4 -
PARACLETOLOGIA: DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
1. DEFINIÇÃO DE
PARACLETOLOGIA
Paracletologia é
uma palavra formada por duas palavras gregas: paracletos (que significa.
Ajudador, Consolador, advogado) e Logia (que significa estudo, doutrina). A
Paracletologia estuda de uma forma sistemática tudo o que se refere ao Espírito
Santo (chamado por Jesus de Consolador). A Paracletologia também é conhecida
como Pnematologia.
A Paracletologia
divide-se, na Bíblia em dois períodos: o do Antigo e do Novo Testamento. No AT,
as atividades e as manifestações do Espírito Santo eram esporádicas,
específicas e em tempos distintos. No N.T., começa no dia de Pentecostes,
quando suas atividades se concretizam de maneira direta e contínua através da
Igreja. No AT, Ele se manifestava em circunstâncias especiais. No N.T., veio
para morar nos corações dos crentes e enche-los do seu poder.
2. A DEIDADE DO
ESPÍRITO SANTO
2.1 O ESPÍRITO
SANTO É DEUS:
Esta declaração é
comprovada na Bíblia e na experiência humana. Ele não é um deus entre os
outros. As escrituras relatam um episódio nos primeiros dias da igreja, em
Jerusalém, quando Ananias e Safira tentaram enganá-lo. Ele revelou ao apóstolo
Pedro que o casal mentia, conforme registra Atos 5.3: "Por que encheu Satanás
o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo? Não mentistes aos homens,
mas a Deus".
A deidade do
Espírito Santo está implícita na do Pai e do Filho. Ela é a mesma nas três
pessoas. Não se separa, mas pertence a mesma essência divina do único Deus.
2.2 ATRIBUTOS DO
ESPÍRITO SANTO
Há três atributos
pertencentes a deidade de cada uma das pessoas da Trindade que são:
Onipotência, Onisciência e Onipresença. Estes atributos não foram conferidos a
anjos nem aos homens.
a) Onipotência
Por onipotência
se entende que todo o poder que há no Universo físico ou espiritual, tem sua
origem em Deus.
O poder do Pai é
o mesmo existente no Filho e no Espírito Santo. Então em sua onipotência, o
Espírito Santo faz o que lhe apraz, realizando milagres e prodígios (Rm 15.19
por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que,
desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho
de Cristo,
b) Onisciência
Onisciência vem
de duas palavras latinas: "OMINES" que significa TUDO e
"SCIENTIA" que quer dizer CIÊNCIA. O Espírito Santo, do mesmo modo
que o Pai e o Filho, tem total conhecimento de todas as coisas. Sua sabedoria é
infinita, singular e indescritível. Ele sabe tudo acerca de si mesmo e do que
criou Sl 139.2,11,13 (SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me
assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.
Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.
Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda).
Conhece os homens profundamente 1 Rs 8.39 (ouve tu nos céus, lugar da tua
habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os seus caminhos, já que
lhe conheces o coração, porque tu, só tu, és conhecedor do coração de todos os
filhos dos homens;). Ninguém pode esconder dele coisa alguma. Nem um só
pensamento nosso passa despercebido do Espírito Santo Jr 16.17 (Porque os meus
olhos estão sobre todos os seus caminhos; ninguém se esconde diante de mim, nem
se encobre a sua iniqüidade aos meus olhos).
c) Onipresença
O Espírito Santo
penetra em todas as coisas e perscruta o nosso entendimento, pois ele está
presente em toda a parte. Ele não se divide em várias manifestações, porque sua
presença é total em cada lugar onde estiver:
Sl 139.7-10 (
Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo
aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás
também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda
lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá.
3. ESPÍRITO SANTO
É UMA PESSOA
3.1 A
PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
Um dos atributos
da deidade é a personalidade que cada uma das três pessoas divinas possui. Às
vezes atribuímos à personalidade uma forma corpórea. Entretanto, Deus é
Espírito, sem necessidade de corpo material. Identifica-se como pessoa alguém
que manifeste qualidades, como o falar, o sentir e o fazer alguma coisa
racional.
3.2 PRONOMES
CONFERIDOS AO ESPÍRITO SANTO
Em João
16.8,13,14 encontramos algumas vezes o pronome ele, aquele (no grego ekeinos)
que indicam a pessoa do Espírito Santo. Em João 14.16, encontra-se a expressão
"outro Consolador". Ela, mais uma vez, identifica a personalidade do
Espírito Santo. A palavra "outro", usada por Jesus, no grego
"ALLOS", significa "outro do mesmo tipo". O Filho de Deus
revelou-se como pessoa, mas falou de outra que Ele enviaria após sua subida
para o céu.
Consolador no
grego é "Paracleto" que significa:
1) chamado,
convocado a estar do lado de alguém, . convocado a ajudar alguém
1a) alguém que
pleiteia a causa de outro diante de um juiz, intercessor, conselheiro de
defesa, assistente legal, advogado
1b) pessoa que
pleiteia a causa de outro com alguém, intercessor
1b1) Cristo em
sua exaltação \a mão direita de Deus, súplica a Deus, o Pai, pelo perdão de
nossos pecados
1c) no sentido
mais amplo, ajudador, amparador, assistente, alguém que presta socorro
1c1) É Nome dado
Santo Espírito, destinado a tomar o lugar de Cristo com os apóstolos (depois de
sua ascensão ao Pai), a conduzi-los a um conhecimento mais profundo da verdade
evangélica, a dar-lhes a força divina necessária para capacitá-los a sofrer
tentações e perseguições como representantes do reino divino
3.3 ATRIBUTOS
PESSOAIS DO ESPÍRITO SANTO
Através da
Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa, com sua própria
individualidade. Ele é uma Pessoa divina como o Pai e o Filho. O Espírito Santo
não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber:
a) O Espírito
Santo Pensa (Rm 8.27) E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção
do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.
b) O Espírito
Santo tem Vontade Própria (1Co 12.11) Mas um só e o mesmo Espírito realiza
todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um,
individualmente.
c) O Espírito
Santo Sente Tristeza (Ef 4.30) E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual
fostes selados para o dia da redenção.
d) O Espírito
Santo Intercede (Rm 8.23) Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em
nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito
intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.
e) O Espírito
Santo Ensina (Jo 14.26) mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai
enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de
tudo o que vos tenho dito.
f) Espírito Santo
Fala (Ap 2.7) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao
vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso
de Deus.
g) Espírito Santo
Comanda (At 16.6,7) E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos
pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir
para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.
Espirito Santo é
suscetível de trato pessoal:
a) Alguém pode
mentir para o Espírito Santo (At 5.3) Então, disse Pedro: Ananias, por que
encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando
parte do valor do campo?
b) Pode-se
Blasfemar contra o Espírito Santo (Mt 12.31) Por isso, vos declaro: todo pecado
e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não
será perdoada.
4. OS NOMES DO
ESPÍRITO SANTO
Os nomes do
Espírito Santo nos revelam muita coisa a respeito de quem ele é. Embora o nome
Espírito Santo não ocorra no Antigo Testamento, vários títulos equivalentes são
usados. Os principais nomes do Espírito Santo são:
a) Espírito de
Deus de Yahweh (hb. Ruach YHWH), ou, conforme consta nas Bíblias em português, "o
Espírito do Senhor". Yahweh significa aquele que faz existir. O título
Senhor dos Exércitos é melhor traduzido como "aquele que cria as
hostes", tanto as hostes celestiais (as estrelas, os anjos) quanto as
hostes do povo de Deus. O Espírito de Yahweh estava ativo na criação, conforme
revela Gênesis 1.2, com referência ao "Espírito de Deus" (hb. ruach
'elohîm).
b) O Espírito de
Cristo. Com esse título é acentuada a união do Espírito Santo com Cristo. Como
tal ele é a vida Rm 8.9 (Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se,
de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dele), traz frutos de Cristo (Fl. 1.11). revela os
mistérios de Cristo (Jo 14.16) e toma o lugar dos arrebatados na terra (Jo
14.16-18). Toda e qualquer operação do Espírito Santo enfim, é para
glorificação de Jesus Cristo
c) Espírito da
Vida. O Espírito da vida Deus dá a cada crente ao nascer de novo, vida nova e
eterna. Ele substitui a lei reinante do pecado e da morte com a lei da vida (Rm
8.2 ( Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do
pecado e da morte). O que estava morto em ofensas e pecados (Ef 2.1; 2 Co
5.17), Ele vivifica no novo nascimento.
d) Espírito da
Adoção de Filhos Rm 8.15 (Porque não recebestes o espírito de escravidão, para
viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção,
baseados no qual clamamos: Aba, Pai.). O conceito bíblico de filiação perdeu-se
totalmente nos nossos dias, por causa da idéia de "adoção". Isto não
quer dizer que um estranho será acolhido como criança numa família e usa a
seguir o nome da família. É antes uma transferência legal de uma criança na
condição de um filho adulto ou uma filha que alcançou a maioridade. O termo
melhor hoje seria a parceria. Nós fomos acolhidos na família divina, enchidos
pelo Seu Espírito e dotados com nova e eterna vida.
e) Espírito da
Graça. Hb 10.29 (De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor
aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento,
com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?). A Bíblia
qualifica como pecadores obstinados estes, que pisam com os pés o Espírito da
Graça. Pelo Espírito da graça é oferecida livremente a todos os homens a dádiva
da graça divina. Por isso qualquer acréscimo humano, justiça por obras e
melhoramentos adâmicos são abominação para o Espírito Santo.
f) Espírito da
Glória 1 Pe 4.14 (14 Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados
sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus.). Glória nesse
caso tem a ver com adoração, honra, estima, elogio e dedicação que são
despertados no crente pelo Espírito Santo. Somente podemos adorar e chegar a
glória de Deus, conforme o Espírito Santo nos capacita para isto. O demais é
adoração imitada, não é revelação do Espírito da Glória. Quando Ele se
manifesta numa reunião, percebe-se sem chamara a atenção.
5. OS SÍMBOLOS DO
ESPÍRITO SANTO
Os símbolos
oferecem quadros concretos de coisas abstratas. Os símbolos do Espírito Santo
também são arquétipos. Em literatura arquétipo é uma personagem, tema ou
símbolo comum a várias épocas e culturas. Em todos os lugares, o vento
representa forças poderosas, porém invisíveis; a água límpida que flui
representa o poder e o refrigério sustentador da vida a todos que têm sede,
física e espiritual; o fogo representa uma força purificadora (como a
purificação de minérios) ou destruidora (freqüentemente citada no juízo. Tais
símbolos representam qualidades intangíveis porém genuínas.
a) Vento. A
palavra hebraica ruach pode significar "sopro", "espírito"
"ou vento". É empregada paralela com nephesh. O significado básico de
nephesh é "ser vivente", ou seja, tudo que têm fôlego. A partir daí
seu alcance semântico desenvolveu-se a tal ponto de referir-se a quase todos os
aspectos emocionais e espirituais do ser humano vivente. A palavra grega pneuma
tem um alcance semântico quase idêntico ao de ruach. O vento, como símbolo,
fala da natureza invisível do Espírito Santo, conforme revela João 3.8 (O vento
sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai;
assim é todo o que é nascido do Espírito). Podemos ver e sentir os efeitos do
vento , mas ele próprio não é visto.
b) Água. A água,
assim como o fôlego, é necessária ao sustento da vida. O fôlego e a água, tão
vitais nas necessidades físicas humanas, são igualmente vitais no âmbito do
espírito. Sem o fôlego vivificante e as águas vivas do Espírito Santo, nossa
vida espiritual não demoraria murchar e ficar sufocada. O Espírito Santo flui
da palavra como águas vivas Jo 7.38, 39 (Quem crer em mim, como diz a
Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com
respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito
até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda
glorificado) que sustentam e refrigeram o crente.
c) Fogo. O
aspecto purificador do fogo é refletido claramente em Atos 2. No dia de
Pentecostes são "línguas de fogo" que marcam a vinda do Espírito (At
2.3). Esse símbolo é empregado uma só vez para retratar o batismo no Espírito
Santo. O aspecto mais amplo do fogo como elemento purificador encontra-se no
pronunciamento de João Batista: "Ele vos batizará com o Espírito Santo e
com fogo..." (Mt 3.11,12; Lc 3.16,17). As palavras de João Batista
referiam-se mais diretamente a separação entre o povo de Deus e os que têm
rejeitado o Messias. Por outro lado, o fogo ardente e purificador do Espírito
da Santidade também opera no crente (1 Ts 5.19).
d) Óleo. Zc 4.2-6
(e me perguntou: Que vês? Respondi: olho, e eis um candelabro todo de ouro e um
vaso de azeite em cima com as suas sete lâmpadas e sete tubos, um para cada uma
das lâmpadas que estão em cima do candelabro. Junto a este, duas oliveiras, uma
à direita do vaso de azeite, e a outra à sua esquerda. Então, perguntei ao anjo
que falava comigo: meu senhor, que é isto? Respondeu-me o anjo que falava
comigo: Não sabes tu que é isto? Respondi: não, meu senhor. Prosseguiu ele e me
disse: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas
pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.). Desde os primórdios o azeite é
usado primeiramente para ungir os sacerdotes de Yahweh, e depois, os reis e os
profetas. O azeite é o símbolo da consagração divina do crente para o serviço
no Reino de Deus.
e) Pomba. Mt
3.16,17 (Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e
viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos
céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo). O Espírito
Santo desceu sobre Jesus na forma de uma pomba. A pomba é o arquétipo de
mansidão e de paz. Ele é manso nas tempestades da nossa vida produzindo paz.
f) Selo. Ef 1.13
(em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da
vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da
promessa)Nos dias bíblicos usava-se um selo de cera como sinal de promessa e
acordo. Atualmente a nossa assinatura na compra e venda pode ser comparada a
isto. Na ocasião do novo nascimento o Espírito Santo põe sobre nós o seu selo
de direito de propriedade. Isto é, ao mesmo tempo, uma promessa, que o selado
tem parte na consumada obra da salvação. O Espírito Santo garante assim a partir
desse momento, o seu apoio e ajuda.
6. A OBRA DO
ESPÍRITO SANTO.
a) O Espírito
Santo é o agente da salvação.
Nisto Ele
convence-nos do pecado (Jo 16.7,8 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu
vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu
for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da
justiça e do juízo) revela-nos a verdade a respeito de Jesus (Jo 14.26 ),
realiza o novo nascimento (Jo 3.3-6), e faz-nos membros do corpo de Cristo (1Co
12.13). Na conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo (Jo
3.3-6; 20.22) e nos tornamos co-participantes da natureza divina (2Pe 1.4);
b) O Espírito
Santo é o agente da nossa santificação
Na conversão, o
Espírito passa a habitar no crente, que começa a viver sob sua influência
santificadora (Rm 8.9; 1Co 6.19). Note algumas das coisas que o Espírito Santo
faz, ao habitar em nós. Ele nos santifica, i.e., purifica, dirige e leva-nos a
uma vida santa, libertando-nos da escravidão ao pecado. Ele testifica que somos
filhos de Deus (Rm 8.16), ajuda-nos na adoração a Deus e na nossa vida de
oração, e intercede por nós quando clamamos a Deus (Rm 8.26,27). Ele produz em
nós as qualidades do caráter de Cristo, que O glorificam (Gl 5.22,23).
c) O Espírito
Santo é o agente divino para o serviço do Senhor,
Revestindo os
crentes de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Esta
obra do Espírito Santo relaciona-se com o batismo ou com a plenitude do
Espírito. Quando somos batizados no Espírito, recebemos poder para testemunhar
de Cristo e trabalhar de modo eficaz na igreja e diante do mundo (At 1.8).
Recebemos a mesma unção divina que desceu sobre Cristo (Jo 1.32,33) e sobre os
discípulos (At 2.4), e que nos capacita a proclamar a Palavra de Deus (At 1.8;
4.31) e a operar milagres (At 2.43; 3.2-8; 5.15; 6.8; 10.38). Para realizar o
trabalho do Senhor, o Espírito Santo outorga dons espirituais aos fiéis da
igreja para edificação e fortalecimento do corpo de Cristo (1Co 12—14). Estes
dons são uma manifestação do Espírito através dos santos, visando ao bem de
todos (1Co 12.7-11).
7. O BATISMO NO
ESPÍRITO SANTO
a) Ser Cheio do
Espírito
Todo o cristão
recebe o Espírito Santo no momento da conversão e pode ser cheio dele sem ser
batizado no Espírito Santo
O Espírito Santo
nos convence do Pecado Jo 16.8 (E, quando ele vier, convencerá o mundo do
pecado, e da justiça, e do juízo).
O Espírito Santo
habita em nós 1 Co 6.19 (Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito
Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?)
Nós fomos selados
com o Espírito Santo Ef 1.13,14 (em quem também vós, depois que ouvistes a
palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido,
fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa
herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória); 2 Co 1.21,22
(Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também
nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração); Ef 4.30 (E não
entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção)
Devemos buscar
ser cheios Ef 5.18 (E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas
enchei-vos do Espírito)
Exemplo de
pessoas que foram cheias do Espírito Santo e não eram, batizadas:
Isabel Lc 1.41 (E
aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu
ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo)
Zacarias Lc 1.67
(E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo e profetizou, dizendo:)
Simeão Lc 2.25
(Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que
esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.)
João Batista Lc
1.15 (porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida
forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.)
b) Ser batizado
no Espírito Santo
At 1.5
"Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o
Espírito Santo, não muito depois destes dias."
A respeito do
batismo no Espírito Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:
Jesus ordenou aos
discípulos que não começarem a testemunhar até que fossem batizados no Espírito
Santo e revestidos do poder do alto Lc 24.49 (E eis que sobre vós envio a
promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder.) At 1.4,5,8 (E, estando com eles, determinou-lhes
que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que
(disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós
sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Mas
recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra.
O batismo no
Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele
efetuada. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus
discípulos e disse: "Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.22), indicando
que a regeneração e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes
disse que também deviam ser "revestidos de poder" pelo Espírito Santo
(Lc 24.49; cf. At 1.5,8).
O batismo no
Espírito Santo outorgará ao crente ousadia e poder celestial para este realizar
grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação At
1.8 (Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e
ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até
aos confins da terra. At 4.31; 33 (Tendo eles orado, tremeu o lugar onde
estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez,
anunciavam a palavra de Deus. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho
da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça).
O livro de Atos
descreve o falar noutras línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito
Santo. No dia de Pentecostes At 2.4 (Todos ficaram cheios do Espírito Santo e
passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que
falassem. Na casa de Cornélio At 10.44-46 (E, dizendo Pedro ainda estas
palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis
que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se
de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os
ouviam falar em línguas e magnificar a Deus. Os cristãos de Éfeso At 19.6 (E,
impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam
em línguas como profetizavam).
Esse poder não se
trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na
qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo
(Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7).
8. OS DONS ESPIRITUAIS
Uma das maneiras
do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais
concedidos aos crentes (12.7-11). Essas manifestações do Espírito visam à
edificação e à santificação da igreja (12.7; ver 14.26 nota). Esses dons e ministérios
não são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os quais o crente recebe
poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em
12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de
diferentes maneiras.
As manifestações
do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (12.11), ao surgir a
necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (12.31;
14.1)
Certos dons podem
operar num crente de modo regular, e um crente pode receber mais de um dom para
atendimento de necessidades específicas. O crente deve desejar
"dons", e não apenas um dom (12.31; 14.1).
É anti-bíblico e
insensato se pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais
visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada,
i.e., menos visível. Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso
não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve
confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais
diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23).
Satanás pode
imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como
servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11, 24; 2Co 11.13-15; 2Ts
2.8-10). O crente não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual, mas
deve "provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas
se têm levantado no mundo" (1Jo 4.1; cf. 1Ts 5.20,21; ver o estudo
8.1 RELAÇÃO DOS
DONS ESPIRITUAIS
Porque a um, pelo
Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a
palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo
Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a
profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de
línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
Em 1Co 12.8-10, o
apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede
aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características desses dons,
mas noutros trechos das Escrituras temos ensino sobre os mesmos.
8.1.1 DONS DE
REVELAÇÃO
a) Dom da Palavra
da Sabedoria (12.8)
Trata-se de uma
mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito
Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do
Espírito Santo a uma situação ou problema específico
Ex.: At 6.10 Não
podiam resistir a sabedoria com que Estevão falava;
Não se trata aqui
da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente
estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg
1.5,6).
b) Dom da Palavra
do Conhecimento (12.8)
Trata-se de uma
mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a
respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas.
Freqüentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia
Ex.: (At 5.1-10)
Pedro obteve o conhecimento do que Ananias e Safira haviam feito
c) Dom de
Discernimento de Espíritos (12.10)
Trata-se de uma
dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar
corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo
ou não (1Jo 4.1 Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os
espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo
mundo fora.).
8.1.2 DONS DE
PODER
a) Dom da Fé
(12.9)
Não se trata da
fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito
Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas
extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (Mc 11.22-24) e que
freqüentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais
como as curas e os milagres.
b) Dons de Curas
(12.9)
Esses dons são
concedidos à igreja para a restauração da saúde física, por meios divinos e
sobrenaturais
Ex.: At 3.6-8 A
cura de um coxo na porta do templo.
O plural
("dons") indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada
ato de cura vem de um dom especial de Deus. Os dons de curas não são concedidos
a todos os membros do corpo de Cristo (cf. 12.11,30 "11 Mas um só e o
mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um
como quer"; 30"Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas
línguas? Interpretam todos?"), todavia, todos eles podem orar pelos
enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados
Pode também haver
cura em obediência ao ensino bíblico de Tg 5.14-16 (ver Tg 5.15 notas).
c) Dom de Operação
de Milagres (12.10)
Trata-se de atos
sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos
em que se manifesta o reino de Deus contra Satanás e os espíritos malignos
Ex.: Mt 8.26,27 E
ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pequena fé? Então, levantando-se,
repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança. E aqueles homens
se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe
obedecem?
8.1.3 DONS DE
INSPIRAÇÃO
a) Dom de
Profecia (12.10)
É preciso
distinguir a profecia aqui mencionada, como manifestação momentânea do Espírito
da profecia como dom ministerial na igreja, mencionado em Ef 4.11. Como dom de
ministério, a profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na
igreja como ministros profetas. Como manifestação do Espírito, a profecia está
potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.16-18). Quanto à
profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte:
Trata-se de um
dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente de
Deus, sob o impulso do Espírito Santo (14.24,25, 29-31)
Tanto no AT, como
no N.T., profetizar não é primariamente predizer o futuro, mas proclamar a
vontade de Deus e exortar e levar o seu povo à retidão, à fidelidade e à
paciência. A mensagem profética pode desmascarar a condição do coração de uma
pessoa (1 Co 14.25 tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim,
prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está,
de fato, no meio de vós), ou prover edificação, exortação, consolo, advertência
e julgamento (1 Co 14.3 Mas o que profetiza fala aos homens, edificando,
exortando e consolando
A igreja não deve
ter como infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos profetas
estarão na igreja (1Jo 4.1). Daí, toda profecia deve ser julgada quanto à sua
autenticidade e conteúdo (1Ts 5.20,21 Não desprezeis as profecias; julgai todas
as coisas, retende o que é bom). Ela deverá enquadrar-se na Palavra de Deus
(1Jo 4.1), contribuir para a santidade de vida dos ouvintes e ser transmitida
por alguém que de fato vive submisso e obediente a Cristo (12.3).
O dom de profecia
manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a do homem. Não há no N.T. um só
texto mostrando que a igreja de então buscava revelação ou orientação através
dos profetas. A mensagem profética ocorria na igreja somente quando Deus tomava
o profeta para isso.
b) Dom de
Variedades de Línguas (12.10)
No tocante às
"línguas" (gr. glossa, que significa língua) como manifestação
sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos:
Essas línguas
podem ser humanas como as que os discípulos falaram no dia de Pentecostes (At
2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, entendida somente por Deus (1 Co
14.2 Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que
ninguém o entende, e em espírito fala mistérios).
A língua falada
através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por
quem fala como pelos ouvintes (1 Co 14.14,16 Porque, se eu orar em outra
língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. 16 E,
se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá o indouto o amém depois da tua
ação de graças? Visto que não entende o que dizes;)
O falar noutras
línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando
em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus (i.e., na
oração, no louvor, no bendizer, na ação de graças e na oração),
Línguas estranhas
faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito,
para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (1 Co
14., 27,28. No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que
dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas,
não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com
Deus.) Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto.
Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em "êxtase" ou "fora
de controle".
c) Dom de
Interpretação de Línguas (12.10)
Trata-se da
capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender
e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem
interpretada para a igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a
oração, ou pode ser uma profecia. Toda a congregação pode assim desfrutar dessa
revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas
pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a
mensagem. A interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas,
ou de outra pessoa. Quem fala em línguas deve orar para que possa
interpretá-las (1 Co 14.13 Pelo que, o que fala em outra língua deve orar para
que a possa interpretar)
9. O FRUTO DO
ESPÍRITO
Em contraste com
as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama
"o fruto do Espírito". Esta maneira de viver se realiza no crente à
medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal
maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras
da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14 nota; 8.14 nota; cf. 2Co
6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O fruto do Espírito inclui:
a) ÁGAPE – AMOR
Caridade"
(gr. ágape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada
querer em troca (1 Co 13.4-8 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em
ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não
procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se
alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias,
desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará)
O amor é o solo
onde são cultivadas todas as demais virtudes espirituais.
O amor é a prova
da espiritualidade e tem inicio na regeneração (1 Jo 4.7-8). Amados, amemo-nos
uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido
de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é
amor.
O amor consiste
em querer para os outros aquilo que queremos par nos mesmos. É a dedicação ao
próximo. Mateus 7:12 Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam,
fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.
b) CHARA –
ALEGRIA
Trata-se da
felicidade do Espírito, qualidade de vida que é graciosa e bondosa
caracterizada pela boa vontade, generosa nas dádivas aos outros, por causa de
uma correta relação com Deus.
Deus não aprecia
a duvida e o desânimo. Também o abomina a doutrina ousada, o pensamento
melancólico e tristonho. Deus gosta de corações animados. (2Co 6.10
"entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos;
nada tendo, mas possuindo tudo.)
A alegria cristã,
entretanto não é uma emoção artificial. Antes é uma ação do Espírito de Deus no
espírito humano é a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos,
nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que
crêem em Cristo 1 Pe 1.8 Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no
qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de
glória,
c) EIRENE – PAZ
A queda do homem
no pecado destruí a paz, a paz com Deus, com os outros, com o próprio ser e com
a própria consciência.
Foi através da
instrumentalidade da cruz que Deus estabeleceu a paz. Portanto, a paz envolve
muito mais do que uma tranqüilidade intima, que prevalece a respeito das
tempestades externas. Antes, trata-se de uma qualidade espiritual de origem
cósmica e pessoal produzida pela reconciliação e pelo perdão dos pecados.
A paz é o
contrario do ódio, da contenda, da inveja dos excessos de tudo o que são obras
da carne.
Paz é a quietude
de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e
seu Pai celestial (Fp 4.7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
d) MAKROTHUMIA – LONGANIMIDADE
Quando é uma
qualidade atribuída a Deus, significa que ele tolera pacientemente todas as
iniquidades do homem, não deixando arrebatar por explosões de ira.
A longanimidade é
a paciência que nos permite subjugar a ira e o sendo de contenda, tolerando as
injúrias.
Longanimidade é a
perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.1,2
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da
vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor).
e) CHRESTOTES –
BENIGNIDADE
Significa
gentileza, bondade. Esse termo grego significa também excelência de caráter,
honestidade. O crente que a possui esse é gracioso e gentil para com seu semelhante
não se mostrando ser inflexível e exigente.
Ser Benigno é não
querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32 Antes, sede uns para com
os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus, em Cristo, vos perdoou).
f) AGATHOSUNE –
BONDADE
Uma pessoa
bondosa quando se dispõe a ajudar aqueles que tem necessidade.
Podemos observar
a vida terrena inteira de Jesus de Nazaré, vivida em meio a atos de bondade
para com os outros. Ora, para que o crente se mostre supremamente bondoso,
precisa contar com auxílio do Espírito Santo.
Bondade é a
expressão máxima do amor cristão. No grego, Agathosune refere-se ao homem bom,
cuja generosidade brota do coração. Ela é a verdadeira prática do bem. É o amor
em ação (Gl 6.10 Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a
todos, mas principalmente aos da família da fé).
g) PISTIS – FÉ
Significa tanto
confiança como fidelidade. A fé de parceria com o arrependimento, forma a
conversão. A entrega da alma, as mãos de Cristo alicerçado sobre o conhecimento
espiritual.
A fé vitalizada
pelo amor, pois do contrário, não será a verdadeira fé sob hipótese alguma.
Fé é lealdade
constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa,
compromisso, fidedignidade e honestidade
h) PRAUTES –
MANSIDÃO
Para Aristóteles,
essa característica era um vicio de deficiência, e não uma virtude. Aristóteles
encarava tal realidade, como uma auto-depreciação.
Na verdade
mansidão trata-se de uma submissão do homem para com Deus e, em seguida para
com o homem. A mansidão é o resultado da verdadeira humildade por causa do
reconhecimento alheio, com a recusa de nos considerarmos superiores.
Mansidão é
moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com
eqüidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for
preciso (Jesus em Mt 11.23 repreende duramente Carfanaum "Tu, Cafarnaum,
elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em
Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela
permanecido até ao dia de hoje "e no v. 29 diz que devemos ser mansos como
ele Mt 11.29 2Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.
i) EGKRATEIA -
TEMPERANÇA - DOMÍNIO PRÓPRIO
Temperança é o
controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a
fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).
Na passagem de 1
Co 7.9 essa palavra é usada em relação ao controle do impulso sexual ( Caso,
porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver
abrasado.
. Mas em 1 Co
9.25 refere-se a toda forma de autodisciplina ( Todo atleta em tudo se domina;
aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível.
Parece que Paulo se utiliza dessa palavra, neste contesto, dando a entender
aquele autocontrole que obtém sobre os vícios alistados em Gl 5.19-21.
Os filósofos
estóicos percebiam claramente a verdade expressa por essa virtude de domínio
próprio. Eles procuravam fazer com que a razão dominasse a vida inteira,
controlando as paixões e firmando a lama.
O ensino final de
Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo
de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas
virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo
os princípios aqui descritos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário