5 - SOTERIOLOGIA:
DOUTRINA DE CRISTO
1. Graça: É o
poder dinâmico de Deus que provêm imerecidamente para capacitar o homem a
desejar e fazer a Sua vontade (Fp.2:13; Ico.1:4,5; IITm.1:9; Tg.1:18; IICo.3:5;
Hb.13:21; Is.26:12; Jr.10:23; Pv.16:9; 20:24; ICo.15:10).
2. Predestinação:
É o conselho ou decreto de Deus concernente aos homens decaídos, incluindo a
eleição soberana de uns e a justa reprovação dos restantes (Rm.8:29,30;
9:11-24; Ef.1:5,11).
Os dois aspectos
da predestinação são:
(a) Eleição: É o
ato eterno de Deus pelo qual Ele, em seu soberano beneplácito, e sem levar em
conta nenhum mérito previsto nos homens, escolhe um certo número deles para
receberem a graça especial e a salvação eterna.
(b) Reprovação: É
o decreto eterno de Deus pelo qual Ele determinou deixar de aplicar a um certo
número de homens as operações de sua graça especial, e puní-los por seus
pecados, para a manifestação da sua justiça. Os dois aspectos da reprovação são
preterição e condenação.
PENSAMENTO: A
soberania divina e a soberania humana certamente são contraditórias entre si,
mas a soberania divina e a responsabilidade humana, não. (F.H. Klooster)
3. Vocação:
Vocação ou chamada é o ato de graça pelo qual Deus convida os homens, através
de Sua Palavra, a aceitarem pela fé a salvação providenciada por Cristo.
(ICo.1:9; ITs.2:12; IPe.5:10; Mt.11:28; Lc.5:32; Jo.7:37; At.2:39; Rm.8:30;
ICo.1:24,26;7:15; Gl.1:15; Ef.4:1;4:4; IITs.2:14; IITm.1:9; Ipe.2:9;5:10).
4. União: É a
ligação íntima, vital e espiritual entre Cristo e o Seu povo, em razão da qual
Ele é a fonte da sua vida e poder, da sua bem-aventurança e salvação (Ef.5:32;
Cl.1:27).
5. Regeneração: É
o ato de Deus pelo qual o princípio de uma nova vida é implantado no homem, e a
disposição dominante de sua alma é tornada santa. É a comunicação de vida
divina à alma, que implica numa completa mudança de coração (Ez.11;19; 18:31;
36:26; Jr.24:7; Rm.6:4; Ef.2:6; Cl.2:12; Jo.5:21; Jo.6:63; 10:10,28;
Rm.6:11,13; IJo.5:11,12; Ef.2:1,5; Cl.2:13; IIPe.1:4; Jo.1:12; 3:3,5; IJo.3:1).
6. Conversão: É o
ato exterior, visível e prático da salvação operada na vida do pecador
regenerado (Lc.22:32).
Os dois aspectos
da conversão são:
(a)
arrependimento: é o aspecto negativo da conversão, porque implica no abandono
do pecado e em dizer não para as coisas pecaminosas.
(b) fé: é o
aspecto positivo da coversão, porque implica em voltar em direção a Deus e em
dizer sim para a sua palavra.
7.
Arrependimento: É a mudança voluntária e consciente, produzida na vida do
pecador, efetuada pelo Espírito Santo, a qual atinge sua mente, seus
sentimentos e conduz o pecador ao abandono voluntário do pecado (Mt.21:28-30;
IICo.7:9,10).
8. Fé: É um firme
e seguro conhecimento do favor de Deus, para conosco, fundado na verdade de uma
promessa gratuita em Cristo, e revelada às nossas mentes e seladas em nossos
corações pelo Espirito Santo (As Institutas, III, 2,7, Calvino).
9. Justificação:
É um ato judicial de Deus, no qual Ele declara, com base na justiça de Jesus
Cristo, que todas as reivindicações da lei estão satisfeitas a favor do pecador
(At.13:39; Rm.5:1,9; 8:30-33; Ico.6:11; Gl.2:16; Gl.3:11). Na justificação
estão incluídos o perdão, a adoção, a substituição vicária e a imputação.
Os dois aspectos
da justificação são:
(a) Remissão ou
Perdão (aspecto negativo/a dívida é anulada): É o resultado da morte de Cristo
e se dá por meio da substituição, na qual, Cristo nosso Cordeiro Pascal se
oferece para morrer em nosso lugar.
(b) Adoção
(aspecto positivo/o crédito é imputado): É o resultado da ressurreição de
Cristo e se dá por meio da imputação, na qual a justiça de Cristo, que dá o
direito legal à adoção, é imputada ao crente. A regeneração opera uma filiação
moral enquanto que a adoção opera uma filiação legal.
10. Remissão ou
Perdão: É o aspecto negativo da justificação, pois quando Adão pecou, ele foi
condenado pelo que fez de errado (iniquidade), como também pelo que deixou de
fazer de certo, errando o alvo (pecado). Adão, então pecou por ação (iniquidade
= pecado consciente, voluntário, transgressão) e omissão (pecado, leia
IJo.3:4). Cristo em sua obra vicária corrigiu os erros de Adão, obedecendo
passiva e ativamente, negativa e positivamente os mandamentos de Deus, pois a
lei inclui mandamentos negativos (não adulterarás, etc) e mandamentos positivos
(amarás a Deus, etc). O perdão é, portanto o ato judicial de Deus pelo qual ele
concede ao pecador, na cruz, os benefícios resultantes da obediência passiva de
Cristo. O perdão é resultado da morte de Cristo enquanto que a adoção (o
aspecto positivo da justificação) é resultado da ressurreição de Cristo
(Rm.4:25). Na morte Cristo aniquilou o pecado, na ressurreição trouxe justiça.
O perdão é operado mediante a substituição, a justiça é concedida por meio da
imputação. O perdão é concedido na cruz. A justiça é imputada no tribunal de
Deus (IPe.3:18).
NOTA: Remissão
não é o mesmo que redenção. Veja redenção no item 17.
11. Adoção: É o
ato judicial de Deus, resultado prático da regeneração, pelo qual Ele declara
seus filhos emancipados e herdeiros da vida eterna (Tt.3:7). Adoção não deve
ser confundida com regeneração, pois na adoção Deus coloca o pecador que já é
seu filho regenerado na posição de filho adulto. Na adoção não há transformação
interior (moral). A adoção não muda o interior do pecador, muda a sua posição
perante Deus. Deus não adota pecadores não regenerados, Deus só adota aqueles
que já são seus filhos.
12. Imputação: É
o ato de Deus pelo qual Ele debita meritoriamente na conta da humanidade o
pecado de Adão, e judicialmente na conta de Cristo o pecado da humanidade, e
gratuitamente na conta da humanidade a justiça de Cristo. Imputação significa
"debitar", "atribuir responsabilidade" ou "lançar na
conta de alguém". Paulo ensina esta doutrina quando assume a dívida de
Onésimo. Do mesmo modo Jesus Cristo tomou a nossa dívida (Fm.18,19).
13. Substituição:
É o ato judicial de Deus pelo qual Ele pune os pecadores pelos seus pecados,
provendo um substituto qualificado, sobre o qual recaiu todo o pecado e a culpa
imputados à humanidade por causa do pecado de Adão (Is.53:4-7; Ico.5:7).
Um substituto
qualificado deveria possuir:
(a) Perfeita
Encarnação: deveria ter natureza humana completa para poder representar
adequadamente a humanidade (Hb.2:14-17; 5:1; Jo.1:14).
(b) Perfeita
Identificação: deveria ter uma profunda identificação com o sofrimento humano
(Hb.4:15; Hb.2:18; Hb.5:2,3). A nossa identificação com Cristo é tão perfeita
que somos identificados com Ele na sua morte (Rm.6:3; Cl.2:12).
(c) Perfeita
Santidade: Um homem comum não seria um bom representante da raça humana. O
substituto deveria ser santo, inocnete, sem mácula, separado dos pecadores
(Hb.7:23-27). Um mortal comum não poderia salvar ninguém, pois sendo mortal,
não se salvaria nem a si mesmo.
14. Santificação:
É a graciosa e contínua operação do Espirito Santo pela qual Ele liberta o
pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem
de Deus, e o capacita a praticar boas obras.
ESQUEMA DA
SALVAÇÃO
Espírito Alma Corpo
Tempo Passado Presente Futuro
Em relação ao
pecado
Penalidade
(Jo.5:24)
Poder (Rm.6:14)
Presença
(ICo.15:54,57)
Em relação ao pecador
Justificação
Regeneração (Rm.1:4; Ipe.1:2; Rm.5:16;IITs.2:13)
Santificação
(Tg.1:21,22; IITm.3:15)
Redenção
(Fp.3:21)
Ocasião
Morte e
ressurreição de Cristo
Do novo
nascimento até o encontro com Cristo (Fp.1:6)
Arrebatamento ou
2ª Vinda de Cristo (ICo.15:52,53)
15. Perseverança:
É a contínua operação do Espirito Santo no crente, pela qual a obra da graça
divina, inciada no coração, tem prosseguimento e se completa, levando os salvos
à permanecerem em Cristo e perseverarem firmes na fé. A perseverança representa
o lado humano (Jr.32:40; Sl.86:11; 37:28-31).
16. Segurança: É
a garantia eterna e imutável da salvação, iniciada e completada por Deus, no
coração dos regenerados. A segurança representa o lado divino (Sl.89:28-37).
17. Redenção: É o
ato gracioso de Deus pelo qual Ele liberta o pecador da escravidão da lei do
pecado e da morte (Rm.8:1,2), mediante o pagamento de um resgate (Rm.6:20-22;
Ico.6:19,20; IPe.1:18,19; Ap.1:5; 5:9; Gl.4:1-7).
(a) A Necessidade
da Redenção: Todas as criaturas humanas da terra pertencem a Deus (ICo.10:26;
Sl.50:12) mas não são todas de Cristo (Rm.8:9). O homem só se torna propriedade
exclusiva de Cristo mediante a obra da redenção (ICo.6:19,20; Hb.2:13-15). O
mundo (sistema) é de Satanás (Lc.4:6; Ijo.5:19) e as criaturas humanas que
estão no mundo pertencem à ele (At.26:18; Mt.12:30; Mc.9:40; Lc.11:23), por
isso era necessária a redenção, para que através de Cristo Deus resgatasse
(comprasse) do mundo os que viriam a crer nele, para que através da redenção
passassem a pertencer a Cristo (Jo.15:19; 17:14; 18:36; Cl.1:13). Se um homem
ainda não foi redimido, embora sendo criatura de Deus, continua sendo filho do
Diabo, do qual é ele escravo (Jo.8:44). Somente os filhos de Deus são
verdadeiramente livres (Gl.2:4; 5:1; Rm.8:21; IICo.3:17).
(b) A Natureza do
Redentor:
Deveria ser
parente próximo da vítima: Era ele, o redentor (goel no hebraico) quem deveria
resgatar o sangue da vítima assassinada (Nm.35:19-34; Js.20:3-5); era ele quem
deveria resgatar a possessão da família que fora vendida (Lv.25:24,26,51,52;
Lv.27:13,15,19,20,31; Jr.32:7); era ele quem deveria resgatar a pessoa cujo
empobrecimento forçou-a a se vender a um não judeu (Lv.25:47-49). Em Ezequiel
11:15 a expressão "os homens do teu parentesco" significa "os
homens da tua redenção".
O Redentor
deveria preencher certos requisitos: (1) deveria ter parentesco do escravo a
ser resgatado (Rt.2:20; 3:9,12; 4:1,3,6,14); (2) deveria ter meios com que
pagar o resgate (Rt.4:6; Sl.49:7-9); (3) deveria querer efetuar o resgate
(Rt.4:4; Rt.3:13; Rm.5:7); (4) deveria ser livre e não podia ser um escravo, um
escravo não podia
resgatar outro escravo.
(c) Cristo é o
Nosso Redentor:
(1) Ele se fez
nosso parente próximo (Hb.2:14,15; Fp.2:7);
(2) Ele pagou com
seu sangue (At.20:28; IPe.1:18; ICo.6:20);
(3) Ele nos
resgatou voluntariamente (Jo.10:17,18);
(4) Ele não tinha
pecado (Hb.5:15; IICo.5:21).
18.
Reconciliação: É a operação graciosa de Deus pela qual Ele reconcilia os
pecadores consigo mesmo, por meio da morte de Jesus Cristo, removendo a
inimizade (IICo.5:18-21; Cl.1:20-22). O termo usado no antigo Testamento para
reconciliação é expiação.
Os dois aspectos
da reconciliação são:
(a) Expiação: A
reconciliação (no grego = katallagê) tem seu aspecto negativo na expiação, que
enfatiza a morte de Cristo para o perdão dos pecados em relação ao homem. (A
justificação possui aspectos semelhantes a reconciliação:
É negativa e
positivamente considerada: (a) Perdão e (b) Adoção). A expiação é a remoção da
causa da inimizade do homem (Rm.5:10). Na expiação a fraqueza, a impiedade e o
pecado (mencionados em Rm.5:6-8), fatores causadores da inimizade são
removidos. Portanto expiação é o cancelamento da fraqueza (Rm.5:6), da
impiedade (Rm.5:6) e especialmente do pecado (Rm.5:8; Ijo.1:29; At.3:19). Na
expiação a ação se dirige para aquilo que provocou o rompimento no
relacionamento, e se ocupa com a anulação do ato ofensivo.
(b) Propiciação:
É a reconciliação em seu aspecto positivo, e por isso vai além da expiação,
pois enfatiza a morte de Cristo em relação a Deus. Na propiciação a ação se
dirige para Deus, a pessoa ofendida. O propósito da propiciação é alterar a
atitude de Deus, da ira para a boa vontade e favor. Na propiciação é a ira que
é removida (Rm.5:9,10) e a amizade de Deus é restaurada. Não é o caso de Deus
mudar, mas sim de que sua ira é desviada (Sl.78:38; 79:8; Em Ex.32:14 o termo
arrepender é wayyinnahem, no hebraico, e hilaskomai, no grego, que significa
"ser propício". É também usado em Lm.3:42; Dn.9:19; IIRs.24:4. É
claro que se trata de linguagem poética, pois há passagens em que se diz que
Deus se arrependeu de fazer o bem, como em Jr.18:10, como se o bem fosse causa
para arrependimento).
Na expiação
Cristo ofereceu-se pelos os homens, na propiciação Ele ofereceu-se à Deus
(Hb.9:13,14; IPe.3:18). A expiação extingue o pecado (a inimizade contra Deus),
a propiciação extingue a penalidade do pecado (a ira de Deus) que é desviado
para a cruz de Cristo (Rm.3;25; Rm.1:18,24,26).
19.Renovação: É a
operação graciosa de Deus que inclui todos aqueles processos de forças
espirituais subsequentes ao novo nascimento e decorrentes dele (Sl.51:10;103:5;
Is.40:31;41:1; Cl.3:10).
20. Glorificação
ou Ressurreição: É a operação divina pela qual o crente regenerado há de
ressuscitar corporalmente, tendo seu corpo abatido, transformado à semelhança
do corpo glorioso do Senhor Jesus (Fp.3:21; ITs.4:13-17; IJo.3:2).
Conclusão: não
foram apresentados todos os aspectos envolvidos em cada um dos 20 itens aqui
descritos. O assunto é vasto e interminável, na teologia sistemática,
principalmente na soteriologia, por isso apresentei um resumo do que considerei
mais importante sobre o assunto. Outros aspectos poderão ser encontrados por
um.
6 - A TRINDADE
Marcos 1.11
"E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: TU ÉS O MEU FILHO AMADO, em quem
me comprazo".
As três divinas
pessoas da Trindade estão presentes no batismo de Jesus. Deus é revelado nas
Escrituras como um só Deus, existente como Pai, Filho e Espírito Santo (cf. Mt
3.16,17; 28.19; Mc 1.9-11; 2 Co 13.14; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2; Jd 20,21). Esta é a
doutrina da Trindade,expressando a verdade de que dentro da essência una de
Deus, subsistem três Pessoas distintas, compartilhando uma só natureza divina
comum. Assim, segundo as Escrituras, Deus é singular (uma unidade) num sentido,
e plural (trina), noutro.
(1) As Escrituras
declaram que Deus é um só uma união perfeita de uma só natureza, substância e
essência (Dt 6.4; Mc 12.29; Gl 3.20). Das pessoas da deidade, nenhuma é Deus
sem as outras, e cada uma, juntamente com as outras, é Deus. (2) O Deus único
existe numa pluralidade de três pessoas identificáveis, distintas; mas não
separadas. As três não são três deuses, nem três partes ou expressões de Deus,
mas são três pessoas tão perfeitamente unidas que constituem o único Deus
verdadeiro e eterno. O Filho e também o Espírito Santo possuem atributos que
somente Deus possui (ver Jo 20.28; 1.1,14; 5.18; 14.16; 16.8,13; Gn 1.2; Is
61.1; At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Rm 8.2,26,27; 2 Ts 2.13; Hb 9.14). Nem o Pai, nem
o Filho, nem o Espírito Santo, foram feitos ou criados em tempo algum, mas cada
um é igual ao outro em essência, atributos, poder e glória. (3) O Deus único,
existente em três pessoas, torna possível desde toda a eternidade o amor
recíproco, a comunhão, o exercício dos atributos divinos, a mútua comunhão no
conhecimento e o inter-relacionamento dentro da deidade (cf. Jo 10.15; 11.27;
17.24; 1 Co 2.10)
1.13 TENTADO POR
SATANÁS. Ver Mt 4.1.
1.14 O EVANGELHO.
Ver Mc 14.9 .
1.15 O REINO DE
DEUS. A proclamação e a concretização do reino de Deus foi o propósito da obra
de Cristo. Foi o tema de sua mensagem na terra (Mt 4.17). Quanto à forma de
manifestação do reino, existem: (1) O reino de Deus em Israel. No AT, o reino
visava preparar o caminho da salvação da humanidade. Devido à rejeição de
Jesus, o Messias de Israel, o reino foi tirado desta nação (ver Mt 21.43 nota);
(2) O reino de Deus em Cristo. O reino esteve presente na pessoa e na obra de
Jesus, o Rei (Lc 11.20); (3) O reino de Deus na igreja. Trata-se da
manifestação atual do reino de Deus nos corações e nas vidas de todos aqueles
que se arrependem e crêem no evangelho (Jo 3.3,5; Rm 14.17; Cl 1.13). Sua
presença manifesta-se com grande poder contra o império de Satanás. Não se
trata de um reino político, material, mas de uma poderosa e eficaz presença e
operação de Deus entre o seu povo (ver 1.27, 9.1); (4) O reino de Deus na
consumação da História. Trata-se do Reino Messiânico, predito pelos profetas
(Sl 89.36,37; Is 11.1-9; Dn 7.13,14). Cristo reinará na terra durante mil anos
(Ap 20.4-6). A igreja reinará juntamente com Ele, sobre as nações (2 Tm 2.12; 1
Co 6.2,3; Ap 2.26,27; ver Ap 20.4 nota); (5) O reino de Deus na eternidade. O
reino messiânico durará mil anos, dando lugar ao reino eterno de Deus, que será
estabelecido na nova terra (Ap 21.1-4). O centro da nova terra é a Cidade
Santa, a Nova Jerusalém (Ap 21.9-11). Os habitantes são os redimidos do AT (Ap
21.12) e do NT (Ap 21.14). Sua maior bênção é "verão o seu rosto" (Ap
22.4; ver Ap 21.1).
DEUS
Quem é Deus?
OS ATRIBUTOS DE
DEUS
Sl 139.7,8 “Para
onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao
céu, tu aí estás;
se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também”.
A Bíblia não
procura comprovar que Deus existe. Em vez disso, ela declara a sua existência e
apresenta numerosos atributos seus. Muitos desses atributos são exclusivos
dEle, como Deus; outros existem em parte no ser humano, pelo fato de ter sido
criado à imagem de Deus.
ATRIBUTOS
EXCLUSIVOS DE DEUS.
(1) Deus é
onipresente — Ele está presente em todos os lugares a um só tempo. O salmista
afirma que, não importa para onde formos, Deus está ali (Sl 139.7-12; cf. Jr
23.23,24; At 17.27,28); Deus observa tudo quanto fazemos.
(2) Deus é
onisciente — Ele sabe todas as coisas (Sl 139.1-6; 147.5). Ele conhece, não
somente nosso procedimento, mas também nossos próprios pensamentos (1Sm 16.7; 1
Rs 8.39; Sl 44.21; Jr 17.9,10). Quando a Bíblia fala da presciência de Deus (Is
42.9; At 2.23; 1Pe 1.2), significa que Ele conhece com precisão a condição de
todas as coisas e de todos os acontecimentos exeqüíveis, reais, possíveis,
futuros, passados ou predestinados (1Sm 23.10-13; Jr 38.17-20). A presciência
de Deus não subentende determinismo filosófico. Deus é plenamente soberano para
tomar decisões e alterar seus propósitos no tempo e na história, segundo sua
própria vontade e sabedoria. Noutras palavras, Deus não é limitado à sua
própria presciência (ver Nm 14.11-20; 2Rs 20.1-7).
(3) Deus é
onipotente — Ele é o Todo-poderoso e detém a autoridade total sobre todas as
coisas e sobre todas as criaturas (Sl 147.13-18; Jr 32.17; Mt 19.26; Lc 1.37).
Isso não quer dizer, jamais, que Deus empregue todo o seu poder e autoridade em
todos os momentos. Por exemplo, Deus tem poder para exterminar totalmente o
pecado, mas optou por não fazer assim até o final da história humana (ver 1Jo
5.19 nota). Em muitos casos, Deus limita o seu poder, quando o emprega através
do seu povo (2Co 12.7-10); em casos assim, o seu poder depende do nosso grau de
entrega e de submissão a Ele (ver Ef 3.20).
(4) Deus é
transcendente — Ele é diferente e independente da sua criação (ver Êx 24.9-18;
Is 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9). Seu ser e sua existência são infinitamente maiores
e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1Rs 8.27; Is 66.1,2; At
17.24,25). Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e puro, muito além
daquilo que Ele criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte da criação (ver
1Tm 6.16 nota).
A transcendência
de Deus não significa, porém, que Ele não possa estar entre o seu povo como seu
Deus (Lv 26.11,12; Ez 37.27; 43.7; 2Co 6.16).
(5) Deus é eterno
— Ele é de eternidade à eternidade (Sl 90.1,2; 102.12; Is 57.12). Nunca houve
nem haverá um tempo, nem no passado nem no futuro, em que Deus não existisse ou
que não existirá; Ele não está limitado pelo tempo humano (cf. Sl 90.4; 2Pe
3.8), e é, portanto, melhor descrito como “EU SOU” (cf. Êx 3.14; Jo 8.58).
(6) Deus é
imutável — Ele é inalterável nos seus atributos, nas suas perfeições e nos seus
propósitos para a raça humana (Nm 23.19; Sl 102.26-28; Is 41.4; Ml 3.6; Hb
1.11,12; Tg 1.17). Isso não significa, porém, que Deus nunca altere seus
propósitos temporários ante o proceder humano. Ele pode, por exemplo, alterar
suas decisões de castigo por causa do arrependimento sincero dos pecadores (cf.
Jn 3.6-10). Além disso, Ele é livre para atender as necessidades do ser humano
e às orações do seu povo. Em vários casos a Bíblia fala de Deus mudando uma
decisão como resultado das orações perseverantes dos justos (e.g., Nm 14.1-20;
2Rs 20.2-6; Is 38.2-6; Lc 18.1-8).
(7) Deus é
perfeito e santo — Ele é absolutamente isento de pecado e perfeitamente justo
(Lv 11.44,45; Sl 85.13; 145.17; Mt 5.48). Adão e Eva foram criados sem pecado
(cf. Gn 1.31), mas com a possibilidade de pecarem. Deus, no entanto, não pode
pecar (Nm 23.19; 2Tm 2.13; Tt 1.2; Hb 6.18). Sua santidade inclui, também, sua
dedicação à realização dos seus propósitos e planos.
(8) Deus é trino
e uno — Ele é um só Deus (Dt 6.4; Is 45.21; 1Co 8.5,6; Ef 4.6; 1Tm 2.5),
manifesto em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (e.g., Mt 28.19; 2Co
13.14; 1Pe 1.2). Cada pessoa é plenamente divina, igual às duas outras; mas não
são três deuses, e sim um só Deus (ver Mt 3.17 nota; Mc 1.11 nota).
ATRIBUTOS MORAIS
DE DEUS. Muitas características do Deus único e verdadeiro, especialmente seus
atributos morais, têm certa similitude com as qualidades humanas; sendo, porém,
evidente que todos os seus atributos existem em grau infinitamente superior aos
humanos. Por exemplo, embora Deus e o ser humano possuam a capacidade de amar,
nenhum ser humano é capaz de amar com o mesmo grau de intensidade como Deus
ama. Além disso, devemos ressaltar que a capacidade humana de ter essas
características vem do fato de sermos criados à imagem de Deus (Gn 1.26,27);
noutras palavras, temos a sua semelhança, mas Ele não tem a nossa; Ele não é como
nós.
(1) Deus é bom
(Sl 25.8; 106.1; Mc 10.18). Tudo quanto Deus criou originalmente era bom, era
uma extensão da sua própria natureza (Gn 1.4,10,12,18,21,25,31). Ele continua
sendo bom para sua criação, ao sustentá-la, para o bem de todas as suas
criaturas (Sl 104.10-28; 145.9); Ele cuida até dos ímpios (Mt 5.45; At 14.17).
Deus é bom, principalmente para os seus, que o invocam em verdade (Sl
145.18-20).
(2) Deus é amor
(1Jo 4.8). Seu amor é altruísta, pois abraça o mundo inteiro, composto de humanidade
pecadora (Jo 3.16; Rm 5.8). A manifestação principal desse seu amor foi a de
enviar seu único Filho, Jesus, para morrer em lugar dos pecadores (1Jo 4.9,10).
Além disso, Deus tem amor paternal especial àqueles que estão reconciliados com
Ele por meio de Jesus (ver Jo 16.27 ).
(3) Deus é
misericordioso e clemente (Êx 34.6; Dt 4.31; 2Cr 30.9; 'Sl 103.8; 145.8; Jl
2.13); Ele não extermina o ser humano conforme merecemos devido aos nossos
pecados (Sl 103.10), mas nos outorga o seu perdão como dom gratuito a ser
recebido pela fé em Jesus Cristo.
(4) Deus é
compassivo (2Rs 13.23; Sl 86.15; 111.4). Ser compassivo significa sentir
tristeza pelo sofrimento doutra pessoa, com desejo de ajudar. Deus, por sua
compaixão pela humanidade, proveu-lhe perdão e salvação (cf. Sl 78.38).
Semelhantemente, Jesus, o Filho de Deus, demonstrou compaixão pelas multidões
ao pregar o evangelho aos pobres, proclamar libertação aos cativos, dar vista
aos cegos e pôr em liberdade os oprimidos (Lc 4.18; cf. Mt 9.36; 14.14; 15.32;
20.34; Mc 1.41; ver Mc 6.34).
(5) Deus é
paciente e lento em irar-se (Êx 34.6; Nm 14.18; Rm 2.4; 1Tm 1.16). Deus
expressou esta característica pela primeira vez no jardim do Éden após o pecado
de Adão e Eva, quando deixou de destruir a raça humana conforme era seu direito
(cf. Gn 2.16,17). Deus também foi paciente nos dias de Noé, enquanto a arca
estava sendo construída (1Pe 3.20). E Deus continua demonstrando paciência com
a raça humana pecadora; Ele não julga na devida ocasião, pois destruiria os
pecadores, mas na sua paciência concede a todos a oportunidade de se
arrependerem e serem salvos (2Pe 3.9).
(6) Deus é a
verdade (Dt 32.4; Sl 31.5; Is 65.16; Jo 3.33). Jesus chamou-se a si mesmo “a
verdade” (Jo 14.6), e o Espírito é chamado o “Espírito da verdade” (Jo 14.17;
cf. 1Jo 5.6). Porque Deus é absolutamente fidedigno e verdadeiro em tudo quanto
diz e faz, a sua Palavra também é chamada a verdade (2Sm 7.28; Sl 119.43; Is
45.19; Jo 17.17). Em harmonia com este fato, a Bíblia deixa claro que Deus não
tolera a mentira nem falsidade alguma (Nm 23.19; Tt 1.2; Hb 6.18).
(7) Deus é fiel
(Êx 34.6; Dt 7.9; Is 49.7; Lm 3.23; Hb 10.23). Deus fará aquilo que Ele tem
revelado na sua Palavra; Ele cumprirá tanto as suas promessas, quanto as suas
advertências (Nm 14.32-35; 2 Sm 7.28; Jó 34.12; At 13.23,32,33; ver 2Tm 2.13
nota). A fidelidade de Deus é de consolo inexprimível para o crente, e grande
medo de condenação para todos aqueles que não se arrependerem nem crerem no
Senhor Jesus (Hb 6.4-8; 10.26-31).
(8) Finalmente,
Deus é justo (Dt 32.4; 1Jo 1.9). Ser justo significa que Deus mantém a ordem
moral do universo, é reto e sem pecado na sua maneira de tratar a humanidade
(Ne 9.33; Dn 9.14). A decisão de Deus de castigar com a morte os pecadores (Rm
5.12), procede da sua justiça (Rm 6.23; cf. Gn 2.16,17); sua ira contra o
pecado decorre do seu amor à justiça (Rm 3.5,6; ver Jz 10.7). Ele revela a sua
ira contra todas as formas da iniqüidade (Rm 1.18), principalmente a idolatria
(1Rs 14.9,15,22), a incredulidade (Sl 78.21,22; Jn 3.36) e o tratamento injusto
com o próximo (Is 10.1-4;Am 2.6,7). Jesus Cristo, que é chamado o “Justo” (At
7.52; 22.14; cf. At 3.14), também ama a justiça e abomina o mal (ver Mc 3.5; Rm
1.18 nota; Hb 1.9 ). Note que a justiça de Deus não se opõe ao seu amor. Pelo
contrário, foi para satisfazer a sua justiça que Ele enviou Jesus a este mundo,
como sua dádiva de amor (Jo 3.16; 1Jo 4.9,10) e como seu sacrifício pelo pecado
em lugar do ser humano (Is 53.5,6; Rm 4.25; 1Pe 3.18), a fim de nos reconciliar
consigo mesmo (ver 2Co 5.18-21, notas). A revelação final que Deus fez de si
mesmo está em Jesus Cristo (cf. Jo 1.18; Hb 1.1-4); noutras palavras, se
quisermos entender completamente a pessoa de Deus, devemos olhar para Cristo,
porque nEle habita toda a plenitude da divindade (Cl 2.9).
JESUS CRISTO
Quem é Jesus
Cristo?
I. A
PRÉ-EXISTÊNCIA DE JESUS
A. Assim como
Deus é eterno, Jesus também o é:
Jo 1.1; Cl 1.17;
Mq 5.2; Jo 17.3; Jo 8.58.
B. Antes da
fundação do mundo, Jesus planejou junto com o seu Pai, a salvação da
humanidade.
Deus na sua
onisciência viu, desde a eternidade, que o homem a ser criado, cairia em
pecado, sujeito à perdição eterna. Ele então preparou um caminho de salvação,
por meio do sacrifício de seu próprio Filho. Jesus participou e concordou e
desde então já estava disposto a dar a sua vida por nós. Por isto a Bíblia se
expressa: "O Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo", Ap
13.8. A vida eterna é assim prometida "antes dos tempos dos séculos",
Tt 1.2, quando Deus nos elegeu para em Jesus sermos santos e irrepreensíveis,
Ef 1.4.
C. Jesus
participou da criação do mundo.
" Todas as
coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez",
Jo1.3. "Todas as coisas subsistem por ele", Cl 1.17.
II. A ENCARNAÇÃO
DE JESUS
"Jesus, Deus
bendito eternamente", Rm 9.5, fez-se homem. Esse mistério chama-se
"encarnação". A Bíblia diz: "Grande é o mistério da piedade:
Aquele que se manifestou em carne", 1 Tm 3.16. A doutrina da encarnação de
Jesus excede tudo que o entendimento humano possa compreender, porém deste
milagre depende a substância do evangelho da salvação e a doutrina da redenção.
A. Jesus se
encarnou por meio duma virgem, através de concepção sobrenatural.
Quando Deus, no
dia da queda, prometeu um Redentor, revelou também de que maneira ele viria ao
mundo. Ele disse à serpente: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a
tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás
o calcanhar", Gn 3.15. O profeta Isaías profetizou: "Uma virgem
conceberá e dará à luz um filho e será o seu nome Emanuel", Is 7.14.
Quando, na plenitude dos tempos, Gl 4.4, o arcanjo Gabriel comunicou a Maria
que ela seria o instrumento da encarnação de Jesus, disse-lhe: "em teu
ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus",
Lc 1.31. Maria respondeu: "Como se fará isto, visto que não conheço
varão?", Lc 1.34. E Gabriel lhe revelou como este milagre aconteceria. Ele
disse: "Descerá sobre ti o Espírito Santo e a virtude do Altíssimo te
cobrirá com a sua sombra, pelo que também o Santo que de ti há de nascer será
chamado Filho de Deus", Lc 1.35. Com a palavra: "Eis aqui a serva do
Senhor, cumpra-se em mim segundo a sua palavra", Lc 1.38, Maria aceitou, e
o milagre aconteceu! Ela estava grávida!
É impossível
explicar este milagre em termos biológicos. O médico Lucas registrou este
milagre no seu evangelho com fé e convicção, sem deixar uma sombra de dúvida.
"Pela fé entendemos" Hb 11.13.
B. Jesus veio a este
mundo por meio dum nascimento natural.
Ele nasceu
exatamente 9 meses após Maria haver concebido de modo sobrenatural,
"quando se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz", Lc 2.6.
Jesus nasceu, conforme a profecia, em Belém, Mq 5.2, e para isto Deus
providenciou que o alistamento decretado pelo imperador Augusto obrigasse José
e Maria a locomoverem-se de Nazaré na Galiléia até Belém, exatamente na época
de Maria dar à luz. Jesus nasceu como os demais homens nasceram. Houve, porém,
uma manifestação sobrenatural: Uma multidão de anjos cantaram, diante de um
grupo de pastores de ovelhas, louvores ao Messias que havia nascido, Lc 2.8-14.
C. O verdadeiro
Deus havia vindo ao mundo como um verdadeiro homem.
Foi por meio
deste milagre que "verbo se fez carne", Jo 1.14, e "Deus
introduziu no mundo o primogênito", Hb 1.6, e Jesus veio em semelhança de
carne, Rm 8.3, e "participou da carne e do sangue", Hb 2.14, "em
tudo semelhante aos irmãos", Hb 2.17. Foi assim que ele desceu do céu, Jo
6.33, 38, 38, 41, 42, 51, 58, e Deus lhe preparou um corpo, Hb 10.5. A
encarnação deu a Jesus condições de ser o Mediador entre Deus e homens, 1 Tm
2.5, e ser misericordioso e fiel sumo sacerdote, para expiar o pecado do povo,
Hb 2.17. Sendo homem, podia fazer reconciliação pelos homens. Sendo Deus a sua
reconciliação fica com um inédito valor.
III. JESUS - O
VERDADEIRO DEUS
Não é somente
desde a eternidade, que Jesus é Deus, Jo1.1-3. Ainda depois que ele
"aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo", Fp 2.7, ele
continua sendo Deus verdadeiro, revelando "a glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade", Jo 1.14. As sagradas escrituras, que
incontestavelmente provam a sua deidade, foram escritas para que todos creiam
que "Jesus é o Cristo, e o Filho de Deus", Jo 20.36; 1 Jo 5.10. Vamos
mencionar algumas evidências que provam que Jesus é Deus verdadeiro.
A. Jesus é
chamado "Deus"
Deus, Pai, o
chamou "Deus"! "Do Filho diz: Ó Deus, o teu trono
subsiste", Hb 1.8. Duas vezes ele o chamou: "Meu Filho amado" Mt
3.17; Mc 9.7. Todo aquele, pois que nega que Jesus é o Filho de Deus, faz o
próprio Deus mentiroso, "porquanto não creu no testemunho que Deus de seu
Filho deu", 1 Jo 5.10.
O anjo, enviado
por Deus, chamou a Jesus "Filho de Deus", Lc 1.35. "Chamá-lo-ão
pelo nome Emanuel, que traduzido é Deus conosco", Mt 1.23. Quando Jesus
havia nascido, os anjos cantaram louvores a "Cristo-Senhor", Lc 2.11.
O próprio Jesus
se chamou "Deus". Quando os seus inimigos lhe perguntaram: "És
tu o Cristo, Filho de Deus bendito?", ele respondeu: Eu o sou. Mc 14.61,
62. Ele chamou Deus de meu Pai, Mt 10.32; Jo 2.16; 10.37; 15.24 etc. Ele se
chamou também "o Filho unigênito que está no seio do Pai", Jo 1.18 e
disse; "Quem me vê, vê o Pai", Jo 14.9; 12.45. Para a mulher
samaritana ele disse que era Messias, Jo 4.25, 26, notícia que se espalhou em
toda a cidade, Jo 4.29. Ele se chamou: Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim, o
primeiro e o derradeiro, Ap 22.13, e "Eu sou", Jo 8.24, 28, 58; 13.59
(Comp. Êx 3.14).
Aquele que nega a
deidade de Jesus rejeita o próprio testemunho de Jesus e mostra assim que é
inspirado pelo espírito de Antícristo, 1 Jo 2.22, 23. Se Jesus fosse, como os
teólogos modernistas afirmam, um produto da união entre Maria e José ou com
qualquer outro homem, o mundo não teria nenhum Salvador, e Jesus seria um homem
desacreditável, porque ele afirmou ser o Filho de Deus. Mas glória a Jesus! Ele
é Deus bendito eternamente, Rm 9.5.
O ESPÍRITO SANTO
Quem é o Espírito
Santo?
A DOUTRINA DO
ESPÍRITO SANTO
At 5.3,4 “Disse,
então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses
ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não
ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este
desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”
É essencial que
as pessoas reconheçam a importância do Espírito Santo no plano divino da
redenção. Sem a presença do Espírito Santo neste mundo, não haveria a criação,
o universo, nem a raça humana (Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Sem o
Espírito Santo, não teríamos a Bíblia (2Pe 1.21), nem o NT (Jo 14.26, 1Co 2.10)
e nenhum poder para proclamar o evangelho (1.8). Sem o Espírito Santo, não
haveria fé, nem novo nascimento, nem santidade e nenhum cristão neste mundo.
Este estudo examina alguns dos ensinamentos básicos a respeito do Espírito
Santo.
A PESSOA DO
ESPÍRITO SANTO. Através da Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa, com
sua própria individualidade (2Co 3.17,18; Hb 9.14; 1Pe 1.2). Ele é uma Pessoa
divina como o Pai e o Filho (5.3,4). O Espírito Santo não é mera influência ou
poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: Ele pensa (Rm 8.27), sente (Rm
15.30), determina (1Co 12.11) e tem a faculdade de amar e de deleitar-se na
comunhão. Foi enviado pelo Pai para levar os crentes à íntima presença e
comunhão com Jesus (Jo 14.16-18,26; ). À luz destas verdades, devemos tratá-lo
como pessoa, que é, e considerá-lo Deus vivo e infinito em nosso coração, digno
da nossa adoração, amor e dedicação (ver Mc 1.11,).
A OBRA DO
ESPÍRITO SANTO. (1) A revelação do Espírito Santo no AT. Para uma exposição da
operação do Espírito Santo no AT. (2) A revelação do Espírito Santo no NT. (a)
O Espírito Santo é o agente da salvação. Nisto Ele convence-nos do pecado (Jo
16.7,8), revela-nos a verdade a respeito de Jesus (Jo 14.16,26), realiza o novo
nascimento (Jo 3.3-6), e faz-nos membros do corpo de Cristo (1Co 12.13). Na
conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo (Jo 3.3-6; 20.22)
e nos tornamos co-participantes da natureza divina (2Pe 1.4). (b) O Espírito
Santo é o agente da nossa santificação. Na conversão, o Espírito passa a
habitar no crente, que começa a viver sob sua influência santificadora (Rm 8.9;
1Co 6.19). Note algumas das coisas que o Espírito Santo faz, ao habitar em nós.
Ele nos santifica, i.e., purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa,
libertando-nos da escravidão ao pecado (Rm 8.2-4; Gl 5.16,17; 2Ts 2.13). Ele
testifica que somos filhos de Deus (Rm 8.16), ajuda-nos na adoração a Deus (At
10.45,46; Rm 8.26,27) e na nossa vida de oração, e intercede por nós quando
clamamos a Deus (Rm 8.26,27). Ele produz em nós as qualidades do caráter de
Cristo, que O glorificam (Gl 5.22,23; 1Pe 1.2). Ele é o nosso mestre divino,
que nos guia em toda a verdade (Jo 16.13; 14.26; 1Co 2.10-16) e também nos
revela Jesus e nos guia em estreita comunhão e união com Ele (Jo 14.16-18;
16.14). Continuamente, Ele nos comunica o amor de Deus (Rm 5.5) e nos alegra,
consola e ajuda (Jo 14.16; 1Ts 1.6). (c) O Espírito Santo é o agente divino
para o serviço do Senhor, revestindo os crentes de poder para realizar a obra
do Senhor e dar testemunho dEle. Esta obra do Espírito Santo relaciona-se com o
batismo ou com a plenitude do Espírito. Quando somos batizados no Espírito,
recebemos poder para testemunhar de Cristo e trabalhar de modo eficaz na igreja
e diante do mundo (1.8). Recebemos a mesma unção divina que desceu sobre Cristo
(Jo 1.32,33) e sobre os discípulos (2.4; ver 1.5), e que nos capacita a
proclamar a Palavra de Deus (1.8; 4.31) e a operar milagres (2.43; 3.2-8; 5.15;
6.8; 10.38). O plano de Deus é que todos os cristãos atuais recebam o batismo
no Espírito Santo (At 2.39). Para realizar o trabalho do Senhor, o Espírito
Santo outorga dons espirituais aos fiéis da igreja para edificação e
fortalecimento do corpo de Cristo (1Co 12—14). Estes dons são uma manifestação
do Espírito através dos santos, visando ao bem de todos (1Co 12.7-11).
(d) O Espírito
Santo é o agente divino que batiza ou implanta os crentes no corpo único de
Cristo, que é sua igreja (1Co 12.13) e que permanece nela (1Co 3.16),
edificando-a (Ef 2.22), e nela inspirando a adoração a Deus (Fp 3.3), dirigindo
a sua missão (13.2,4), escolhendo seus obreiros (20.28) e concedendo-lhe dons
(1Co 12.4-11), escolhendo seus pregadores (2.4; 1Co 2.4), resguardando o
evangelho contra os erros (2Tm 1.14) e efetuando a sua retidão (Jo 16.8; 1Co
3.16; 1Pe 1.2).
(3) As diversas
operações do Espírito são complementares entre si, e não contraditórias. Ao
mesmo tempo, essas atividades do Espírito Santo formam um todo, não havendo
plena separação entre elas. Alguém não pode ter (a) a nova vida total em
Cristo, (b) um santo viver, (c) o poder para testemunhar do Senhor ou (d) a
comunhão no seu corpo, sem exercitar estas quatro coisas. Por exemplo: uma
pessoa não pode conservar o batismo no Espírito Santo se não vive uma vida de
retidão, produzida pelo mesmo Espírito, que também quer conduzir esta mesma
pessoa no conhecimento das verdades bíblicas e sua obediência às mesmas.
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