1) A Tradução do Novo Mundo é uma Bíblia superior à que ele usa porque
nela não consta o Senhor falando consigo mesmo; e (2) que o Senhor Jesus Cristo
é apenas um ser criado, uma vez que Deus Jeová se dirige a uma pessoa distinta
de si mesmo.
Para
responder ao primeiro argumento é necessário olhar apenas o mesmo texto mais
atentamente. O texto não diz que "o Senhor" estava falando com
"o Senhor". A maioria das versões traduzem o tetragrama hebraico YHWH
como "o SENHOR" (escrito em maiúsculas) que está conversando
com o "Senhor" do salmista (em maiúscula e minúscula), o Messias. Se
alguma confusão surgir, o problema não é mais com a versão, mas com uma falta
de instrução bíblica por parte do leitor. Cristãos bem‑informados que lêem
estes versículos compreendem que Deus, o Pai, está falando com o Filho.
O
segundo argumento das testemunhas de Jeová ‑ que Jesus não pode ser Deus
porque "O Senhor falou com ele" ‑ é também falso. O Novo Testamento
registra muitas conversas entre Jesus e o
..
36 ..
Pai,
mas isto não desabona a divindade de Cristo. A Bíblia revela que o Pai é Deus
(João 6:27, etc.) e que o Filho é Deus (Is. 9:6; João 20:28, etc.), e ainda que
existe apenas um Deus (I Cor. 8:4). Embora isto pareça contradizer toda lógica
humana, estaríamos certos em presumir que Deus precisa se encaixar nos padrões
lógicos com os quais estamos familiarizados no mundo a nossa volta? Ele
pertence a instâncias superiores; nós a instâncias inferiores. Os seus caminhos
estão além de nossa completa compreensão.
Ao explicar às testemunhas de Jeová o
fato de que o Salmo 110 apresenta Deus, o Pai no céu, conversando com o Filho
(também no céu) sobre a terra, talvez possa ajudar você a convidá-lo a
dirigir-se a Gênesis 18 e 19 em sua própria Tradução do Novo Mundo onde lemos:
"Jeová apareceu‑lhe" (Abraão) como "três homens" ou anjos
(18:1‑2). Abraão se dirigiu aos três como "Jeová" (18:3). Dois deles
deixaram Abraão e se dirigiram à cidade de Sodoma, mas Abraão continuou a se
dirigir ao homem que permaneceu como "Jeová" (18:22). E quando a
cidade de Sodoma foi destruída, segundo a Tradução do Novo Mundo em
Gênesis 19:24: "Jeová então fez chover enxofre e fogo sobre Sodoma e
Gomorra da parte de Jeová, desde os céus..." Assim, a menos que as
testemunhas de Jeová desejem argumentar que existe mais que um Jeová, elas
terão que admitir que Deus pode estar em mais de um lugar ao mesmo tempo, e que
ele pode manter conversas simultâneas com pessoas diferentes em lugares
diferentes. Talvez isso contribua para tornar‑lhes mais fácil a compreensão de
que o Pai pode conversar com o Filho, sem que isto questione a divindade de
Cristo.
Salmo
115.‑16
Os céus são os
céus do Senhor, mas a terra, deu‑a ele aos filhos dos homens.
As
testemunhas de Jeová citam, com freqüência, este versículo para
"provar" que o destino do homem é a vida na terra, e não no céu. A
Sociedade Torre de Vigia ensina que apenas um número limitado de 144 mil são
aptos para a vida celestial e que este número foi completado em 1935. Desde
então, a seita tem ensinado que os novos convertidos devem esperar a vida
eterna na terra res-
.. 37 ..
taurada
às condições de paraíso. (Veja os comentários sobre Apoc. 7:9, para
considerações sobre o ano de 1935.)
Esta é uma das muitas áreas nas quais a
Sociedade Torre de Vigia se dirige principalmente ao Antigo Testamento e leva
seus membros a uma forma distorcida de judaísmo, negando os aspectos
fundamentais da Nova Aliança mediada por Jesus Cristo. (Outros exemplos de
judaísmo incluem a ênfase no nome hebraico de Jeová; a negação da divindade de
Cristo; a inculcação da salvação por meio de obras; legalismo estrito; e assim
por diante.) A melhor maneira de se responder a uma testemunha de Jeová sobre esses
pontos é levá-la ao Novo Testamento e mostrar a ela a "chamada
celestial" (Heb. 3:1) dada pelo Salvador a todos aqueles que o seguissem.
Por
exemplo, Jesus nos diz: "Na casa de meu pai há muitas moradas; se não
fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar‑vos lugar. E, se eu for e vos
preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu
estiver estejas vós também" (João 14: 2,3). Quando Jesus orou ao Pai
"...que onde eu estou, estejam comigo também aqueles que me tens dado,
para verem a minha glória..." ele estava orando não apenas por seus
discípulos originais, "...mas também por aqueles que pela sua palavra hão
de crer em mim" (João 17:20,24). Pergunte às testemunhas de Jeová se
vieram a crer em Jesus através das palavras dos apóstolos. Se elas,
sinceramente, puderem dizer "sim", então estarão incluídas na oração
de Jesus para que todos aqueles que viessem a crer nele terminassem com ele no
céu.
(Veja também as considerações sobre
Salmo 37:9,11,29; João 10:16; Apocalipse 7:9.)
Salmo
146:3,4
Não confieis em
príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio. Sai‑lhe o espírito, e
ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.
Em
algumas versões, o versículo 4 termina com a expressão "naquele mesmo dia
perecem os seus pensamentos". De forma semelhante a Tradução do Novo
Mundo diz: "...neste dia pe-
.. 38 ..
recem deveras seus pensamentos". As
testemunhas de Jeová lêem esta passagem de uma destas
traduções e usam-na para argumentar que não há existência consciente depois da
morte ‑ os "pensamentos" perecem, elas afirmam.
No
entanto, será que esta é a mensagem que o autor do salmo quis nos transmitir?
Foram estes versos escritos para instruir os leitores sobre a condição dos
mortos? Ou será que as testemunhas- de Jeová extraem destas palavras uma idéia
que ultrapassa o que o escritor (e divino Autor) tinham em mente?
A
lição do Salmo 146 é que nós devemos colocar nossa confiança em Deus e não nos
líderes humanos. Peça à testemunha de Jeová que leia os outros versículos com
você para que juntos possam estabelecer o contexto real. Deus deve ser louvado
(v. 1,2). Em contraste ao homem, Deus é um ajudador que dá esperança segura (v.
5), que criou o céu e a terra (v. 6), que traz justiça para o oprimido (v.7),
que cura o doente (v.8), que ampara os oprimidos (v. 10). Por outro lado, o
homem não oferece salvação real (v. 3), porque ele próprio morre e tudo quanto
intentou fazer morre com ele (v. 4).
Um
exemplo real da lição do Salmo 146 é encontrada na morte do presidente
americano John F. Kennedy. Ele era um "príncipe" em quem muitos
confiavam para ajudá-los a melhorar suas vidas. Mas quando ele morreu,
"todos os seus pensamentos deveras pereceram " ‑ com sua partida, os
seus planos e seus pensamentos logo entraram em colapso. Aqueles que colocaram
nele toda a sua confiança logo se decepcionaram. Sua confiança deveria estar
primeiramente em Deus, que oferece esperança real, justiça, cura e salvação ‑ e
que permanece Rei para sempre.
Quando
todo o Salmo 146 for lido em seu contexto, se torna óbvio que o versículo 4 não
nega a vida consciente depois da morte. As testemunhas de Jeová distorcem este
versículo ao tirá-lo de seu contexto.
(Para
maiores considerações sobre a condição dos mortos, veja Eclesiastes 9:5;
Ezequiel 118:4; e Lucas 16:22‑28.)
Eclesiastes
9:5
.. 39 ..
Pois os vivos
sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm
eles daí em diante recompensa; porque a memória ficou entregue ao esquecimento.
Este
versículo é freqüentemente usado pelas testemunhas de Jeová para argumentar que
a morte traz aniquilação total da existência. Para apoiar essa idéia de forma
ainda mais conclusiva, a Tradução da Torre de Vigia diz: "Pois os viventes
estão cônscios de que morrerão, os mortos porém não estão cônscios de
absolutamente nada..." Se este versículo for simplesmente tirado de seu
contexto e citado como prova, tem‑se a impressão de que as testemunhas de Jeová
estão certas. Mas tirar esta passagem de seu contexto pode ser muito perigoso.
Uma ilustração perfeita é o caso de
certo cirurgião de transplantes que, falando a repórteres sobre um procedimento
cirúrgico que estava advogando, citou as Escrituras: "Pele por pele! Tudo
quanto o homem tem dará pela sua vida". Quando eu li a narrativa no
jornal, fiquei perturbado pelo uso que fazia do versículo, e, conferindo,
descobri que as minhas suspeitas estavam corretas ‑ ele citava o demônio! No
contexto, o versículo diz: "Então Satanás respondeu ao Senhor: Pele por
pele! Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida" (Jó 2:4).
Além de apresentar o ponto de vista de
Deus, a Bíblia também relata muitas coisas ditas e feitas por outras pessoas,
algumas boas e outras não tão boas. Ela apresenta os pontos de vista humanos e
até mesmo os pontos de vista do demônio, como mencionado acima.
Se estudarmos atentamente Cantares de
Salomão, encontrado na maior parte das Bíblias logo depois de Eclesiastes,
vamos descobrir que este livro é na verdade uma conversa que envolve, pelo
menos, três diferentes pessoas, embora elas não estejam claramente
identificadas no texto. Seria possível dizer coisa semelhante sobre
Eclesiastes?
Os eruditos reconhecem que este é um
livro muito difícil de ser entendido. Mas, aparentemente, o escritor inspirado
de Eclesiastes está apresentando um contraste entre pontos de vista: o secular,
o ponto de vista materialista, versus o celestial e espiritual. O livro se
desenvolve como um debate em andamento que acontece na mente do escritor. O
ponto de vista divino triunfa no final, com a admoes-
..
40 ..
tação
de Eclesiastes 12: "Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua
mocidade... Tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos;
porque isto é todo o dever do homem" (Ecl.12:1,13).
Mas e as partes que antecedem este
capítulo? Os primeiros versículos de Eclesiastes 9 parecem refletir o lado
secular da batalha. Não apenas o escritor diz no versículo 5 que os mortos não
sabem nada, mas também acrescenta "para sempre em coisa alguma do que se
faz debaixo do sol" (v. 6). (Pergunte à testemunha de Jeová se ela
acredita que os mortos se foram para sempre. Ela irá responder não, porque
acredita em uma futura ressurreição para esta terra debaixo do sol.). O
versículo 2 expressa o seguinte pensamento: "Tudo sucede igualmente a
todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao
impuro...", uma idéia contraditória ao resto das Escrituras. (Pergunte à
testemunha de Jeová se ela acredita que irá receber o mesmo destino, se for
justa ou ímpia. Sua resposta terá que ser não.)
Nós podemos concluir que o versículo 5
está localizado no meio de uma seção que expressa o ponto de vista secular,
descrente – não o ponto de vista de Deus.
Qual é o ponto de vista de Deus?
Obviamente, Deus sabe se os mortos são ou não cônscios. E ele colocou nas
Escrituras um número de referências indicando a resposta. Leia estes versículos
com a testemunha de Jeová, perguntando a ela o que cada um deles revela sobre a
condição dos mortos:
E quando abriu o
quinto selo, vi por baixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por
causa da palavra de Deus e por causa da obra de testemunho que costumavam ter.
E gritaram com voz alta dizendo: Até quando, Soberano Senhor, santo e
verdadeiro, abster‑se‑á de julgar e vingar o nosso sangue dos que moram na
terra? E a cada um deles foi dada uma comprida veste branca; e foi‑lhes dito
que descansassem mais um pouco, até que completasse o número dos seus co‑escravos
e dos seus irmãos, que estavam para ser mortos assim como eles também tinham
dito (Rev. 6:9‑11 [Apocalipse] Tradução do Novo Mundo).
Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de
partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor; todavia, por causa
de vós, julgo mais necessário permanecer na carne (Fil. 1:23,24).
..
41 ..
Jesus
disse: Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio, de
Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. No hades, ergueu os olhos,
estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio (Luc.
16:22,23).
(Veja também as considerações sobre Salmo
37:9,11,29, 146:3,4; Ezequiel18:4;e Lucas 16:22‑28.)
Isaías
Isaías 9:6
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o
governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte Pai Eterno, Príncipe da Paz (Imprensa Bíblica
Brasileira).
As testemunhas de Jeová não questionam
que este versículo fale profeticamente de Jesus Cristo, identificando‑o como
"Deus Poderoso" (Tradução do Novo Mundo). Mas elas acreditam
que o Filho é meramente "um deus" ‑ um dos "muitos
deuses e muitos senhores" (1 Cor. 8:5, Tradução do Novo Mundo) ‑ assim como
Satanás, o demônio, é chamado de "o deus deste sistema de coisas" (II
Cor. 4:4, Tradução do Novo Mundo). Elas vêem Jesus Cristo como um ser criado,
um anjo. Segundo a teologia da Torre de Vigia, ele, definitivamente, não é o
Poderoso Deus Jeová.
'' As Testemunhas de Jeová na realidade têm dois
deuses, um "Todo‑Poderoso Deus", Jeová ‑ e um "poderoso
deus", Jesus Cristo. Na prática, no entanto, Jeová recebe toda adoração, e
Jesus é apenas chamado de "um deus", por concessão.
Você pode começar perguntando à
testemunha de Jeová se ela acredita que há apenas um Deus verdadeiro. Ela irá
responder "sim". Pergunte‑lhe quem é ele, e lhe irá responder "Jeová".
Então peça‑lhe que leia Isaías 9:6, e pergunte quem é o Deus Poderoso
mencionado ali ‑ "o menino que nos nasceu... um filho que se nos deu"
(Tradução do Novo Mundo). Ela irá admitir que Jesus é o Deus Poderoso.
Então pergunte‑lhe se Jesus é o Deus verdadeiro. Ela responderá:
"não!" ‑ que Jesus é meramente "um deus". Neste momento,
pondere com a testemunha que sua teologia leva a uma de duas
conclusões: (1) não sendo o Deus ver-
..
42 ..
dadeiro,
Jesus teria que ser um falso deus, ou (2) as testemunhas de Jeová tem dois
Deuses verdadeiros.
Agora volte‑se para a Bíblia para
mostrar às testemunhas de Jeová que o Deus Poderoso e o Deus Todo‑Poderoso são
o mesmo. Primeiro, mostre que o Cristo ressurreto não é apenas poderoso, mas é
Todo‑Poderoso; segundo, mostre que Jeová, o Deus Todo -Poderoso, é também
chamado de Deus Poderoso.
Primeiro: Peça à testemunha que leia em
Hebreus 1:3 que Jesus Cristo está "sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder". Como poderia alguém ser mais todo‑poderoso? Então
volte‑se para Mateus 28:18 e mostre que Jesus Cristo "tem toda
autoridade" (Tradução do Novo Mundo) ou "todo poder...
no céu e na terra". Por definição, isto é o que a expressão todo
poderoso significa. Desta maneira, Jesus é todo‑poderoso.
Segundo: Pergunte à testemunha:
"já que Isaías era um judeu e por isso acreditava em um único Deus ‑ Jeová
‑ quem Isaías acreditava ser o Deus Todo‑Poderoso?" Certamente, Isaías
entendia que o Deus Todo‑Poderoso era Jeová. Em seguida, convide a testemunha a
ler Isaías 10:20, 21 em sua própria Tradução do Novo Mundo: "...os
restantes de Israel... certamente se apoiarão em Jeová, o Santo de Israel, em
veracidade. Um mero restante retornará, o restante de Jacó, ao Deus
Poderoso". Sim, a palavra inspirada escrita através de Isaías chama Jeová
de "o Deus Poderoso".
Finalmente, para reforçar este ponto,
peça à testemunha que abra sua Bíblia em sua própria Tradução do Novo Mundo.
Mas antes que ela leia, lembre‑lhe que a Torre de Vigia ensina que o Deus
Poderoso e o Deus Todo‑Poderoso são diferentes ‑ Jesus sendo o Deus Poderoso e
Jeová o Todo‑Poderoso. Então peça‑lhe que leia o que Jeremias escreveu sobre
"o verdadeiro Deus, o Grande, o Poderoso, cujo nome é Jeová dos
exércitos..." (Jer. 32:18, Tradução do Novo Mundo). Então, uma vez
que Jesus é o Deus Poderoso, e Jeová é o Deus Poderoso, quem é Jesus? (Deixe as
testemunhas de Jeová chegarem à inescapável conclusão em suas próprias mentes
que Jesus é Jeová).
(Veja também as nossas considerações
sobre João 1:1, 20:28 e Apocalipse 1:7,8.)
..
43 ..
Isaías
43:10
Vós sois
minhas testemunhas, é a pronunciação de Jeová... (Tradução do Novo Mundo).
As
Testemunhas de Jeová acreditam que apenas elas, entre todos os grupos
religiosos da terra, são o povo de Deus e chamadas de suas testemunhas. Elas
adoram erguer o seu dedo acusando luteranos, menonitas e outras denominações de
seguidores dos homens segundo os quais foram denominadas ‑ Lutero, Menno, e
assim por diante ‑ enquanto apenas as Testemunhas de Jeová são seguidoras do
Deus Jeová.
Realmente, no entanto, as Testemunhas
de Jeová eram ampla-mente conhecidas como "russelitas" (segundo o
nome de seu fundador, Charles Taze Russell), desde o início do movimento na
década de 1870, até o ano de 1931. O nome, testemunhas de Jeová, foi
oficialmente adotado através de uma resolução outorgada em sua convenção de
1931 na cidade de Columbus, no Estado norte‑americano de Ohio ‑ primeiramente
para distingui-los de outros grupos que também seguiam Russell.
Mas a idéia simplista de que Deus isola
as testemunhas de Jeová entre todos os cristãos professos, e considera somente
a elas seu povo porque usam o nome de testemunhas de Jeová, é tão absurda
quanto dizer que qualquer grupo que se nomeie "Igreja de Cristo" ou a
"Igreja de Deus" tem necessariamente que ser o que este nome quer
dizer, excluindo todos os outros.
Jesus demonstra que mais que um nome
está envolvido quando disse:
Nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de
meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor! não
profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu
nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos
conheci; apartai‑vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mat. 7:21‑23,
grifos acrescentados).
Procurando se identificar com o antigo
nome hebraico de Deus, ao invés do nome de Jesus Cristo, as testemunhas de
Jeová estão inconscientemente revelando-se modernos judaizantes. Jesus disse:
..
44 ..
"...ser-me-eis
testemunhas" (At. 1:8). E a história registra que "os discípulos pela
primeira vez foram chamados cristãos" (At. 11:26).
Ezequiel
Ezequiel 18:4
Eis que todas as
almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha:
a alma que pecar, essa morrerá.
"Assim",
diz a testemunha de Jeová", a alma morre. Este versículo prova que não há
vida consciente depois da morte". Prova mesmo? Absolutamente não!
Primeiro, olhe o contexto. Sobre o que o escritor está falando? Os israelitas
estavam murmurando contra Deus, citando o provérbio que dizia: "Os pais
comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram" (v.2) ‑ eles
estavam argumentando que a punição pelo erro dos pais caía sobre a sua
descendência. No versículo 4 esta é a resposta de Deus: "a alma que pecar,
essa morrerá". A Bíblia em linguagem moderna parafraseia adequadamente:
"Porque todas as almas são minhas para julgar ‑ pais e filhos de igual
maneira ‑ e a minha lei é esta: é pelo seu próprio pecado que um homem morrerá".
Assim, o contexto revela que a palavra inspirada não está falando aqui sobre a
condição dos mortos.
A palavra alma é usada em muitos
sentidos diferentes através das Escrituras Sagradas. Às vezes se refere à vida
de uma pessoa, às vezes à própria pessoa (como faz aqui em Ez. 18:4). E às
vezes se refere à parte interior do homem que vive após a morte. As testemunhas
de Jeová dizem que o homem cessa completamente de existir com a morte, que
quando o corpo morre, nada é deixado. Mas existem muitos versos das Escrituras
Sagradas que provam que elas estão erradas:
Por exemplo, peça‑lhes que procurem
Lucas 12:4,5. Sua Tradução do Novo Mundo diz: "... não temais os
que matam o corpo e depois disso não podem fazer mais nada. Mas eu vos
indicarei quem é para temer: Temei aquele que depois da morte tem autoridade
para lançar na Geena. Sim, eu vos digo: temei a este. Portanto o corpo de um
homem pode ser morto. E ele está morto. Mas alguma coisa pode ser feita a ele depois
da morte. Ele pode ser
.. 45
..
lançado na Geena". Se as testemunhas de Jeová dizem
que o homem cessou de existir quando o seu corpo foi morto, o que restaria para
ser lançado na Geena?
Da mesma forma, em II Coríntios 5, o
apóstolo Paulo escreveu sobre o corpo como "uma casa terrestre onde vivemos",
acrescentando que "desejamos antes estar ausentes deste corpo, para
estarmos presentes com o Senhor", e advertindo que "porque é
necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para
que cada um receba o que fez por meio do corpo..." (v. 1,8‑10). Se as
testemunhas de Jeová estivessem corretas, que parte de Paulo poderia deixar o
corpo para estar com o Senhor?
Você também pode sugerir à testemunha de
Jeová que leia Apocalipse 6:9-11 em sua própria Bíblia. Ali fala‑se da
"alma dos que tinham sido mortos", perguntando a Deus quando o seu
sangue seria vingado. E acrescenta que "a cada um deles foi dada uma
comprida veste branca e foi‑lhes dito que descansassem mais um pouco, até que
se completasse também o número dos seus co‑escravos e irmãos, que estavam para
ser mortos assim como eles também tinham sido". Sim, estas almas haviam
sido mortas, mas elas são descritas como estando na presença de Deus e estando
engajadas em uma conversa com ele.
(Veja também as considerações sobre Salmo
146:3,4; Eclesiastes 9:5; Lucas16:22‑28,23:43.)
Daniel
10‑13‑21, 12:1
"...e eis
que veio ajudar‑me Miguel, um dos mais destacados príncipes . ...Miguel, vosso
príncipe... E durante esse tempo pôr‑se‑á de pé Miguel, o grande príncipe que
está de pé a favor de teu povo." (Tradução do Novo Mundo)
A Sociedade
Torre de Vigia ensina às testemunhas de Jeová que Jesus era meramente um anjo,
que nasceu como um ser humano, morreu como um sacrifício pelo pecado, e
ressurgiu como um anjo uma vez mais. Elas se referem a ele como "Jesus
Cristo, que nós entendemos das Escrituras Sagradas ser o arcanjo Miguel"
(A Sentinela, 15/02/79, p.31, edição norte‑americana). Mas é realmente
.. 46 ..
isto o que a Bíblia ensina? Ou,
antes, é isto um ensinamento que os líderes da Torre de Vigia sobrepõem às
Escrituras?
A Palavra inspirada de Deus menciona
Miguel cinco vezes ‑como (1) "um dos mais destacados príncipes" (Dan.
10:13, Tradução do Novo Mundo); (2) "vosso príncipe"[do povo
de Daniel]; (3) "o grande príncipe que está de pé a favor dos filhos de
teu povo"[povo de Daniel] (Dan. 12:1, Tradução do Novo Mundo); (4)
"o arcanjo" que "teve uma controvérsia com o Diabo e disputava o
corpo de Moisés, não se atreveu a lançar um julgamento contra ele em termos
ultrajantes" (Jud. 9, Tradução do Novo Mundo); e (5) um
participante do conflito celestial quando "Miguel e seus anjos batalhavam
contra o dragão" (Rev.[Apocalipse] 12:7, Tradução do Novo Mundo). Qual
destes versículos afirma que Miguel é Jesus Cristo? Nenhum deles! É necessário
ler as Escrituras e mais um complicado argumento das testemunhas de
Jeová para se chegar a esta conclusão.
A Sociedade Torre de Vigia também
procura sustentação em outro versículo que não usa o nome de Miguel, mas
diz: "porque o próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante,
com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus" (1 Tess. 4:16, Tradução do
Novo Mundo). Mas, se usar a voz do arcanjo faz de Deus um arcanjo, então
ter a trombeta de Deus faz do arcanjo Deus ‑embora os líderes da Torre de Vigia
mencionem apenas a primeira parte do versículo.
A Bíblia ensina em algum lugar que Jesus
Cristo é um mero anjo? Ao contrário, o primeiro capítulo de Hebreus foi
escrito, em sua totalidade, para demonstrar a superioridade do Filho de Deus
comparado aos anjos. Versículo após versículo contrasta os anjos com:
...pelo Filho, a
quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo;
sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e
sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo ele mesmo feito
a purificação dos pecados, assentou‑se à direita da Majestade nas alturas,
feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome
do que eles. Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te
gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E outra vez, ao
introduzir no mundo o primogénito, diz E todos os anjos de Deus o
.. 47 ..
adorem.
Ora, quanto aos anjos, diz: Quem de seus anjos faz ventos, e de seus ministros
labaredas de fogo. Mas do Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste pelos
séculos dos séculos, e cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. E: tu, Senhor,
no princípio fundaste a terra... (Heb. 1:2‑8,10).
O Filho é o "reflexo" da glória do pai e a
"exata" representação de seu próprio ser, e sustentando todas as
coisas pela palavra de seu poder ‑ algo que nenhum anjo poderia fazer no mesmo
segundo ‑ a tradução da Torre de Vigia de Hebreus 1:3(Tradução do Novo
Mundo).
Além disso, os anjos bons se recusam
veementemente a aceitar adoração. Quando o apóstolo João se prostrou aos pés do
anjo para o adorar, o anjo o repreendeu dizendo: "Toma cuidado! Não faças
isso! Adora a Deus" (Rev. [Apocalipse] 22:8,9, Tradução do Novo Mundo).
Mas o mandamento do Pai aos anjos a respeito do Filho é: "e todos os
anjos de Deus o adorem" (Heb. 1:6, Tradução do Novo Mundo, 1961).
Em edições mais recentes, a Sociedade
Torre de Vigia mudou a palavra "adorem" para "reverenciem"
em Hebreus 1:6. Ainda assim, a despeito de como a palavra é traduzida, a
mesma palavra grega proskuneo é usada tanto em Apocalipse 22:8,9 e
Hebreus 1:6. A proskuneo (adoração ou obediência) que os anjos se
recusam a aceitar, mas dizem que é devida apenas a Deus, é a mesma proskuneo
(adoração ou obediência) que o Pai ordena aos anjos que seja prestada ao
Filho em Hebreus 1:6. Assim, o Filho não pode ser um anjo, ele é Deus.
(Veja as considerações sobre Hebreus 1:6.)
As pessoas que deixam de seguir a
Sociedade Torre de Vigia, e começam a seguir a Jesus Cristo, logo percebem que
ele não é meramente um anjo. Esta compreensão é importante para que elas
"honrem o Filho, assim como honram o Pai" (João 5:23, Tradução ,do
Novo Mundo).
(Veja também os comentários sobre Isaías 9:6;
João 1:1, 20:28; Colossenses 1:15; Apocalipse 1:7,8,
3:14.)
.. 49 ..
4
As Testemunhas de Jeová
Refutadas Versículo por Versículo - Novo Testamento
Mateus
Mateus
3:11
[João
Batista disse:] "Ele vos batizará no Espírito Santo, e em fogo".
Segundo
o livro da Sociedade Torre de Vigia de 1982, You Can Live Forever in
Paradise on Earth, (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra), (p.40),
"João, o Batista, disse que Jesus iria batizar no espírito santo, assim
como João havia batizado em água. Assim, da mesma maneira que a água não é uma
pessoa, o espírito santo também não é uma pessoa" (Mat. 3:11).
Qual
a validade do arrazoado das testemunhas de Jeová contra a personalidade do
Espírito Santo? Não é válido de forma alguma! ‑ porque o mesmo "argumento
do batismo" poderia ser usado contra a personalidade de Jesus Cristo, que
obviamente andou na terra como uma pessoa. Por exemplo, Romanos 6:3 diz: "
Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos
batizados na sua morte? (grifo acrescentado). "Da mesma forma que a morte
não é uma pessoa, Jesus Cristo também não é uma pessoa" ‑ este argumento
poderia também ser usado. Gálatas 3:27 diz que:"Porque todos quantos
fostes batizados em
..
50 ..
Cristo
vos revestistes de Cristo". Aqui, o raciocínio poderia ser: "Já que
as pessoas podem ser batizadas em Cristo e revestidas de Cristo, ele não pode
ser uma pessoa". Estas comparações contestam a personalidade de Cristo?
Não! Então o "argumento do batismo" também não contesta a
personalidade do Espírito Santo.
(Veja também as considerações sobre o
"derramamento" e o "enchimento" com o Espírito Santo em
Atos 2:4. Para mais evidências da personalidade e divindade do Espírito Santo,
veja também João 16:13; Atos 5:3, 4; Romanos 8.26,27; e I Coríntios 6:19.)
Mateus 6:9
Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos
céus, santificado seja o teu nome.
As testemunhas de Jeová argumentam que o nome de Deus
deve ser santificado, assim elas "provam" que nós devemos usar o nome
Jeová, para que as nossas orações sejam ouvidas por Deus. Mas foi isto o que
Jesus nos ensinou? Ele começou suas próprias orações com a expressão "Deus
Jeová", como fazem as testemunhas de Jeová?
Absolutamente não! Ao mesmo tempo que se mostrava
zeloso na oração para que o nome de Deus fosse santificado ou consagrado
(reverenciado como sagrado ou santo), Jesus ensinou os seus discípulos a orar
ao "nosso Pai" não a "Deus Jeová". Ele disse:
"Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso..."
Muitas das orações pessoais de Jesus são registradas
na Bíblia, e nestas orações ele deu o mesmo exemplo:
Pai, eu te agradeço... (João 11:41, Tradução do Novo
Mundo).
Aba, Pai, todas as coisas são possíveis... (Mar. 14:36, Tradução do Novo Mundo).
Pai, veio a bom... (João 17:1, Tradução do Novo Mundo).
Aba, Pai, todas as coisas são possíveis... (Mar. 14:36, Tradução do Novo Mundo).
Pai, veio a bom... (João 17:1, Tradução do Novo Mundo).
As testemunhas de Jeová podem
objetar dizendo, "Jesus tinha uma relação íntima e especial com o Pai. É
por isso que ele não se dirigia a Deus como 'Jeová'". Nós podemos
reconhecer que há alguma verdade nisto, mas o propósito de
Jesus era levar todos os
..
51 ..
seus
discípulos a uma relação íntima e especial com Deus. "Ninguém vem ao Pai
senão por mim", Jesus ensinou (João 14:6, Tradução do Novo Mundo). A respeito
dos cristãos que chegaram ao Pai através de Cristo, a Bíblia diz "...mas
recebestes o espírito de adoção, como filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O
próprio espírito dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de
Deus" (Rom.8:15,16,Tradução do Novo Mundo).
É óbvio que as palavras de Jesus em
Mateus 6:9 definitivamente não ensinam que haja necessidade de se usar o nome
Jeová na oração.
Mateus
14:6‑10
Festejando‑se,
porém, o dia natalício de Herodes... e mandou degolar a João no cárcere.
Este
versículo é freqüentemente citado pelas testemunhas de Jeová em conexão com a
proibição de sua organização à celebração de aniversários de nascimento. (Veja
as considerações sobre Gênesis 40:20‑22).
Mateus
24:3,4
E estando ele
sentado no Monte das Oliveiras, chegaram‑se a ele os seus discípulos em
particular, dizendo: Declara‑nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá
da tua vinda e do fim do mundo. Respondeu‑lhes Jesus: Acautelai‑vos, que
ninguém vos engane.
Infelizmente, as testemunhas de Jeová
já foram enganadas por alguém, e nós devemos cuidar para que elas não nos
enganem. A Sociedade Torre de Vigia também usa a palavra "vinda" em
sua Tradução do Novo Mundo, usando esta passagem como base para
ensinar seus seguidores que Jesus retornou invisivelmente no ano de 1914, e que
ele tem estado presente desde então. Fazendo o quê? Dirigindo a Sociedade Torre
de Vigia, naturalmente!
No mesmo contexto, Jesus advertiu
contra tal engano: "...hão de surgir muitos falsos profetas, e enganarão a
muitos; ...Se, pois, alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí! não
acrediteis; porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e
farão grandes sinais e prodígios; de
modo que, se possível fora, enganariam até
os
..
52 ..
escolhidos. Eis que de antemão vo-lo tenho dito. Portanto,
se vos disserem: Eis que ele está no deserto; não saiais; ou: Eis que ele está
no interior da casa; não acrediteis" (v. 11, 23-26).
Na verdade, os líderes da Sociedade Torre
de Vigia afirmam que Cristo está nas "dependências internas" de sua
organização. Você deve vir às Testemunhas de Jeová para receber instruções
dele. Felizmente, no entanto, há um número de evidências que ajudam uma
testemunha de Jeová a perceber que isto não passa de um grande engano.
Primeiramente, há a questão da profecia.
A Sociedade Torre de Vigia tem tamanha história de profecias fracassadas que se
qualifica para o rótulo de "falso profeta" muitas vezes. (Veja nossas
considerações sobre Deut. 18:20-22 para exemplos específicos do que a
organização profetizou para os anos de 1914, 1925 e 1975.)
Há também o fato de que a história
delas continua se modificando. Uma coisa é alegar que Cristo retornou
invisivelmente em 1914, mas outra é fazer esta alegação depois de passar
cinqüenta anos dizendo às pessoas que ele retornou invisivelmente em 1874 - e
então mudar de idéia. Ainda assim, a Sociedade Torre de Vigia fez exatamente
isso. Quando a revista A Sentinela começou a ser publicada em 1879, seu título
original era Zion's Watch Tower and Herald of Christ's Presence (A
Sentinela de Sião e Arauto da Presença de Cristo). E, 50 anos depois, no livro Prophecy
(A Profecia) de J. F. Rutherford, esta "presença" de Cristo desde
1874 estava sendo proclamada: "A prova escritural [bíblica] é que a
segunda presença do Senhor começou em 1874". (p. 65). Agora a Sociedade
Torre de Vigia diz que ele retornou em 1914. Assim, elas próprias admitem que
agiram como falsos profetas, anunciando a presença de Cristo que não estava
aqui, desde 1874 até 1914.
Alegando que Jesus está invisivelmente
presente e governando a terra através dos líderes da Sociedade Torre de Vigia,
as testemunhas ensinam a seus seguidores que: "No primeiro século,
Jerusalém foi lugar de onde foi dada instrução à organização cristã (At.
15:1,2). Mas hoje a orientação vem de Brooklyn, Nova York" (A Sentinela,
01/12/82, p. 23, edição norte-americana). Em vista de tal evidência, no
entanto, uma testemunha de Jeová deveria,
individualmente, continuar com a obediência a esses
.. 53 ..
homens que lhe é imposta pelo medo? Ouçamos a resposta das
Escrituras: "Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se
cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com
presunção a falou o profeta; não o temerás" (Deut.18:22).
(Veja também as considerações sobre Êxodo
3:15; Deuteronômio 18:20‑22; Isaías 43:10; Mateus 24:14, 24:45.)
Mateus
24:14
E estas boas
novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, e m testemunho a todas
as nações; e então virá o fim (Tradução do Novo Mundo).
Este versículo é um dos favoritos das
testemunhas de Jeová em qualquer situação. Mas elas lêem nele um número de
idéias que vão além daquilo que realmente diz. Acreditam que Jesus voltou
invisivelmente no ano 1914 e "estabeleceu" o reino de Deus no céu
naquela época, com a Sociedade Torre de Vigia como sua organização visível na
terra. Assim, para que recebam vida eterna, as pessoas precisam "vir à
organização de Jeová para salvação" (A Sentinela, 15/11/81, p.21,
edição norte‑americana).
Quando as testemunhas de Jeová pregam
seu "evangelho" ou "boas‑novas" do reino, estão, na
verdade, pregando a doutrina do retorno invisível de Cristo em 1914. Reconhecem
livremente que "as boas‑novas" que pregam não são o mesmo que o
evangelho ou boas‑novas, pregadas pelos cristãos através dos séculos. Mas
pensam que é maravilhoso que tenham boas‑novas diferentes.
... o testemunho
do reino das testemunhas de Jeová desde 1914 tem sido algo muito diferente
daquilo que os missionários da cristandade têm publicado tanto antes quanto
desde 1914. "Diferente" ‑ como assim? ... O que as testemunhas de
Jeová têm pregado ao mundo desde 1918 é algo único... a pregação dessas boas‑novas
do reino messiânico como tendo sido estabelecido nos céus em 1914... (A
Sentinela, 01/10/80, p. 28‑29, edição norte‑americana).
Mas a Bíblia adverte claramente sobre a
pregação de outro evangelho:
No entanto, mesmo
que nós ou um anjo do céu vos declarássemos como boas‑novas algo além daquilo
que vos declaramos como boas‑novas, seja
..
54 ..
amaldiçoado.
Como já dissemos, também digo agora novamente: Quem quer que vos esteja
declarando conto boas‑novas algo além daquilo que aceitastes, seja amaldiçoado
(Gál.1:8,9, Tradução do Novo Mundo).
Pergunte
à testemunha de Jeová, "o apóstolo Paulo ensinou a seus discípulos na
Galácia que Cristo retornaria em 1914 e que estabeleceria uma
organização visível com sede em Brooklyn, Nova York?" Se não, então, as
boas‑novas dos líderes da Torre de Vigia são "algo além" daquilo que
os gálatas aceitaram ‑ o que os coloca debaixo da maldição de Deus por ensinar
outro evangelho.
(Veja também as considerações sobre
Deuteronômio 18:20-22; Mateus 24:3,24:34.)
Mateus 24:34
Ern
verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas se
cumpram.
Que geração? Este assunto é um ponto de debate entre
os leitores cristãos da Bíblia ‑ mas não entre as testemunhas de Jeová, porque
sua organização disse especificamente que "a evidência aponta para a
geração de 1914 como a geração sobre a qual Jesus falou. Assim, `esta geração
não passará, de forma alguma, até que estas coisas (incluindo o Apocalipse)
ocorram' " (A Sentinela, 15/02/86,p.5,edição norte‑americana).
Por muitos anos, cada edição da revista Despertai!
tem apresentado sua declaração de intenções na página 2: "Mais
importante, esta revista edifica a fé na promessa do Criador de uma nova ordem
pacífica e serena antes que a geração que viu os eventos de 1914 pereça."
A edição de Despertai!, de 8 de outubro de 1968, definiu essa geração
ainda mais precisamente dizendo: "Jesus estava obviamente falando sobre
aqueles que eram velhos o bastante para testemunhar com entendimento sobre
o que aconteceu ",sugerindo que esses seriam "jovens de 15 anos de
idade" (p. 13). Eles disseram com toda segurança que "a `geração'
logicamente não se aplicaria a bebês nascidos durante a I Guerra Mundial"
(A Sentinela,01/10/78,p.31,edição norte‑americana).
É preciso apenas calcular que alguém que
tivesse 15 anos em 1914 estaria com 25 anos em 1924,35 em 1934 ‑ e 85 em 1984 ‑
..
55 ..
para
perceber que a geração da Torre de Vigia "que não passará" estaria
quase extinta em meados dos anos 80. A profecia estava quase fracassando. Mas
eles não mudaram a profecia, antes os lideres das Testemunhas de Jeová
simplesmente estenderam a geração. Ao invés de 15 anos de idade, de quem
poderia testemunhar "com entendimento" o que aconteceu em 1914, eles
começaram a indicar que a geração seria formada daqueles que "nasceram por
aquele tempo" (os mesmos bebês que haviam excluído anteriormente!), dizendo:
"Se Jesus usou 'geração' neste sentido e nós a aplicarmos para 1914, então
os bebês daquela geração têm hoje 70 anos de idade ou mais" (A Sentinela,
15/05/84, p.5, edição norte‑americana).
OBS do Irmão Brasileiro: Atualmente eles estenderam mais ainda
"esta geração" (já é a 2 esticada) dizendo que pode ser qualquer
pessoa desta época que esteja vivendo "durante a presença de Cristo"
- Eu chamo isso de "saída pela tangente" - uma tirada de corpo da STV
- afinal, a "geração" de 1914 - e até os bebês - já estão todos
morrendo, e isto seria mais uma profecia falhada (e na verdade É MAIS UMA
PROFECIA FALHADA).
Cristãos genuínos oram ansiosamente pelo retorno do
Senhor. E nós esperamos e espreitamos a sua vinda. Mas aqueles que fazem falsas
profecias se encaixam na categoria daqueles acerca dos quais o Senhor nos
preveniu dizendo: "porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas,
e farão grandes sinais e prodigios; de modo que, se possível fora, enganariam
até os escolhidos" (Mat. 24:24).
(Para obter maiores informações sobre a
história centenária da Sociedade Torre de Vigia como falso profeta, veja nossas
considerações sobre Deuteronômio 18:20‑22.)
Mateus 24:45‑4 7
Quem
é realmente o escravo fiel e discreto a quem eu, o seu anjo, designou sobre os
seus domésticos para dar‑lhes o alimento no tempo apropriado? Feliz aquele
escravo, se o seu amo, ao chegar, o achar fazendo assim. Deveras eu vos digo:
Ele o designará sobre todos os seus bens (Tradução do Novo Mundo).
Este é um texto‑chave para as testemunhas de Jeová.
Elas aplicam uma única interpretação a esta parábola. Ao invés de a entenderem
como uma exortação a cada cristão, desafiando‑o a ser um "escravo"
fiel e diligente para Cristo, acreditam que a sua organização representa o
escravo fiel e discreto, ungido por Deus para prover "alimento
espiritual" para os domésticos da fé. Esta interpretação dá à sede da
Torre de Vigia uma tremenda autoridade e poder aos olhos das testemunhas de
Jeová.
..
56 ..
Por
exemplo, note como A Sentinela, de l° de dezembro de 1981, eleva
a organização acima da Biblia e cria um contingente daqueles que ganham a vida
eterna seguindo a Sociedade Torre de Vigia:
O Deus Jeová também nos deu sua organização visível,
seu "escravo fiel e discreto", formado por aqueles que são ungidos
pelo espírito para ajudar cristãos em todas as nações a compreender e aplicar a
Bíblia de maneira apropriada em suas vidas. A menos que estejamos em contato
com este canal de comunicação que Deus está usando, nós não alcançaremos
progresso na estra-da para a vida, não importa o quanto leiamos a Bíblia
(p.27).
Bem‑aventurados,
na verdade, são aqueles que servem lealmente ao lado desta organização que é o
"Escravo fiel e discreto", o agente visível de comunicação usado por
Deus! Sua escolha é sábia, porque o seu caminho leva ao objetivo precioso da
vida eterna... (p. 31).
Talvez eu deva mencionar aqui, como um
comentário pessoal, que a declaração acima, especialmente a da página 27, que
eleva a organização acima da Biblia, se tornou a "última gota" ‑ a
gota que fez transbordar o copo ‑ no meu relacionamento com a Sociedade Torre
de Vigia. Foi depois de ler esta declaração que eu levantei a minha voz,
questionando os argumentos da organização, publicamente, em encontros nos
Salões do Reino e secretamente publicando meu boletim, Comments from the
Friends (Comentários dos Amigos), cuja primeira edição trata do texto
mencionado acima. (Veja o capitulo 7, "O Testemunho do Autor", para
mais detalhes.) Infelizmente, a vasta maioria das testemunhas de Jeová continua
condicionada a tal ponto que aplaude este tipo de declaração e, cegamente,
segue a Sociedade para onde quer que a conduza.
Originalmente, foi Charles Russell, o
fundador e primeiro presidente da Sociedade Torre de Vigia, quem foi visto
pessoal e individualmente como "o servo sábio e fiel" de Mateus
24:45. Depois de sua morte houve uma grande divisão dentro da organização, com
adeptos do novo presidente, Joseph F. Rutherford, assumindo controle completo,
e os membros fiéis ao Pastor Russell saindo para formar outras seitas, algumas
das quais existem até
..
57 ..
hoje. Esses grupos russelitas modernos continuam a imprimir
os livros do pastor, respeitando‑o como o mensageiro especial de Deus para a
igreja. Os seguidores de Rutherford insistem que Russell nunca alegou ser o
"servo sábio e fiel", mas que a Sociedade Torre de Vigia como um todo
era o instrumento escolhido de Deus.
É muito difícil dissuadir as
testemunhas de Jeová de sua crença. Aceitam qualquer coisa que a Sociedade diga
porque a Sociedade é o canal de comunicação de Deus, que, por sua vez,
elas acreditam ser a única organização religiosa em toda a terra que ensina a
verdade ‑ uma conclusão que defendem porque acreditam em
qualquer coisa dita pela Sociedade. Embora este seja um argumento circular, ele
descreve a maneira de pensar das testemunhas -de Jeová. Em algum momento depois
do chamado "estudo da Biblia", ou programa doutrinário, que
originalmente traz o indivíduo para a organização, seus argumentos são torcidos
e conectados de ponta a ponta, de modo que a testemunha de Jeová pensa em
círculos, não numa seqüência linear. Esta é a razão pela qual você pode ir e
vir com uma testemunha de Jeová e não chegar a lugar algum. Também poderíamos
chamar este processo de lavagem cerebral.
A chave para se quebrar este circulo
vicioso é dar ao individuo alguma informação que abale seus pensamentos o
suficiente para tirar da sua cabeça as marcas que o fazem andar e pensar desta
maneira. Este processo pode ser lento e demorado. Mas pode ser feito.
(Para auxiliá‑lo, veja também o capitulo 6
sobre as técnicas para compartilhar o evangelho).
Mateus 26:27
E
tornando um cálice, rendeu graças e deu‑lho, dizendo: Bebei dele todos.
A Sociedade Torre de Vigia tem ensinado aos seus
seguidores a não cumprir esta instrução claramente dada por Jesus Cristo.
Quando as testemunhas de Jeová promovem a sua celebração de comunhão, que é
feita anualmente, o pão e o cálice passam de mão em mão e muito poucos tomam
parte deles. (Estatísticas relatadas em A Sentinela, 01/10/86, revelaram
que de 7.792.109 pessoas
.. 58 ..
presentes à celebração em 1985, apenas 9.051 participaram.
Desta forma, da maior parte das 49.716 congregações das testemunhas de Jeová
espalhadas pelo mundo, não houve um único participante.)
Ao não cumprirem as instruções de Jesus
"Bebei dele todos", as testemunhas de Jeová estão obedecendo a
instruções dadas por seus líderes, que os têm ensinado que os novos crentes
desde o ano de 1935 não podem compartilhar da Nova Aliança mediada por Jesus
Cristo (Heb. 12:24); "Aqueles que pertencem à classe das 'outras ovelhas'
não pertencem à nova aliança e dela não tomam parte" (A Sentinela, 15/02/86,
p.15, edição norte‑americana).
Mas,
falando a respeito da aliança redentora representada na comunhão, Jesus disse:
"A menos que comais a carne do Filho do homem e bebais o seu sangue, não
tendes vida em vós mesmos" (João 6:53, Tradução do Novo Mundo). Se
as testemunhas se excluem da Nova Aliança, elas se excluem da vida eterna.
Peça à testemunha de Jeová para lhe
mostrar um verso bíblico no qual Jesus estabelece o ano de 1935 como a data na
qual deveria se inspirar suas instruções a respeito da comunhão. Não existe tal
verso. Ao invés disso, Jesus disse: "Persisti em fazer isto em memória de
mim" (Luc. 22:19, Tradução do Novo Mundo).
(Veja
também as considerações sobre Apocalipse 7:9 para mais informação sobre "a
doutrina de 1935", e João 10:16 a respeito das "outras
ovelhas").
Marcos
Marcos
1:8
Eu vos batizei em
água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo.
(Veja
as considerações sobre esta mesma citação em Mateus 3:11.)
Marcos
6:21,25
...Herodes no seu
aniversário natalício ofereceu um banquete... E tornando logo com pressa à
presença do rei, pediu, dizendo: Quero que imediatamente me dês num prato a
cabeça de João, o Batista.
.. 59 ..
Esta é uma das passagens usadas pelas
testemunhas de Jeová para argumentar contra a celebração de aniversários de
nascimento. Veja as nossas considerações sobre Gênesis 40:20‑22.
Marcos 12:29
Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve,
Israel o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Este é um texto usado pelas testemunhas de Jeová
quando apresentam seus argumentos contra a doutrina da Trindade. Enfatizam a
declaração que Deus é um. Mas o que não compreendem é que o Novo Testamento
revela uma unidade composta por Deus, Jesus e o Espírito Santo.
Existe uma boa razão pela qual os judeus pré‑cristãos
não compreendiam a unidade composta de Deus: porque ela ainda não havia sido
revelada. Mas, no caso das testemunhas de Jeová, a verdade revelada nas
Escrituras tem sido escondida de seus olhos por seus líderes.
Faça com que a testemunha saiba que você concorda com
ela no fato de que Deus é um. Diga à testemunha de Jeová que você não acredita
em três Deuses. Então faça algumas perguntas para estimular a argumentação da
testemunha de Jeová sobre este assunto: Pode o único Deus verdadeiro ouvir a
diferentes pessoas, que oram ao mesmo tempo? Ele pode falar a mais de uma
pessoa ao mesmo tempo, se ele quiser? Ele pode realizar coisas em mais de um
lugar ao mesmo tempo?
Diga à testemunha que você gostaria
que ela considerasse uma pergunta hipotética: "Suponha que Deus resolva
visitar a terra pessoalmente. Ele teria que deixar os céus para fazer isto? Ou
será que ele poderia visitar a terra, permanecendo ainda nos céus para governar
o universo?" (A testemunha não desejará responder.) Prossiga dizendo:
"Eu não estou pedindo a você que concorde que Deus fez tal coisa.
Mas você acredita que ele poderia fazer isto, se ele quisesse?" Sem
tentar fazer uma descrição ou definição precisa da Trindade, ajude a testemunha
a abrir a sua mente para a possibilidade de que a unidade de Deus pode ser
composta.
..
60 ..
Então prossiga, procurando e lendo as seguintes passagens com a testemunha‑de‑Jeová:
Gênesis 18:1,2; 1 Coríntios 6:19; Colossenses 2:9; e Apocalipse 1:7,8. (Veja as
considerações sobre estes versículos.)
Lucas
Lucas
3:1 6
Respondeu João a
todos dizendo: Eu, na verdade, vos batizo em água... ele vos batizará no
Espírito Santo e em fogo.
(Veja as considerações a respeito desta
mesma declaração em Mateus 3:11.)
Lucas
16:22‑24, 27 e 28
Ora, no decorrer
do tempo, morreu o mendigo e foi carregado pelos anjos para [a posição] junto
ao seio de Abraão. Também, o rico morreu e foi enterrado. E no hades ele ergueu
os olhos, estando em tormentos, e viu Abraão de longe, e Lázaro com ele (na
posição junto). Por isso clamou e disse: "Pai Abraão, tem misericórdia de
mim e manda que Lázaro mergulhe a ponta do seu dedo em água e refresque a minha
língua, porque estou em angústia neste fogo intenso... peço‑te, pai, que o
envies à casa de meu pai, pois, tenho cinco irmãos, a fim de que lhes dê um
testemunho cabal, para que não cheguem a entrar neste lugar de tormento (Tradução
do Novo Mundo).
As testemunhas de Jeová acreditam no
ensinamento de sua organização de que o hades é simplesmente a sepultura
e que não há existência consciente depois da morte até a futura ressurreição.
Mas, já que as palavras de Jesus nos versículos acima real-mente falam de tal
existência consciente, a Sociedade Torre de Vigia tem que fazer alguma coisa
para negar tais palavras. Assim, elas ponderam que esta narrativa é uma
parábola, ou ilustração, e aplicam um significado simbólico para tudo o que
acontece nesta história.
Segundo a Torre de Vigia, Lázaro representa
os discípulos de Jesus, e o homem rico os líderes religiosos judeus, a morte de
cada um representa uma mudança nas condições de cada um destes grupos aqui na
terra, e os tormentos do homem rico representam a
..
61 ..
maneira pela qual os líderes religiosos judeus ficaram
expostos devido aos ensinamentos dos apóstolos. Assim, Jesus não estava falando
sobre a condição dos mortos em Lucas 16, segundo a Sociedade Torre de Vigia.
Os cristãos, de maneira geral também,
concordaram que a história de Lázaro e o homem rico é mais uma das muitas
parábolas de Jesus. Mas se examinarmos as outras parábolas de Jesus
concluiremos que todas eram ilustrações baseadas em situações da vida real. Por
exemplo, o filho pródigo retornou ao lar depois de esbanjar o seu dinheiro; um
homem encontrou um tesouro enterrado num campo, o escondeu, e vendeu tudo o que
possuía para comprar aquele campo; o rei que deu uma festa de casamento para
seu filho; um senhor de escravos que viajou para o exterior e então voltou para
sua casa e seus escravos; o homem que plantou uma vinha, arrendou‑a, mas depois
teve dificuldades em receber o que lhe era devido; e assim por diante.
Aquele jovem realmente deixou a sua casa
e esbanjou o dinheiro de sua herança, e Jesus usou a familiaridade que sua
audiência tinha com tais circunstâncias para fazer ilustrações relacionadas ao
reino. As pessoas realmente encontravam tesouros perdidos, davam festas de
casamento, deixavam seus escravos encarregados de suas posses, enquanto
viajavam, arrendavam vinhas, e assim por diante, e Jesus usou a familiaridade
de seus ouvintes com estas coisas para ilustrar coisas espirituais. Assim, se a
parábola de Lázaro e o homem rico é como as outras parábolas de Jesus, ele
também deve ter usado uma circunstância real para ilustrar coisas espirituais.
As pessoas devem realmente ter uma existência consciente depois da morte e
algumas delas devem realmente estar "em tormentos", profundamente
arrependidas de sua vida pregressa. A despeito do que a parábola ilustra, a
história básica, como as outras histórias que Jesus contou, deve ter sido
tirada da vida real.
Lembrando o que a Bíblia nos revela a
respeito da misericórdia, do amor e da compaixão de Jesus, nós sabemos que Deus
não é nenhum monstro cruel e sem sentimentos que tem prazer em atormentar as
pessoas. Se nós realmente o conhecemos, compreendemos que ele é mais bondoso e
amoroso que nós mesmos. Assim, se nós somos incapazes de conciliar a bondade de
Deus com os
.. 62 ..
ensinamentos de Jesus a respeito da
condição dos mortos, o problema deve estarem nós mesmos, e na nossa compreensão
limitada de Deus. Abraão enfrentou um problema similar quando soube que Deus ia
fazer chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra. Ele questionou até mesmo
perguntando: "Não fará justiça o juiz de toda a terra?" (Gên. 18:25).
Assim, uma pessoa que se irrita com os ensinamentos de Jesus deveria seguir o
exemplo de Abraão levando a questão a Deus em oração e pedindo sua ajuda para
confiar nele completamente, mesmo em questões que estão além do entendimento
humano.
Mas a solução não está em negar o que a
Bíblia diz. Embora Jesus Cristo tenha sido a pessoa mais bondosa e amorosa que
já andou na terra, ele também era quem mais tinha a dizer a respeito das coisas
desagradáveis que as pessoas poderiam encontrar depois da morte. Disse, por
exemplo:
Mandará o Filho
do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de
tropeço, e os que praticam a iniqüidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo;
ali haverá choro e ranger de dentes (M at. 13:41,42).
E ele vos
responderá: Não sei donde sois; apartai‑vos de mim, vós todos os que praticais
a iniqüidade. Ali haverá choro e ranger de dentes quando virdes Abraão, Isaque,
Jacó e todos os profetas no reino de Deus, e vós lançados fora (Luc. 13:27,28).
Assim será no fim
do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e lançá‑los‑ão
na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes (Mat. 13:49,50).
Ordenou então o
rei aos servos: Amarrai‑o de pés e mãos, e lançai‑o nas trevas exteriores; ali
haverá choro e ranger de dentes (Mat. 22:13).
Virá o senhor
daquele servo, num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe, e
cortá‑lo‑á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os hipócritas; ali haverá
choro e ranger de dentes (Mat. 24:50,51).
Virá o senhor
desse servo num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe, e
cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os infiéis. O servo que soube
a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade,
será castigado com muitos açoites; mas o que não a soube, e fez coisas que
mereciam castigo, com poucos açoites... (Luc. 12:46‑48).
.. 63
..
E lançai o escravo imprestável na escuridão lá fora.
Ali é onde haverá [seu] choro e ranger de [seus] dentes (Mat. 25:30, Tradução
do Novo Mundo) .
... mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído!
bom seria para esse homem se não houvera nascido. [Nota do autor: Se ele não
tivesse nascido, o traidor não existiria. Mas a não‑existência era melhor que
a punição que agora está reservada para ele. Desta forma, a Torre de Vigia deve
estar errada no seu ensinamento de que a morte de Judas o precipitou na não
existência eterna.] (Mat. 26:24).
...melhor te é entrares com um olho no reino de Deus,
do que seres com os dois olhos lançado no Geena, onde o seu gusano não morre e
o fogo não se extingue (Mar.9:47,48, Tradução do Novo Mundo).
Alegrai‑vos naquele dia e pulai, pois eis que a vossa
recompensa é grande nos céus... Mas ai de vós ricos, porque já tendes plenamente
a vossa consola-ção. Ai de vós os que agora estais saciados, porque passareis
fome. Ai de vós os que agora rides, porque pranteareis e chorareis (Luc.6:23‑25,
Tradução do Novo Mundo).
Além disso, eu vos digo, meus amigos: Não temais os
que matam o corpo e depois disso não podem fazer mais nada. Mas eu vos
indicarei quem é para temer, temei aquele que, depois de matar, tem autoridade
para lançar no Geena. Sim, eu vos digo, temei a Este (Luc. 12:4,5, Tradução
do Novo Mundo).
E na revelação que Jesus fez ao
apóstolo João na sua velhice, a mensagem angélica do Senhor diz:
Se alguém adorar a fera e a sua imagem e receber uma
marca na sua testa ou na sua mão, beberá também do vinho da ira de Deus,
derramado, não diluído, no copo do seu furor, e será atormentado com fogo e
enxofre, à vista dos santos anjos e à vista do cordeiro. E a fumaça do tormento
deles acende para todo o sempre, e não tem descanso, dia e noite... (Apoc. [
Revelação] 14:9‑11, Tradução do Novo Mundo).
Conclua perguntando à testemunha
de Jeová: "Se alguém nunca ler uma publicação da Torre de Vigia, mas ler
apenas as palavras de Jesus, no que ela acreditaria com respeito a este
assunto? Em que os leitores da Bíblia acreditaram por muitos séculos antes que
o fundador da Torre de Vigia, 'Pastor' Russell, apresentasse no final dos anos
1800 a sua doutrina da não‑existência do inferno"?
O Senhor usou linguagem figurativa ‑
escuridão, fogo, tormento, exclusão ‑ mas transmitiu claramente a
idéia de que
..
64 ..
aqueles
que são desobedientes vão encarar algum tipo de desprazer depois da morte, e
que Jesus veio como Salvador para resgatar‑nos de tal destino.
Lucas
22:19
Tomou também o
pão, deu graças, partiu‑o e deu‑lho, dizendo: Isto significa meu corpo que há
de ser dado em vosso beneficio. Persiste em fazer isso em memória de mim (Tradução
do Novo Mundo).
A Sociedade Torre de Vigia ensina que
os novos convertidos desde 1935 não se tornam parte da congregação cristã, o
corpo de Cristo, e portanto esses indivíduos "não compartilham dos símbolos"
da comunhão (The Truth that Leads to Eternal Life [A Verdade Que Conduz
à Vida Eterna], Sociedade Torre de Vigia, 1968, p. 80). Desta forma, mesmo que
sua própria Bíblia diga: "persiste em fazer isto", a vasta maioria
das testemunhas de Jeová não o faz.
(Para maiores detalhes, veja as
considerações sobre Mateus 26:27 e Apocalipse 7:9.)
Lucas
23:43
Respondeu‑lhe
Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
Compare
o versículo acima com o mesmo versículo na Tradução do Novo Mundo das
Testemunhas de Jeová: "E Ele disse: 'Deveras te digo hoje: Estarás comigo
no paraíso'".
Você percebe a diferença? Foi uma
pequena mudança, mas muito significativa. Os tradutores da Torre de Vigia
colocaram dois pontos logo após a palavra "hoje". O que faz com que o
advérbio "hoje" passe da segunda parte da sentença para a primeira.
Assim, ao invés do advérbio "hoje" identificar o tempo quando o
malfeitor arrependido estaria com o Senhor "no paraíso", o texto é
simples-mente o tempo quando Jesus estava falando.
Este é mais um caso onde os líderes da
Torre de Vigia alteram a Bíblia para que ela se encaixe em suas doutrinas.
Ensinam que o homem que se voltou para Jesus na cruz e disse:
"Lembra‑te de
..
65 ..
mim,
quando entrares no teu reino" (v. 42), não foi estar
com o Senhor no paraíso naquele dia. Ao invés disso, afirmam que ele foi
aniquilado na morte, e não tem existido em lugar algum pelos últimos dois mil
anos, e irá finalmente estar com o Senhor no paraíso durante o milênio. Era
muito difícil para as testemunhas -de Jeová ensinar tal doutrina em vista das
palavras de Jesus àquele homem agonizante. Assim, quando produziram sua própria
Bíblia, elas mudaram estas palavras ‑ ou pelo menos a pontuação, que muda o
sentido das palavras.
Se você desafiar uma testemunha a este
respeito, ela provavelmente defenderá a mudança lendo a nota de rodapé
correspondente ao versículo 43, na edição de 1984 de sua Tradução do Novo
Mundo: "Embora o texto grego de Westcott e Hort coloque a vírgula no
texto grego antes da palavra hoje, as vírgulas não eram usadas no original
grego. Mas para manter a idéia do contexto, nós omitimos a vírgula antes da
palavra 'hoje'". No entanto, o que os tradutores da Torre de Vigia
deveriam dizer realmente é que "para manter a idéia de sua doutrina"
eles alteraram a pontuação.
No entanto, já que mencionaram o contexto, pode nos ser útil olharmos o que as
demais passagens do livro de Lucas e dos outros três Evangelhos dizem. Jesus
usou a expressão "Em verdade vos digo" e "Em verdade te digo",
em muitas ocasiões diferentes. De que forma a Comissão de Tradução da Bíblia
Novo Mundo traduz esta mesma expressão nos outros lugares em que ela aparece?
Para onde foram as vírgulas?
Existe uma maneira muito simples de
descobrir isto. Peça à testemunha de Jeová com quem você está conversando para
lhe mostrar um exemplar da Concordância Compreensiva que a Sociedade
Torre de Vigia publicou em 1973 para a Tradução do Novo Mundo. Já que a
concordância é editada em ordem alfabética, peça à testemunha que procure a
expressão "em verdade". Ali você encontrará uma conveniente relação
de seis versículos onde o Senhor usou esta mesma expressão no Evangelho de
Lucas, assim como uma relação das 71 passagens nas quais ele usa esta expressão
nos quatro Evangelhos. Além de citar as referências de capítulo e versículo, a
concordância também mostra as palavras
..
66 ..
que
aparecem imediatamente antes e depois da expressão "em verdade" em
cada texto. Dê uma olhada na relação: todas as vírgulas estão alinhadas, com exceção
de Lucas 23:43. Este é o único versículo que eles pontuaram de maneira
diferente, para que possam assim incluir o elemento tempo na primeira metade do
versículo ‑ uma prova óbvia de que os tradutores da Torre de Vigia alteraram
este versículo para que se encaixe nas doutrinas de sua seita.
(Para mais considerações sobre o que
acontece com as pessoas quando morrem, veja o Salmo 146:3,4 e Lucas 16:22‑28.
Para exemplos adicionais das distorções na Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Sagradas, veja o nosso capítulo 2, "A Bíblia Que as
testemunhas de Jeová Usam", e também as considerações sobre Romanos 14:7‑9;e
Hebreus 1:6.)
Lucas
24:36‑39
Enquanto ainda falavam destas coisas, ele mesmo estava de pé no meio
deles... Mas visto que estavam apavorados, e tinham ficado amedrontados,
imaginavam ver um espírito. De modo que lhes disse: Por que estais aflitos, e
por que é que se levantam dúvidas nos vossos corações? Vede minhas mãos e meus
pés, que sou eu mesmo, apalpai‑me e vede porque um espírito não tem carne e
osso assim como observais que eu tenho (Tradução do Novo Mundo).
Em contraste com as palavras acima,
extraídas de sua própria Bíblia, os líderes das Testemunhas de Jeová ensinam
que o Cristo ressurreto é um espírito e que: "O corpo humano, ao qual Jesus
renunciou para sempre como um sacrifício redentor, foi despojado pelo poder de
Deus, mas não pelo fogo do altar do templo de Jerusalém. A carne de um
sacrifício é sempre despojada e tirada da existência, e assim não se
corrompe" (Livro da Torre de Vigia Things in Which It Is Impossible for
God to Lie [Coisas em Que É Impossível Que Deus Minta,], 1965, p. 354).
Também dizem que: "Logo após a sua ressurreição, Jesus nem sempre apareceu
no mesmo corpo [talvez para reforçar em suas mentes a idéia de que ele era um
espírito]" (Livro da Torre de Vigia Reasoning from the Scriptures [Raciocínios
a Base das Escrituras] ,1985, p. 335).
..
67 ..
Obviamente, a organização das testemunhas de Jeová usando estes argumentos
poderia fazer com que acreditássemos o contrário do que dizem as Escrituras a
esse respeito. Insiste que o corpo de Cristo não foi ressuscitado, mas
destituído, e que ele se tornou um espírito. Se isto fosse verdade, então suas
declarações em Lucas 24:36-39 teriam sido mentirosas; e quando ele mostrou aos
discípulos as marcas dos pregos em suas mãos e pés, convidando--os a sentir a
carne e ossos, teria sido um truque esperto para os enganar.
Além de discutir os pontos acima, você
pode também pedir à testemunha de Jeová que leia os versículos onde Jesus tinha
predito o que aconteceria com seu corpo: "Em resposta, Jesus disse‑lhes:
'Demoli este templo e em três dias o levantarei'. Os judeus disseram portanto:
'Este templo foi construído em quarenta e seis anos, e tu o levantarás em três
dias?' Mas ele estava falando do templo do seu corpo" (João 2:19‑21, Tradução
do Novo Mundo).
A testemunha tem uma escolha a fazer ‑
acreditar no que Jesus disse a respeito de sua ressurreição corpórea, ou
acreditar no que a Torre de Vigia diz.
João
João 1:1
No
principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Até por volta de 1950, as testemunhas de Jeová levavam
consigo uma cópia da versão mais tradicional da Bíblia (porque ela enfatiza o
nome Jeová por todo o Antigo Testamento). Mas enfrentavam o embaraçoso problema
de tentar negar a divindade de Cristo, enquanto a Bíblia que tinham em mãos
dizia claramente que "o Verbo era Deus". Este problema foi resolvido
quando a Sociedade Torre de Vigia publicou sua própria Tradução do Novo
Mundo das Escrituras Sagradas.
Agora, quando os cristãos mencionam João 1:1 para as
testemunhas de Jeová, elas podem responder, "isto não está na minha Biblia!"
Pois podem se dirigir a João 1:1, na sua própria tradução, e ler "...A
Palavra era [um] deus".
..
68 ..
Reduzindo Jesus Cristo a "um deus", as
testemunhas o colocam entre os "muitos deuses" e muitos
"senhores" de 1 Coríntios 8:5 ‑ no mesmo nível de Satanás, "o
deus deste sistema de coisas" (II Cor.4:4, Tradução do Novo Mundo).
A Sociedade Torre de Vigia apresenta a Tradução do Novo Mundo como o
trabalho anônimo da Comissão de Tradução da Bíblia Novo Mundo ‑ e resiste a
todos os esforços para identificar os membros da comissão. Dizem que fazem isto
para que todo o crédito do trabalho vá para Deus. Mas um observador
imparcial logo notará que tal anonimato também protege o tradutor de qualquer culpa
pelos erros ou distorções em suas traduções. E evita que os eruditos
verifiquem suas credenciais. De fato, aqueles que deixaram a sede
administrativa da Sociedade Torre de Vigia nos últimos anos identificaram os
supostos membros da comissão, revelando que nenhum deles era perito em
hebraico, grego ou aramaico ‑ os idiomas originais dos quais a Bíblia deve ser
traduzida.
Por muitos anos, as Testemunhas de Jeová se basearam na tra-dução de O Novo
Testamento (1937) de Johannes Greber, uma vez que Greber também traduziu
"...a Palavra era um deus". As publicações da Sociedade Torre de
Vigia mencionavam ou citavam Greber para apoiar estas e outras traduções, como
se segue:
Aid to Bible Understanding (Ajuda
Para a Compreensão da Bíblia) (1969), p. 1.134 e 1.669.
Mke Sure of All Things ‑ Hold Fast to
What Is Fine (Certi-ficai‑vos de Todas as Coisas ‑ Apegai‑vos ao Bem)
(1965), p.489, edição norte‑americana.
A Sentinela, 15/09/62, página 554 (edição norte‑americana)
A Sentinela, 15/10/75, página 640 (edição norte‑americana)
A Sentinela, 15/04/76, página 231 (edição norte‑americana)
"The Word" ‑ Who Is He? According To John (1962) (O
Verbo ‑ Quem É Ele? Segundo João (1962) página 5.
..
69 ..
Entretanto, depois que as ex‑testemunhas
deram considerável publicidade ao fato de que Greber era espírita e que
declarava que os espíritos lhe mostravam que palavras usar em suas traduções, A
Sentinela (01/04/83) ‑ edição norte‑americana ‑ declarou na página
31:
Esta tradução foi usada ocasionalmente
em apoio à interpretação de Mateus 27: 52,53 e João 1:1, como apresentada na Tradução
do Novo Mundo e outras versões bem fundamentadas da Bíblia. Mas como
indicado em um prefácio da edição de 1980 de O Novo Testamento por
Johannes Greber, este tradutor recorria ao "Mundo Espiritual de Deus"
para o esclarecer sobre como deveria traduzir as passagens difíceis. É
enunciado que: "Sua esposa, uma médium do Mundo Espiritual de Deus, era
freqüentemente o instrumento usado para trazer as respostas corretas dos
mensageiros de Deus ao Pastor Greber". A Sentinela considerou
impróprio fazer uso de uma tradução que tenha uma descrição tão similar ao
espiritismo (Deut.18:10‑22). A sabedoria que forma a base para a explicação do
texto acima mencionado na Tradução do Novo Mundo é sólida e por esta
razão não depende absolutamente da tradução de Greber para sua consolidação.
Nada se perde, portanto, ao parar de usar seu Novo Testamento.
Desta forma, parecia que a Sociedade só
então havia descoberto as conexões espíritas de Greber e imediatamente se
arrependia de tê-lo usado como base. Entretanto, isto também foi um engodo ‑
porque a Sociedade Torre de Vigia já sabia das práticas espíritas de Greber
desde 1956. A Sentinela, (edição norte‑americana) de 15/02/1956, contém
quase uma página inteira escrita para alertar os leitores contra Johannes
Greber e sua tradução. Esta se refere ao seu livro intitulado Communication
with the Spirit - World: Its Laws and Its Purpose (Comunicação com o
Mundo Espiritual: Suas Leis e Seus Propósitos) e declara: "Obviamente os
espíritos nos quais o ex‑pastor Greber acredita o ajudaram em suas
traduções" (A Sentinela, edição norte‑americana, 15/02/56, p.111).
Com exceção do Novo Testamento de Greber e a tradução distorcida da
Sociedade Torre de Vigia, outras traduções da Bíblia são quase unânimes em
traduzir João 1:1 como "...a Palavra era Deus". E isto condiz com a
declaração feita pelo apóstolo Tomé, também encontrada no Evangelho de João,
chamando Jesus de "Senhor meu, e Deus meu!" (João 20:28). A Tradução
do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová ainda chama Jesus de
"Deus" em João 20:28 e Isaías9:6.
..
70 ..
De fato, sua Tradução Interlinear do Reino revela
que no original grego é dito literalmente que Jesus é "o Deus" (HO
THEOS) em João 20:28.
Qualquer um que acredita que o Pai é
Deus, enquanto o Filho é "um deus" deveria ler Isaías 43 e 44, onde a
palavra inspirada rejeita tal noção: "...antes de mim Deus nenhum se
formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não
há salvador ... ...Acaso há outro Deus além de mim? Não, não há Rocha;
não conheço nenhuma" (Is. 43:10,11, 44:8, destaques acrescentados)
(Para
informações adicionais sobre a divindade de Cristo e os esforços dos tradutores
da Torre de Vigia em esconder isto em sua Bíblia, veja as considerações sobre
Gênesis 18‑1,2; Êxodo 3:14; Salmo 110‑1; Isaias 9:6; Daniel 10:13‑21; João
8:57,58; 20:28; e Hebreus 1:6.)
João
3:3‑7
Em resposta Jesus disse‑lhe: Digo‑te em toda a verdade: A menos que
alguém nasça de novo, não pode ver o reino de Deus. ...Vós tendes de nascer de
novo (Tradução do Novo Mundo).
Mesmo que estas palavras apareçam em sua
própria Bíblia, as testemunhas de Jeová não acreditam que devam nascer de novo.
"Isto não se aplica a mim. Diz respeito aos 144 mil ungidos. Eu pertenço à
'grande multidão' que viverá na terra sob o domínio do Reino". Esta é a
resposta típica que uma testemunha de- Jeová dará quando alguém lhe perguntar
se é nascida de novo. (Veja as considerações sobre João 10:16 e Apocalipse 7:4
e 7:9, para informações a respeito de suas opiniões sobre os 144 mil e a
"grande multidão" de "outras ovelhas".) A organização lhes
tem especificamente ensinado que "as 'outras ovelhas' não necessitam de
tal renascimento, porque sua meta é a vida eterna no paraíso terrestre
restaurado, como súditos do Reino" (A Sentinela, edição norte‑americana,
15/02/86, p.14).
..
71 ..
O primeiro passo é pedir à testemunha
para ler com você na própria versão da Torre de Vigia o que a Bíblia realmente
diz a respeito de nascer de novo em João 3:3‑15. Destaque que Jesus não
permitiu exceções quando diz: "a menos que alguém nasça de novo,
não pode ver o reino de Deus" (v.3).
Então focalize 1 João 5: 1, onde a Tradução
do Novo Mundo diz: "Todo o que crê que Jesus é o Cristo nasceu de
Deus". Pergunte à testemunha de Jeová se a expressão "todo o que
crê" deixa alguém de fora.
A seguir, conduza a testemunha para
Gálatas 4:5,6, onde a Bíblia explica que "Cristo veio para que nós, em
nossa parte, recebêssemos a adoção como filhos. Ora, visto que sois filhos,
Deus enviou o espírito de Seu filho aos nossos corações e ele clama: 'Aba,
Pai!"' (Tradução do Novo Mundo). Pergunte‑lhe se foi adotada como
um filho de Deus, recebendo pessoalmente o Espírito do Filho de Deus, Jesus
Cristo, em seu coração, como é descrito aqui. Em harmonia com a doutrina da
Torre de Vigia, ela responderá: "não!".
Finalmente, volte‑se para Romanos 8.
Primeiro, dirija a testemunha aos versículos 14‑16, mostrando‑lhe que o
capítulo está discutindo o mesmo assunto: receber o "espírito de
adoção" e clamar: "Aba, Pai!" ‑ que a testemunha diz não
se aplicar a ela. Em seguida recorra a Romanos, início do capítulo 8, e leia
com ela os versículos 1‑7, comentando o contraste entre andar na carne e
"andar no espírito". Assim você está preparado para chegar ao ponto
crucial nos versículos 8‑9:
De modo que os que estão em harmonia com a carne não
podem agradar a Deus. No entanto, vós estais em harmonia, não com a carne,
mas com o espírito. Se o espírito de Deus verdadeiramente morar em vós.
Mas se alguém não tiver o espírito de Cristo, este não pertence a
ele (Tradução do Novo Mundo, grifo acrescentado).
Lembre à testemunha que ela admitiu que
não recebeu o espírito de Cristo para habitar em seu coração nascendo de novo
pela adoção como filho de Deus. À luz dos versículos 8 e 9,
por-
.. 72 ..
tanto, poderá chegara qualquer conclusão a não ser a de que
não pode agradara Deus, e que não pertence a Cristo?
Neste ponto você provavelmente deverá
reler com ela Romanos 8. Uma vez que a passagem é raramente discutida nos
estudos bíblicos em classes no Salão do Reino, a maioria das testemunhas- de
Jeová não tem consciência do que a passagem diz. Mas, quando uma testemunha
finalmente compreende o seu significado, isso pode ter um efeito devastador. Eu
sei muito bem disto ‑ porque, quando finalmente encontrei tais
versículos, depois de treze anos na organização Torre de Vigia, eles me
abalaram muito. Em pouco tempo eu estava confessando minha necessidade ao
Salvador e orando para receber o Espírito de Cristo em meu coração. E ‑ glória
a Deus! ‑ ele respondeu à minha oração.
Não fique, porém, desapontado se a
testemunha de Jeová com a qual você está conversando responder com um argumento
ao invés de uma oração. No meu próprio caso, eu li Romanos 8 em um período em
que várias semanas de exame de alma e intensa leitura da Bíblia já tinham me
levado a deixar a organização. Normalmente isso leva um período considerável de
tempo ‑ talvez mesmo meses ou anos ‑ para que a informação necessária penetre e
produza mudanças na testemunha de Jeová. Plante cuidadosa-mente e regue
pacientemente ‑ dessa forma Deus fará crescer! (I Cor. 3:6).
João 4:23
Não obstante, vem a hora, e agora é, quando os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai com espírito e verdade, pois, deveras, o
Pai está procurando a tais para o adorarem (Tradução do Novo Mundo).
As testemunhas de Jeová geralmente usam
este versículo em seu trabalho de pregação de porta em porta. Após cumprimentar
o chefe da família, elas perguntam: "Quem você adora como Deus? Qual é o
nome dele?" Se a resposta dada é "o Senhor", ou
"Deus", as testemunhas respondem: "isto é um título. Qual
é o nome de Deus?" Muitas pessoas, então, responderão: "Jesus!"
Depois do que as testemunhas lerão João 4:23 e então comentarão:
.. 73 ..
"Vocês não são adoradores reais, porque vocês estão
adorando o Filho. A Bíblia diz aqui que os verdadeiros adoradores adoram o Pai.
Você sabe o nome do Pai?" Dessa forma as testemunhas de Jeová procedem à
apresentação de seus argumentos padronizados sobre o nome Jeová.
Muitas das atividades de pregação das
testemunhas seguem este mesmo tema: negação à divindade de Cristo, enquanto
ensinam que apenas o Pai (Jeová) deve ser adorado. Para estabelecer esta
doutrina, elas conduzem seus novos estudantes em um estudo dirigido pela
Bíblia, cautelosamente evitando passagens como: Isaías 9:6; Mateus 28:9; João
1:1, 8:58,59, 20:28; Colossenses 2:9; Hebreus 1:6;e assim por diante ‑ tudo o
que revele a divindade de Cristo e o acerto de prestar adoração a ele.
De fato, os tradutores da Torre de
Vigia, ao prepararem A Tradução do Novo Mundo, foram cautelosos em
traduzirem proskuneo (adoração, obediência, reverência) de uma maneira
muito seletiva. Onde quer que a palavra seja usada como referência ao Pai, elas
traduzem como "adoração", mas onde quer que se refira ao Filho,
traduzem como "reverência". (Veja as considerações sobre Hebreus 1:6
para maiores detalhes.)
Após concordarem que o Pai deve ser
adorado, pergunte à testemunha de Jeová se ela respeita os desejos do Pai em
outras questões também. Naturalmente, sua resposta será "Sim!".
Então, dirija‑a em sua própria Bíblia para João 5:23, onde é dito que o Pai
pede "que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai..." Se a
testemunha não dá venerável honra ao Filho, então sua adoração do Pai é vã,
porque o mesmo versículo continua dizendo: "Quem não honra o Filho, não
honra o Pai que o enviou."
(Veja também Gênesis 18:1,2; Êxodo 3:14;
Salmo 110:1; Isaías 9:6 Daniel 10:13‑21;e Hebreus 1:6.)
João 6:53
Da mesma forma, Jesus declarou: Digo‑vos em toda a
verdade: a menos que comais a carne do Filho do homem e bebais o seu sangue,
não tendes vida em vós mesmos (Tradução do Novo Mundo).
Este é um versículo importante para
trazer à tona uma discussão com as testemunhas de Jeová. Elas foram instruídas
a
..
74 ..
recusar não apenas a comunhão mas também rejeitar a vida
nova que vem para todos os que crêem no sangue derramado e no corpo crucificado
de nosso Senhor. Se excluem da nova aliança ratificada pelo sangue de Cristo.
(Para sugestões de como discutir com elas
esta questão, veja Mateus 26:27 e Apocalipse 7:9.)
João 8:58
Respondeu-lhes Jesus: E m verdade, em verdade vos digo
que antes que Abraão existisse, eu sou.
Para evitar a implicação óbvia referente
à divindade de Cristo, os tradutores da Torre de Vigia mudaram as palavras de
Jesus em sua tradução onde se lê: "antes de Abraão vir à existência, eu
tenho sido".
(Veja as considerações sobre Êxodo 3:14,
onde Deus revelou-se para Moisés como o "EU SOU".)
João 10:16
Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco;
a essas também me importa conduzir, e elas ouvirão a minha voz; e haverá
um rebanho e um pastor.
Se Jesus estava aqui chamando os crentes
gentios do futuro de suas "outras ovelhas", como é comumente
compreendido, então ele estava sugerindo para seus discípulos judeus que
haveria um tempo quando seu rebanho abrangeria um corpo mundial de crentes de
todas as nacionalidades. Mas a Sociedade Torre de Vigia atribui um significado
diferente a este texto. Ela contrasta as "outras ovelhas" com o
"pequeno rebanho" mencionado em Lucas 12:32, onde o Senhor diz:
"Não temas, ó pequeno rebanho! porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino";
o "pequeno rebanho", dizem as testemunhas de Jeová, são 144 mil
crentes ungidos com o espírito que compõem o corpo de Cristo e irão para o céu,
enquanto as "outras ovelhas" incluem todos os outros crentes -
aqueles que receberam vida eterna na terra. A oportunidade de se tornar parte
do "pequeno rebanho" terminou no ano de
..
75 ..
1935, como conta sua história; desta forma, hoje mais de
99% das testemunhas de Jeová se consideram parte da classe das "outras
ovelhas".
Este problema poderia parecer quase
acadêmico, exceto pelo fato de que aqueles que se vêem como as "outras
ovelhas" se excluem assim não apenas do paraíso, mas também da nova
aliança mediada por Cristo e de tudo o que a Bíblia promete aos membros do
corpo de Cristo.
(Para refutar a doutrina de que os
cristãos estão divididos nas classes celeste e terrestre, veja as considerações
sobre Apocalipse 7:4 [a respeito do "pequeno rebanho" de 144 mil] e
Apocalipse 7:9 [a respeito da "grande multidão" das "outras
ovelhas"]).
Além da vasta maioria de testemunhas de
Jeová, a Sociedade Torre de Vigia também lança todos os crentes pré‑cristãos na
classe das "outras ovelhas" com uma esperança terrestre. Desse modo,
as testemunhas acreditam que Abraão, Isaque, Jacó, os profetas, e assim por
diante, não vão para o paraíso. A melhor resposta a isto é ler o capítulo 11 de
Hebreus, o qual se refere a vários crentes pré‑cristãos, homens e mulheres
(incluindo os patriarcas e os profetas), e então diz deles que: "eram
estrangeiros e peregrinos na terra... Mas agora desejam uma pátria melhor, isto
é, a celestial. Pelo que também Deus... lhes preparou uma cidade" (Heb.
11:13‑16). Que cidade na pátria celestial? Evidentemente, a "cidade do
Deus vivo, a Jerusalém celestial" (Heb. 12:22).
(Veja também as considerações sobre
Salmos 37:9,11,29,115:16; Mateus 23:43; e Apocalipse 7:9).
João 14:28
Se me amásseis, alegrar‑vos‑íeis de que eu vá para o
Pai; porque o Pai é maior do que eu.
Este é o versículo favorito das
testemunhas de Jeová ao argumentarem contra a divindade de Cristo. Elas começam
citando "o credo atanasiano" : "Nesta trindade ninguém está
antes, ou depois do outro; ninguém é maior ou menor que o outro. Mas todas as
três pessoas são co‑eternas e co‑iguais." Então elas lerão as palavras de
Jesus que dizem que o Pai é maior do que o Filho, ao contrário de
"igual", como diz aquele credo.
..
76 ..
Não deixe que as testemunhas de Jeová o
atraiam para esta armadilha. Lembre‑lhes que Jesus estava falando em uma época
em que tinha feito como é mencionado em Filipenses 2:6,7: "O qual,
subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se
devia aferrar, mas esvaziou‑se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando‑se
em semelhante aos homens." Naturalmente, então, Cristo poderia falar do Pai
como sendo "maior que eu". O Filho tinha até mesmo se tornado
"menor que os anjos", em função de agir como Salvador dos homens
(Heb. 2:9).
(Veja também as considerações sobre
Isaías 9:6; João 1:1, 20:28; e Apocalipse 1:7,8.)
João 16:13
Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele
vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que
tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras.
A série completa dos versículos de João
16:7‑15 é uma excelente passagem à qual se pode recorrer quando estivermos
discutindo sobre o Espírito Santo com as testemunhas de Jeová. As testemunhas
de Jeová negam tanto a divindade quanto a personalidade do Espírito Santo,
afirmando ao invés disso que "ele" é simplesmente uma "força ativa"
impessoal. Mas aqui, Jesus claramente referiu‑se ao Espírito Santo como
"Ele" (um pronome pessoal) e descreveu o Espírito como conversando,
ouvindo, falando, e assim por diante ‑ atividades de natureza pessoal.
(Veja também Gênesis 1:1,2; Mateus
3:11; Atos 2:4, 5:3,4 e I Coríntios 6:19.)
João 17:3
Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento
de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo (Tradução
do Novo Mundo).
Um
dos versículos citados mais freqüentemente pelas testemunhas de Jeová que batem
à porta é João 17:3. Elas o usam de duas maneiras diferentes:
..
77 ..
Primeira, apesar da maioria das
traduções apresentarem o grego como "conhecer" a Deus, a versão da
Torre de Vigia diz "tomando conhecimento". Isto habilita as
testemunhas a usarem este versículo ao oferecerem aos ouvintes "um estudo
grátis da Bíblia" para receberem "o conhecimento de Deus".
Aqueles que aceitam a oferta são rapidamente desviados da Bíblia para um dos
muitos livros publicados pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.
Depois disso, as pessoas que estudam com
as testemunhas estão "sempre aprendendo, mas nunca podendo chegar ao pleno
conhecimento da verdade" (II Tim.3:7). O próprio Jesus Cristo revelou que
ele é: "o caminho, e a verdade, e a vida", e que "ninguém vem ao
Pai, senão por mim (João 14:6). Os "fatos" que continuam enchendo as
mentes das testemunhas nunca suprem a falta de um verdadeiro conhecimento de
Jesus, a verdade viva.
Isto se assemelha à situação de um jovem
admirador de um famoso astro do cinema que tenha visto todos os seus filmes,
lido todos os volumes de seu material biográfico, e decorado suas paredes com
retratos de seu astro. Todavia, todo esse conhecimento nunca poderá chegar ao
tipo de relacionamento desfrutado pelo filho adotivo desse astro, que vive em
relação íntima com ele. O cristianismo real envolve a adoção por Deus como seu
filho, e realmente o vir a conhecê‑lo (veja Gál. 4:5‑9; Rom. 8:14‑39). O
"conhecimento" fornecido pela Torre de Vigia nunca pode se igualar a
este.
A segunda forma em que as testemunhas de
Jeová usam João 17:3 é para negar a divindade de Cristo. Elas mostram que Jesus
chamou o Pai de "o único Deus verdadeiro" e fazem distinção entre
"tu, o único Deus verdadeiro" e "aquele que enviaste,
Jesus Cristo". É claro, a relação do Pai, Filho e Espírito Santo dentro da
trindade é uma questão que até mesmo os cristãos mais ortodoxos podem ver no
máximo "como através de um espelho, obscura-mente", enquanto nós
desejamos ansiosamente estar com Deus e, só então, vê‑lo "face a
face" (I Cor. 13:12).
Mas agora podemos ver claro o suficiente
para saber que a Sociedade Torre de Vigia está distorcendo João 17:3.
Se a referência ao
Pai como "o único verdadeiro Deus" signi-
.. 78 ..
ficasse
a exclusão do Filho da divindade, então o mesmo princípio de interpretação se
aplicaria a Judas 4, onde Cristo é chamado "nosso único dono e
senhor" (Tradução do Novo Mundo, grifo acrescentado). Isto
excluiria o Pai do senhorio e da propriedade. As testemunhas falam ainda do Pai
como "o Senhor Jeová", contudo Judas 4 chama Jesus de nosso
"único" Senhor. E o Espírito Santo é chamado "Senhor" em II
Coríntios 3:17. Obviamente, o uso da palavra único não é exclusiva com
referência ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Jesus sendo chamado nosso
"único" Senhor não exclui o senhorio do Pai e do Espírito Santo, e o
Pai sendo chamado "o único" Deus verdadeiro não exclui o Filho e o
Espírito Santo da divindade.
(Veja também as considerações sobre
Gênesis 18:1,2; Êxodo 3:14; Salmo 110:1;Isaías 9:6; João 1:1, 20:28; e
Apocalipse 1:7,8.)
João 20:25
Conseqüentemente, os outros discípulos diziam‑lhe:
Temos visto o Senhor! Mas, ele lhes disse: A menos que eu veja nas suas mãos o
sinal dos pregos e ponha o meu dedo no sinal dos pregos, e ponha minha mão no
seu lado, certamente não acreditarei (Tradução do Novo Mundo).
Os cristãos fazem bem em discutir esta
passagem com as testemunhas de Jeová que negam que Jesus morreu em uma cruz.
Negar que Jesus morreu na cruz é uma
doutrina básica das testemunhas de Jeová. De fato, as testemunhas consideram
qualquer um que acredita na cruz um "falso beato pagão". Ao invés
disto, a Sociedade Torre de Vigia ensina que Jesus foi pregado em uma
"estaca de tortura" ‑ um poste vertical, como um mastro de bandeira,
sem nenhuma trave horizontal. Em qualquer lugar onde a palavra cruz é
mencionada, em outras Bíblias, a Tradução do Novo Mundo usa a expressão estaca
de tortura.
A ilustração da morte do Senhor em seus
livros mostram Jesus com seus braços colocados juntos, logo acima da cabeça,
com um único cravo pregando ambas as mãos na estaca. Durante anos, todas as
publicações da Sociedade Torre de Vigia descreveram a morte de Jesus desta
forma ‑ com um único cravo pregando suas mãos a uma "estaca de
tortura". Mas, o que dizem as Escrituras? Era um cravo que pregava as mãos
de Jesus acima de sua cabeça,
..
79 ..
ou eram dois cravos que pregavam suas mãos nos
finais opostos do travessão da cruz? Em João 20:25, a Bíblia nos diz que o
após-tolo Tomé disse o que é relatado no versículo acima. Mesmo na Bíblia da
Torre de Vigia, Tomé falou dos "pregos" (plural) nas mãos de Jesus ‑
não um único prego, como nas ilustrações da Torre de Vigia.
Portanto, apesar de os líderes das
Testemunhas de Jeová terem retirado a palavra cruz de suas Bíblias, eles se
descuidaram em não retirar o segundo cravo das mãos de Jesus ‑ retendo,
portanto, a evidência de que ele morreu por crucificação, ao invés de por
fixação em estaca de tortura como ensinam.
João 20:28
Em resposta Tomé disse‑lhe: Meu Senhor e meu Deus! (Tradução
do Novo Mundo).
Sim,
este versículo realmente aparece na Bíblia das Testemunhas de Jeová! Talvez
mude nas edições futuras, mas, enquanto ainda estiver lá, nós podemos indicá-lo
para as testemunhas de Jeová, em nossas conversas a respeito da divindade de
Cristo. Tomé, apesar deter duvidado por mais tempo que os outros apóstolos,
finalmente veio a aceitar Cristo como Senhor e Deus ‑ não "um deus"
como os líderes da Torre de Vigia têm traduzido de forma errônea em João 1:1,
mas "Deus", como as palavras de Tomé demonstram.
As
testemunhas de Jeová acham este versículo muito difícil de se discutir porque
não admitem o simples fato de que ele declara a divindade de Cristo.
Tipicamente, elas tentam discuti‑lo de duas maneiras:
Primeiro,
a testemunha de Jeová menos instruída pode tentar refutar o versículo dizendo:
"Tomé estava apenas exclamando sua surpresa. Se víssemos um amigo retornar
da morte, nós, também, diríamos: 'oh! Meu Deus!' em total surpresa. Tomé não
quis dizer nada com isso!"
Se
uma testemunha usar esta abordagem, nós devemos perguntar-lhe: "Você está
dizendo que Tomé estava usando o nome de Deus em vão? Isto seria blasfêmia!
Tomé certamente não faria
.. 80
..
isso!" Então, mostre‑lhe que
no próximo versículo Jesus comentou o que Tomé havia dito. Se
Tomé tivesse dito "Deus" em vão, Jesus certamente o teria repreendido
por isso, mas, ao invés, ele reconheceu que Tomé tinha finalmente
"acreditado". Acreditado em quê? Que Jesus Cristo é Senhor e Deus!
Segundo, uma testemunha mais
sofisticada seguirá a abordagem sugerida na página 213 do livro da Sociedade
Torre de Vigia de 1985, Reasoning from the Scriptures [Raciocínios à
Base das Escrituras]. Ela mencionará que o capítulo 20 de João termina dizendo:
"estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o
Filho de Deus..." (v. 31). Para a testemunha de Jeová, o fato de que o Pai
é Deus, e que Jesus é o Filho do Pai, automaticamente nega a divindade do
Filho. Mas isto não é o que as Escrituras ensinam. (Veja os versículos
relacionados abaixo.) A testemunha pode também citar João 20:17, onde Jesus
refere‑se ao Pai como "meu Deus", como a tão falada prova de que
Jesus não é Deus. Contudo, em Hebreus 1:10, o Pai chama o Filho
"Senhor" ‑ obviamente sem colocar em dúvida o fato de que o Pai,
também , é "Senhor".
Visto que as testemunhas de Jeová
referem‑se a Jesus como "um deus" em contraste com o Pai, o qual eles
chamam "o Deus", você pode levar a testemunha de Jeová a procurar
João 20:28 em sua própria Tradução Interlinear do Reino (1985). Palavra
por palavra nos textos gregos mostram que Tomé literalmente chamou Jesus
"o meu Senhor e o meu Deus!"
(Veja também Gênesis 18:1,2; Isaías 9:6;
Daniel 10:13‑21, 12:1; João 1:1; Apocalipse 1:7,8; e outros versículos pertinentes
relacionados no Índice de Assuntos.)
Atos
Atos
1:5
Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós
sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias.
.. 81 ..
(Veja as considerações sobre Mateus 3:11, que tratam do
mesmo assunto.)
Atos 2:4
Todos
eles ficaram cheios do espírito santo (Tradução do Novo Mundo).
O livro da Torre de Vigia de 1982, You
Can Live Forever in Paradise on Earth (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso
na Terra), diz: "'Todos eles ficaram cheios do espírito santo'. (At.2:4).
Eles ficaram 'cheios' de uma pessoa? Não, mas ficaram cheios da força ativa de
Deus. Portanto, os fatos tornam claro que a trindade não é um ensinamento
bíblico... Como o espírito santo poderia ser uma pessoa, sendo que encheu cerca
de 120 discípulos ao mesmo tempo?" (p.40‑41). E a nota de rodapé da página
41 pergunta: "Como o derramamento do espírito santo nos seguidores de
Jesus prova que ele não é uma pessoa?"
Estes argumentos das testemunhas não
provam nada disso. Se o derramamento do Espírito Santo (At. 2:33, 10:45;
e assim por diante) fosse evidência contra sua personalidade, então o apóstolo
Paulo também não seria uma pessoa, porque Paulo escreveu acerca de si mesmo:
"eu esteja sendo derramado..." (Fil. 2:17, Tradução do Novo Mundo)
e: "...já estou sendo derramado..." (11 Tim. 4:6, Tradução do
Novo Mundo). Uma vez que o apóstolo Paulo, obvia-mente uma pessoa real,
poderia ser mencionado na Bíblia como sendo "derramado", então a
mesma expressão dizendo respeito ao Espírito Santo dificilmente poderia ser
usada como uma prova contra a personalidade do Espírito.
Da mesma forma, a profecia do Antigo
Testamento diz de Jesus Cristo, "fui derramado como água" (Sal.
22:14, Tradução do Novo Mundo). Por esta razão, aplicar os argumentos da
Torre de Vigia fariam também dele uma simples força impessoal. Obvia-mente,
este argumento é uma ilusão.
Mas, e a respeito do problema dos
discípulos serem "cheios" com o Espírito Santo? Ao invés de sustentar
o que as testemunhas -de Jeová acreditam, este versículo realmente prova o
oposto: a saber, que o Espírito Santo é o próprio Senhor Deus. Ele é
quem "a
.. 82 ..
tudo enche em todas as
coisas" (Ef. 1:23), "que cumpre tudo em todas as
coisas" (Imprensa Bíblica Brasileira). Mesmo a Tradução do Novo
Mundo das Testemunhas de Jeová se refere a ele "que em tudo preenche
em todas as coisas" em Efésios 1:23. Pergunte à testemunha de Jeová se
este "ele" que preenche todos os discípulos não é uma pessoa divina.
A seguir, mostre‑lhe que o Espírito
Santo pode falar (At. 13:2), testemunhar (João 15:26), "dizer o que ele
ouve" (João 16:13) e "sentir‑se magoado" (Is.63:10, Tradução
do Novo Mundo).
Finalmente, peça‑lhe para ler II
Coríntios 3:17. A maior parte das traduções deste versículo diz: "o Senhor
é o Espírito." A Bíblia da Torre de Vigia diz: "Jeová é o
Espírito." Obviamente as Escrituras ensinam que o Espírito Santo é uma
pessoa divina ‑ ninguém além do próprio Deus.
(Veja também as considerações sobre
Mateus 3:11; João 16:3; Atos 5:3,4; e I Coríntios 6:19.)
Atos 5:3,4
Disse então
Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? ...Não mentiste aos
homens, mas a Deus.
Convide uma testemunha de Jeová a ler esta passagem; então pergunte‑lhe para
quem Ananias mentiu. Pedro menciona isto duas vezes: ele mentiu para o Espírito
Santo; ele mentiu para Deus. Isto revela que o Espírito Santo é uma pessoa ‑
(Como alguém poderia mentir para uma "força"?) ‑ e que esta pessoa é
Deus.
Você pode ter que ler esta passagem
várias vezes com a testemunha antes que ela comece a compreender estes
versículos. As testemunhas de Jeová estão tão acostumadas a pensar no Espírito
Santo como "isto" ‑ "força ativa de Jeová" ‑ que suas
mentes têm dificuldade até mesmo de cogitar o pensamento do Espírito Santo como
uma pessoa.
Uma passagem não será suficiente para
convencer a testemunha da personalidade e divindade do Espírito Santo. Veja
também nossas considerações sobre João 16:13; Romanos 8:26,27; e I Coríntios 6:19.
A testemunha pode ainda fazer objeção à personalidade do Espírito, dizendo que
o Espírito Santo pode ser " derrama-
.. 83 ..
do", e que as pessoas podem ser "cheias" e
"batizadas" no Espírito Santo. Se tais argumentos forem usados, veja
nossas considerações sobre Mateus 3:11 e Atos 2:4.
Atos
7.59,60
Apedrejavam,
pois, a Estêvão que orando, dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito! E pondo‑se
de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo
dito isto, adormeceu...
As testemunhas de Jeová nunca se dirigem
a Jesus em oração. Elas foram instruídas que suas orações devem ser dirigidas
apenas ao Pai e que devem chamá-lo "Jeová". Se uma testemunha fosse
ouvida orando a Jesus, seria julgada por um Comitê Judicial e desassociada, a
menos que se arrependesse de seu "pecado".
Mas a passagem das Escrituras mencionada
acima mostra claramente Estêvão orando a Jesus Cristo, o Senhor ressurreto. (A
Bíblia das Testemunhas de Jeová trocou a palavra "Senhor" no v.60
para "Jeová", mas o v.59 ainda diz "Jesus".)
Uma testemunha pode alegar que Estêvão
não estava orando a Jesus; estava simplesmente falando com ele face a face,
porque teve uma visão. Neste caso, peça à testemunha de Jeová para ler o
contexto. A visão mencionada no versículo 56 tomou lugar quando Estêvão estava
em Jerusalém, sendo julgado perante a corte do Sinédrio. Quando disse aos
judeus que tivera uma visão de Cristo no céu à direita do Pai, eles se
enfureceram. Terminado o julga-mento, arrastaram Estêvão para fora do recinto,
conduziram-no pelas ruas da cidade, escoltaram-no por todo o caminho para fora
da cidade (v. 57), e então o apedrejaram. Esses acontecimentos, naturalmente,
tomaram um considerável espaço de tempo. Não existe indicação de que esta visão
se repetiu novamente fora da cidade. No momento de seu apedrejamento,
certamente como as Escrituras declaram, estava orando a Jesus.
Atos 15:28,29
Porque pareceu
bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo alem destas coisas
necessárias: Que vos abstenhais das coisas
sacrificadas
..
84 ..
aos
ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição; e destas
coisas fareis bem de vos guardar. Bem vos vá.
As testernunhas de Jeová usam este
versículo, juntamente com regulamentos dietéticos do Antigo Testamento, para
sustentar a proibição de sua organização contra transfusão de sangue.
Elas vêem a passagem acima como uma lei
de Deus, estendendo a proibição dietética judaica sobre as congregações cristãs
futuras. Mas a igreja primitiva tratava esta carta apostólica como uma
determinação permanente? Obviamente, a idolatria é permanentemente proibida,
mas e a respeito dos outros preceitos mencionados na carta? E a respeito de se
oferecer carne aos ídolos? Paulo discutiu este assunto demoradamente em sua
Primeira Carta aos Coríntios, indicando que "um ídolo nada é" e que
"não somos piores se não comermos, nem melhores se comermos". Ele
argumenta contra comer tal carne, quando isto se torne um obstáculo para os
novos crentes que apenas recentemente abandonaram a adoração idólatra. (Veja 1
Cor. 8:1‑13.) Mas, geralmente, os cristãos são livres para comer "de tudo
quanto se vende no mercado, nada perguntando por causa da consciência" e
para comer "de tudo o que puser diante de vós" na casa de incrédulos
(I Cor. 10:25‑27).
Desse modo, a parte da carta de Atos 15
que se refere a carnes oferecidas aos ídolos não deve ter sido vista
como uma determinação permanente para a igreja. Não existem fundamentos, então,
para se afirmar que a declaração acerca do sangue tem força hoje também.
Mas, mesmo que tenha, as Escrituras
estão referindo-se a dieta alimentar, e não a transfusão de sangue.
Tomar uma regulamentação dietética e estendê-la ao ponto de negar um processo
médico para se salvar a vida de um homem à morte é fazer como os judeus
fariseus que ficaram furiosos quando Jesus curou um homem no sábado (Luc.6:6‑11).A
carta publicada em 8 de dezembro de 1984 na edição do The Concord Monitor (New
Hampshire) fala de anciãos das Testemunhas de Jeová interrogando um paciente
terminal de câncer em um hospital e desassociando-o em seu leito de morte
porque aceitara uma transfusão de sangue. Nós facilmente poderíamos imaginar os
fariseus fazendo a mesma coisa ‑ mas agiria Jesus dessa forma?
.. 85 ..
(Veja também as considerações sobre
Gênesis 9:4 e Levítico 7:26, 27.)
Romanos
Romanos 8:8,9
... os que estão na carne não podem agradar a Deus.
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus
habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é
dele.
Esta passagem é muito útil para
demonstrar às testemunhas de Jeová sua necessidade de nascer de novo como
filhos de Deus. Elas esperam agradar a Deus com o trabalho do qual se ocupam.
Mas ainda estão na carne, e, portanto, "não podem agradar a Deus",
não importando o quanto trabalhem.
(Iniciando com o versículo 1, leia com
a testemunha de Jeová todo o capítulo de Romanos 8, especialmente e inclusive o
versículo 17. Veja também nossas considerações sobre João 3:3.).
Romanos 8:26,27
Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza;
porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo
inter-cede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que esquadrinha os
corações sabe qual é a intenção do Espírito: que ele, segundo a vontade de
Deus, intercede pelos santos.
As testemunhas de Jeová raramente
encontram esta passagem em seus "estudos bíblicos" pré‑organizados
porque seus líderes preferem saltá-la ou ignorá-la. Ela simplesmente não se
encaixa em suas concepções do Espírito Santo como uma "coisa" ‑ uma
"força ativa" impessoal.
Convide a testemunha de Jeová a ler
estes versículos com você, e então faça algumas perguntas: Uma
"força" pode fazer inter-cessão por nós? Uma "força" tem
mente? A própria Tradução do Novo Mundo das Testemunhas diz que o
Espírito "implora" por nós (v.26). Pode uma força impessoal implorar
por pessoas?
(Para ajudar a testemunha a meditar
mais profundamente sobre a personalidade e divindade do Espírito Santo,
convide-a a consi-
..
86 ..
derar também João 16:13; Atos 5:3,4; e I Coríntios 6:19.
[Veja os comentários sobre estes versículos.])
Romanos 14:7‑9
Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para
si. Pois se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor
morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor. Porque já
foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tanto
de mortos como de vivos.
Este é um excelente exemplo para se
demonstrar que a Bíblia das Testemunhas de Jeová é uma tradução distorcida,
contendo vários versículos que foram alterados para se encaixarem nas doutrinas
da Torre de Vigia.
Como se lê na versão acima, e
virtualmente em todas as outras traduções, esta passagem mostra nossa relação
com Cristo tanto na vida quanto na morte. O versículo 9 é logicamente ligado ao
que o precede nos versículos 7 e 8. Mas, agora, note o quanto os tradutores da
Torre de Vigia mudaram o versículo em suas Bíblias:
Nenhum de nós, de fato, vive somente para si mesmo, e
ninguém morre somente para si mesmo; quer vivamos, vivemos para Jeová, quer
morramos, morremos para Jeová. Portanto, quer vivamos, quer morramos,
pertencemos a Jeová. Pois, para este fim morreu Cristo e passou a viver
novamente, para que fosse Senhor tanto sobre os mortos como [sobre] viventes
(Rom. 14:7‑9, Tradução do Novo Mundo).
Traduzindo a mesma raiz grega Kyrios
como "Jeová" nos versículos 7 e 8,e como "Senhor" no 9, a
Torre de Vigia faz com que o versículo 9 não dê seqüência lógica aos
anteriores. Lembrando que os líderes das Testemunhas de Jeová ensinam que
"Jeová" é o nome de Deus Pai apenas, e que Jesus Cristo é um mero ser
criado (um anjo), podemos perceber que eles mudaram totalmente o sentido desta
passagem. Em sua tradução, o objeto da discussão, no caso Deus, passa a ser uma
de suas criaturas como se lê nos versículos 8 e 9, e portanto o versículo 9 não
é mais ligado, logicamente, com o versículo anterior. Você não precisa ser um
erudito em grego para ver que alguma coisa está errada com a tradução da
Sociedade Torre de Vigia.
..
87 ..
Na Bíblia das Testemunhas de Jeová, em
Romanos 14:7‑9, tem‑se a impressão de que se está falando de duas pessoas
diferentes. Ainda, uma rápida consulta na própria Tradução Inter-linear do
Reino demonstra que a mesma palavra raiz, Kyrios ("Senhor"),
aparece em três versículos. Com o objetivo de ser consistente, a tradução
deveria usar "Senhor" por toda a passagem.
Mas por que os tradutores da Sociedade
Torre de Vigia não traduziram Kyrios como "Jeová" em todos os três
versículos? Porque desta forma se leria: "Nenhum de nós, de fato, vive
somente para si mesmo, e ninguém morre somente para si mesmo; quer vivamos,
vivemos para Jeová, quer morramos, morremos para Jeová. Portanto, quer vivamos,
quer morramos, pertencemos a Jeová. Pois para este fim morreu Cristo e passou a
viver novamente, para que fosse Jeová tanto sobre os mortos como sobre os
viventes" ‑ um pensamento totalmente inaceitável na teologia da Torre de
Vigia!
De muitas outras maneiras, a Tradução
do Novo Mundo distorce versículos para se encaixarem na doutrina da
organização. Ao invés de ser chamada a versão da Bíblia da Torre de Vigia, ela
deveria ser chamada sua perversão da Bíblia.
(Veja também nosso capítulo 2, "A
Bíblia Que as Testemunhas de Jeová Usam".)
1
Coríntios
1 Coríntios
1:10
Rogo‑vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, que sejais concordes no falar, e que não haja dissensões entre vós;
antes unidos no mesmo pensamento e no mesmo parecer.
A Sociedade Torre de Vigia usa este
versículo para impor sobre seus seguidores um grau de conformidade quase
inacreditável para nós. Mas, ao invés de se irritar com isso, as testemunhas
orgulham-se de sua total obediência à Sociedade, como evidência de que são os
únicos cristãos verdadeiros, porque só entre elas "todos falam de
acordo" e são "unidas na mesma mente e na mesma maneira de
pensar" (I Cor. 1:10, Tradução do Novo Mundo).
..
88 ..
São especialmente instruídas a "não
aceitar ou ler a literatura religiosa das pessoas que encontram" (A
Sentinela, edição norte--americana, 01/05/84, p.31), não dar ouvidos a
"críticas contra a organização de Jeová" (A Sentinela, edição
norte‑americana, 15/05/84, p. 17) e não proferir palavras "expressando
críticas à maneira pela qual os anciãos designados estão lidando com os
problemas" (A Sentinela, edição norte‑americana, 15/01/84, p. 16).
As testemunhas devem até mesmo "evitar pensamentos independentes...
questionando o conselho que é fornecido pela visível organização de Deus",
e "lutar contra pensamentos independentes" (A Sentinela, edição
norte‑americana, 15/01/83, p. 22, 27).
Mas, quis o apóstolo Paulo, ao escrever
aos coríntios, dizer que deveriam não apenas terminar com suas divisões
cismáticas, mas também submeter‑se totalmente a alguns líderes humanos, em
inquestionável obediência ‑ como robôs sem mente? Dificilmente! Outra carta de
Paulo aos romanos revela que existia espaço suficiente para liberdade
individual na igreja primitiva:
Um acha que pode comer de tudo, ao passo que o fraco
só come verdura. Quem come não despreze aquele que não come; e aquele que não
come não condene aquele que come; porque Deus o acolheu... H á quem faça
diferença entre dia e dia e há quem ache todos os dias iguais: cada um siga sua
própria convicção (Rom. 14:2‑5, A Bíblia de Jerusalém).
Como cristãos, nós devemos certamente
estar unidos no fundamento de nossa fé, todos unidos em seguir a Cristo como
Senhor e tendo-o como nosso Salvador, mas existindo também espaço para
diversidade. Poderíamos até mesmo discordar em questões a ponto de exigir uma
reunião, sem a presença dos que têm opinião diferente. Por exemplo, seria
difícil para aqueles que comem carne e para os vegetarianos compartilhar de um
banquete, e aqueles que não observam um "dia santo", em particular,
normalmente não participariam do culto com outros que o celebram. Mas tais
discordâncias não deveriam permitir que se quebre o elo de amor que nos une
como irmãos e irmãs em Cristo. Mesmo que nosso irmão pense de maneira diferente
sobre certos assuntos, nós deveríamos acolher "o fraco sem discutir suas
opiniões" (Rom. 14:1, A Bíblia de Jerusalém). Mostre à
testemunha de Jeová que isso não é con-
.. 89 ..
formidade, mas amor, que é "o perfeito vínculo
de união" (Col. 3:14, Tradução do Novo Mundo).
Ao discutir sobre este problema com a
testemunha, você deve admitir livremente que os cristãos lamentam as divisões
que infestam a igreja. Algumas dessas divisões são devidas a tradições que se
desenvolveram através dos séculos em diferentes localidades devido à separação
geográfica e barreiras idiomáticas. Outras são o resultado de diferenças
sinceras de opinião entre homens que igual-mente respeitam a Bíblia e aceitam o
senhorio de Cristo, mas que chegaram a diferentes conclusões nas áreas sobre o
que a Escritura fala ambiguamente ou nada-fala. A solução, entretanto, não
repousa sobre alguns líderes de organizações que se levantam e anunciam ao
mundo: "Todos devem concordar conosco! Assim nós teremos todos 'uma mente'
como verdadeiros cristãos." Esta abordagem foi tentada muitas vezes, e
isto leva, apenas, a divisões ainda mais profundas. De fato, existem vários
grupos religiosos exclusivistas que se declaram "os únicos cristãos
verdadeiros"; a Sociedade Torre de Vigia é apenas uma entre muitas.
Encontrar aqueles que concordam com você, e então excluir o resto do mundo, não
é a fórmula para a verdadeira unidade cristã.
Sugira também à testemunha que observe
uma área na qual a Sociedade Torre de Vigia viola especificamente a admoestação
bíblica. A questão dos feriados ou dias santos. Como nós notamos acima, Romanos
14:5,6 dá margem para cristãos individualmente observarem dias especiais
que outros cristãos talvez não observem. Ainda assim, as testemunhas de Jeová que
ousarem celebrar Natal ou Páscoa ou Dia de Ação de Graças (ou mesmo Dia das
Mães!) são imediatamente colocadas em julgamento perante um Comitê Judicial e
desassociadas ‑ totalmente separadas dos amigos e da família.
(Para maiores considerações sobre a conformidade
das testemunhas de Jeová nas instruções da Sociedade Torre de Vigia, veja
Mateus 24:45; e Apocalipse 19:1.)
1 Coríntios 6:19
Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do
Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuis da parte de Deus, e que não
sois de vós mesmos?
.. 90
..
Use a seguinte argumentação quando
discutir com uma testemunha de Jeová, a respeito da divindade do Espírito
Santo:
Ao lado do templo do verdadeiro Deus na
antiga Jerusalém, as Escrituras mencionam muitos outros templos ‑ por exemplo:
o templo de Dagom (I Sam. 5:2), o templo de Júpiter (At. 14:13), o templo de
Diana (At. 19:35), e assim por diante. Cada um era o templo de alguém, ou
do Deus verdadeiro ou de um deus falso. Mas a Bíblia também mostra que o corpo
físico de cada cristão individualmente se torna um templo. Templo de quem? Um
"templo do Espírito Santo" (I Cor. 6:19).
Não reconhecendo o Espírito Santo como
uma pessoa, a saber, o próprio Deus, os seguidores da Torre de Vigia acham
impossível de se compreender estes ensinamentos das Escrituras: que Deus se
torna personalidade presente dentro de cada crente. Ainda assim, sua própria Tradução
Interlinear do Reino, traduzida do grego palavra por palavra, diz:
"... o seu corpo habitação divina do espírito santo que está em vós
em..." Obviamente, estas palavras indicam que o Espírito Santo é divino e
que ele habita nos cristãos.
A promessa deste relacionamento íntimo
com Deus foi dada por Jesus quando ele disse: "... Eu pedirei ao Pai e ele
dará a vocês outro Consolador, e Este nunca deixará vocês. É o Espírito Santo,
o Espírito que conduz a toda verdade" (João 14:16,17, O Novo Testamento
Vivo). Ore para que as testemunhas de Jeová venham a conhecer a Deus desta
forma íntima.
(Veja também as
considerações sobre João 16:13; e Atos 5:3,4.)
1 Coríntios 8:6
Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são
todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo
qual existem todas as coisas, e por ele nós também.
"Existe somente um Deus", diz
a testemunha de Jeová usando este versículo, "e quem é ele? O Pai!
Portanto, Jesus não é Deus". Entretanto, existe uma brecha em sua linha de
pensamento. Não a deixe para lá; faça‑a aplicar a mesma linha de raciocínio ao
resto do versículo. Desta forma ela terá que dizer "existe somente um
Senhor, e quem é ele? Jesus Cristo! Então o Pai não é Senhor". É claro, a
testemunha de Jeová não quer chegar a esta conclusão,
.. 91 ..
porque sempre fala de Jeová como
"Senhor". Mostre‑lhe que não pode haver um sem o outro. Ela não pode
fazer com que a primeira metade do versículo exclua Jesus como Deus, sem fazer
com que a segunda metade exclua o Pai de ser Senhor.
O fato é que as Escrituras usam os
termos Deus e Senhor virtual-mente de modo intercambiável. Os
vários falsos deuses são chamados de "deus" e "senhor". O
Pai é chamado de "Deus e Senhor" e ao Filho também se aplicam ambos
os termos. O apóstolo Tomé se dirigiu a Jesus como "meu Senhor e meu
Deus" (João 20:28). Os líderes da Torre de Vigia têm ensinado seus
discípulos a verem em 1 Coríntios 8:6 um contraste que não existe.
(Veja também as considerações sobre
Isaías 9:6; João 1:1, 17:3, 20:28; e Apocalipse 1:7,8.)
1 Coríntios
11:3
Quero, porém, que saibais que Cristo é a cabeça de
todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo.
As testemunhas de Jeová também usam
estes versículos em suas tentativas de negar a divindade de Jesus Cristo. Mas
esta passagem não sustenta a doutrina da Torre de Vigia de que Cristo era um
anjo criado por Deus. Ela simplesmente mostra a aplicação do princípio da liderança.
Dentro da família humana, a cabeça da
mulher é o homem. Isto significa que as mulheres são uma forma de vida inferior
ao homem? As mulheres são de alguma forma inferiores aos homens? De maneira
alguma! Este é apenas um arranjo de Deus ‑ que alguém aja como cabeça, e ele
designou este papel ao homem. Desta forma, dentro da divindade o Pai age como
cabeça sem diminuir a total divindade do Filho.
(Veja também nossas considerações sobre
Isaías 9:6; João 1:1, 20:28; C olossenses 2:9; e Apocalipse 1:7,8.)
Colossenses
Colossenses
1:15
O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de
toda a criação.
As
testemunhas de Jeová citam também este versículo para "provar" que
Jesus Cristo não é Deus, mas sim o primeiro anjo que
.. 92 ..
Deus
criou. Entretanto, a palavra primogênito na Bíblia quer dizer
necessariamente o primeiro que nasceu ou que foi criado? Absolutamente não! O
termo é freqüentemente usado nas Escrituras para significar prioridade em
importância ou posição, mais que uma ordem de nascimento.
Por exemplo, peça à testemunha para se
dirigir ao Salmo 89:27. Este versículo fala a respeito do rei Davi, que era o
mais novo, ou o último nascido de Jessé ‑ tão distante quanto poderia
estar de ser literalmente primogênito. Mas note o que Deus diz sobre ele no
Salmo: "Também, eu mesmo o colocarei como primogénito" (Tradução
do Novo Mundo). Claramente, Deus não reverteu a ordem do nascimento de
Davi; ele não estava falando a respeito de ordem de nascimento. O que o Salmo
quis dizer era que o rei Davi seria elevado em posição, acima dos outros, à
posição preeminente.
Para demonstrar que o termo é usado
neste sentido quando falando sobre Cristo em Colossenses 1:15, peça à
testemunha para olhar o contexto. Indique, particularmente, o versículo 18, o
qual identifica Cristo como a "cabeça" e "o primogênito"
para que ele tenha "primazia em todas as coisas".
Ainda em Colossenses, você pode
comentar a respeito da divindade de Cristo lendo o capítulo 2, versículo 9:
"Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade."
(Veja as considerações sobre Isaías
9:6; Daniel 10:13‑21, 12:1; João 1:1, 20:28; Apocalipse 1:7,8; e outros
versículos relacionados no Índice de Assuntos.)
Colossenses 2:9
Porque
nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.
Este é um texto que deveria
definitivamente ser usado quando compartilhar com uma testemunha de Jeová a
respeito das evidências (na forma das Escrituras Sagradas) de que Jesus Cristo
é Deus. Ler este versículo em várias traduções pode ser proveitoso:
"Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Imprensa
Bíblica Brasileira). "Porque em Cristo reside tudo de Deus em um corpo
humano" (Bíblia Viva). "Nele toda a
plenitude da divindade é residente em forma corpórea" (The
Bible in
..
93 ..
Living English [ A Bíblia em Inglês Vivo], traduzida
por Steven T.Byington, publicada pela Sociedade Torre de Vigia, 1972).
A Tradução do Novo Mundo da Torre de
Vigia tenta diluir a mensagem deste versículo traduzindo da seguinte forma:
"Porque é nele que mora corporalmente toda a plenitude da qualidade
divina". Mas a edição de referência (nota de rodapé) e a versão
interlinear de sua Bíblia admitem que a palavra grega que traduziram como
"qualidade divina" literalmente significa "divindade".
(Veja também as considerações sobre
Isaías 9:6;João 1:1;20:28; Apocalipse 1:7,8; e outras referências relacionadas
no Índice de Assuntos.)
II Timóteo 3:16,17
Toda Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para
ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em
justiça. A fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente
equipado para toda boa obra (Tradução do Novo Mundo).
As testemunhas de Jeová concordam
enfaticamente com esta passagem. De fato, a citam muito freqüentemente. Mas, na
prática, não acreditam realmente no segundo versículo porque não crêem que um
homem de Deus seja plenamente competente e completamente equipado, a menos que
tenha livros e revistas da organização. A Bíblia sozinha não é o bastante. Nós
cristãos também temos revistas cristãs, livros, concordâncias, dicionários
bíblicos, e assim por diante. Vemos esta literatura como proveitosa e
instrutiva, mas não sentimos necessidade desses suplementos para entender a
mensagem do evangelho, receber a graça de Deus, e ganhar a vida eterna. De
fato, muitos têm testemunhado que apenas através da leitura da Bíblia
encontraram uma relação salvadora com Jesus Cristo.
Por outro lado, as testemunhas
acreditam que uma pessoa deve ter a literatura de sua organização para que
possa ser salva. Comentando sobre os próprios livros de estudos das Escrituras,
A Sentinela, edição norte‑americana (15/09/10, p.298), dizia:
Ademais, nós não apenas achamos que as pessoas não
podem ver o plano divino estudando a Bíblia por si só, mas também
que se alguém coloca os
..
94 ..
Estudos das Escrituras à parte... e se concentra apenas na Bíblia, ainda
que tenha se inteirado da Bíblia por 10 anos, nossa experiência mostra que
dentro de dois anos ela andará em trevas. Por outro lado, se tivesse lido
simples-mente os Estudos das Escrituras com suas referências, e não
tivesse lido nenhuma página da Bíblia, estaria na luz ao final dos dois anos.
As testemunhas de Jeová de hoje
abandonaram essa opinião, traduzida das palavras do seu fundador Charles Taze
Russell, em 1910? Compare aquela citação com este enunciado mais recente
publicado por A Sentinela, edição norte‑americana, (01/12/81, p. 27):
O Deus Jeová também nos deu sua organização visível,
seu "escravo fiel e discreto", formada por aqueles que são ungidos
pelo espírito para ajudar cristãos em todas as nações a compreender e aplicar a
Bíblia da maneira apropriada em suas vidas. A menos que estejamos em contato
com este canal de comunicação que Deus está usando, nós não alcançaremos
progresso na estrada para a vida, não importa o quanto leiamos a Bíblia.
A idéia é a mesma! As Escrituras
inspiradas sozinhas não fazem uma pessoa "plenamente competente e
completamente equipada" (II Tim. 3:17) aos olhos das testemunhas de
Jeová.
O que acontece se uma testemunha de Jeová lê somente a Bíblia, sem os livros e
revistas da Sociedade Torre de Vigia? A organização fez uma surpreendente
revelação acerca disto, quando declarou o seguinte sobre seus ex‑membros:
Eles dizem que é suficiente ler a Bíblia
exclusivamente, sozinhos ou em pequenos grupos no lar. Mas estranhamente,
através de tal "leitura bíblica", têm‑se voltado para doutrinas
apóstatas que eram ensinadas nos comentários do clero cristão cem anos atrás...
[A Sentinela, 15/08/81, p. 28‑29, edição norte‑americana].
Então, a Sociedade Torre de Vigia, por
si mesma, admite que as testemunhas de Jeová que começam a ler só a Bíblia
param de acreditar nas doutrinas da Torre de Vigia e retornam às doutrinas
ensinadas nas igrejas cristãs. Quem então ensina as dou
..
95 ..
trinas verdadeiramente fundamentadas na Bíblia? A resposta
é óbvia, pela própria declaração da Sociedade.
Hebreus 1:6
Mas ao trazer novamente o seu primogênito à terra
habitada, ele diz: E todos os anjos de Deus o adorem (Tradução do Novo
Mundo, edições de 1953, 1960, 1961 e 1970).
Quando as edições da Bíblia da
Sociedade Torre de Vigia citadas acima foram impressas, de algum modo esta
referência a Jesus Cristo conseguiu escapar ao corte do censor. Toda outra
menção de adorá-lo foi removida da Tradução do Novo Mundo, exceto esta
que permaneceu ‑ mas não por muito! Começando com a revisão de 1971, todas as
edições futuras foram mudadas para que se leia: "E todos os anjos de Deus
o reverenciem".
O contexto deste versículo é muito
significativo. E o capítulo inteiro de Hebreus é devotado a contrastar Jesus
Cristo com os anjos ‑ mostrando a superioridade do Filho de Deus sobre a
criação angélica. Mas a Sociedade Torre de Vigia ensina que Jesus Cristo é um
anjo. Não é de se admirar que eles mudassem o versículo 6 para eliminar a idéia
de adorá-lo.
A raiz grega aqui é proskuneo, a
qual pode propriamente ser traduzida por "adoração" ou
"reverência", dependendo do contexto e, neste caso, da tendência do
tradutor. Convide a testemunha de Jeová a ler em Apocalipse 22:8,9 na sua
própria Tradução Interlinear do Reino, onde a mesma palavra proskuneo
é usada no grego original. Lá o apóstolo João diz: "Prostrei‑me para
adorar [raiz: proskuneo] diante dos pés do anjo... Mas ele me
diz: Toma cuidado! Não faças isso! Adora [raiz:proskuneo] a Deus". Pondere
com a testemunha de Jeová que a adoração que o anjo recusou, mas disse a
João para dar a Deus, é a mesma proskuneo que o Pai ordena que seja dada
ao seu Filho Jesus Cristo em Hebreus 1:6. Então, o Filho certamente não é um
anjo.
Seria apropriado dar ao Filho a mesma
honorável adoração que é dada ao Pai? Deixe João 5:23 responder a esta pergunta
‑ "a fim de que todos honrem ao Filho assim como honram ao Pai. Quem
.. 96 ..
Quem não honrar ao
Filho, não honra ao Pai que o enviou" (Tradução do
Novo Mundo).
(Para maiores informações sobre a
divindade de Cristo e a legitimidade de adorá-lo, veja as considerações sobre
Isaías 9:6; Daniel 10:13‑21, 12:1; João 1:1; 20:28; e outros versículos
catalogados no Índice de Assuntos.)
Apocalipse
Apocalipse
1:7,8
Eis que ele vem com as nuvens e todo olho o verá, e
aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra baterão em si mesmas de
pesar por causa dele. Sim, amém. "Eu sou o Alfa e o Ômega", diz Jeová
Deus, "aquele que é, e que era, e que vem, o Todo-poderoso" (Tradução
do Novo Mundo).
Se Jesus Cristo é apresentado como
"o Alfa e o Ômega" e "o primeiro e o último", enquanto a Tradução
do Novo Mundo também diz que Deus Jeová é "o alfa e o ômega" e
"o primeiro e o último", as testemunhas de Jeová devem admitir também
que Jesus Cristo é o Todo‑Poderoso Deus ‑ ou então ignorar as Escrituras.
Você
pode discutir esses versículos com uma testemunha da seguinte maneira: usando
sua própria Tradução do Novo Mundo:
O texto de Apocalipse 1:7,8 citado acima
diz que alguém "está vindo". Quem? O versículo 7 diz que alguém que
foi "traspassado". Quem foi traspassado quando foi pregado para
morrer? Jesus! Mas o versículo 8 diz que o Deus Jeová é quem "está
vindo". É possível que existam dois que estão vindo? Não! O
versículo 8 refere‑se a "aquele que está vindo". Apocalipse 1:8 diz
claramente que o Deus Jeová é o Alfa e o Ômega. Agora note o que ele diz em
Apocalipse 22:12,13: "Eis que venho depressa... Eu sou o Alfa e o Ômega, o
primeiro e o último..." Então, o Deus Jeová está vindo depressa. Mas note
a resposta dada a ele quando diz isto novamente: "Sim, venho
depressa". "Amém! Vem, Senhor Jesus" (22:20 Tradução do Novo
Mundo).
Neste ponto você pode mencionar que Alfa
é a primeira letra do alfabeto grego, enquanto ômega é a última. Por
esta razão, "o Alfa e o Ômega" significam o mesmo que "o
primeiro e o último".
..
97 ..
Então, novamente referindo‑se à Tradução do Novo Mundo, continue
desta forma:
Quem está falando em Apocalipse 2:8?
"Estas coisas diz aquele, o primeiro e o último que estava morto e passou
a viver [nova-mente]..." Obviamente, é Jesus. Quem Jesus declarou ser
quando chamou a si mesmo "o primeiro e o último?" Foi desta maneira
que o Deus Todo‑Poderoso se identificou no Antigo Testamento. Jesus sabia que o
apóstolo João, autor de Apocalipse, e mais tarde todos os leitores da Bíblia se
lembrariam destes versículos: "...eu sou o mesmo, eu o primeiro, eu também
o último. Também a minha mão fundou a terra, e a minha destra estendeu os
céus..." (Is.48:12,13). E "...eu sou o mesmo; antes de mim Deus
nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o Senhor, e fora de
mim não há salvador" (Is.43:10,11)
Note também que a expressão o primeiro
e o último é usada em referência a Deus Jeová em Apocalipse 22:13: "Eu
sou o Alfa e o Ômega,o primeiro e o derradeiro, o princípio e o fim."
Ainda João também recorda: "... e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo:
Não temas; eu sou o primeiro e o último, e o que vive; fui morto, mas eis que
estou vivo pelos séculos..." (Apoc. 1:17,18).
Lembre à testemunha de Jeová que ela leu
em sua própria Bíblia que o Deus Jeová é aquele que está vindo, aquele que está
vindo depressa, o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, e o único salvador.
Ela também leu que nosso Salvador Jesus Cristo é aquele que está vindo, aquele
que está vindo depressa, o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, e o único
Salvador.
Se a testemunha tiver dificuldade em
chegar à conclusão certa, a saber, que Jesus Cristo é o Deus Todo‑Poderoso,
peça que leia Colossenses 2:9: "Porque é nele que mora corporalmente toda
a plenitude da qualidade divina", ou, de acordo com a Imprensa Bíblica
Brasileira, "porque nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade".
(Veja também as considerações sobre
Gênesis 18:1,2; Êxodo 3:14;Isaías 9:6; e João 1:1.)
Apocalipse 3:14
Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o
Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.
..
98 ..
Este versículo é um dos favoritos das
testemunhas de Jeová, em suas tentativas de "provar" que Jesus Cristo
é um simples ser criado, o primeiro anjo que Deus fez. "Veja!", elas
dizem. "Jesus é o princípio da criação". Mas deveriam ser cautelosas.
Dirão que Deus, o Pai, é quem fala em Apocalipse 21:6 e 22:13, ainda que em
ambos os versículos ele chame a si mesmo de "o principio". Portanto,
"o princípio" deve significar algo mais que não seja a primeira coisa
criada.
Realmente, em cada um destes casos, o
texto grego diz arché, uma palavra catalogada no Expository
Dictionary of New Testament Words [Dicionário Expositivo das Palavras do
Novo Testa-mento] como tendo significados variados, tais como "o
princípio", "poder", "magistrado" e
"governador". A Bíblia das Testemunhas de Jeová traduz o plural da
mesma palavra como "oficiais do governo" em Lucas 12:11. Esta é a
raiz das nossas palavras arcebispo e arquiteto, e outras palavras
referindo‑se a alguém que é chefe sobre outros. Assim, a Nova Versão
Interlinear em Apocalipse 3:14 diz que Cristo é "governante da criação de
Deus". Portanto, não existe fundamento algum para que se possa declarar
que Apocalipse 3:14 faz de Jesus Cristo um ser criado.
(Veja também Isaías 9:6; João 1:1,
20:28; e outros versículos citados no Índice de Assuntos sobre Jesus
Cristo.)
Apocalipse 7:4
E ouvi o número dos selados: cento e quarenta e quatro
mil, selados de toda tribo dos filhos de Israel (Tradução do Novo Mundo).
A Sociedade Torre de Vigia ensina que a
igreja cristã, ou Corpo de Cristo, está limitada ao número literal de 144 mil
indivíduos. A reunião dos 144 mil começou em Pentecostes no primeiro século e
continuou até o ano de 1935 ‑ quando o número foi completado e a porta foi
fechada. Os novos crentes desde 1935 não são parte da congregação dos 144 mil,
mas formam uma classe secundária, chamada a "grande multidão" de
"outras ovelhas". (Veja as considerações sobre Apoc. 7:9 para maiores
informações sobre a "grande multidão" e a data de 1935.) Desde 1935,
a maior parte dos restantes dos 144 mil morreu, havendo apenas cerca de nove
mil vivos na terra hoje ‑ todos os quais são testemunhas de Jeová.
..
99 ..
Entre os milhões de testemunhas de Jeová, apenas o
remanescente dos 144 mil tem a esperança do céu, e apenas eles podem partilhar
da comunhão do pão e do cálice.
Como as muitas ilustrações simbólicas no
livro de Apocalipse, existe algum debate, mesmo entre os cristãos verdadeiros,
sobre quem os 144 mil podem ser. Nós podemos admitir livremente isto enquanto
mostramos à testemunha que a interpretação da Sociedade Torre de Vigia é
obviamente errada.
Apocalipse 7:4 diz que os 144 mil são
"dos filhos de Israel", mas a Sociedade Torre de Vigia ensina que a
congregação cristã está aqui simbolicamente retratada como "Israel
espiritual", e que os 144 mil são, portanto, tirados dentre todas as
nações. Nós necessitamos apenas de alguns versículos do texto para desacreditar
a sua interpretação: "da tribo de Judá, doze mil selados; da tribo de
Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; da tribo de Aser, doze mil; da
tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; da tribo de Simeão,
doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; da tribo
de Zabulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze
mil selados" (Rev.[Apocalipse] 7:5‑8, Tradução do Novo Mundo). Poderia
Israel ser nomeado mais especificamente do que através da enumeração das 12
tribos que formam aquela nação?
As testemunhas podem responder insistindo
que a referência aos 12 mil de cada tribo é puramente simbólica. Mas, se isto é
verdade, então os doze números simbólicos (12.000 + 12.000 + 12.000 + 12.000 +
12.000 + 12.000 + 12.000 + 12.000 + 12.000 + 12.000 + 12.000 + 12.000 =
144.000) devem perfazer um total que também é simbólico. Todavia, as
testemunhas acreditam que 144 mil seja um número literal. Desta forma, a
interpretação delas é mais uma vez contraditória.
Apocalipse 7:9
Depois destas coisas eu vi, e, eis uma grande
multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos,
e línguas, em pé diante de trono e diante do cordeiro, trajados de compridas
vestes brancas; e havia palmas nas suas mãos (Tradução do Novo Mundo).
A Sociedade Torre de Vigia ensina que no
ano de 1935 Deus parou de chamar as pessoas para uma esperança celestial em
união
..
100 ..
com Cristo. Dizem que naquele ano ele começou a reunir a
segunda classe de crentes, fora do corpo de Cristo, aqueles cuja esperança
seria viver para sempre sobre a terra, na carne. Essa classe de pessoas,
afirmam, é a "grande multidão" de Apocalipse 7:9‑17.
Esta é uma das doutrinas mais
significativas ensinadas pela Sociedade Torre de Vigia. Ela forma a base da
convicção de milhões de testemunhas de Jeová segundo a qual:
1.
Não podem se tornar membros do corpo de Cristo (I Cor. 12:27).
2. Não podem
"nascer de novo" (João 3:3).
3.
Não podem compartilhar do reino celestial de Cristo (II Tim. 4:18).
4.
Não podem receber o batismo do Espírito Santo (I Cor. 12:13).
5.
Não são autorizadas a compartilhar da comunhão do pão e do cálice (1 Cor. 1 0:1
6,1 7).
6.
Não fazem parte da Nova Aliança mediada por Cristo (Heb. 12:24).
7.
Não podem ser completamente justificadas através da fé em Jesus Cristo (Rom.
3:26).
Desta forma, a Sociedade Torre de Vigia
usa esta "doutrina de 1935" para privar seus seguidores da relação
com Deus descrita no Novo Testamento para todos os crentes.
Onde a Bíblia ensina que a entrada para
a congregação cristã seria fechada no ano de 1935, com uma "grande
multidão" secundária sendo reunida depois disto? Em nenhum lugar! Os
líderes da Torre de Vigia declaram que "esta luz brilhou" ‑ que o
presidente da Torre de Vigia, J. F. Rutherford, recebeu uma especial
"revelação da verdade divina" ‑ para introduzir esta mudança em 1935.
Não podem produzir absolutamente nenhum suporte bíblico para a data de
1935. Ao invés de se voltarem para a Bíblia, eles dizem:
Estes lampejos da luz profética preparam o terreno
para o discurso histórico sobre "A Grande Multidão", pronunciado em
31/05/1935 pelo presidente da Sociedade Torre de Vigia, J. F. Rutherford, na
convenção das Testemunhas de Jeová realizada em Washington, Estados Unidos. Que
reve-
.. 101 ..
lação da graça divina foi esta! (A Sentinela,
01/03/85, p. 14, parágrafo 12, edição norte‑americana).
...a esperança celestial foi mantida, realçada e
enfatizada até perto do ano de 1935. Então, "uma luz brilhou" para
revelar claramente a identidade da "grande multidão" de Apocalipse
7:9, a ênfase então começou a ser dada na esperança terrena (A Sentinela,
01/02/82, p.28, parágrafo 16, edição norte--americana).
Não existem quaisquer bases bíblicas
para este ensinamento. As Escrituras discutem em detalhes a velha promessa
divina para os judeus e a nova promessa divina para os cristãos. Mas não faz
menção de nenhum terceiro arranjo para reunir uma "grande multidão"
com uma esperança terrena depois de 1935.
Além disso, os versículos citados pelas
testemunhas em Apocalipse realmente colocam a "grande multidão" como
"diante do trono e diante do cordeiro" (7:9, Tradução do Novo
Mundo), e "em seu templo" (7:15, Tradução do Novo Mundo) ‑
todos lugares celestiais, e não na terra, como a Sociedade Torre de
Vigia ensina.
De fato, a referência a "uma
grande multidão"... clamando em voz alta: devemos a salvação ao nosso
Deus..." (7:9,10) é muito semelhante ao teor da outra única menção à
"grande multidão" na Tradução do Novo Mundo do livro de
Apocalipse. Está no capítulo 19, onde o convite para "dar louvores ao
nosso Deus, todos vós os seus escravos, os que o temeis, os pequenos e os
grandes" é respondido por "a voz de uma grande multidão"
(19:5,6). Ainda as Escrituras dizem especificamente que "uma voz alta de
uma grande multidão no céu" (v. 1, Tradução do Novo Mundo).
Uma vez que foi provado que a
interpretação da Torre de Vigia estava errada, não é necessário (ou
aconselhável) entrar em discussão com as testemunhas de Jeová sobre a
verdadeira identidade da "grande multidão". Ao contrário, o fato que
a Sociedade os tem ensinado erradamente neste importante ponto deveria ser
usado para abrir seus ouvidos para uma apresentação do evangelho real de
Cristo.
Comece lendo a oração de Jesus ao Pai
em João 17:20‑24 - "Faço solicitação não somente a respeito destes, mas
também a
.. 102 ..
respeito
daqueles que depositam fé em mim, por intermédio da palavra deles... Pai,
quanto ao que me tens dado, quero que onde eu estiver, elas também estejam
comigo a fim de que observem minha glória..." (Tradução do Novo Mundo).
A oração de Jesus é que todos os seus discípulos presentes e futuros
terminem com ele, onde ele está, para contemplarem sua glória. Mostre à
testemunha que a oração se aplica a todos os discípulos futuros que viriam a
crer em Cristo através das Escrituras deixadas pelos antigos discípulos (v.
20). Diga a elas que, se crerem nele, Jesus desejará que terminem com ele no
reino celestial ‑ não importando se se tornaram crentes antes ou depois do ano
de 1935.
(Veja também as considerações sobre céu
versus terra nos Salmos 37:9, 115:16; e João 10:16; as considerações sobre
Mateus 26:27; e um encontro real com as testemunhas de Jeová sobre este assunto
em Apocalipse 19:1.)
Apocalipse
19:1
Depois destas coisas ouvi o que era como a voz alta de
uma grande multidão no céu. (Tradução do Novo Mundo).
A lavagem cerebral da Torre de Vigia é
tão poderosa que aqueles que estão sob as palavras dela podem olhar para preto
e ver branco ‑ se a Sociedade diz que é branco. Isto não é exagero; foi
demonstrado em um encontro que tive com uma senhora, testemunha de Jeová, que
bateu à minha porta no verão de 1983. (Ela não fazia idéia de que eu já havia
sido membro, senão não teria dito nem uma palavra comigo.) A discussão ocorreu
desta, forma:
David Reed: "Ouvi dizer que vocês acreditam que
são parte de uma 'grande multidão' que receberá vida eterna na terra, ao
invés de irem para o céu. Isto é verdade ? Você pode me mostrar a 'grande
multidão' na Bíblia" ?
Testemunha de Jeová: "Sim, isto é o que a
Bíblia diz. Veja aqui em Apocalipse 7:9 [ Ela leu o versículo discutido acima,
em Apocalipse 7:9]. Espero ser parte desta grande multidão que viverá na terra
para sempre".
..
103 ..
David Reed: "Mas Apocalipse 7:15 coloca a
'grande multidão' diante do trono de Deus no céu, não coloca?"
Testemunha de Jeová: "Bem, o trono de Deus está
no céu, mas a grande multidão está na terra. Todas as criaturas estão diante do
trono de Deus".
David Reed: "Eu não creio que o versículo
mencionaria a localização dela diante de Cristo se quisesse dizer isto em um
sentido tão geral. Mas existe um outro local onde Apocalipse fala a respeito da
'grande multidão'. Você poderia ler Apocalipse 19:1 em sua própria Bíblia onde
ele posiciona a 'grande multidão'?"
Testemunha de Jeová: Certamente! Ela diz:
"Depois destas coisas ouvi o que era como a voz alta de uma grande
multidão no céu.
David
Reed: "Uma 'grande multidão' onde?"
Testemunha‑de
Jeová: "A 'grande multidão' está na terra!"
David
Reed: "É isto que o versículo diz? Leia‑o de novo."
Testemunha de Jeová: "Ele diz céu, mas a
'grande multidão' está sobre a terra."
David Reed: "Como você pode dizer que a 'grande
multidão' está na terra quando a Bíblia diz claramente uma 'grande multidão' no
céu?"
Testemunha de Jeová: "Você não compreende. Nós
temos homens em nosso escritório central no Brooklyn, Nova York, que explicam a
Bíblia para nós. E podem provar que a 'grande multidão' está sobre a terra; e
só posso explicar isto assim. Espere apenas um momento".
Nesse ponto ela correu à rua e gritou a
outra senhora das testemunhas que estava a poucas casas de distância, para vir
ajudá‑la. Essa testemunha me reconheceu como sendo uma ex‑testemunha, e isso
pôs fim à conversação. Mas o ponto já tinha sido ilustrado: uma testemunha de
Jeová pode olhar a palavra céu na Bíblia mas vê terra em seu lugar, se a
organização assim o diz.
À medida que as senhoras se afastavam
de minha casa, minha mente relembrou a novela de George Orwell, Mil Novecentos
e Oitenta e Quatro. Eu recordei a assustadora descrição de totalitarismo
estabelecido onde todos sabem que "o Grande Irmão (Big Brother) está te
..
104 ..
observando!" ‑ e então,
"qualquer coisa que o partido considerar verdade, é verdade", e
"dois mais dois é igual a cinco, ao invés de quatro, se o Partido assim o
diz". Verdadeiramente, a Sociedade Torre de Vigia impõe a mesma sorte de
"duplo pensamento" às testemunhas de Jeová.
Um número de outros paralelos entre as
Testemunhas de Jeová e a sociedade imaginária de Mil Novecentos e Oitenta e
Quatro são enfatizados no livro de Gary e Heather Botting, The
Orwellian World of Jehovah’s Witnesses.(O Mundo Orwelliano das Testemunhas
de Jeová), 1984, Imprensa da Universidade de Toronto.
(Para informações adicionais sobre a
questão do céu versus terra, veja as considerações sobre João 10:16; e
Apocalipse 7:9. Para outros exemplos de lavagem cerebral, veja as considerações
sobre Mateus 24:45; 1 Coríntios 1:10; e "O Testemunho do
Autor".)
..
105 ..
5
História Condensada das Testemunhas de Jeová
1879 ‑
Charles Taze Russell começa a publicar a sua revista A Sentinela de Sião e
Arauto da Presença de Cristo;
1881 ‑ A
Sociedade Torre de Vigia de Sião é formada;
1885 ‑ A
Sociedade declara ter 300 colportores distribuindo literatura;
1886 ‑
Russell publica seu livro The Divine Plan ofthe Ages (O Plano
Divino das Eras);
1914 ‑ O
Armagedom não ocorreu como havia sido profetizado;
1916 ‑
Morre Charles Russell;
1917 ‑ O
"Juiz" J. F. Rutherford assume o controle da organização;
1920 ‑ A
Sociedade proclama "Milhões dos Que Agora Vivem Jamais Morrerão"! e
profetiza que a ressurreição terrena ocorreria em 1925;
1920 ‑ A
Sociedade revela que 8.402 voluntários distribuem a literatura da Torre de
Vigia;
1925 ‑ A
ressurreição terrena de Abraão, Isaque, Jacó, etc., não ocorre como havia sido
profetizada;
1927 ‑ A
fábrica da Torre de Vigia é construída no Brooklyn, Nova York;
.. 106
..
1930 ‑ É construída em San Diego
"Beth Sarim", para acomodar os profetas que logo ressuscitariam;
O "Juiz" Rutherford passa a residir ali;
1931 ‑ O nome "Testemunhas de
Jeová" é oficialmente adotado;
1935 ‑ A Torre de
Vigia começa a reunir a "grande multidão"; e ensina‑lhe a esperança
terrena, e a não participar da comunhão;
1938 ‑ As
congregações locais das Testemunhas de Jeová põem fim ao governo democrático da
igreja; e se submetem à indicação "teocrática" de oficiais para as
congregações locais feita pela sede do Brooklyn;
1938 ‑ A
organização revela que 59.047 voluntários distribuem literatura; 69.345
estiveram presentes à comunhão anual; 36.732 participaram;
1942 ‑ Morre J. F. Rutherford; N. H.
Knorr se torna presidente;
1943 ‑ N.H. Knorr
institui programas de treinamento para mis-sionários estrangeiros e
trabalhadores voluntários locais;
1948 ‑ A
organização revela que 260.756 distribuem literatura; 376.393 comparecem à
comunhão anual; 25.395 participam;
1950 ‑ A Tradução
do Novo Mundo é publicada chamando Jesus de "deus", inserindo
"Jeová" no Novo Testamento;
1958 ‑ A organização
revela que 798.326 distribuem literatura; 1.171.789 comparecem à comunhão
anual; 15.037 participam;
1968 ‑ 0 artigo de
A Sentinela "Por Que Esperas Ansioso 1975?" profetiza a
probabilidade do Armagedom para aquele ano;
1975 ‑ A
organização revela que 2.179.256 distribuem literatura; 4.925.643 comparecem à
comunhão anual; 10.550 parti-cipam;
1975 ‑ O Armagedom não acontece como
havia sido profetizado;
1985 ‑ A
organização revela que 3.024.131 distribuem literatura; 7.792.109 comparecem à
comunhão anual; 9.051 participam;
..
107 ..
6
Técnicas Para Compartilhar o Evangelho com
as Testemunhas de Jeová
"Eu estava esperando que a próxima
testemunha de Jeová aparecesse à minha porta. Tão logo ela veio, atirei‑lhe um
versiculo bíblico após outro. Você deveria tê‑la visto dançar! Então lhe
disparei João 1:1 bem no meio dos olhos e a derrubei!" Você conhece alguém
que teve um desses encontros com uma testemunha? Se conhece, saiba que ele deve
ter vencido a batalha mas perdeu a guerra.
Depois de uma rajada das Escrituras como
a descrita acima, a testemunha ferida e sangrando correu de volta ao seu
"ancião", para receber dele proteção e conforto. Ele a remendou
explicando-lhe os versículos danosos e advertindo‑a a não escutar pessoas
"argumentativas" novamente quando estiver pregando de casa em casa.
"Não se preocupe", responderá a testemunha de Jeová ferida. "Eu
não quero nunca passar por isso novamente".
Este volume contém bastante munição para
incrementar o combate espiritual contra a fortaleza da Sociedade Torre de
Vigia. Mas se um guerreiro cristão encontrar uma testemunha de Jeová e atacá-la
com toda a sua artilharia em uma rápida sucessão de fogo, o resultado
provavelmente será desapontador. Uma vez que mesmo os líderes
da Torre de Vigia sabem que a
mente humana pode
.. 108 ..
absorver apenas uma certa quantidade de informação de cada
vez, eles instruem as testemunhas a planejarem um "estudo" de, no
mínimo, seis meses com as pessoas que estão tentando converter. Apenas uma
testemunha sem experiência bombardearia um ouvinte com um sermão de Adão ao
Armagedom na primeira visita. As testemunhas de Jeová estão corretas em sua
técnica, e esta é uma razão para o surpreendente crescimento da organização.
Assim, nós fazemos bem em aprender com elas - não suas falsas doutrinas, é
claro, mas seus métodos eficazes.
Entretanto, o melhor exemplo para o qual
podemos nos voltar para aprendermos técnicas é o nosso Senhor Jesus Cristo.
Como Instrutor Mestre, ele usava palavras selecionadas, bem como milagres, para
atrair os homens para si próprio. Sendo que ele teve de ensinar alguns novos
conceitos impressionantes aos judeus que se tornaram seus discípulos, podemos
aprender muito com o seu exemplo em nossos esforços para compartilhar o
verdadeiro evangelho com as testemunhas de Jeová.
Jesus sabia o quanto seus discípulos
seriam capazes de absorver a cada vez, e ele não tentava superalimentá-los.
Mesmo depois de ter ficado muitos meses com os apóstolos, ele lhes disse:
"Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar
agora" (João 16:12). 0 evangelho consiste tanto de alimento
"sólido" como de "leite" (Heb. 5:12-14). Se você dá
alimento sólido para um bebê muito cedo, ele se sufocará com o alimento e o
cuspirá fora. Compreendendo que deve levar muito tempo para que uma testemunha
de Jeová desaprenda as falsas doutrinas da Torre de Vigia e re-aprenda a
verdade da Bíblia, nós não devemos dar-lhe muito para digerir de cada
vez.
Jesus podia deixar para mais tarde muito
do que tinha para dizer, porque sabia que o Espírito Santo continuaria
ensinando os discípulos - "Quando vier, porém, aquele, o Espírito da
verdade, ele vos guiará a toda verdade" (João 16:13). Nós também
deveríamos crer que o Espírito Santo ensinará os novos crentes de hoje, tal como
fez no primeiro século. Não precisamos nos responsabilizar em corrigir todas as
noções erradas que uma testemunha tem em sua mente. 0 Espírito Santo
prosseguirá do ponto onde paramos.
.. 109 ..
Além disso, Jesus era um pastor ‑ não
um vaqueiro! Ele não conduzia o rebanho atirando e estralando o chicote como
fazem os vaqueiros na condução do gado. Ele gentilmente conduzia o rebanho.
Jesus chamava e suas ovelhas ouviam sua voz e o seguiam. Nós podemos fazer o
mesmo apresentando amavelmente o evangelho da palavra de Deus, confiantes de
que as ovelhas irão ouvir e seguir sem que tenhamos que intimidá-las a fazer
isso. As testemunhas de Jeová estão habituadas a ouvirem as ameaças de seus
anciãos. Nós devemos fazer o contrário.
Note também os métodos e ensinamentos
que Jesus usou. Observando rapidamente os quatro Evangelhos você observará que
muitas de suas sentenças têm ponto de interrogação no final. Pontos de
interrogação têm o formato de anzóis ‑ "?" ‑ e funcionam da mesma
forma para fisgar respostas e as colocar para fora da boca das pessoas. Jesus
era muito hábil em usar esses anzóis de pescaria. Ao invés de passar
informações aos seus ouvintes, ele usava perguntas para extrair respostas
deles. Uma pessoa pode fechar seus ouvidos para os fatos que não quer escutar,
mas se uma pergunta aguçada a leva a formular uma resposta em sua própria
mente, ela não pode escapar da conclusão ‑ porque é a conclusão à qual chegou
por si só.
Por outro lado, se nós fornecemos as
respostas, os efeitos podem ser bem diferentes. Por exemplo, nós podemos dizer
a uma testemunha de Jeová: "Você tem estado iludida! A organização Torre
de Vigia é um falso profeta! Você precisa de salvação!" Mas, se ela não
chegou a estas conclusões em sua própria mente, provavelmente ficará ofendida e
rejeitará qualquer outra coisa que você tenha a dizer. Portanto, se nós
queremos que ela chegue a estas conclusões devemos guiar seus pensamentos nesta
direção. Melhor do que comentar: "Olhe o que este versículo diz! Diz que
Jesus é Deus!" é pedir a testemunha que leia o versículo em voz alta e
então perguntar: "A quem o escritor estava se referindo neste
versículo?... O que ele diz a respeito dele?" e assim por diante. A
testemunha -de Jeová talvez não dê a resposta correta em voz alta, mas você
verá sua expressão facial mudando quando compreender o que você quis dizer.
Empatia é muito
importante para que alcancemos esses indiví-
..
110 ..
uos desencaminhados. Tente imaginar o quanto você gostaria
que os outros lhe falassem, se fosse um dos que estivessem desencaminhados.
Portanto lembre‑se que "tudo o que vós quereis que os homens vos façam,
fazei‑lho também vós a eles..." (Mat. 7:12). O apóstolo Paulo demonstrou
este tipo de empatia no sermão que apresentou aos atenienses (At. 17:16‑34). As
Escrituras nos dizem que: "...revoltava‑se nele o seu espírito, vendo a
cidade cheia de ídolos" (v. 16). Mas, ao invés de deixar que esta revolta
se tornasse uma fonte de repreensão contra aqueles idólatras, Paulo se conteve
e procurou um ponto de identificação para lhes falar. E disse: "Varões
atenienses, em tudo vejo que sois excepcional-mente religiosos; porque,
passando eu e observando os objetos do vosso culto, encontrei também um altar
em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais
sem o conhecer, é o que vos anuncio" (v.22‑23).
Nós podemos fazer o mesmo admitindo
para as testemunhas de Jeová que apreciamos o, seu zelo e o seu desejo de
servir a Deus.
Alguns anos atrás dois jovens
missionários mórmons contataram a minha esposa Penni, e marcaram uma
entrevista. No decorrer da discussão naquela tarde eu "coloquei todas as
cartas na mesa" e os desafiei fortemente a respeito da autenticidade do
Livro de Mórmon. Eles estavam visivelmente abalados quando saíram, mas nunca
mais voltaram à nossa casa, e nós nunca mais os vimos. Recentemente, dois
mórmons diferentes nos contataram, e nós marcamos outra entrevista. Mas desta
vez apliquei alguns dos princípios delineados neste capítulo, dando‑lhes
informações de uma maneira gentil e paulatina. Como resultado, tivemos uma
série de entrevistas com eles, o que nos deu oportunidade de plantar muito mais
sementes, pelas quais oramos para que sejam aguadas e cresçam em direção a Deus
(1 Cor. 16,7).
A nossa segunda tentativa alcançou mais
sucesso, e isso me faz lembrar a história de um garoto que era considerado
retardado pelos outros garotos da vizinhança. Sabendo que ele, na verdade, era
muito inteligente, um vizinho mais velho perguntou aos garotos que zombavam
dele por que o perturbavam. "Nós nos divertimos com ele porque é muito
bobo", respondeu um deles. "Se você toma duas moedas em sua mão, uma
grande de pequeno valor
.. 111
..
e uma pequena de grande valor, e lhe oferece essas moedas,
ele sempre escolherá a moeda de menor valor". Mais tarde, quando aquele
senhor procurou o garoto "retardado" e lhe perguntou por que fazia
isso, ele respondeu: "No final da semana eu tenho o bolso cheio de moedas.
Mas se escolhera moeda de maior valor a brincadeira terminará".
Portanto, se for o caso, colete as
moedas vagarosamente ou encontre pontos de identificação, ou use questões
indutivas, ou deixe um pouco do que você gostaria de falar para depois ‑ ou use
a combinação de todas as técnicas quando julgar apropriado ‑ mas devemos orar e
estudar as nossas abordagens, facilitando o caminho para que a nossa mensagem
alcance os corações e as mentes de nossos ouvintes.
Mas, acima de tudo, a nossa esperança
de sucesso deve residir no Senhor mais do que em nós mesmos, não importa o
quanto estejamos preparados.
Uso poderosas armas de Deus ‑ e não as que são feitas
por homens ‑para derrubar as fortalezas do diabo. Essas armas podem derrubar
todo argumento arrogante contra Deus e toda muralha que possa ser erguida para
impedir os homens de encontrá‑lo (II Cor. 10:4,5, O Novo Testamento
Vivo).
..
113 ..
7
O Testemunho do Autor
A minha educação religiosa foi numa
grande igreja unitária rural, na Nova Inglaterra, ao sul de Boston, Estados
Unidos. Ainda me lembro da vez em que, em minha inocência infantil, expressei
ao pastor minha convicção de que Deus tinha realmente partido o Mar Vermelho
para permitir que Moisés e os israelitas atravessassem. Ele voltou‑se para o
pastor assistente e disse com um sorriso: "Este garoto tem muito o que
aprender". À medida que crescia, realmente aprendi o que aquela igreja
ensinava. Encontrando seu panfleto, Em Que os Unitários Acreditam, li
que "alguns unitários acreditam em Deus, e outros não" ‑ e
rapidamente compreendi que os ministros deveriam ter estado entre aqueles que
não acreditavam.
Por volta dos meus 14 anos, cheguei à
minha própria conclusão que religião era "o ópio do povo", um
pensamento conveniente para um adolescente que preferia não ter Deus o
observando todo o tempo. E quando fui para a Universidade de Harvard, descobri
que ateísmo e agnosticismo floresciam lá, também. Portanto, entre a Igreja
Unitária e minha liga Ivy da escola, quase nunca encontrava qualquer incentivo
para acreditar em Deus.
Mas por volta dos meus 20 anos, cheguei
ao âmago do ateísmo: uma existência sem graça, seguida da morte. Apesar de
tudo, se os humanos não são nada mais do que os últimos em uma série de
acidentes químicos e biológicos, portanto qualquer significado ou
..
114 ..
propósito que pudéssemos encontrar
na vida seria simplesmente uma ficção auto‑ilusória produzida em nossas
próprias mentes. Não teria nenhuma conexão real com a desagradável e fria
realidade do universo onde nada realmente importa. Desta forma, me vi entre
duas escolhas: Deus ou suicídio. Uma vez que o suicídio seria uma solução fácil
para mim (acreditava que não existia nada depois da morte) mas deixaria àqueles
que se importavam comigo a dor que causaria, comecei a pensar em Deus.
Coincidentemente (talvez?), uma
testemunha de Jeová foi designada para trabalhar ao meu lado no meu emprego.
Uma vez que Deus estava na minha mente, comecei a lhe fazer perguntas acerca de
sua convicção. Suas respostas me interessaram. Era a primeira vez que ouvia
pensamentos religiosos apresentados em sólidas estruturas lógicas. Tudo que ela
dizia se encaixava. Visto que tinha tido uma resposta para cada pergunta,
continuei introduzindo mais perguntas. Dentro em pouco ela estava conduzindo um
estudo comigo duas vezes por semana com um novo livro (1968) da Sociedade Torre
de Vigia, The Truth That Leads to Eternal Life (A Verdade Que Conduz à
Vida Eterna).
Em pouco tempo me tornei uma testemunha
de Jeová muito zelosa. Depois de ter recebido minha instrução inicial e ter
sido batizado, servi como um "ministro pioneiro" de tempo integral.
Isto requeria que passasse pelo menos 100 horas por mês pregando de casa em
casa e conduzindo estudos bíblicos nos lares ‑ real-mente era um compromisso de
muito mais de 100 horas mensais, uma vez que o tempo de viagem não poderia ser
incluído no meu relatório mensal de trabalho no campo. Mantive‑me
"pioneiro" até 1971, quando casei com Penni, que tinha crescido
dentro da organização e também era "pioneira".
Meu zelo por Jeová e minha competência
na pregação foram recompensados depois de alguns anos com uma nomeação como
ancião. Nesta habilitação ensinei 150 pessoas na minha congregação no lar em
bases regulares e fiz visitas freqüentes a outras congregações como orador nas
manhãs de domingo. Ocasionalmente, também era designado para falar em audiência
com milhares nas assembléias das Testemunhas de Jeová.
Entre outras
responsabilidades que tinha se incluíam presidir os
..
115 ..
outros anciãos locais, manipular a correspondência entre a
congregação local e o escritório central da Sociedade no Brooklyn e servir na organização
de Comitês Judiciais para lidar com casos de delitos nas congregações. (Lembro‑me
de ter excluído pessoas das congregações por ofensas variadas, tais como vender
drogas no Salão do Reino, fumar cigarros, troca de esposas, e por ter decoração
de Natal em casa.)
Apesar de nós não podermos continuar
"pioneiros" depois do casamento, Penni e eu permanecemos zelosos no
trabalho de pregação. Nós dois fazíamos estudos bíblicos com dúzias de pessoas
e trouxemos bem mais que vinte delas para a organização como testemunhas de
Jeová batizadas. Também colocamos "o Reino" em primeiro lugar em
nossas vidas pessoais mantendo nosso emprego secular ao mínimo e vivendo em um
apartamento barato de três cômodos para que pudéssemos devotar mais tempo a
atividades de pregação de casa em casa.
O que interrompeu esta vida de total
devoção à Sociedade Torre de Vigia e guiou‑nos ao caminho que nos levaria para
fora? Em uma palavra, foi Jesus. Deixe‑me explicar:
Quando Penni e eu estávamos em uma
grande convenção, nós vimos um punhado de opositores fazendo piquete do lado de
fora. Um deles carregava um cartaz que dizia: "LEIA A BÍBLIA, NÃO A
SENTINELA". Nós não tínhamos simpatia pelos piqueteiros, mas nos sentimos
convictos a respeito deste cartaz, porque sabíamos que tínhamos estado lendo as
publicações da Torre de Vigia excluindo a leitura da Bíblia. (Mais tarde, nós
realmente contamos todo o material que a organização esperava que as
testemunhas lessem. Os livros, revistas, lições, etc., somavam mais de três mil
páginas cada ano, comparadas com menos de 200 páginas fixas da Bíblia ‑ e a
maioria delas do Antigo Testamento. A maior parte das testesmunhas estava tão
saturada com as três mil páginas de leitura da organização, que nunca tinha
tempo para a leitura da Bíblia.)
Depois deter visto o cartaz do piquete,
Penni se voltou para mim e disse: "Nós deveríamos estar lendo a Bíblia e o
material da Torre de Vigia". Eu concordei e começamos a fazer leituras
pessoais regulares da Bíblia.
..
116 ..
Foi quando começamos a pensar em Jesus.
Não que nós começássemos a questionar os ensinamentos da Torre de Vigia de que
Cristo era apenas o arcanjo Miguel na forma humana ‑ questionar tal fato nem
mesmo nos ocorreu. Mas realmente estávamos impressionados com Jesus como
pessoa: o que ele disse e fez, como ele tratou as pessoas. Nós queríamos ser
seus seguidores. Estávamos tocados, especialmente, pela forma com que Jesus
respondia a líderes religiosos hipócritas da época, os escribas e fariseus.
Lembro‑me de ter lido, repetidamente, o relato de como os fariseus faziam
objeção às curas de Jesus no sábado, seus discípulos comendo sem lavar as mãos
e outros detalhes de seu comportamento que violavam suas tradições. Como
gostava da resposta de Jesus: "Hipócritas! Isaías profetizou aptamente a
vosso respeito, quando disse: ‘Este povo honra‑me com os lábios, mas o seu
coração está muito longe de mim. É em vão que persistem em adorar‑me, porque
ensinam por doutrinas os mandados dos homens’". (Mat. 15:7‑9, Tradução
do Novo Mundo).
Por doutrinas os mandados dos homens!
Este pensamento se fixou em minha mente. Comecei a entender que,
desempenhando minha função como um ancião, estava agindo mais como um fariseu
do que como um seguidor de Jesus. Por exemplo, os anciãos eram os que impunham
todos os tipos de regras insignificantes a respeito de vestuário e modo de se
arrumar. Nós dizíamos às "irmãs" o comprimento de seus vestidos e
dizíamos aos "irmãos" como pentear o cabelo, como aparar as
costeletas e que alargamento poderiam usar em suas calças. Nós realmente
dizíamos às pessoas que não poderiam agradar a Deus a menos que obedecessem.
Isto me lembra os fariseus que condenaram os discípulos de Jesus por comerem
sem lavar as mãos.
Meu próprio vestuário e modo de me
arrumar obedeciam à risca às instruções da Torre de Vigia. Mas tive problemas
com alguns jovens que recentemente se mostravam interessados, os quais eu
trouxe ao Salão do Reino. Ao invés de dizer‑lhes para comprar uma camisa branca
e um paletó esporte e cortar seus cabelos curto, disse‑lhes: "Não se
incomodem se as pessoas no Salão do Reino vestem‑se e arrumam‑se
antiquadamente. Vocês podem continuar como são. Deus não julga as pessoas
pelo seu corte de cabelo ou seu
..
117 ..
vestuário". Mas isso não
funcionou. Alguém teria dito a eles para cortarem o cabelo ou se oferecido para
dar‑lhes uma camisa branca ‑ ou, simplesmente, se sentiram tão desambientados
que saíram, sem nunca retornar.
Este fato me aborreceu, porque eu cria
que a vida deles dependia de se juntarem à "organização de Deus". Se
nós, testemunhas, agíamos como fariseus ao ponto de afastar jovens do único
caminho da salvação, o sangue inocente deles estaria sobre nossas mãos.
Conversar com os outros anciãos a respeito, não adiantou. Achavam que o estilo
antiquado era inerentemente correto. Mas então o exemplo de Jesus me veio à
mente:
Partindo dali, entrou Jesus na sinagoga deles. E eis
que estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiada; e eles, para poderem
acusar a Jesus, o interrogaram dizendo: É lícito curar nos sábados? E ele lhes
disse: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma só ovelha, se num sábado ela
cair numa cova, não há de lançar mão dela, e tirá‑la? Ora, quanto mais vale um
homem do que uma ovelha! Portanto, é lícito fazer bem nos sábados. Então disse àquele
homem: Estende atua mão... (Mat. 12:9‑13).
Se eu fosse realmente seguir a Jesus e
não aos homens, via apenas um caminho aberto para mim. Pessoalmente violei a
tradição dos anciãos deixando meu cabelo crescer dois centímetros sobre as
orelhas. Meu argumento era: como podem pressionar um recém‑chegado a cortar o
cabelo, agora que um dos anciãos está usando o mesmo estilo?
Bem, os outros anciãos reagiram da mesma
forma que os fariseus reagiram quando Jesus disse ao homem para estender a mão.
A Escritura diz: "Os fariseus, porém, saindo dali, tomaram conselho contra
ele, para o matarem" (Mat. 12:14). Levou algum tempo para que reagissem,
mas os anciãos realmente me colocaram em julgamento, convocando testemunhas
para comprovar, e gastaram muitas horas discutindo dois centímetros de cabelo.
A maneira de se arrumar não era
realmente o que importava. Para mim a questão era de quem seria eu discípulo.
Era um seguidor de Jesus ou um servo obediente de uma hierarquia humana? O
ancião que me levou a julgamento também sabia que esta era a causa
real. Continuavam perguntando: "Você acredita
..
118 ..
que a Torre de Vigia é a organização de Deus?"
"Você acredita que a Sociedade fala como porta‑voz de Jeová?" Naquele
momento, respondi sim porque ainda acreditava que a Sociedade era uma
organização de Deus ‑ mas que tinha se tornado corrupta, como o sistema
religioso judeu no tempo em que os fariseus faziam oposição a Jesus.
Contudo, foi o que eu disse nos
encontros da congregação que me colocou realmente em dificuldades. Ainda era um
ancião, assim ‑ quando fui convocado para pregar por quinze minutos sobre o
Livro de Zacarias no encontro de quinta‑feira à noite da Escola Ministerial
Teocrática ‑ aproveitei a oportunidade para encorajar o público a ler a Bíblia.
De fato, disse‑lhes que se o tempo deles era limitado, e tinham que escolher
entre ler a Bíblia e ler a revista A Sentinela, deveriam escolher a
Bíblia, porque esta era inspirada por Deus, enquanto A Sentinela não era
inspirada e freqüentemente induzia a erros que tinham de ser corrigidos mais
tarde.
Não admira que esta foi a última vez
que me permitiram pregar. Mas, eu ainda podia falar do meu lugar durante os
períodos de perguntas e respostas nos encontros. Era esperado que
respondêssemos em nossas próprias palavras, mas não com nossos próprios
pensamentos. Você daria o conselho encontrado no parágrafo da lição que estava
sendo discutida. Mas, depois que disse algumas coisas que eles não gostaram,
pararam de me dar o microfone. Com as novas perspectivas que estava adquirindo
com a leitura da Bíblia, me aborreceu ver a organização elevar‑se acima das
Escrituras, como fez quando A Sentinela, edição norte‑americana,
01/12/1981, declarou: "O Deus Jeová também nos deu sua organização
visível... A menos que nós estejamos em contato com este canal de comunicação
que Deus está usando, nós não alcançaremos progresso na estrada para a vida,
não importa o quanto leiamos a Bíblia" (p. 27, parágrafo 4). Realmente me
perturbou ver aqueles homens se elevando acima da Palavra de Deus. Uma vez que
não podia falar nos encontros, decidi tentar escrever.
Foi
quando comecei a publicar o boletim Comments from the Friends (Comentários
dos Amigos). Escrevi artigos questionando o que a organização estava ensinando
e os assinei com o pseudônimo de "Bill Tyndale, Jr." ‑ uma referência
ao tradutor da Bíblia
..
119 ..
inglesa do século XVI, William Tyndale, que foi queimado em
uma estaca pelo que escreveu. Para evitar ser apanhado, Penni e eu dirigíamos
através dos limites da estrada à noite para uma agência dos correios fora do
estado, e enviávamos os artigos em envelopes sem marcas. Enviávamos para as
testemunhas locais e também centenas de Salões do Reino por todo o país, dos
quais tínhamos obtido os endereços de catálogos telefônicos na biblioteca da
cidade.
Penni e eu sabíamos que tínhamos que deixar as Testemunhas
de Jeová. Para nós, porém, isso era semelhante à questão do que fazer em um
prédio de apartamentos se incendiando. Você escapa através da saída mais
próxima? Ou bate às portas primeiro, acordando os vizinhos e os ajuda a escapar
também? Nós nos sentimos na obrigação de ajudar os outros a saírem -
especialmente nossas famílias e nossos "estudantes" que trouxemos
para a organização. Se tivéssemos apenas saído, nossas famílias deixadas para
trás seriam proibidas de se associarem conosco. Mas depois de algumas semanas,
um amigo descobriu o que estava fazendo e me delatou.
Então, uma noite, quando Penni e eu estávamos voltando para
casa depois de ter conduzido um estudo bíblico, dois anciãos saíram de um carro
estacionado, nos abordaram na rua, e nos questionaram a respeito do boletim.
Queriam nos colocar em julgamento por publicá-lo, mas simplesmente paramos de
ir ao Salão do Reino. Nessa época quase todos os nossos antigos amigos tinham
se tornado bem hostis em relação a nós. Um jovem ligou para nossa casa certa
vez e ameaçou de "aparecer e dar um jeito em mim" se recebesse outro
de nossos boletins. E uma outra testemunha realmente deixou algumas ameaças de
morte registradas na secretária eletrônica. Os anciãos prosseguiram e nos
julgaram à revelia e nos desassociaram.
Embora fosse um grande alívio estar fora do jugo opressivo
daquela organização, agora teríamos que enfrentar uma mudança imediata a
respeito de para onde ir e em que acreditar. Leva algum tempo para você
repensar a percepção religiosa que teve durante toda a sua vida. Antes de
deixar a Torre de Vigia, nós tínhamos rejeitado a alegação de que a organização
era "o canal de comunicação" de Deus, que Cristo retornou
invisivelmente em 1914, e de
..
120 ..
que a "grande multidão" de crentes
desde 1935 não deveria participar da comunhão do pão e do cálice. Mas
estávamos apenas começando a reexaminar outras doutrinas. E ainda não estávamos
em comunhão com outros cristãos fora da Sociedade das Testemunhas de Jeová.
Tudo que Penni e eu sabíamos é que
desejávamos seguir a Jesus, e que a Bíblia continha toda a informação de que
precisávamos. Assim, realmente nos dedicamos à leitura da Bíblia e à oração.
Também convidamos nossas famílias e os amigos que restavam para se reunirem no
nosso apartamento aos domingos pela manhã. Enquanto as testemunhas se
encontravam no Salão do Reino para ouvir uma palestra e estudo da revista A Sentinela,
nós nos encontrávamos para ler a Bíblia. Quinze pessoas participaram desses
encontros ‑ a maior parte delas eram familiares, mas também havia alguns
amigos.
Estávamos maravilhados a respeito do
que encontramos em nossas muitas leituras do Novo Testamento ‑ coisas a que
nunca tínhamos dado valor antes, como a intimidade que os primeiros discípulos
tinham com o Senhor ressurreto, a atuação do Espírito Santo na igreja
primitiva, e as palavras de Jesus sobre o "nascer de novo".
Em todos aqueles anos como “testemunha
de Jeová”, a Sociedade Torre de Vigia sempre nos apresentou um estudo dirigido
da Bíblia. Aprendemos muito sobre o Antigo Testamento, e podíamos citar muitos
versículos bíblicos, mas nunca aprendemos sobre o evangelho da salvação em
Cristo. Nunca aprendemos a depender de Jesus para nossa salvação e encará-lo
pessoalmente como nosso Senhor. Tudo girava em torno dos programas de trabalho
da Torre de Vigia e esperava‑se que as pessoas viessem a Deus Jeová através da
organização.
Quando compreendi ao ler Romanos 8 e
João 3 que precisava "nascer do Espírito", a minha primeira reação
foi de temor. As Testemunhas de Jeová afirmam que aquelas pessoas nascidas de
novo, que alegam ter o Espírito Santo, são, na verdade, possuídas por demônios.
Por isso temia que se clamasse entregando minha vida para Jesus Cristo algum
demônio pudesse estar ouvindo e então saltar e me possuir fingindo ser o
Espírito Santo. (Muitas
..
121 ..
testemunhas
de Jeová vivem em constante medo dos demônios. Alguns de nossos amigos chegavam
até mesmo a jogar fora roupas e móveis, temendo que demônios pudessem entrar em
suas casas através desses objetos). Mas então li as palavras de Jesus em Lucas
11:9‑13. No contexto no qual de estava ensinando sobre a oração e a expulsão de
demônios imundos, Jesus disse:
Pelo que eu vos digo: Pedi, e dar‑se‑vos‑á; buscai, e
achareis; batei, e abrir-se‑vos‑á; pois todo o que pede, recebe; e quem busca,
acha; e ao que bate, abrir‑se‑lhe‑á. E qual o pai dentre vós que, se o filho
lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, te dará por peixe
uma serpente? Ou, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vós, pois, sendo
maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai
Celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?
Eu sabia, depois de ler estas palavras,
que poderia seguramente clamar pelo Espírito de Cristo (Rom. 8:9), sem temer
que pudesse receber um demônio. Assim, bem de manhã, na privacidade da nossa
cozinha, confessei a minha necessidade de salvação e dediquei minha vida a
Cristo.
Cerca de meia hora mais tarde, ao sair
para trabalhar, comecei a orar de novo. Tinha sido meu costume por muitos anos
iniciar minhas orações dizendo: "Deus Jeová..." Mas, dessa vez, ao
abrir a boca para orar, comecei assim: "Pai..." Não que eu tivesse
raciocinado sobre o assunto e chegado à conclusão de que deveria me dirigir a
Deus de outra forma; a palavra Pai, simplesmente, surgiu, sem que ao menos
pensasse nela. Imediatamente, entendi por quê: "E, porque sois filhos,
Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba,
Pai" (Gál. 4:6). Chorei de alegria ante a confirmação de Deus desta nova e
mais íntima relação com ele.
Penni e eu logo desenvolvemos o desejo
de adorar e louvar o Senhor em uma congregação de crentes e de nos
beneficiarmos da sabedoria de cristãos maduros. Uma vez que o pequeno grupo de
ex‑testemunhas ainda estava se encontrando em nosso apartamento nas manhãs de
domingo para a leitura da Bíblia, e a maior parte delas ainda não estava pronta
para se juntar a uma igreja, começamos a visitar igrejas que tinham
serviços vespertinos. Uma
..
122 ..
igreja que nós visitamos era
tão legalista que quase nos sentimos como se estivéssemos de volta ao
Salão do Reino. Outra era tão liberal que o sermão sempre parecia ser nobre
filosofia ou política ‑ em lugar de ser sobre Jesus. Finalmente, contudo, o
Senhor nos colocou em uma congregação onde nos sentíamos confortáveis, e onde a
ênfase era sobre Jesus Cristo e o seu evangelho, e não sobre assuntos
paralelos.
Penni hoje é professora da sexta série
em uma escola cristã que tem estudantes de cerca de onze igrejas diferentes.
Realmente gosta do que faz, porque pode ligar as Escrituras a todos os tipos de
assuntos. E, além do meu trabalho secular, continuo publicando Comments from
the Friends como um boletim trimestral, objetivando alcançar as testemunhas
de Jeová com o evangelho e ajudar cristãos que se encontram com testemunhas de
Jeová. O boletim também contém artigos de interesse pessoal para ex‑testemunhas
de Jeová. Temos assinantes de vários países, bem como dos Estados Unidos e
Canadá. Além de escrever sobre o assunto, ocasional-mente falo a grupos de
igrejas interessados em aprender como responder às testemunhas de Jeová de
maneira a levá-las para Cristo.
Nós também fornecemos semanalmente, pelo
telefone, uma mensagem gravada para as testemunhas de Jeová. Vinte e quatro
horas por dia, as testemunhas de Jeová podem ligar para nossa casa para ouvirem
uma breve mensagem dirigindo‑as para a Bíblia e ajudando‑as a contestar os ensinamentos
da Torre de Vigia. Algumas testemunhas ligam até mesmo de madrugada. Desta
forma, os membros de sua família não as observarão e não as denunciarão para os
anciãos. Até agora já recebemos mais de 6 mil chamadas. Ao final de cada
chamada, as pessoas que ligaram são convidadas a deixar seu nome e endereço
para que possam receber literatura grátis pelo correio ‑ e muitas deixam!
O que impulsiona o nosso ministério é
ajudar as testesmunhas de Jeová a se libertarem do engano e colocar sua fé no
evangelho original de Cristo como é apresentado na Bíblia. A mais importante
lição que Penni e eu aprendemos desde que deixamos as Testemunhas de Jeová é
que Jesus não é apenas uma figura histórica do qual nós lemos a respeito. Está
vivo e está ativamente envolvido
..
123 ..
com os cristãos hoje, da mesma forma que estava no primeiro
século. Pessoalmente nos salva, nos ensina e nos guia. Esta relação pessoal com
Deus, através de seu Filho, Jesus Cristo, é maravilhosa! O indivíduo que
conhece Jesus e o segue nem mesmo pensará em seguir outro qualquer.
Mas de modo algum seguirão o estranho,
antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos... As minhas
ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a
vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão (João
10:5: 27,28).
O autor está interessado em suas
perguntas e observações sobre o material encontrado neste livro. Você pode lhe
escrever (em inglês) no seguinte endereço: Comments from the
Friends, P. O. Box 840 Stoughton ‑ MA 020 72 ‑ USA
Ou, pode mandar-lhe um e-mail
em: editor@cftf.com
.. 125 ..
Bibliografia
LITERATURA
DA SOCIEDADE TORRE DE VIGIA
Zion's Watch Tower and Herald of
Christ's Presence (reimpressa),
1879
The Divine Plan of the Ages, C. T.
Russell,1886
Milhões
dos Que Agora Vivem Jamais Morrerão; J. F. Rutherford,1920
As
Testemunhas de Jeová no Propósito Divino, 1959
A
Verdade Que Conduz à Vida Eterna, 1965
Poderá
Tiver Para Sempre no Paraíso na Terra, 1982
Enjoy Life on Earth Forever! 1982
Raciocínios
à Base das Escrituras, 1985
Anuário
das Testemunhas de Jeová, 1949, 1959, 1976
A
Sentinela (vários números)
TRABALHOS
DE CRÍTICA SOBRE O MOVIMENTO DA TORRE DE VIGIA
Apocalipse Delayed: The Story of
Jehovah's Witnesses, M.
James Penton
(Univ. of Toronto Press,1985)
Crisis of Conscience, Raymond Franz (Commentary Press, 1983)
Dialogue with Jehovah's Witnesses, Duane Magnani and Arthur Barrett
(Witness,Inc,1983)
I Was Raised a Jehovah's Witnesses, Joe Hewitt (Accent Books,1979)
Jehovah's Witnesses: Watch Out for
the Watchtower! Gordon
E. Duggar
(Baker Book House,1985)
Out of Darkness Into Light: A
Jehovah's Witness Finds the Truth in Christ,
Peter Barnes (Equippers, 1984)
.. 126
..
Questions for Jehovah's Witnesses
Who Love The Truth, William
I. Cetnar
(Self‑published,1983)
Scripture Twisting: 20 Ways Me Cults
Misread Me Bible, James
W. Sire (Inter Varsity Press, 1980)
The Jehovah's Witnesses' New
Testament, Robert
H. Countess (Presbyterian
and Reformed Pub. Co., 1982)
The Kingdom of The Cults, Walter Martin (Bethany House,1986)
The Orwellian World of Jehovah's
Witnesses, Heather
and Gary Botting
(Univ.of Toronto Press, 1984)
Thus Saith... Me Governing Body of
Jehovah's Witnesses, Randall
Watters (Bethel Ministries, 1984)
Unholy Devotion: Why Cults Lure
Christians, Harold
Bussell (Zondervan, 1983)
Who's That Knocking At My Door? Alex Nova (self‑published, 1978)
FITAS CASSETES
Jehovah's Witnesses and The Deity of
Christ, Peter
Barnes (Equippers,1983).
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